Corações Selvagens (Capítulos...

By Autor_Xis

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"NA ÍNTEGRA ATÉ 15/12/16''. S I N O P S E: Ele: um oficial apaixonado pelo trabalho, movido pelo per... More

Título e capa aprovados pelos leitores
Esclarecimentos
Prólogo
Capítulo 1 (Parte 1)
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11 (Parte 2)
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
COMUNICADO IMPORTANTE
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Você conhece Doce Perseguição?
Recado para os Leitores:

Capítulo 8

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By Autor_Xis

Ela não tinha a menor vontade de se levantar daquela cama que se tornara cúmplice de noites de amor tão maravilhosas. Por isso se deixou ficar ali, entorpecida pelas sensações de prazer que ainda prevaleciam em seu corpo.

Eduardo era um amante incrível. E ela nunca sentira tanto prazer, antes mesmo da penetração, como acontecia com ele, pensou, com um sorriso tolo nos lábios.

Arfou e suspirou ao lembrar-se da noite anterior. Como era possível tanta entrega e paixão? Jamais imaginou que aquele relacionamento, que começou de forma tão tortuosa, pudesse ir tão longe. Jamais imaginou que aquela atração, que parecia tão insana, pudesse se tornar em um sentimento tão grande que mal cabia em seu peito.

Ainda sonolenta, tateou a mão à procura dele. Foi aí que ouviu o barulho no banheiro e deduziu que ele estava no banho. Ela então aproveitou para tirar mais um cochilo e quando acordou novamente, ele estava sentado ao seu lado, com uma toalha enrolada na cintura, o cabelo despenteado e úmido e um ar de preocupação que a assustou.

— O que houve? — Perguntou.

— Você tomou o anticoncepcional?

— Sim, eu tomei — respondeu tranquila.

— Tem certeza?

— Tenho, claro — tornou a afirmar. — Por quê?

— Nada. Só queria ter certeza.

Não foram as palavras dele, e sim a expressão de desconfiança em seus olhos que fez com que ela se levantasse quase de um pulo.

— Eduardo, pare com isso!

— Parar com o quê?

— Pare de querer controlar tudo à sua volta! — Falou exaltada, após pegar a camisola que estava aos pés da cama e vesti-la. — Não percebe que está estragando tudo? Tivemos uma noite de amor fantástica... Com entrega, com paixão, com... — Lançou-lhe um olhar magoado neste momento. — Enfim, acho que o sentimento não foi recíproco... Acho que foi apenas eu que senti isso. De qualquer forma, não estrague tudo desta forma!

Ele abriu a boca, fechou-a, abriu-a novamente. Em seguida, levantou-se.

— Pelo amor de Deus, não estou entendendo nada! O que eu falei de tão grave para ofendê-la? Eu estava apenas preocupado!

Num gesto nervoso, ela passou as mãos pela cabeça e fez um coque desarrumado com os próprios cabelos. Sentia-se tão ressentida que o prazer da noite anterior desapareceu por completo.

— Preocupado com quem? Comigo ou com você? — Questionou, mas não esperou pela resposta. — A verdade é que você se acha no direito de controlar tudo e todos à sua volta! Não consegue confiar. Não consegue se entregar por inteiro. E não se importa com os sentimentos dos outros.

— Se o problema é que você quer ter filhos, como eu já disse, a gente pode adotar, Açucena.

— Não, Eduardo. Este não é o problema!

— O que é, então? — Perguntou, zangado. — Por que está fazendo tempestade num copo d'água?

Os olhos cor de âmbar o fitaram transbordando ceticismo e angústia.

— Eu estou fazendo tempestade num copo d'água?! Será possível que você não consegue enxergar um palmo diante de seu nariz? Como pode ser tão insensível? Como pode ser tão... tão... tão egoísta?!

As palavras atingiram-no como um tremendo soco na boca do estômago. E doeram. Por isso, por um momento, que pareceu uma eternidade, ele se manteve em um silêncio pesado. Até que, procurando manter a calma, aproximou-se e tentou abraçá-la. Ela se esquivou dando um passo para trás.

— Me desculpe. Eu fui um tolo. Um estúpido.

— Foi mesmo! Por favor, não... não me toque — pediu com a voz um pouco embargada, quando ele tentou abraçá-la mais uma vez. E seguiu-se mais um momento de silêncio até que ela conseguiu se controlar e a voz saiu tão dura quanto lhe fora possível. — Vamos esclarecer de uma vez por todas este ponto, Eduardo: Eu não tenho planos de maternidade por enquanto, tá? Quem sabe daqui a quatro ou cinco anos... Mas um filho é algo que tem de ser planejado, amado. E eu não arriscaria engravidar sem que isso estivesse também em seus planos. Portanto, não me trate como uma irresponsável. Sou uma mulher adulta e sei me cuidar, entendeu? — Ela se virou e abriu as portas do guarda-roupa com força, pegou uma calça jeans, uma camiseta e uma lingerie e avisou: — Vou visitar o meu pai. Faz tempo que não vou vê-lo e isso não é justo com ele. Eu sei que ele sente muito a minha falta e também tenho sentido a falta dele e dos meus amigos.

— Eu vou com você.

— Não. — Ela virou-se para ele e seus olhos ainda cintilavam a mágoa contida. — Eu vou sozinha. Preciso de um tempo, ok? — Foi em direção ao banheiro e se virou mais uma vez para fitá-lo quando já estava à porta. — Ah, e não ouse a me seguir.

Droga! Como pude ser tão idiota? Eduardo teve vontade de socar a si mesmo. Por isso, colocou um shorts e uma regata e foi para o atelier, onde havia improvisado também uma mini academia e dependurara um saco de boxe.

Precisava descarregar toda aquela raiva em alguma coisa, pensou, dando início a um treinamento pesado. Precisava de algo para descontar sua estupidez.

***

Ela não queria que o pai a visse daquele jeito. Saraíba a conhecia bem demais e notaria na hora sua angústia, refletiu, enquanto caminhava lentamente pela floresta.

E ela só precisava de um tempo sozinha naquele paraíso verde para equilibrar suas emoções e conseguir raciocinar com mais clareza. Sempre fora uma mulher coerente, livre, dona do próprio destino, mas, desde que conhecera Eduardo, sua vida virou de cabeça para baixo.

Por outro lado, também reconhecia que nunca outro homem lhe despertara tanta paixão e prazer. Nunca se sentira tão completa e feliz nos braços de nenhum outro. O problema é que Eduardo era um homem dominador demais e esse era um comportamento que ela nunca apreciou.

Só que agora era tarde para arrependimento, pensou. Sua mente não mais a obedecia e sua vida estava literalmente nas mãos daquele homem que, desde o início, aprisionara seu coração.

Alheia em seus pensamentos, Açucena abaixou-se para arrumar o cadarço de seu tênis, que havia se soltado, e foi neste momento que ouviu o som de um galho se quebrando. Será algum bicho?, perguntou a si mesma, e, assustada, levantou-se rápido e olhou em direção de onde veio o barulho. Ela sempre soubera distinguir com perfeição os sons provocados pelos bichos da mata e pelo bicho homem, mas estava tão entretida naquele dia que sequer teria notado a presença de uma sucuri à sua frente, e essa era uma conduta extremamente perigosa para qualquer pessoa que se atrevesse a andar sozinha pela floresta.

Como pôde arriscar-se desta forma, Açucena?, repreendeu de forma dura a si mesma como se fosse uma terceira pessoa, e, durante um longo momento, manteve-se parada ali, atenta ao menor movimento. Mas a única coisa que ouviu foi o ronco estridente de um bugio, que perambulava ali por perto, os cantos afinados de alguns passarinhos enamorados, o farfalhar das folhas das copas das árvores e outros sons típicos da maior floresta tropical do mundo, que ela conhecia tão bem e, por isso mesmo, sabia o perigo escondido por trás daquela imensa beleza natural.

A floresta sempre fora o seu verdadeiro lar, e nada lhe acarretava mais conforto do que passar algumas horas ali. No entanto, um descuido em um lugar como aquele poderia ser fatal. Ela aprendera desde muito jovem, com seu pai e avós, quais são as espécies mais ativas durante o dia e as que preferem caçar à noite. Grande parte dos animais mais perigosos da selva amazônica são notívagos. Portanto, como sua avó costumava lhe dizer, quando era criança e adorava brincar na mata: "durante o dia o maior perigo na floresta são os animais pequenos, como vespas, aranhas, escorpiões e lacraias, já que suas picadas, muito embora não sejam fatais, são muito dolorosas".

Assim, desde cedo, ela aprendeu a prestar muita atenção quando saltava sobre troncos caídos, já que cobras costumam se enrolar e descansar por ali, a observar bem locais para se sentar ou deitar, por causa dos escorpiões, lacraias e até mesmo formigas, que estão por todo local.

Outros animaizinhos que também costumam incomodar um bocado são os mosquitos, carrapatos e micuins, já que causam bastante coceiras e irritação na pele. Por isso, ela jamais saía de casa sem colocar um bom repelente natural, extraído de sementes oriundas da floresta, e um talco contendo enxofre, que ajudava a prevenir o ataque de micuins.

Naquele dia, porém, sua distração poderia ter-lhe trazido consequências desastrosas. Logo, ela redobrou sua atenção, apurou os sentidos. E, ao ouvir outro estalo, concluiu que, de fato, aquele som não havia sido provocado por nenhum bicho da mata e sim pelo bicho homem, que poderia ser tão ou mais perigoso que qualquer outro animal da selva.

— Du, é você? — Perguntou, e aguardou alguns segundos por uma resposta que não veio.

Foi neste momento que ouviu mais alguns estalos e seus nervos se agitaram, o coração acelerou e o pânico quase tomou-lhe conta, ao lembrar-se do dia que fora perseguida e se machucou gravemente na fuga.

Mas, enquanto avaliava rapidamente se deveria fugir ou enfrentar aquele que a seguia, embora não tivesse levado absolutamente nada para se defender e a única coisa que havia por perto era um graveto de madeira que mais se assemelhava a uma estaca, ouviu alguém chamar pelo seu nome.

Aliviada, ela abriu um largo sorriso quando viu duas jovens da tribo, que eram suas primas de terceiro grau por parte do pai, vindo ao seu encontro. E o alívio foi tão grande que ela esqueceu por completo que as moças vinham de um sentido diferente de onde ouviu os primeiros barulhos.

— Y-Yara, Jacir! — disse, com a voz entrecortada pela surpresa. — Caramba, que susto vocês me deram!

As garotas não compreenderam qual era o motivo do susto e simplesmente riram, divertidas com a expressão alarmada no rosto de Açucena.

***

Não era por causa de sua missão e sim porque temia pela segurança dela que ele cogitou seriamente a hipótese de ir atrás de Açucena. Mas se ela percebesse sua presença, ele não teria como justificar e poderia ser o fim de seu relacionamento. Então, não lhe restou alternativa a não ser ocupar ao máximo o seu tempo, após exercitar-se até seus braços e pernas reclamarem de fadiga.

Durante o período da manhã, preencheu o tempo fotografando os seus quadros e acertando detalhes para o lançamento de seu "atelier virtual", que se daria em breve.

À tarde, como estava sem a mínima inspiração para desenhar, ligou o computador e navegou a esmo pela internet. Conversou por algum tempo com sua ex-esposa e alguns amigos por uma rede social. Ainda assim, as horas custaram muito a passar.

Quando ela chegou, por volta das sete horas da noite, ele já estava angustiado, e irritado também. Nunca houve outra mulher capaz de deixá-lo tão descompensado, pensou, apavorado com a dimensão daquele sentimento.

— Oi — disse Açucena, assim que entrou na cozinha e o encontrou preparando alguma coisa no fogão.

Ele se virou para ela e havia uma miríade de sentimentos nos olhos de ambos.

— Oi. Como foi lá? Está tudo bem?

— Tudo bem.

Ele abriu os braços e ela seguiu em sua direção, com passos que pareceram vacilantes, mas a verdade é que ela estava envolta em emoções que fizeram com que seus nervos ficassem igual geleia. Tanto que seus olhos se encharcaram d'água, assim que encostou a face no peito dele. Tudo o que ela queria era a benção do pai para seu relacionamento, afinal, Saraíba e Eduardo eram as pessoas mais importantes de sua vida e ela já não suportava mais aquele conflito velado entre eles. Mas depois de uma longa conversa, finalmente, ele dera a benção à sua união.

Porém, o pai manteve firme a desconfiança em seu namorado e, por isso, fez questão de deixar bastante claro que ficaria vigilante a todas as ações do rapaz. Apesar disso, das palavras duras que ouvira, ela sentia o peito leve como há tempo não experimentava.

— O que houve? — perguntou Eduardo, quando ela soluçou em seus braços. — Aconteceu alguma coisa? — E, com o coração em frangalhos, a afastou o suficiente para ver sua expressão. — Por favor, me diga o que aconteceu — pediu, mediante o silêncio que ela se mantinha. — Não me deixe nesta agonia.

Com os olhos brilhando pelas lágrimas que tentava reprimir, ela envolveu o rosto dele em suas mãos e o puxou para si. E esboçou o sorriso mais encantador e brilhante que ele já vira, antes de beijá-lo com tanta suavidade que quase derreteu seu coração.

Ele a laçou pela cintura e aprofundou o beijo. Não sabia ainda o que havia acontecido, mas se ela estava feliz, ele também estava.

Enquanto ela tomava uma ducha, Eduardo terminou de preparar o jantar: macarronada ao sugo. Um tipo de refeição que Açucena só passou a apreciar um pouco mais com a convivência com ele.

— Está uma delícia! — Ela comentou, após colocar uma colherada na boca. — Mas...

Lá vem, pensou ele, bem-humorado.

— Mas?

Ela esboçou um sorriso divertido.

— Acho que serei obrigada a lhe ensinar a fazer alguns pratos menos calóricos e mais nutritivos.

Ele tinha certeza que ela ia reclamar. Afinal, sempre que ficava responsável pelo jantar, fazia algum tipo de massa. Mas o que poderia fazer se, desde menino, aquele era seu tipo de prato preferido?

— Eu sabia!

— O que você sabia?

— Que você ia reclamar da minha macarronada.

— Oh, não! — Ela o olhou com ternura. — Não estou reclamando. Apenas...

— Tudo bem. Não precisa acariciar o meu ego. Eu aguento o baque — disse, e sorriu, para que ela percebesse que estava brincando.

Em troca, ela lhe ofereceu um sorriso lindo. Em seguida, ficou reflexiva.

Eduardo ficou imaginando no que ela estaria pensando, e se flagrou ansioso para também saber o que havia ocorrido na aldeia. Ela não comentara nada desde que chegou. Apesar disso, da curiosidade que apertava seu peito, ele resolveu aguardar que ela se abrisse espontaneamente.

Contudo, só algum tempo depois, quando terminou de lavar a louça que, naquela noite, ficou por conta dela, e enfim se aconchegou no sofá ao lado dele, ela comentou, com uma insegurança que não lhe era muito comum:

— Aquele papo de casamento é sério?

Ele havia acabado de sintonizar, através de um canal pago, um filme policial, bem ao estilo que gostava, mas, imediatamente, pegou o controle-remoto e desligou a televisão.

— Claro que é. Por quê?

— Eu falei com o meu pai e ele... bem... ele, finalmente, nos dará a sua benção.

— Ora, ora! — Contente, ele a agarrou e a colocou em seu colo. — Isso quer dizer que ele resolveu confiar em mim?

— Não — disse ela, com um sorriso meio tenso. — Ele continua sem confiar em você.

— Então...

— Então que ele quer que eu seja feliz, por isso aceitou. Mas... — Ela deu um jeito de se ajeitar no colo dele, abraçando-o pela cintura com as pernas, e procurou relaxar. O mais difícil já tinha passado. — Ele mandou um recado pra você...

— Um recado?! Lá vem bomba!

Ela riu agora.

— Ele mandou dizer que ficará de olho em você. — Seu sorriso murchou e ela tornou a ficar tensa quando percebeu algo nos olhos de Eduardo. — O que foi? Algum problema? Se você se arrependeu de...

— Não. — Ele fixou um sorriso no rosto. Há algum tempo sabia que Saraíba estava em seu encalço. O recado, portanto, era apenas um alerta. Talvez uma indireta: o caçador virara caça!, pensou. Só que ele não seria uma caça fácil. — Não se preocupe. Pra quando vamos marcar nosso casamento?

— Não precisamos nos precipitar... — Ela começou a dizer. Mas o jeito que Eduardo pegou seu rosto entre as mãos e a beijou fez seu coração dar inúmeras cambalhotas na caixa torácica, parecia que ia sair pela boca.

— Claro que não — falou ele abafado contra a sua boca, enquanto já a inclinava no estofado. — Um mês está bom pra você?

— Um mês?! Não, Du! Um mês é muito pouco tempo para...

Ela não conseguiu concluir a frase e muito menos pensar direito quando ele tornou a atacar sua boca com aquela volúpia arrasadoramente deliciosa que sempre lhe fazia perder o juízo, a razão.



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Música tema: Here Without You

Banda: 3 Doors Down

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E, aí, o que acharam?

Deixem seus comentários.

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Proibida a reprodução do texto parcial ou totalmente. 


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