Changes

By holliejnls

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Com um coração duro e machucado Lauren conhece Camila, uma garota que tem problemas de autoestima, é ambicios... More

DECLARAÇÃO
Capítulo 01 - Maybe a home...
Capítulo 02 - United States of America
Capítulo 03 - My past has tasted bitter
Capítulo 04 - Your lips... On mine.
Capítulo 05 - Mine
Capítulo 06 - Only you
Capítulo 07 - Reason
Capítulo 08 - Closer
Capítulo 09 - Just Let It Be
Capítulo 10 - Never Let Me Go
Capítulo 11 - Christmas Time at All
Capítulo 12 - New Years Eve
Capítulo 13 - Behind the throubles
Capítulo 14 - Feels Like Home
Capítulo 15 - Summer Days
Capítulo 16 - Dancing Queen
Capítulo 17 - All those pretty details
Capítulo 18 - Forever Then...
Capítulo 19 - So goodbye, please, don't cry.
Capítulo 20 - Summertime sadness
Capítulo 21 - Make You Feel My Love
Capítulo 23 - This is the end?
Capítulo 24 - Can I open my eyes?
Capítulo 25 - Carry You Home
Capítulo 26 - All of The Stars
Capítulo 27 - New life
Capítulo 28 - Rain
Capítulo 29 - The Teacher
Capítulo 30 - Forever Remember?
Capítulo 31 - Damn World
Capítulo 32 - Thanks for all
Capítulo 33 - Here to help you
Capítulo 34 - Story...
Capítulo 35 - Broadway
Capítulo 36 - Pop. Six. Squish.
Capítulo 37 - Our house
Capítulo 38 - Find me here, and speak to me.
Capítulo 39 - We Remain
Capítulo 40 - On Our Way
Capítulo 41 - Changes
AVISO LIVRO FÍSICO
PRÉ-VENDA

Capítulo 22 - Sweetie, I love u too

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By holliejnls




Bom dia killerzada.

Mamãe tá com pressa, mas ama vocês muito.

só vim atualizar e sai correndo.

Beijos.


*


Ian falou por aproximadamente trinta minutos e Lauren ouviu tudo atentamente, enquanto algumas peças que faltavam em seu quebra-cabeça se encaixavam rapidamente.

– Você mentiu pra mim pai. Você sabe que eu odeio mentiras. – Ela disse brava.

– Não eu não menti. – Ele franziu.

– MENTIU SIM! Você disse que estava bem. Você não esta bem! Era mentira. – Ela se alterou.

– Eu tinha esperança...

– E você não tem mais?!

– Tenho de que vou sofrer pouco. Não menti. Não é a mesma coisa... É normal ter raiva.

– Então foi para isso que me trouxe para cá? Pra não ficar sozinho enquanto... – Ela já chorava de forma compulsiva novamente. – Porque não nos contou?

– Eu queria ver você. E não era para ser assim... Era para nos acertarmos... – Ele disse de forma calma. – Não era pra ser assim.

– Agora é pai.

– Não, não é. É só mais uma parte do que aconteceu durante seu último maravilhoso ano na escola morando com seu pai, não é uma das melhores partes, eu admito.

– Eu te amo. – Lauren disse passando o pulso no nariz.

– Querida, eu também te amo. – Ele disse e bateu com a mão no colchão. – Vem cá.

Lauren foi, se deitou ao lado do pai enquanto chorava, e mais uma vez se arrependia de suas palavras aquele dia. Ela se culpava. Ian tinha câncer no pulmão, estava avançado, já o impedindo de respirar regularmente e de fazer esforços como caminhar por muito tempo. As dosagens de medicamentos seriam aumentadas, ele não saíria do hospital.

As dores pelo corpo se intensificaram e isso causou o desmaio.

Do lado de fora após o choque da noticia Vero que ultimamente andava mais emotiva do que nunca foi amparada por Harry enquanto Camila levava Lucy à lanchonete para comprar biscoitos para a amiga.

Era nesses momentos que a inocência de Lucy era notada como uma coisa positiva. O silêncio não era bom, mas era necessário. Parisa e Betsy  apareceram depois da mensagem de Camila, não gostaram do clima e quando ficaram sabendo da noticia se sentiram tão mal quanto todos os outros que estavam no hospital.

Lauren continuou deitada ao lado do pai, ela não queria sair dali. Gostaria que fosse apenas um pesadelo cujo qual abriria os olhos a qualquer segundo e sorriria por ser apenas aquilo, mas não era... Era tão real quanto ela. E doía, a ponto de desejar estar no lugar do pai.

A doutora disse que Lauren precisava sair apenas para aplicar os remédios e depois a morena poderia voltar. E que também avisar que Ian não poderia receber visitas agora. Lauren recebeu um beijo terno do pai na testa e saiu com o nariz vermelho e o rosto inchado de dentro do quarto.

Camila estava andando de um lado para o outro, viu quando a porta foi aberta e caminhou rapidamente até Lauren a abraçando no meio do caminho. Elas não precisavam de palavras, infelizmente as duas sabiam que não seria regressivo e não teria cura, não do jeito como o câncer se encontrava.

Camila sentia a dor de Lauren e sabia que a morena havia perdoado o pai por tê-la abandonado. Lauren terminava de encaixar as peças que faltavam no quebra cabeça e entendia agora todos os motivos de seu pai, o da separação e todos os outros. E se sentia cada vez mais um lixo ao lembrar que desejou a morte de seu pai.

Abraçava com força a cintura da latina, com seu rosto na curvatura do pescoço da mesma, escondia as lagrimas que escorriam involuntariamente. Camila acariciava o cabelo de Lauren enquanto a envolvia com os braços.

Após alguns minutos assim elas se soltaram, mas Camila não soltou a mão de Lauren e a morena apertava com força a mão da latina. Lauren olhou para o relógio já marcava nove horas. O tempo correu desde o momento em que saíram da escola. E agora o tempo era algo que a aterrorizava, um minuto para o futuro, um minuto correndo o risco de ficar sem o pai.

– Meu pai está bem... – Ela disse com ironia. – Isso é ridículo. – Murmurou. – Sei que estão curiosos e souberam um pouco pela medica, mas ele está estabilizado no momento. E não é permitido visitas. Apenas Vero e Lucy poderão entrar eu acho, mas... É isso. – Lauren disse rapidamente, ela não queria falar mais... Não sentia vontade de falar.

Todos ficaram em silencio, Louis e Harry abraçaram Lauren juntos e a morena chorou mais ainda. Depois de um tempo, Camila se sentou ao lado de Lauren.

– Você pode ir pra casa. Eu vou ficar com meu pai, descanse e venha amanhã. – Lauren disse segurando as duas mãos de Camila e com a cabeça no ombro dela.

Camila assentiu lhe depositou um beijo na cabeça e acompanhou os pais para casa. Parisa e Betsy abraçaram Lauren e depois se foram. Danielle levou as três meninas para a lanchonete, Lauren comeu pouco, Vero não conseguia engolir nada e Lucy estava cheia por causa dos biscoitos, a mulher decidiu ir para casa para buscar roupas para todos e deixou as meninas ali.

Vero e Lucy ficaram na sala de espera e Lauren foi atrás da capela do hospital, ela não era muito boa com orações, quando era nova frequentara a igreja, mas a hipocrisia das pessoas a fazia não gostar do local em si, apenas do que significava.

Ela acreditava em Deus e sabia o que ele significava, e que pregavam que o amor entre duas mulheres era errado, talvez isso a tenha afastado mais.

Agora dentro da capela Lauren olhava para aquele homem pregado a uma cruz de madeira e não sabia bem o que pedir... Até porque nos seus conceitos de ensinamento, ele não estava mais pregado lá. Sentou-se em um banco abaixando o rosto e o apoiando em seus dedos entrelaçados e fechou os olhos.

– Senhor... Minha vida não é um exemplo para ser seguida, eu magoei meus pais... M-muitas pessoas e até a mim mesma. Eu não ando nos trilhos, nem tenho uma vida correta conforme os teus padrões... Mas eu me arrependi... Eu gostaria de acreditar que meu pai pudesse ser curado, mas ele está no final... Eu poderia pedir para que o curasse, mas isso é algo que eu não consigo pedir, porque se eu pedir e não surtir resultado, eu não quero lhe culpar... Eu gostaria de estar no lugar dele, desejei isso a ele... A-apenas cuide dele, e não o deixe sofrer. Que ele não sinta muitas dores ao partir. Demorei muito para voltar a me importar com ele, me de algum tempo a mais... Eu o amo... E-eu... Amem. – Lauren chorava cada vez mais sua voz saia rouca e quase inaudível, seus soluços eram altos e às vezes lhe faltava o ar ou ela engasgava com as palavras.

Levantou-se do assento e viu Vero em pé escorada no batente da porta. Lauren andou até a amiga, elas se olharam por um tempo. Lauren se sentia fraca, ela passou as duas mãos no rosto afastando as lagrimas dos olhos. Vero a puxou para um abraço, as lágrimas de Vero escorriam em silencio e Lauren soluçava agarrando com as unhas a blusa de sua melhor amiga, tentava encontrar a estabilidade que não achava no momento.

– Cadê a Lucy? – Lauren perguntou após encontrar o fôlego.

– Está sentada com Dani na sala de espera, Luna já apareceu dizendo que só a família podia entrar... Vamos passar a noite no quarto dele com você, ok? – Vero disse encostando o queixo na cabeça de Lauren.

– Vamos... Eu já acabei aqui. – A morena disse se afastando da latina.

Vero passou o braço pelo ombro da amiga e seguiu junto com Lauren para sala de espera. Todas as meninas estavam com mini shorts de chinelo e regata. Danielle entregou a mala para Vero e as três se trocaram colocando calças jeans, blusas com mangas e alternando entre, botas, sapatilhas e all star. Lauren prendeu o cabelo em um coque, Vero fez um rabo e Lucy deixou solto. Não falaram nada, a ausência de palavras não incomodava, também não tornava agradável, mas era melhor assim... E no final das contas não tinha o que ser dito, nenhuma palavra de conforto realmente traria isso.

Elas saíram do banheiro e juntas entraram no quarto de Ian sem fazer barulho, ele estava assistindo o musical Grease.

– Oi meninas. – Ele disse assim que as viu entrar.

– Tio Ian, você vai ficar bem? – Lucy perguntou parando ao lado da cama.

– Por enquanto sim. – Ele sorriu.

Vero estava observando Ian que franziu olhando para ela e a chamou.

– Eu não vou! Você fez errado em trazer Lauren para cá estando doente. – Vero disse passando a mão no rosto. – Ela está sofrendo.

– Será que é só a Lauren mesmo que está sofrendo com isso? – Ele perguntou divertido.

– NÃO FAÇA PIADA! – Ela disse apontando para ele. – Não tem graça.

Lauren assistia aquilo com um misto de surpresa e dor, ela estava sentada no sofá junto com Lucy e Lauren.

– Vem aqui latina marrenta. – Ian disse

Vero caminhou cautelosa até Ian. – Você é legal, pessoas legais sempre se ferram. – Ela disse baixinho.

– Senta. – Ele disse.

Vero se sentou e abraçou Ian. – Não deixa a gente tio... – Ela disse sentindo um nó enorme na garganta e seus olhos marejados novamente.

– Eu não vou deixar, vou sempre estar com vocês. – Ele disse sorrindo de forma calma.

Vero sorriu e se afastou de Ian, se sentou ao lado de Lauren pegando o suéter que estava ali e vestiu. Lauren se deitou ao lado do pai.

– Lembra como você era autoritária quando era criança? – Ele perguntou

– Eu ainda sou papai. – Ela disse

– Não é não... E Camila que pode afirmar isso. – Ele respondeu e arrancou uma risada de Vero e fez a morena ficar vermelha.

– Antes, quando ela era Ice Lauren era só ela erguer a sobrancelha esquerda e franzir os lábios e todos seus súditos ou se curvavam ou sumiam de medo. – Vero disse.

– Inclusive você né. – Lauren disse com um sorrisinho irônico.

– Eu nada... Como dizia você: Eu sou louca! – Vero disse.

– Vero sabia que a Lauren franze os lábios desde que era uma criança?

– Eu lembro vagamente disso...

– Quando ela tinha quatro anos eu a levei para uma loja e tinham quatro bonecas diferentes, Lauren não ia brincar com nenhuma delas, quando falei para ela escolher uma ela, fez a expressão e só deu um sorriso quando as quatro bonecas estavam dentro da sacola que ela carregava orgulhosa.

– Desde cedo já era temida. – Lucy disse se divertindo com a história.

– Sim, muito temida. – Lauren afirmou assentindo.

Eles continuaram conversando sobre banalidades... Quando Camila chegou a casa subiu em silêncio para seu quarto.

Ela não podia se mostrar fraca para Lauren, a morena precisava de alguém forte, e Camila seria o pilar que a namorada precisava, mas a latina não era de ferro. Harry seguiu a filha e ficou do lado de fora da porta, ele não fazia isso, nunca fez antes e não faria se não fosse o caso, mas ouviu os soluços de Camila e entrou no quarto.

A latina estava sentada na cama, apertava o lençol com as unhas, seus ombros sacudiam. Harry se sentou ao lado dela e a puxou para o colo. Camila se agarrou ao pai e chorou. Ela sabia que agora estava em sérios problemas, sabia que Lauren estaria mais machucada do que nunca, sabia de muito e ao mesmo tempo não sabia de nada.

– Se acalma estrelinha. – Harry sussurrou

– Ele vai embora papai... Ele vai embora... – Camila sussurrou entre as lágrimas.

Harry não argumentou mais, apenas apertou Camila.

Ian dormiu ao lado de Lauren a morena se levou vendo que Lucy havia dormido encostada em Danielle.

– Dani acho que você pode levar Lucy e Vero para casa. Meu irmão e minha mãe estão vindo. – Lauren disse baixinho olhando para Vero que estava de olhos fechados com a cabeça na parede.

– Eu não vou te deixar Lauren. – Vero disse e sua voz não parecia fraca como a de uma pessoa que está com sono.

– Ok, eu não vou discutir. – Lauren disse – Mas a Lucy precisa ir.

– Eu levo. – Dani disse. – Qualquer coisa me ligue, eu venho amanhã com roupas e para alimentá-las.

Lauren assentiu e saiu do quarto enquanto as meninas se arrumavam. Seu celular vibrou no bolso de sua calça.

– Alo? – Ela atendeu sem ver quem era.

– Lauren, nós vamos demorar mais duas horas do que deveríamos, está chovendo aqui em LA. – Candice disse em meio a muito barulho.

– Tudo bem, papai está bem. Como Chris está?

– Chorando...

– Você contou?

– Sim, ele foi duro no começo, mas não aguentou muito. Ele está com medo, por isso não ligou.

– Não entendi...

– Se ele falasse com você ia desabar em público.

– Chris e essa mania de ser machão. Até eu sou mais homem que ele.

– Não duvido – Ela disse rindo.

– Eu estou ouvindo. – Chris disse nervoso, sua voz parecia longe. – E não têm graça fazer piadas em momentos como esses.

– Desculpa Chris mas não deu pra evitar. – Lauren disse

– Nós vamos desligar tá Laur, te vemos de madrugada. – Candice disse rapidamente.

– Ok, eu amo vocês. – A morena disse.

Ela voltou para o quarto, seu pai estava dormindo e Vero saiu para ir ao banheiro. Lauren se sentou na poltrona que estava no canto do quarto, abraçou as pernas e encostou a cabeça no estofado enquanto observava o pai. Ele havia feito cada coisa brilhante na vida, peças e peças de teatros que bombaram por meses na Broadway, um filme com um awards de melhor ator coadjuvante e mais alguns troféus. Lauren se remexeu na poltrona e fechou os olhos por breves segundos, mas sua infeliz mente vinha e ia diretamente ao quarto de Cara.

Abriu os olhos e decidiu ficar assim, observando o pai dormir.

Vero perambulou pelo hospital até lanchonete, ela precisava comer e seu estomago estava roncando, um misto quente um copo de suco e um copo de café para Lauren, comeu rapidamente. Ela se levantou e foi para o andar de cima. Enquanto andava bateu de frente com uma pessoa e derrubou o copo do café no chão.

– Por Deus! Te achei...

Aquela voz... Vero olhou incrédula para cima procurando o rosto, olhos claros, uma pele bronzeada, sorriso branco, cabelos compridos, o cheiro do cloro. Vero agarrou Keana em um abraço e escondeu o rosto no ombro dela.

– Como eu senti sua falta. – Vero sussurrou.

– Não mais do que eu. – Respondeu beijando a cabeça de Vero. Keana passou os braços pela cintura dela e sorriu.

– O que você está fazendo aqui?

– Meus pais vieram resolver um problema para cá e é feriado em Miami, prolongado, então eles aproveitaram e eu vim junto, fui atrás da sua casa não encontrei ninguém, fui até Camila, ela e Harry me disseram que Ian estava internado aqui. O que aconteceu? Está tudo bem? – Keana pegou o rosto de Vero entre as mãos. – Você andou chorando? Como você tá, amor?

– Não tá nada bem. Sim, eu andei chorando. E eu estou mais ou menos. – Vero deu um sorriso quebrado para Keana.

– Cadê Lauren? Porque a Mila estava chorando tanto? Pera, elas estavam longe uma da outra... Elas estão bem?

– Sim, elas estão bem. Lauren está dentro do quarto. Mila chorando? Ela estava tão forte aqui, é melhor não contar isso pra Laur. – Vero franziu. – Enfim... Ian está com câncer no pulmão... E ele não vai... – Vero tentou dizer, mas não saia. Ela encarou Keana e disse tudo o que precisava com o olhar enquanto uma lagrima solitária escorria por seu rosto.

Keana parou e franziu, então entendeu as coisas, entendeu o motivo de Vero estar tão pra baixo. Ela acariciou o rosto da latina limpando a lagrima e beijou a testa dela.

– Onde você ia com a pressa com a qual andava? – Keana perguntou olhando Vero de cima abaixo.

– Você está aqui. – Vero sorriu calma. – Eu ia para o quarto de Ian, mas acho que você não pode entrar.

– E você pode?!

– Quando vim para Carolina do norte eu precisava de alguém para responder por mim então Ian pegou a minha guarda provisória e a da Lucy também, mas eu já tenho dezoito e a Lucy faz na próxima semana, e eu não quero falar disso. – Vero disse

– Entendi... Vamos, você me leva para a sala de espera. – Keana disse.

Vero pegou a mão de Keana entrelaçando seus dedos. A tese de cedo se foi totalmente, Keana ali abalou todas as estruturas de Iglesias, ainda mais em um momento delicado. As duas caminharam em silencio para lá.

– Eu já volto, vou ser rápida e vou ver se Lauren vem também. – Vero disse se afastando.

Keana a puxou – Eu sei que é indelicado fazer isso, e não é o local certo, mas não vou abusar muito. – Keana sussurrou e selou os lábios delas. Assim que se separaram, afastou a franja da latina. – Volta logo.

Vero se sentia mais leve e isso repercutiu dentro do quarto, quando ela entrou Lauren se sentiu calma, uma boa sensação era ótima em momentos difíceis.

– Nossa me diz o que te deram na lanchonete que eu vou pedir um também. – Lauren disse se encolhendo na poltrona.

– Nesse caso você teria que ir buscar o seu chaveiro na casa dela. – Vero disse olhando Ian e se escorando na parede.

–Não entendi. – Lauren franziu

– Keana está lá fora. – Vero sorriu delicadamente e se bateu internamente.

– Não faça isso. Não diminua seu sorriso, não faça isso em um momento como esse, e não se culpe por estar feliz. – Lauren disse.

– Vamos lá fora... Ela tá lá. – Vero disse estendendo a mão para Lauren.

A morena pegou a jaqueta e vestiu, olhou para o pai para se certificar de que estava tudo certo e saiu acompanhada de Vero para a sala de espera. Keana sorriu para Lauren em forma de encorajamento e a abraçou.

– Não é um bom momento para falar isso, mas eu realmente sinto muito. – Keana disse apertando a morena.

– Eu também sinto... – Lauren disse baixo e Keana a soltou.

Eram aproximadamente duas da madrugada. O celular de Keana vibrou em seu bolso.

– Alo? - Ela atendeu sobre o olhar curioso de Vero. O que a fez sorrir.

– Kea, esta tudo bem? Sei que você é grandinha, mas você saiu e eu não vi. – Sua mãe disse do outro lado da linha.

– Não sei definir ainda mãe. Eu estou no hospital, o pai de uma amiga está internado. Eu estou com Vero aqui. – Keana sorriu se afastando, o momento não era muito favorável, mas ela não conseguia não olhar para a latina e não se sentir feliz.

– Você vai voltar hoje? – A Sra. Isartel perguntou preocupada.

– Talvez eu passe em casa lá pelas 10AM, mas eu não vou ficar por ai. – Keana foi rápida.

– Desejo melhoras para o pai de sua amiga.

– É... Uhn... – Keana se virou de costas e se afastou de Lauren e Vero que conversavam baixinho.

– Algo errado com isso?

– Ele está com câncer... Estágio terminal.

– Oh...

– Eu vou desligar mãe. Falo com a senhora amanha, Te amo. – Keana foi rápida.

– Espero que sua amiga fique bem, mande um beijo para Vero, se cuide... Traga a garota aqui. – Ela disse.

– Ele é meio que pai da V, mãe... Eu não sei se ela vai querer sair daqui. – Keana olhou para as duas.

– Eu não estou entendendo. – A mãe dela ficou confusa.

Keana fez um resumo rápido.

– Tudo bem eu te amo, te vejo amanhã. – A mulher disse e desligou.

Keana caminhou até elas e as olhou.

– Eu vou para o quarto... Como você não pode entrar ainda Kea, a Vero vai ficar aqui fora e qualquer coisa eu chamo. Desculpa por acabar com seu feriado. – Lauren disse.

– Hey, você não acabou com nada. Mantenha a calma, nem tudo nesse mundo é o que parece e as coisas mudam com uma facilidade monstra. Tem certeza que não quer a Vero lá dentro? Por mais que eu queira ficar com ela, eu posso ir fazer outra coisa como comer e depois voltar aqui para sala de espera. – Keana disse rapidamente.

– Não, é serio. Eu não vou dormir, não consigo... Eu vou ficar com meu pai... Preciso de um tempo assim, só eu e ele. Antes que minha família chegue. Estou feliz que esteja aqui. – Lauren sorriu e beijou o rosto de Keana e depois afagou o ombro de Vero e seguiu para o quarto.

– Ela esta pálida. – Keana disse

– Demais. – Vero disse. – Você está com fome?

– Me denunciei né? Eu só comi às seis horas. – Keana coçou a cabeça.

Vero a abraçou e aspirou o cheiro de cloro com o perfume de flores que Keana usava.

– Eu vou te levar pra comer. – Vero disse.

– Só Deus sabe como eu senti sua falta. – Keana disse contra os cabelos da latina.

Elas foram de mãos dadas para a lanchonete, colocaram a conversa em dia, Vero ainda estava com o coração apertado, e preocupada com Lauren. Keana contou que havia feito a primeira bateria de exames e que já havia participado da primeira corrida de quatrocentos metros e ficado em segundo, mas ela estava contente consigo mesma, embora ela tivesse que ficar só em primeiro a partir das próximas. Vero ouviu tudo de forma calma enquanto dava goles em seu chocolate quente.

Elas ficaram quietas, Vero se lembrou do jantar que elas tiveram. Keana apreciava a beleza da latina. Ela pagou tudo e pegou um café para Lauren, e pretendia que esse chegasse a seu destino com segurança. Elas foram para a sala de espera e segundos depois Megan chegou com uma mala.

– Vero. Keana. – Ela disse ao ver as meninas.

– Oi Megan. – Keana disse dando um beijo na bochecha da mulher.

– Tia... – Vero a abraçou forte.

– Cadê a Lauren? – Ela perguntou.

– Está no quarto. O 210. Eu ia levar esse copo para ela, mas acho que ela vai gostar de ver você. - Vero disse entregando o copo para a mãe de sua melhor amiga.

– Como Ian está? – Perguntou.

– Dormindo... Nada foi alterado, ele dormiu. – Vero respondeu passando o braço pela cintura de Keana que a apertou.

– Eu vou lá. – Ela disse indo.

– Megan, deixa sua mala. – Keana disse – A gente olha.

– Obrigada meninas. – A mulher deu um olhar agradecido a elas e seguiu em direção ao quarto.

Vero e Keana se sentaram e colocaram a mala no canto. As duas conversavam sobre nada importante, mas algo que pudesse distrair a latina. Keana a puxou para perto e em segundos, ela estava dormindo no ombro dela. Keana se assustou quando viu lágrimas escorrerem pelo rosto da latina, mesmo enquanto ela dormia, mas não fez nada alem de limpar e a apertar mais para que ela ficasse quente naquele hospital frio.

Chris e Candy chegaram também com malas, eles fizeram silencio para não acordar Vero e ficaram surpresos ao ver Keana, mas conversariam depois. Os dois seguiram para o quarto. Keana acabou dormindo com o calor aconchegante que emanava da latina.

Dentro do quarto, Megan consolava Lauren que havia entrado em mais uma crise de choro, falando para mãe que havia desejado a morte de seu pai. Chris estava olhando o pai fragilizado na cama de hospital abraçado a Candice. Luna entrou no quarto em silencio vendo os adultos lá e chamou Megan que trocou de lugar com Chris para acompanhar a doutora.

As duas conversaram sobre o caso, Luna explicou tudo o que faltava. Megan sabia da doença desde o começo, viu a teimosia do ex-marido para fazer as quimioterapias, depois parar de tomar remédios e continuar dando aulas para estar com Lauren.

Ian acordou surpreso com a quantidade de pessoas ali, sentiu falta de Lucy e Vero.

– Eu estou com dor e com sede. – Ele disse chamando a atenção de todos.

– Oi papai. – Lauren disse se aproximando.

– Você tem que parar de chorar Michelle... Eu ainda estou aqui. – Ele disse esticando a mão para tocar o rosto dela.

Chris estava dormindo na poltrona e Candice no sofá. Megan chamou Luna que ajudou Ian enquanto os dois conversavam, haviam se tornado amigos durante todo o tempo em que ele andara frequentando o hospital.

– Cadê a Lucy e a Vero? – Ele perguntou.

– Elas estão lá fora, junto com Keana, Parisa, Betsy, Camila e mais uma porrada de gente. – Lauren disse.

Eram sete horas da manhã já, Camila havia acabado de chegar e avisado a Lauren por whatts.

– Pode ir lá fora... Eu preciso conversar com sua mãe. – Ele disse.

Lauren assentiu, beijou a testa do pai e saiu do quarto. A claridade do dia não a incomodava, mas luzes florescentes do hospital quase a deixavam cega. Ela viu Camila e ignorou todo o resto, sentiu falta da latina. Estendeu a mão e a puxou para um abraço apertado sem lágrimas.

– Como você está? – Lauren perguntou.

– Bem melhor e você? – Camila perguntou.

– Ficarei melhor... – Lauren disse e beijou a bochecha dela.

Vero estava trocada e arrumada, Lucy também. Parisa e Betsy olharam para ela.

– Eu sinto muito Lauren. – Betsy disse

– Meu pai ainda está bem gente.

– Não é isso não. Você perdeu o SAT. – Parisa respondeu.

Camila franziu, Lauren ignorou, seu futuro não estava mais certo. Ela veria faculdade em momento melhor. Agora não era hora.

Mike estava ali também, Keana estava no telefone com alguém, Danielle estava com uma mala para Lauren e tinha mais algumas pessoas ali e alguns alunos. Harry estava de passagem. Todo mundo muito curioso, com as melhores intenções, mas nada disso animava Lauren. Aspirou o cheiro de Camila enviando um pouco de calma para o seu interior e depois apertou a latina em seus braços.

– Está tudo bem. – Disse. – Eu me resolvo com a faculdade depois... Eu não sei se eu precisaria da nota do SAT para entrar na faculdade que quero cursar.

– Ok. – Parisa disse.

– Eu vou lá em baixo buscar café alguém quer?

– Eu vou querer um. – Camila disse

– Eu também. – Lauren falou.

– Trás um pra mim também, por favor? – Keana pediu.

– Eu vou com você, amor. – Parisa se levantou.

– Trás mais dois? - Vero pediu e Parisa assentiu.

– Eu quero biscoitos. – Lucy pediu.

– Algo mais? – Parisa perguntou.

– Acho que não. – Betsy disse depois do silêncio se estender.

As duas saíram.

– Eu vou me arrumar... – Lauren disse na orelha de Camila, soou mais como um pedido para que ela fosse junto.

– Eu vou. – Camila assentiu.

Lauren pegou a mala com Dani e as duas seguiram para o banheiro.

– Você tem se alimentado? – Camila perguntou.

– Mais ou menos. – Lauren disse enquanto tirava as roupas para se limpar.

– Você tem que comer Lauren, a não ser que você queira uma bolsa de soro grudada no seu braço. – Camila pegou as roupas e dobrou.

– Não, eu não quero. – A morena respondeu.

– Eu vou te levar para almoçar. – Camila disse.

– Tá... – Lauren deixou vago.

– Eu preciso que você se abra comigo Lern. – Camila disse calma. – Eu não sei o quanto é difícil ter algo assim acontecendo, mas eu ainda estou aqui para você, por você e com você.

– Está doendo tanto Camz, eu me sinto mal, eu preciso te contar algo... – Lauren disse saindo e se secando enquanto Camila arrumava as roupas.

Enquanto se vestia com ajuda de Camila Lauren contou sobre a visita de seu pai lá em Los Angeles, sobre ontem depois que a latina foi embora. Camila ouvia tudo enquanto cuidava de Lauren após esconder as olheiras da namorada e de deixá-la apresentável, em uma calça jeans azul. Uma blusa branca, a jaqueta preta de couro, botas pretas nos pés, o rabo de cavalo e a maquiagem básica, ela guardou tudo ainda ouvindo o resto da história.

– Você não devia se culpar.

– Mas...

Camila colocou o indicador sobre os lábios de Lauren a calando. – Você mesma disse que se arrependeu, e que quando disse isso, não dizia por querer e sim para se mostrar "forte" e "durona". Seu pai não ficou doente apenas por que você desejou, mesmo que sendo mentira, que ele morresse. Não se martirize meu amor. Era pra ser assim, tudo tem um motivo, mesmo que nem sempre tudo esteja tão claro. – Camila disse e Lauren assentiu tentando fazer com que as palavras de Camila a tranquilizasse, a latina deslizou o dedo pelos lábios de Lauren e juntou suas bocas em um beijo suave.

– Você está certa, mas eu ainda me sinto magoada comigo mesma. – Lauren sussurrou já com as mãos na cintura de Camila.

– Vai passar, e eu estarei ao seu lado, te ajudando... Se você quiser, é claro. – Camila sorriu e desenhou a sobrancelha dela com o dedão enquanto brincava com a orelha com a outra mão.

– Eu quero. Sempre. – Lauren selou seus lábios com amor e devoção.

As duas saíram do banheiro e foram para a sala de espera. Betsy desceu para buscar os cafés das duas e depois Lauren entrou no quarto vendo que o pai estava bem.

Kea e Vero saíram para passar na casa de Keana, Betsy e Parisa ficaram no hospital, Camila e Lauren saíram para almoçar. A visita de pessoas fora da família foi liberada, então Ian passou a tarde recebendo visitas.

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