Capítulo 11 - Todo mundo tem um stalker

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Quando Sam e Dean voltaram para o motel, mais ou menos na hora do almoço, eles pareciam estar discutindo por algo. Eles sempre pareciam estar discutindo por algo. Ao ouvir o barulho do carro, Lia logo correu para abrir porta e avançou nas caixas de pizza que Dean trazia nos braços.

- É um saco ficar aqui – ela já enfiava uma fatia pela boca. – Ainda mais sozinha. – Mexi no seu notebook – ela não esperou uma resposta de Sam. - Vocês descobriram algo?

- Bem nós...

Mas Dean não chegou a concluir. Ele observa Lia tirar a cerveja que havia comprado para ele da sacola e abrir, ignorando totalmente o seu refrigerante.

- Você bebe cerveja? Do gargalo?

- Por que, você tem whisky?

Sam riu, sentando-se à mesa e bebendo sua própria cerveja antes que Dean a reivindicasse. Ele que ficasse com o refrigerante uma vez na vida.

- Bem, vamos descobrir que gosto isso tem. – Dean encarava sua latinha enquanto ia sentar-se na cama, ao lado de Lia, e pegava seu próprio pedaço de pizza.

- Então, o que descobriram? – A garota insistiu.

- Amanda tinha um stalker.

- E todo mundo não tem? - Sam e Dean trocaram olhares divertidos, mas esperaram que Lia continuasse. – Digo... redes sociais! Vocês nunca investigaram a vida de um crush?

- Hãm... Não? – Respondeu Dean.

- Quantos anos você tem mesmo? – Ela revirou os olhos. – Precisamos do celular dela. Vocês podem conseguir isso?

Dean sorriu vitorioso, como se finalmente tivesse dado uma dentro. Ele retirou o celular do bolso interno do blazer e passou pra Lia, que não hesitou em pegá-lo com os dedos gordurosos da pizza.

- Como você conseguiu isso? – Sam parecia desconfiado.

- Um pouco de charme para a pessoa certa, e uma prova do crime acaba parando no seu bolso – ele deu de ombros.

- Dean! – Sam repreendeu.

Mas Lia não parecia preocupada com os métodos de Dean. Ela investigava o aparelho. Era um modelo caro e bem recente, que obviamente tinha uma senha.

- Nós vamos precisar...

- Passa pra cá... – Sam já se adiantava.

Ele conectou o celular no notebook, usando seu próprio cabo usb. Lia perdeu o interesse cinco minutos depois, quando percebeu que talvez pudesse demorar um pouco. Alguns programas estavam rodando em simultâneo, e Sam tinha cem por cento da sua atenção voltada para aquilo. Mal se lembrou de comer.

- Então... Você não tem um stalker? Ou um crush? – Lia provocou Dean.

- Eu tenho vários dos dois. Stalkers, morrem. Crush... Bem, eu vivo a vida real. – ele deu uma piscadela que fez Lia gargalhar.

- E você, kiddo?

- Nops... Nadinha – ela mentiu, falando alto o bastante para esconder a batida alta do seu coração.

- Ela tem Erick – uma voz divertida soou de Sam.

- Não! – Lia riu, atirando uma borda de pizza em Sam.

- Eu acho que consegui algo aqui – Sam voltou a ficar sério.

Dean e Lia correram na direção de mesa, posicionando-se atrás do ombro de Sam. Juntos eles investigaram as mensagens trocadas pela menina. Obviamente as que logo se destacaram foram as que ela trocava com um garoto que ela nomeou como "Freak". Eram, em sua maioria, mensagens dele a cantando ou convidando para sair. As vezes ela negava. As vezes ela o xingava. Muitas vezes ela apenas o ignorava.

- Porque ela simplesmente não o bloqueou? – Dean se perguntava.

- Necessidade de atenção – Lia respondeu. – Ela gostava de ter ele aos pés dela. Gostava de pisar nele.

- Por quê? – Sam parecia confuso.

- Líder de torcida – Lia disse como se isso bastasse. Aparentemente não bastava. Ela revirou os olhos. – Vocês dois realmente precisam de uma consultoria sobre garotas. – fez uma pausa. – Ego.

- Sammy, você consegue rastrear de onde vinham essas mensagens?

- Eu já fiz isso. Mas o cara não usava um celular. Ela usava um programa de computador para simular. E o computador vem da biblioteca da faculdade.

- Legal – disse Lia. – Restringimos muito os nossos suspeitos. Só que não.

- Parece que temos trabalho para fazer – disse Dean.

- Procurem pelo... Erick. – Lia revirou os olhos. – Ele trabalha na biblioteca. Vai poder ajudar.


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** OFF **

Muita gente perguntando por que o Dean chama a Lia de Kiddo, então vamos lá...

Kiddo é uma forma "fofinha" normalmente usada para falar com crianças (o que não é o caso), garotas com rostinho bonito (Dean usava com a Jo na série) e namorada (quando a gente quer ser fofinho, sabe?). Lia gosta que Dean a chame assim porque, no caso deles, é tipo um elogio que força certa intimidade. (: 

Supernatural - Não era apenas mais um casoحيث تعيش القصص. اكتشف الآن