Amor Por Contrato

By anna_mendonca

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Sentimentos são coisas inexplicáveis e destinos também! Até onde você iria para reconquistar sua paixão? Aqui... More

Aviso
Vida Nova-J.A
Um bom emprego-J.Alencar
Se arrependimento matasse-J.Alencar
A verdade às vezes dói-J.Alencar
Ansioso-J.Bieber
Tenho amor próprio!-J.Bieber
Desculpas aceitas!-J.Bieber
Uma grande amiga-J.Bieber
Muitas surpresas-J.Alencar
Tudo por meus amigos-J.Alencar
Apenas amigos-J.Alencar
Você é um idiota!-J.Alencar
O contrato-J.Alencar
O que eu estou sentindo?-J.A
Srta Sinceridade- J.Bieber
Com destino Brasil-J.Bieber
Lutando contra meu choro e minha dor-J.Alencar
Lágrimas e Wisky Combinaçao Quente- J.Alencar
E agora?-J.Alencar
Ainda não assinamos nada-J.Bieber
Não podemos sentir ciúmes- J.Alencar
O que somos?-J.Alencar
Você só precisa dizer-J.Alencar
Nunca foi real-J.Alencar
O que eu precisava ouvir-J.Alencar
Jantar de negócios-J.Alencar
Apenas duas semana!-J.Alencar
Eu prefiro acreditar nele-J.Alencar
Chegou a hora!-J.Alencar
Justin B. vs Harry S.-J.Bieber
Nossa Bolha-J.Alencar
Amor por Contrato-J.Alencar
Você não está sozinha-J.Alencar
Pra você lembrar de mim...-J.Alencar
Olá decepções!-J.Alencar
Dor?Uma velha conhecida-J.Alencar
Cinderela - Zac Efron
É tudo real nas minhas mentiras - J.Bieber
Nosso melhor erro! - J.Bieber
Consequências - J.Bieber
Abra seus olhos - J.Bieber
Acima de qualquer verdade - J.Alencar
Medos - J.Alencar
Acredite em nós! - JusJu
Amor ou Orgulho? - J.Alencar
Chegadas e Partidas - J.Bieber
Que meu fim seja com você!
Segunda Temporada
Que assim seja - JusJu
Home - Juliana Bieber
O silêncio e o caos - Justin Bieber
Pequenos anjos - Juliana A. Bieber
Família Bieber - Juliana A. Bieber
Declínio - Juliana A. Bieber
Em outra vida - Juliana Alencar
Sacrifício - Justin Bieber
Sonhos reais - Juliana Alencar
Mágoas - Juliana Alencar
O fim! Existem os finais felizes e os finais necessários

Vida nova - JusJu

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By anna_mendonca

A manchete do jornal traz as seguintes perguntas: "O que acontece quando o maior astro pop do momento se casa? Quando tudo que era só festa se torna responsabilidade de marido e pai? O que acontece depois do famoso "Sim? Tantas perguntas. Vamos ver até onde o amor agüentará, o homem mais desejado agora tem uma esposa e filhos. Não podemos esquecer que o casamento também é um contrato".

"Eu disse que sou um problema, disse que era melhor desistir. Eu cansei de repetir o quanto sou complicado, eu pedi pra parar, mas você continuou. Você foi a única que prosseguiu, mesmo com as placas de "perigo" e "mantenha distância". Você não deu ouvidos para o que os outros falavam, você não se importou com os obstáculos e nem se queixou das dificuldades. Você me aceitou com meus defeitos, não olhou para meus erros. Você simplesmente seguiu e permaneceu" – JUSTIN BIEBER

"Eu te amei desde o momento em que te vi! Eu te amei por séculos, mesmo sem mesmo te conhecer eu já te amava. Agora que a minha vida se conta por instantes, amo—te em cada momento por uma existência inteira. Amo—te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter neste mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade" – JULIANA ALENCAR

Bato os dedos nervosamente na poltrona encarando as nuvens em minha janela, em poucas horas pousaremos no Brasil, meu coração esta apertado ao imaginar ouvir a reação da minha família quando contar que estou grávida e me casarei com Justin mesmo depois de tudo que aconteceu, meu pai jamais entenderá e minha mãe pensará que sou fraca, mas como posso explicar o mal entendido? Explicar que este é o momento mais feliz da minha vida e nada alem da minha nova família importa? O mundo lá fora ainda me assusta, o medo ainda é presente porque agora não se trata apenas sobre duas pessoas adultas, não somos mais eu e Justin, eu tenho uma vida inocente crescendo dentro de mim que não fazem ideia de como o mundo e as pessoas podem ser cruéis, meu dever é protegê-lo, é meu dever proteger minha família.

- Hey, você esta bem?

A voz dele soa preocupada ao meu lado, direciono meu olhar ao seu rosto e forço um sorriso para tranquiliza-lo, ele esta tão bem cercado por sua família e amigos, Justin puxa minha mão e leva até seus lábios beijando minha pele docemente, mas posso ver seu cenho se fechar ao notar a falta da aliança em meu dedo anelar, seu olhar vai até meu rosto.

- Sim estou...

- Por que não esta usando?

- Eu achei que eu deveria contar antes que aparecesse qualquer foto contando antes de mim.

- Achei que não se importasse com que os outros vão dizer, eu não me importo.

- Não me importo, eu só quero contar antes de qualquer site ou revista de fofoca, acho que minha família merece isso.

- Se é importante pra você eu entendo.

- Obrigada...

Toco seu rosto com carinho, eu queria poder mostrar meu anel a todos, provar que nós superamos qualquer barreira, mas as coisas não podem ser assim eu realmente preciso contar, antes de qualquer pessoa.

- O que esta te deixando tão preocupada? Nós vamos ficar bem.

- Eu sei, eu estou bem.

- Juliana, não mente para o pai do seu filho...(Ele diz baixinho, para que ninguém nos ouça).

- Ou filha.. (Cochicho).

- Não mude de assunto.

- (Sorri divertida) Não estou mentindo, estou bem.

- (Ele suspirou) – Outra mentira, em todo esse tempo estou aprendendo a decifrar você. Esta preocupada com a reação da sua família ao me ver.

- (Suspiro vencida) - Sabe que não vai ser fácil né?

- Eu não lembro de nada fácil desde que nos conhecemos. Mas nós sempre enfrentamos.

- É verdade...

- Então vem aqui...

Ele me puxa beijando meus lábios, ao sentir seu sabor esta é a única certeza que tenho, esse será apenas mais um muro que derrubaremos juntos, como temos feito desde o inicio, acomodo minha cabeça em seu ombro enquanto disfarçadamente ele acaricia minha ainda magra barriga, posso ver seu sorriso ao lembrar que seu filho esta crescendo, por mais que Justin insista que é um menino, eu me sinto uma mãe de uma menina, eu já posso ver seu sorriso tão lindo quanto de seu pai, e talvez ela não me dê tanto trabalho quanto seria um mini Bieber, marrento correndo pela casa. Eu vejo todos conversarem, mas eu permaneço em meu lugar apenas os obervando, Pattie conversa com Jeremy tão naturalmente que as vezes eles ainda parecem um casal, talvez eles possam voltar a ser agora que ele e Erin se separaram, eu ainda posso ver os olhos dela brilharem, mas os dele ainda é um mistério para mim, é como se ele não tivesse aceitado sua idade, as vezes ele apenas parece um irmão mais velho do Justin. Ryan e Caitlin, eu realmente nunca imaginei, mas é bonito vê-los juntos assim,  nas poltronas a nossa frente  Chris e Chaz são duas crianças bobas... Nas poltronas ao fundo esta Diane e Bruce, eles conversam entre si, e me permito sonhar que eu e Justin seremos como eles, que seja até o fim de nossas vidas e quando nós estivermos cheios de rugas o amor ainda permaneça em nossos olhos ao olhar um para o outro. E do outro lado, meu amigo grandão e marrento, que não disse uma palavra desde que entramos no avião, olho para Suzi e ela encolhe os ombros em desculpa, reviro os olhos e eu realmente preciso conversar com o Will, ele veio contra a vontade, ainda não sei o que Suzanna fez para conseguir fazer com que ele entrasse. Antes que eu fale qualquer coisa, Justin já me conhece.

- Vai lá falar com ele, eu fico aqui.

- Ele não entende..

- Ele se preocupa com você, ele é um bom amigo.

- Sim ele é...

Dou um beijo no Justin e me levanto, respiro fundo caminhando até eles, Will encara sua janela, e Suzi me dá um sorriso e também se levanta para me ceder seu lugar, ela me deixa e vai se sentar ao lado do Justin, é a única poltrona vaga, e eu sei que eles se dão bem, Justin diz que nunca vai esquecer a ajuda que a Suzi deu a ele quando ninguém mais fez. Me sento e Will ainda não me olha, respiro fundo...

- Ei grandão, não vai falar comigo?

- Nada que eu disser vai adiantar. (Ele diz frio).

- Will, não podemos ficar assim, você é meu melhor amigo. Poxa, eu estou feliz...

- Até quando Juliana? Até a próxima cagada que ele fizer?

Ele me olha pela primeira vez e sua voz soa dura, seus olhos são frios e ao mesmo tempo preocupados, eu sei que ele esta preocupado, mas não há motivos desta vez. Estalo meus dedos nervosamente e queria poder fazer ele entender que Justin não fará nada mau.

- É diferente agora...(Digo num sussurro)

- Quem te garante isso? Ele?

- Will...

- Ju, você sabe que eu amo você, você é a irmã que nunca tive e te ver sofrer me fez querer acabar com aquele otario. Eu só vim porque eu quero estar com você quando ele aprontar de novo.

- Ele não vai, Will por favor... Eu preciso de você, olha, Justin esta indo com a família e amigos mesmo sabendo que todos o odeiam, ele esta fazendo isso por mim, dessa vez vai ser diferente, estou com medo do que me espera quando pousarmos, me ajude a passar por isso.

- Eu ficaria mais tranquilo se fosse o Zac, você sabe que ele te ama, todos sabemos. Não entendo vocês mulheres, o cara faz tudo certo e vocês não querem, preferem aquele que só faz merda, que te faz chorar.

- Foi assim que a Suzi te escolheu?

Sorrio e finalmente consigo arrancar um sorriso mesmo sem vontade dele. Will balança a cabeça negativamente me olhando. Ele me puxa com um de seus braços e me acolho abraçando meu amigo.

- Eu o amo Will, não posso mudar isso. Zac é importante para mim, mas é o Justin que amo.

- Eu sei... Eu só estou preocupado.

- Não fique, eu estou feliz... Estou feliz por ter vindo, estou feliz por você esta bem com a Suzi.

- Eu sempre vou estar com você, eu estou aqui não é?

- Obrigada, isso significa muito pra mim.

- Olha lá...

Will indicava com a cabeça, olhei e vi que Suzi e Justin nos olhavam. Eles conversavam entre si, mas seus olhares vinham até nós a cada minuto, eu permanecia ainda nos braços do Will e ele sorria.

- Qual a graça?

- Você sabe que eles sentem ciúmes não é?

- Claro que não, a Suzi sabe que somos amigos, e Justin também sabe.

- Juliana, a Suzanna acredita que eu tenho uma queda secreta por você e Justin é obvil que sente ciúmes de qualquer um que te abrace desse jeito.

- Não posso acreditar que a Suzi pensa isso... (Digo chocada)

- Não importa quanto eu negue.

- Se quiser eu posso conversar com ela.

- Não precisa... Não vou mudar por isso...

- Só não dê corda, ela vem sempre na frente Will, ela é sua namorada.

- Não se preocupe Juliana..

- Ok, nós estamos bem agora?

- Sim. Só toma cuidado...

Ele beija meus cabelos e me levanto pronta para voltar para meu lugar. Estou mais aliviada, odeio brigar com o Will e saber que estamos bem me deixa feliz novamente, caminho até minha poltrona, Suzi se levanta ao ver me aproximar, eu a paro no corredor.

- Obrigada por convencê-lo a vir.

- Eu não precisei fazer muito, sabe o quanto Will gosta de você, ele só quer ser bajulado..(Ela sorri).

- Vocês são importantes para mim, eu nunca te agradeci, mas obrigada por ter ajudado o Justin, obrigada por sempre nos ajudar.

- É pra isso que serve as amigas.

- Eu não tive muitas... Você é especial Suzanna. Obrigada!

Abraço minha amiga e espero que ela entenda que jamais a trairia, não existe motivo para sentir ciúmes da minha amizade com Will, ele é apenas um irmão. Eu nunca me abri totalmente para deixar Suzanna entrar na minha vida, meus pés permaneciam atrás com medo, desde Livia eu comecei a pensar que todas as mulheres eram falsas, Suzi foi a única que eu falava e aos poucos ela foi se tornando minha amiga, não tanto quanto Livia foi, mas eu mesmo sem perceber a deixava fazer cada vez mais parte da minha vida e hoje eu sei que desta vez não errei. Faço meu caminho de volta a minha poltrona e vejo Justin brincar com Jaxon e eu tenho certeza que fiz a melhor escolha ao ficar com ele, ninguém  me beija como ele, ninguém me abraça como ele, ninguém me olha como ele, ninguém ri como ele, ninguém me da prazer como ele, ninguém me enlouquece como ele, então eu sei que ele  é o homem da minha vida, afinal, a gente já sofreu tanto, se envolveu tanto, se ferrou tanto, meu Deus do céu, tem uma coisa muito boa guardada pra mim. Ninguém sofre tanto assim sem recompensa.  Nos já passamos tantas coisas juntos é por que nosso final será feliz. Ele me olha e faz um bico para que eu o beije, posso ver Jaxon fazer cara de nojo ao me ver beijar seu irmão mais velho, nós sorrimos e eu me sento.

- Ju, Ju? Me pega no colo?

Jaxon me chama com sua vozinha manhosa e eu sorrio ao vê-lo piscar seus olhinhos para mim e é impossível negar, sorrio estendendo meus braços para pega-lo, mas Justin não deixa.

- Você esta grande para ficar no colo, e Ju você não pode pegar peso..

- Quem disse? Não estou doente amor... Vem aqui comigo coisinha linda.

Puxo Jaxon para meu colo e ele sorri vitorioso dando língua para o Jus que parece emburrado, tão bobo se trocando com seu irmão caçula. Timidamente Jazzy também vem até nossa poltrona, ainda esta arisca e é a primeira vez que se aproxima desde que entramos no avião, sorrio para ela como sinal de paz, eu não quero que ela me odeie, eu ainda quero que a irmã do meu noivo goste de mim, ela não diz nada apenas senta no colo no Justin e as vezes me olha disfarçadamente. Jaxon brinca com meus cabelos e me abraça deitando sua cabeça em meu peito, e olhando Jaxon se rendendo ao sono as poucos eu penso que eu amarei meu filho sendo um menino ou menina, eu não tenho uma escolha preferida.

- Você já foi alguma vez no Brasil Jazzy?

Ela apenas negou com a cabeça me olhando em quanto se agarra ainda mais nos braços do irmão, ao menos ela não foi mal criada desta vez, já é um começo e quem sabe ela não se acostume com minha relação com o Justin e entenda que ele e Selena não tem mais volta. Ainda temos algumas horas de voo, Jaxon dorme em meus braços e Jazzy e Justin também dormem, aos poucos as conversas vão cessando e finalmente apenas o silencio, meus olhos vão pesando até que o sono também me domina.

Acordo com a voz do Piloto nos informando que vamos pousar, Jaxon pula do meu colo correndo para seu pai junto com Jazzy, meu coração bate acelerado, avisei minha mãe que viria, mas não disse que viria acompanhada, ela provavelmente esta me esperando, o Natal em Angra virou tradição, lembro de bons momentos aqui, aposto que Justin vai amar a cidade. Ele fez reservas em um hotel, um que não pertença a rede da minha mãe, a casa de praia poderia hospedar todos, mas eu realmente vou encontrar um guerra ao descer.

- Esta pronta? (Justin pergunta de pé estendendo sua mão para mim).

- Não tenho certeza... (Sorrio, escondendo meu nervosismo)

- Você sabe que não precisa fazer nada, eu posso ficar no hotel com minha família.

- Hey, nós somos uma família agora.

- Sim, nós somos...(Ele sorri me beijando)

Somos os últimos a descer, Jeremy e Pattie vão com Diane, Bruce e as crianças direto para o hotel, Chaz, Chris, Ryan e Caitlin estão no carro, Will e Suzi nos esperam, desço as escadas lentamente, sentindo o coração querer sair por minha garganta, ao finalmente descer, fecho os olhos sentindo o ar puro do Brasil invadir minhas narinas, nem eu mesmo sabia o quanto sentia falta, o clima é tão bom, olho em volta eu não vejo ninguém da minha família, estou em parte aliviada, mas podia jurar que minha mãe estaria aqui.

- Vocês vão vir ou não? (Ryan grita)

- Quer esperar? (Justin diz)

- Não, vamos...

Justin pega as chaves com um dos funcionários do hotel que trouxe os carros alugados, Will e Suzi vão com a gente, eles entram e Justin também, meus olhos correm mais uma vez na esperança de ver alguém da minha família, mas não há ninguem ali. Me dou por vencida e entro no carro, eu vejo que todos me olham, mas eu estou bem, acho que foi melhor assim, Justin liga o carro e quando vai dar partida eu peço que pare.

- Espera...

Eu reconheço o carro que estaciona a nossa frente,  vejo a porta de trás se abrir e aquele é meu irmão Luciano, ele abre a porta e vejo minha mãe descer, ela sorri, me sinto feliz por saber que eles vieram, mas agora não tenho certeza se posso encara-la e tirar de seu rosto o sorriso, pois é isso que vai acontecer quando ela me ver ao lado do Justin.

Continuo olhando e tentando tomar coragem, posso sentir os olhares encima de mim, mas eles não dizem nada, apenas esperam que eu faça minha escolha, finalmente coloco minha mão na porta e a abro descendo, Justin não se move, ele apenas me vê, minha mãe caminha para entrar no aeroporto, mas meu irmão nota minha presença e toca seu ombro para que ela pare. Luciano aponta minha direção e minha mãe ao me ver sorrir caminhando rápido ao meu encontro, de braços abertos ela me puxa com saudades, é tão bom estar aqui, é tão bom vê-los.

- Desculpe o atraso querida, o transito esta um caos. Como foi o voo? Você esta bem? Não posso acreditar que minha filhinha esta aqui. Você está linda, esta corada.

Minha mãe diz e me analisando como se procurasse algo errado, vendo se estou inteira, é sua forma de mostrar preocupação e saudades.

- Estou bem, o voo foi ótimo. Estou feliz por esta aqui.

- Vem cá, me deixe abraçar você baixinha... (Luciano também me puxa me abraçando, estou procurando palavras para contar).

- Vem, vamos. Seu pai está nos esperando com o Rafael.

Minha mãe segura minha mão e me arrasta para o carro, olho nervosamente para onde Justin está, ele permanece dentro do carro apenas nos observando, eu sei que ele também esta nervoso, mas sei que ele vai enfrenta-los por mim, eu sei que preciso ter coragem, eu realmente sei.

- Espera, eu preciso falar uma coisa antes.

Minha mãe para e ela e Luh me olham esperando que eu diga, mas quando vou abrir minha boca, ela baixa os óculos encarando atrás de meus ombros e eu sei que ela o viu, seu rosto toma uma feição de surpresa e indignação, Lucinano também olha e seu rosto fica da mesma forma, tomado pela raiva, os vejo ficarem vermelhos e posso jurar que tem fumaça saindo por suas narinas e ouvidos. Me viro e tenho certeza, Justin está de pé com a porta do carro aberta nos olhando, deixando visível sua presença, mas eu não vejo medo em seu olhar, não vejo nada alem de convicção, ele me olha e em um movimento de cabeça eu sei que ele me dará forças, eu sei que ele esta do meu lado e isto faz com que esqueça o medo e enfrente.

- O que ele esta fazendo aqui Juliana?

- Eu vou arrebentar a cara dele.. (Luciano avança em direção a Justin, mas me coloco a sua frente impedindo).

- Não, ele veio comigo. Eu posso explicar tudo, vocês só precisam me ouvir e terem calma.

- Juliana como pode? Depois de tudo que ele fez, eu pensei...

- Aqui não é lugar para falarmos disso, por favor podemos conversar em casa?

- O que? Ele não vai para a nossa casa... (Luciano).

- Ok, então ficaremos no hotel.

- Não. Você vai pra casa, nem que pra isso aquele lá tenha que ir junto...

- Trouxe o Will e a Suzi também.

- Vamos, lá nós conversaremos. Aqui não é lugar para isso.

- Obrigada mãe.

- Não disse que apoio, disse que conversaremos em casa Juliana.

- Ok.

Minha mãe coloca seus óculos novamente e eles não sorriem mais, apenas caminham até o carro e entram, eu faço o mesmo, Justin me olha e caminha em minha direção, eu não preciso dizer nada, ele apenas me abraça.

- Eles vão entender. (Ele diz me beijando).

- Assim espero...

Caminhamos até o carro e Will e Suzi me olham, mas não perguntam, indico o caminho e seguimos para a casa de praia. Ligo o radio e a musica que toca é brasileira e eu começo a cantar,  eles me olham divertidos e aquilo nos faz esquecer por um breve segundo toda a tensão, é engraçado vê-los tentar estragar o português, eles não conseguem acertar qualquer palavra, o que me faz rir ainda mais, eu tento ensinar algumas palavras e nos cantamos e rimos, Will já esteve no Brasil, apenas Suzi não, eles parecem empolgados vendo cada novidade e eu quero mostrar a cidade toda, tenho tantas lembranças de Angra, é tão lindo, o ar é bom, as pessoas são amigáveis e as festas são incríveis sem falar nas praias que são perfeitas.  Ao passar por um restaurante não posso deixar de lembrar que foi ali que o Cadu me pediu em casamento, e sem perceber eu me pego relembrando...

Ele havia me chamado para jantar, e nem um momento me deixou perceber, Cadu nunca foi do tipo que demonstrava nervosismo, ele sempre foi a pessoa mais segura que já conheci, ele me levou a um restaurante a beira mar, nossa mesa era reservada e o lugar parecia ter saído de um sonho, as nuvens ainda estavam laranjada no céu, o sol tinha apenas uma pequena luz no mar, quase desaparecendo totalmente, era verão e o clima quente se misturava com o vendo refrescante que tocavam nossa pele. O jantar foi perfeito, foi na sobremesa que veio a surpresa, ao invés do morando enfeitando minha torta, tinha uma aliança brilhando ali, meus olhos assustados pela surpresa, e a falta de palavras, eu ainda posso ver o sorriso dele ao me olhar sabendo exatamente qual seria minha resposta, mas ainda assim ele se levantou e caminhou até a minha cadeira se colocando de joelhos diante de todas as pessoas que nos assistia e falou – Casa comigo? – E é impossível conter o pequeno sorriso que surge em meus lábios, naquele momento eu achei que era o dia mais feliz da minha vida, eu com toda certeza não fazia ideia o que era felicidade, se as coisas não tivessem acontecido da forma que aconteceu eu estaria agora casada com o Cadu, grávida dele, e eu acharia que era feliz, mas graças a tudo, graças a cada peça do destino aqui estou eu. Levo meu olhar até ele e o sol ilumina através do vidro da janela seu tão perfeito rosto, e mais uma vez em tantas estou encantada o olhando o homem que amo, minha vida mudou muito depois que ele começou a fazer parte dela, com ele eu realmente comecei a viver, meus dias não são iguais. Ele sente meu olhar sob ele e me olha abrindo seu sorriso que me alegra, toda vez que ele me olha eu me derreto toda, pois só ele aquele olhar encantador,  e começo acreditar que sou a garota mais sortuda de todo o mundo, não precisamos dizer nada, nossos olharem conversam entre si.

O sol começa a desaparecer e dar lugar a noite quando finalmente chegamos a casa de praia, Justin estaciona e Will e Suzi saltam do carro, ao descer eu tenho Justin ao meu lado entrelaçando seus dedos aos meus.

- Esta pronta?

 - Estamos... (Coloca minha mão sob a barriga).

Caminhamos até a entrada, eu sei que todos já nos esperam e eu posso sentir o clima pesado, em passos lentos chegamos a porta onde toco a campainha e sem qualquer demora Jô atende a porta nos recebendo com um grande sorriso. Joana já uma senhora nas casa dos quarenta anos e ela que cuida da casa de praia, e também foi ela que me ensinou muitas coisas na cozinha.

- Oi Jôh... (A Abraço com todo carinho e saudades)

- Minha linda Juliana... (Ela diz me apertando em seus braços)

- Senti saudades Jô, é bom vê-la, esses são meus amigos Will e Suzi e este é meu namorado Justin.

- É um prazer Joana. (Will)

- Olá.. (Suzi)

- Olá, é um prazer conhecê-la.

- É um prazer conhecê-los, vamos entrem, seus pais e seus irmãos estão aguardando.

Jô me dá um olhar e eu sei o que me aguarda. Entramos juntos e Jô nos guia até a sala principal onde eu já posso ver meu pai de pé, ele tem uma de suas mãos no bolso da calça em quanto a outra segura um copo de wisk com gelo, seu rosto esta fechado destacando visivelmente a ruga entre suas sobrancelhas, minha mãe esta sentada em uma das poltronas igualmente meus irmãos e ao nos verem entrar eles se levantam, posso ver todos os olhares se voltarem em meus dedos entrelaçados aos dos Justin.

- O que significa isso Juliana?

Meu pai é o primeiro a falar, seu tom autoritário me fazem tremer e por um breve segundo faz com que eu tente soltar minha mão, mas Justin a segura com um pouco mais de força me impedindo de fazê-lo.

- Eu posso explicar qualquer coisa Sr. Fausto. (Justin)

- Não estou falando com você moleque, fique fora disso entendeu?

- Pai, não há necessidade disso. Se deixarem podemos explicar, tudo que aconteceu foi um grande engano, nós resolvemos.

- Você me disse que ela estava bem Luiza, que ela iria para a África com aquele rapaz. E agora Juliana aparece aqui com esse moleque que brincou com ela na frente do mundo.

Ele gritava com minha mãe que parecia nervosa nos olhando, meu pai estava totalmente enfurecido, meus irmãos e Will e Suzi não diziam nada apenas assistiam aquela cena ridícula e vergonhosa.

- Quando eu voltei ela estava decidida Fausto, o que posso fazer? A vida é dela.

- Exatamente pai, a vida é minha e eu amo o Justin.

- O que você sabe de amor Juliana? Até ontem você amava o Carlos.

- Eu amei o Carlos pai, eu realmente amei por muito tempo, mas ele me traiu, o que queria que fizesse?

Nós já gritávamos alterados, eu queria conversar, mas ele apenas grita sem me deixar explicar qualquer coisa. Eles são minha família e eu quero o apoio deles. Mas talvez eu não possa ter tudo na vida.

- Ok, e o que o esse ai fez? Vamos contar.. primeiro ele não vai a sua exposição, depois te humilha publicamente com fotos constrangedoras ao lado de outra garota, e ainda depois temos uma tentativa de estupro graças ao amigo dele. Coisa que até não consegui entender o que ele quis dizer sobre contrato, porque ele te chamou de prostituta Juliana?

- Fausto.. (Minha mãe o repreende).

Olho nervosamente para Justin que tem seus olhos secos, eu posso ver culpa e sem querer isso ainda mexe comigo, lembrar de tudo ainda doi de certa forma, minha respiração é acelerada.

- Sr. Fausto, eu entendo sua raiva, mas...

- Cala a boca. Você não é bem vindo em  minha casa. – Meu pai não dá qualquer chance para que Justin diga alguma coisa -  Saia, agora. -  Jô? – Ele grita, e ela aparece rapidamente – O acompanhe até a porta, porque ele esta de saída.

- PAI! (Digo incrédula)

- Eu não vou aceitar que brinque com minha filha novamente. Fora.

Justin não diz mais nada, no fundo eu esperava que eles pudessem entender, mas meu pai nunca vai aceitar, ele não gostou do Justin desde a primeira vez que o viu e agora é como se as coisas se tornassem mil vezes pior. Respiro derrotada e nos viramos para sair.

- Você e seus amigos podem ficar, a casa é sua Juliana.

Sr. Fausto diz por fim, sinto Justin me olhar e ele esta esperando que eu tome uma decisão, mas eu não preciso ficar, onde ele for é meu lugar. Não digo nada, apenas continuo andando.

- Se você for, não precisa voltar.

O que? Ouvir isso do meu pai foi como se mil facas atingissem meu peito, involuntariamente o nó se formou em minha garganta e as lagrimas vieram aos meus olhos e me virei para encara-lo, minha mãe tinha os olhos arregalados encarando meu pai assim como também meus irmãos, meu pai parecia decidido engolindo mais um gole de seu wisk, minhas mãos tremiam e meu coração batia tão acelerado que doía, eu os amava, ele era meu pai, como ele poderia?

- O que? (Digo quase sem voz)

- Ela é minha filha Fausto, e essa casa também é minha.

- Pai, você não pode expulsar a Ju. (Rafael)

- Hey, calma. Vamos conversar com calma, não é assim que se resolve. (Luciano).

- Ei cara, ela é sua filha, seu problema é comigo. Ela não merece isso.

- Juliana é mimada, eu já falei milhões de vezes que nós a deixamos mal acostumada, ela quer sempre chamar atenção, quer nos confrontar.

- Você não me conhece, eu não quero chamar a atenção de ninguém eu apenas queria compartilhar minha felicidade com minha família, mas se não sou bem vinda então...

- Você é bem vinda, ele não.

- Eu vou me casar com ele...

- Você o que?

- Isso que você ouviu pai.. (Dei as costas e saímos).

- A partir de hoje vou cortar qualquer ajuda, não vou depositar qualquer dinheiro, não terá mais meu apoio. Vai ser finalmente independente.

Eu não queria dizer mais nada, eu não queria brigar, só queria ir embora, meu pai estava conseguindo me destruir a cada palavra, é como se eu não tivesse trabalhado duro todo esse tempo. Tentei caminhar para a saída, mas apenas sentir Justin soltar minha mão e como um furacão caminhar em direção ao meu pai, entrei em pânico com medo do que ele poderia fazer.

- JUSTIN!

Gritei e tentei alcança-lo mas seus passos eram largos e rápidos ele parou de frente ao meu pai e meus irmãos ficaram preparados para qualquer coisa e eu entrei em pânico correndo até eles, eu não queria que eles brigassem, Fausto ainda era meu pai. Eles se encaravam então Justin apontou o dedo para ele.

- Ela não precisa da porcaria do teu dinheiro, eu posso dar o mundo se ela quiser. Mas se conhecesse a filha tem, saberia que ela não precisa nem do meu muito menos do seu dinheiro, porque ela é capaz de ter mundo sozinha. Juliana é talentosa e inteligente.

- Tirem esse moleque daqui... (meu pai falava indiferente)

- Chega Justin, vamos embora... Por favor amor...(Segurava seu braço tentando puxa-lo).

- Vamos embora cara, não vale a pena.

Eu nem tinha percebido, mas Will agora também estava ao nosso lado tentando tirar Justin antes que as coisas piorassem, finalmente ele cedeu e se afastou me puxando, sentia minhas mãos gelarem e minha respiração ficava cada vez mais difícil, minhas pernas tremiam, ele me olhava com olhos cheios de preocupação.

- Desculpa... (Ele limpava minhas lagrimas) – O único erro dela foi me amar, você não merece a filha que tem.

- Por favor, apenas vamos...

Eu queria fingir que estava bem, mas eu não me sentia bem era como se estivesse ficando cada vez mais cansada e fraca, sentindo meu corpo ficando cada vez mais frio e minhas pernas ficarem bambas enquanto eu as forçava a caminhar, ando as pressas para fora de casa, e quando finalmente chegamos perto do carro apenas aceno um Adeus a Jô forçando um falso sorriso.

- Eu não posso acreditar que seu pai foi capaz de falar aquelas merdas. Ele é um babaca.

- Não fale assim. Ele ainda é meu pai. (Minha voz ainda sai arrastada, puxo o ar com dificuldade)

- Ele pegou pesado. (Suzi)

- Ele falou da boca pra fora, a raiva falou por ele. (Will)

Ouço o som do alarme sendo destravado, e cada um fazer seu caminho até a porta, Justin toma  a minha frente para abrir a porta para mim, e antes que ele o faça, me seguro no carro ao sentir um certo enjoo e uma tontura, não sei o que esta acontecendo comigo, estou nervosa de mais. Fecho meus olhos tentando voltar ao normal.

- O que há Ju?

A voz do Will soa preocupado e abro meus olhos, sentindo a tontura piorar e vejo Justin me olhar preocupado logo se aproximando e me segurando.

- Amor? Você esta bem? O que esta sentindo?

- Estou be...

POV – JUSTIN BIEBER

Eu ainda podia sentir a raiva brincar em minhas veias, minha vontade era voltar e dizer tudo que ainda estava preso em minha garganta, por mais que fosse pai da Ju ele não tinha o direito de falar tanta merda, o problema dele era comigo, ele não tinha o direito de falar com ela daquela maneira – Babaca – Eu não posso suportar vê-la chorar, ela o ama e ouvir tudo que ouvir a machucou, posso ver em seus olhos o estrago que aquelas palavras fizeram, agora só preciso tira-la daqui e tentar de alguma forma fazer com que esqueça tudo que ouviu, não sei como farei isso, mas eu não posso deixa-la triste.

- O que há Ju?

A voz do Will me faz olhar rapidamente e ao vê-la encostada no carro, seu rosto esta tão branco, seus lábios com uma cor arroxeada, em um movimento eu já a seguro perto sentindo sua pele gelada. A preocupação e o pavor me toma, não é apenas minha garota, agora meu filho também esta ali.

- Amor? Você esta bem? O que esta sentindo?

- Estou be...

Antes mesmo que termine sua frase mentirosa seu corpo fica mole e ela desmaia em meus braços me deixando sem saber o que fazer.

- Will, cara me ajuda! Porra, Jú? Amor por favor...

Eu tentava reanima-la, não sabia se a colocava no carro e a levava para alguma pronto socorro ou se corria implorando ajuda a sua estúpida família.

- O que aconteceu? (Suzi nos olhava assustada)

- Porra cara, Ju? Ju? (Will  me ajudava a tentar reanima-la)

- Abre a porta do carro, vamos procurar ajuda.

- Justin, essa ainda é a casa da família dela, nós temos que pedir ajuda a eles.

Antes que eu concorde ou discorde escutamos a porta se abrir e dona Luiza aparece e ao me ver com a Ju nos braços ela corre em nossa direção assustada, logo atrás esta Luciano que também vem ao nosso encontro ao perceber o que esta acontecendo.

- O que aconteceu com a minha filha?

- Por favor dona Luiza nos ajude...

- A leve para dentro de casa, AGORAA...

Ela não precisa dizer duas vezes, sem pensar eu corro para dentro da casa com minha garota nos braços, eu não sei definir o que estou sentindo é um misto de preocupação, pânico e raiva por lembrar que foi o pai dela que a deixou assim, a Ju mesmo bancando a forte é tão frágil.

- Jô pega álcool...

Luciano grita, e ela nos olha assustada quase chorando e sai as pressas, Rafael pula da cadeira ao ver sua irmã em meus braços, o babaca do pai dela esta de costas, mas ao notar nossas vozes se vira em apenas um segundo ele tenta tira-la de meus braços.

- O que aconteceu?

- Não toque nela. (Rosno)

Ele não diz nada apenas afasta seus braços permanecendo ao nosso lado, eu sei que agora ele esta preocupado, sei também que ele pode amar sua filha, mas é babaca de mais para dizer isso e aceitar as decisões que ela toma.

- A coloque aqui..

Dona Luiza ajeita o sofá e rapidamente eu a deito e a Jô já esta ao nosso lado com o álcool em um lenço, eu não estou satisfeito eu quero leva-la até o médico. Tomo o lenço em minhas mãos e passo no nariz, ela ainda esta tão gelada. Mas ao sentir o cheiro forte entrar pelo seu nariz vai voltando a ter reações e é como se eu mesmo pudesse voltar a respirar, sonolenta ela abre os olhos encarando todos a sua volta.

- A deixem respirar...

Dona Luiza diz, mas eu não me afasto, permaneço em meu lugar para ter certeza que ela esta bem, eu quero saber se nosso filho esta bem.

- O que aconteceu? (Ela diz)

- O que você esta sentindo amor?

- Você desmaiou querida...(Dona Luiza)

- Ju, você esta bem? (Luciano)

- Não, claro que ela não esta bem, precisamos chamar um médico. (Rafael).

- Eu estou bem, vamos embora Justin.

Ela tenta se levantar, mas posso ver que ainda esta tonta, mas ela é teimosa o suficiente para fingir que esta bem. Eu tenho que tira-la daqui, tudo isto esta fazendo mal a ela, foi toda essa briga que a deixou assim e eu não quero que ela passe por isso novamente, eu não quero que ela passe por isso nunca mais.

- Eu te levo. (A pego em meus braços para que ela não se esforce)

- Eu posso andar...(Juliana diz teimosa)

- Não precisar ir filha, fique por favor.

A voz do senhor Fausto soa em meio a todo silencio, seus olhos estão sob ela, mas Juliana não o olha, ela segura sua barriga protetoramente, e com um olhar eu entendo que devemos ir, caminho com ela até a saída, e sinto passos nos seguindo.

- Ju, filha por favor, você não esta bem para pegar a estrada a essa hora. Essa casa também é sua. (Dona Luiza)

- Jus, eu posso andar... (Eu a solto mesmo contra minha vontade) – Mãe, estou melhor. Você pode ir nos ver no hotel e assim me desejar Feliz Natal, eu vou adorar receber você e os meninos se quiserem ir.

- Sim, vocês serão bem vindos.

Digo com verdade, eu quero que minha garota se sinta feliz, eu faria qualquer coisa pra deixa-la feliz, não me importo que eles me odeiem, eu estou satisfeito em apenas ter o amor dela, saber que ela está aqui me basta, mas eu sei que ela precisa da família, eu entendo a importância deles para ela, e eu estou aqui enfrentando o ódio deles. Eu cruzei o oceano para ver apenas o sorriso nesse rosto lindo, não há nada que eu não faria por minha nova família.

- Seu lugar é aqui com sua família, eu amo tanto você filha, eu só quero proteger você.

Senhor Fausto se aproxima, a dor, preocupação e remorso estão estampados em sua face, e eu vejo a Ju deixar duas lagrimas caírem.

- Me desculpe, eu nunca deixaria você... (Ele continua)

- Você me machucou pai, ainda sinto suas palavras me sangrarem. Eu esperava que pudessem me entender, me apoiar. Eu não pedi muito.

- Esse é meu modo de tentar te proteger.

- Me machucando?

Eles conversam e permanecemos em silencio sem interferir, mas eu não deixo seu lado, se a qualquer momento ela quiser correr eu estarei ainda ao seu lado, não importa qual decisão tomar.

- Eu sinto muito. Fique por favor, eu não entendo sua escolha, mas vou respeitar eu prometo.

Ju não diz nada, esta lutando com a dor e o amor que sente pelo pai. Ele é o herói dela e tem plena consciência da dor que causou a ela, todos sabem que tudo que ela fez até hoje foi para que ele se orgulhasse dela e mesmo negando a opinião dele é importante, o respeito do pai é tudo que ela sempre quis.

- Eu te amo princesa, estava com tantas saudades, mas sou como sua mãe diz sou Ogro de mais.

Ele consegue arrancar um sorriso involuntário de todos, e eu sei que ela quer ceder, mas seu orgulho esta gritando auto em sua cabeça, mesmo sem ele merecer eu interfiro.

- Ele esta se desculpando amor, fique, você veio para passar o Natal com sua família. Eu vou para o hotel e amanhã nos vemos.

- Você também pode ficar. Não é Fausto? (Dona Luiza diz ameaçadoramente).

- Você pode ficar, todos são nossos convidados.

- Você tem certeza Pai?

- Se te faz feliz..

- Sim, ele me faz muito feliz. (Ela sorri me abraçando)

- Então celebraremos o Natal como uma família.

- Na verdade, Justin trouxe a família e alguns amigos.

- E onde estão? (Dona Luiza).

- No hotel.

- Não soube de qualquer reversa em seu nome Justin.

- Não ficamos nos seu hotel dona Luiza. (Digo sem jeito).

- Isso é uma afronta, você irá casar com uma Alencar e se hospeda na concorrência?

- Oh não, eu não sabia se..

- Mãe, não queríamos causar problemas, a ideia foi minha.

- Pois amanhã ligarei fazendo a reserva de vocês, ou melhor, vocês podem ficar em nossa casa de hospedes. Afinal seremos uma grande família agora.

- Mãe...

- Eu insisto, seu pai já deu o show dele, agora que estamos sendo civilizados mais uma vez é melhor nos socializar e nos conhecer.

- Obrigada mãe.

Elas se abraçam e logo senhor Fausto esta próximo e mesmo sem jeito eles se abraçam, é bom vê-los assim, vejo que eles conversam baixo entre si, e ao se soltarem aquele sorriso que amo esta de volta ao rosto dela, a cor volta aos seus lábios e agora ela realmente esta bem.  E em minutos todos conversam como se nada tivesse acontecido, e Juliana parece melhor do que nunca cercada por sua família e seus dois amigos, no entanto continuo preocupado, forço sorrisos, porque sei que eles estão fingindo suportarem minha presença. Will e Suzi falam com empolgação sobre o Brasil, Sr. Fausto por vezes me olha e eu o encaro de volta, nossa convivência será baseada na educação e cordialidade porque temos uma pessoa importante em comum.

O jantar é servido, e não posso negar que a comida é das melhores, entendo de onde a Ju aprendeu cozinhar tão bem, ela me contou que Jô ensinou tudo e agora estou agradecido porque eu vou me casar  uma mulher que me faz refeições deliciosas e isso é uma qualidade que admiro na Ju.

Os quartos de hospedes são preparados, e nós subimos. Mas percebo que este era o quarto dela, deixo as malas em quanto ela se joga na cama, aproveito e obervo tudo minha volta, não é exatamente como eu esperava, seus moveis são de madeira e suas paredes são de um tom azul celeste, tem um pequeno mural de fotos  que faço questão de me aproximar para olhar melhor, sorrio ao ver que tem fotos suas quando criança, vestida em uniforme de escola, na piscina com os irmãos e uma foto dela com Carlos e Livia juntos na faculdade, ele tem suas mãos em volta de sua cintura e ela sorri, mas porque diabos esta foto ainda esta aqui? Olho mais ao lado tem outra foto, agora nesta eles estão se beijando e ela mostra com orgulho a aliança em seu dedo e isso me faz engolir a seco o ciúme, continuo olhando e percebo que existem muitas fotos deles ainda.

- Gostou? (Ela se aproxima também olhando)

- Não muito na verdade.

- Meu Deus, nem lembrava que esses fotos ainda estavam ai...

Ela se apressa em retira-las e eu gosto disso, eu não quero que meu ciúme estrague qualquer coisa mais uma vez, a cada dia eu tento aprender a lidar com ele, porque eu sei que ela me ama, eu sei disso e mesmo que eu não goste ela tem um passado e sempre vai ter admiradores, porque eu não sou o único a ver o quão incrível ela é, mas eu sou o único que a levará até um altar e serei o único a ser o pai dos seus filhos.

- Vou preparar nosso banho.

Digo a beijando e saindo, ela assente ainda ocupada em retirar suas antigas fotos do mural. Caminho até o banheiro onde coloco a banheira para encher, hoje foi um dia longe e difícil, mas é bom saber que o final da noite será melhor, é bom saber que superamos mais uma das barreiras. Termino de colocar os sais de banho e quando me viro para chama-la vejo que ela me observa escorada na porta.

- Esta ai a muito tempo?

- Não...

- Vem, me deixe te ajudar a tirar essa roupa.

Ela se aproxima e levanta os braços para que eu tire sua blusa, a jogo no chão, faço movimento para que ela se vire e assim o faz e logo desfaço seu sutiã me dando visão de seus lindos seios, acaricio sua pele até chegar em seu jeans onde abro o botão e o zíper o puxando para baixo, ela sai de dentro dele e fica diante de mim apenas de calcinha, minha garota é tão linda que me deixa orgulhoso.

- Minha vez... (Ela diz em sua voz tão calma e doce).

Ela segura a barra da minha caminha a levantando, ajudo a retirar levantando meus braços, suas unhas arranham minha pele me causando arrepios e depois me beija por onde suas mãos passou e logo ela chega meu jeans o retirando também, finalmente ela retira minha boxer e eu a sua calcinha, a ajudo a entrar na banheira e tambem entro me sentando atrás dela, ela prende seus cabelos me deixando livre seus ombros e pescoço, massageio para que ela relaxe, seus olhos se fecham e eu escuto um pequeno gemido de aprovação.

- Fiquei orgulhosa de você... (Ela diz)

- O que eu fiz?

- Você foi forte, não me deixou.

- Eu nunca vou te deixar.

- Eu sei, e lembrar disso me deixa feliz. Eu te amo, sabe disso não é? (Ela pergunta me olhando).

- Sim eu sei, e lembrar disso me deixa feliz.. (Ela sorri e me beija)

- Ainda estou preocupado, como esta se sentindo? Por favor me diga a verdade!

- Não sei, agora me sinto bem, mas antes eu me sentia quebrada.

- Como esta nosso bebê?

Levo minhas mãos até seu ventre, é tão surreal saber que ali dentro esta sendo gerado algo nosso, fruto desse amor tão nosso, ele é prova que pertencemos um ao outro, ela carrega um filho meu é nosso laço eterno.

- Protegido..

- Vocês são tudo para mim.

- E você tudo para nós...

Ela se vira me beijando, e essa é a primeira vez que me sinto bem desde que chegamos, estava ansioso pelo encontro com a família dela, eu sabia que não seria fácil, mas eu não me importava comigo, o que estava me matando era o modo que ela seria recebida por minha presença e vê-la brigar com todos por minha causa quase me matou, porque eu sabia que seu coração estava se partindo ao meio e eu não tenho o direito de pedir que escolha entre mim e eles é injusto impor tal escolha. Seu beijo é tão acolhedor e tão cheio de amor que me faz esquecer os problemas, a certeza que ela esta aqui é tudo, minhas mãos vão até seu corpo macio e ali o desejo nos domina, o beijo se torna carnal e nossas respirações descompassadas, eu a quero, mas ao tocar novamente sua barriga me faz parar.

- Tem certeza que esta bem?

- Sim, estou bem acredite, só preciso de você agora.

Seus olhos me encaram e eu a puxo novamente necessitado, é como se estivesse por muito tempo longe um do outro, suas pernas abraçam minha cintura e suas mãos puxam meus cabelos com desejo, seus seios gritam por minha boca e eu me aposso deles com voracidade, seus gemidos só me deixam ainda mais louco, mordo, chupo e lambo sua pele, pescoço e volto a beijar sua boca, nossas intimidas se tocam, mas eu ainda não a penetro, uma de suas mãos seguram meu membro e o estimula me fazendo deixar um gemido de prazer, seus dentes arranham meu pescoço e sua língua faz um rastro quente até chegar em minha orelha, mordicando e gemendo, minha mão vai até sua intimidade e a estimulo com meus dedos, as vezes penetrando e outras apenas a tocando, estamos tão entregues que não posso mais esperar para entrar nela, e em um movimento eu a penetro e em uníssono gememos de prazer, seu corpo me pertence, seu prazer é meu, assim como sou dela. Não há nada como fazer amor com minha mulher, é a perfeita mistura de prazer e amor, nada supera essa combinação.

Depois de saciados, vamos para o chuveiro onde terminamos nosso banho. Juliana passa seu hidratante e eu apenas a espero vir se deitar e assim que ela termina caminha em minha direção se deitando em peito, acaricio seu cabelo esperando que seu sono chegue, quero que ela descanse, seu dia foi tenso. Já é tarde, mas meu sono não vem, lembro das fotos em seu mural e do modo que ela falou que amava o Carlos, o que seria de mim se nunca a conhecesse? Eu nunca conheceria a felicidade, ainda estaria sem falar com meus amigos, ainda estaria fazendo besteira, ela me salvou.

- O que esta te preocupando? (Sua voz soa quebrando o silencio, achei que ela já tinha dormido).

- Nada..

- Não minta para a mãe do seu filho.. (Posso sentir seu sorriso)

- Ou filha.

- Não mude de assunto. Diga! (Ela levanta a cabeça me encarando)

- Você realmente amava o Carlos, eu vejo isso e penso o que seria da minha vida se tivesse se casado com ele.

- Eu penso isso as vezes... (Ela diz).

- Pensa? Você acha que seria feliz?

- Penso. Penso se eu tivesse casado com ele, se você tivesse se casado com a Selena, se eu não tivesse atendido vocês naquele restaurante.

- Eu sei que as coisas aconteceram do modo errado, mas esse foi o jeito da vida nos uniu. E eu sou feliz por isso.

- Eu sou feliz com você, eu nunca poderia ser feliz desse jeito com ninguém, nem se não tivesse te conhecido, eu sei que parte de mim sempre seria apenas sua, eu apenas viveria do modo errado...

- Nos fizemos do errado o nosso certo... (É loucura pensar em tudo que nos trouxe até aqui, mas eu não posso deixar de ficar agradecido).

- Eu te amo, nunca amei ninguém como te amo. (Ela diz e nada poderia me deixar mais feliz)

- Só você Juliana, mais ninguém.

A beijo, e depois de ouvir ela dizer que não o amou como me ama consigo dormir. A luz do sol entrando por nossas janelas me fazem acordar, e eu não preciso procura-la na cama, seus braços me envolvem e eu ainda a vejo dormir, com os cabelos cobrindo a perfeição de seu rosto, retiro os fios teimosos e beijos seus lábios, mas ela não se move, seu sono ainda a domina, e eu não quero levantar sem ela, o dia lá fora não tem a mesma graça, me estico na cama preguiçosamente e retiro o lençol que cobre seu corpo e olho sua barriga magra, estou ansioso por vê-la mais volumosa, acaricio com as pontas dos dedos torcendo para que ele sinta meu carinho, e com cuidado para não acorda-la me aproximo ainda mais agora beijando meu pequeno pedacinho.

- Bom dia, papai já acordou, mamãe preguiçosa ainda esta dormindo.

Ela se meche e eu me afasto rapidamente me deitando ao seu lado, e aos poucos eu posso vê-la abrir os olhos e sorrir ao me ver.

- Bom dia linda... (Digo)

- Bom dia amor, já tempo que acordou?

- Não, agora mesmo.

- Que horas são agora?

Olho o relógio e ainda marcam sete horas da manhã, mas eu tenho a sensação que é mais bem mais cedo, mas é coisa do fuso. Juliana pula da cama e eu me sento a olhando divertido é como se ela estivesse atrasada, ela corre de um lado para o outro e não consegue fazer nada, se procura uma roupa, escova os dentes ou toma banho.

- Pra que a pressa amor? Ainda é cedo.

- A Jô já começou a preparar coisas, eu quero aprender.

- Hoje é véspera de Natal, você vai ficar na cozinha?

- Jus, a Jô faz comidas deliciosas, só tenho hoje para aprender, logo vamos voltar e nem aprendi nada.

- Meu Deus, minha namorada é de outro mundo, todas mulheres que conheci até hoje vão para o salão fazer o cabelo, unhas e outras coisas de mulher, tudo que menos querem e chegar perto da cozinha. E ai olha só você, correndo de um lado para o outro para ir pra cozinhar.

- Você vai gostar quando eu preparar alguma coisa nova pra você.

- Ok, você esta certa...

Ela sorri e eu me levanto, tomamos banho e depois de prontos descemos e já podemos ouvir vozes, caminho em direção a mesa de café e se não fosse loucura eu poderia jurar que ouço as risadas da Jazzy, olho curioso para Ju e ela também parece confusa e ao chegarmos onde estavam, impossível controlar a surpresa, minha família toda estava ai com meus amigos em uma conversa animada com a família da Ju, por essa eu realmente não esperava nem em mil anos, ainda mais depois de ontem. Sr. Fausto conversa com meu avô algo que parece muito interessante pois eles estão concentrando um no outro, em quanto minha mãe e dona Luiza e minha avó sorriem juntas, Rafael e Luciano também já parecem entrosados com Ryan e Chaz, em quanto Chris, Caitlin conversam com Will e Suzi e sem falar que aqueles dois pestinhas brincam com Jô e meu pai.

- O que esta acontecendo aqui? (A Ju tira as palavras da minha boca).

- O que vocês estão fazendo aqui? (Pergunto)

- Oi, bom dia. Não quis mandar acorda-los pois pareciam cansados. Eu tomei a liberdade de ir chamar sua família e amigos para se juntar a nós para o café Justin, espero que não se importe Justin. (Dona Luiza)

- Sua família é muito gentil Juliana.. (minha mãe)

- Não me importo, apenas não esperava encontra-los tão cedo.

- Obrigada dona Pattie.

- Vamos, sentem-se, tomem café conosco..

Dona Luiza indicou os lugares e senhor Fausto apenas assentiu com a cabeça positivamente logo voltando sua atenção a conversa com meu avô. Juliana olhava todos sem dizer nada, aquilo era completamente estranho, é como se nada tivesse acontecido ontem, e tivéssemos apenas uma família feliz de comercial de margarina a nossa frente, não tem como as coisas mudarem tão radicalmente do dia para noite, isso era assustador.

- Preciso desmaiar mais vezes... (Ju brinca piscando e eu nego)

- Não brinque.

- É serio, olha pra isso...

Logo ela e Suzi estavam conversando e sorrindo, eu ainda não estou totalmente confortável com tudo isso, é como se não fosse real. Mas tento seguir com o café. Ao terminarmos seguimos aas pessoas iam saindo aos poucos e eu me levando enquanto a Ju fala com Caitlin e Suzi e os meninos me chamam.

- Ei garoto...

A voz do senhor Fausto soa atrás de mim me fazendo para, respiro fundo e me preparo para seu próximo ataque. Me viro para encara-lo, e antes que eu perceba as mãos da Ju estão nas minhas.

- Não precisa ficarem na defensiva, não quero brigar, só quero conversar com você um minto garoto.

Juliana não me solta, mas eu sei que precisamos ter essa conversa e por mais tensa que ela for eu preciso que ele entenda que não a magoarei novamente, eu já o fiz acreditar em mim uma vez.

- Esta tudo bem amor, é apenas uma conversa.

Ela hesita, mas me solta, senhor Fausto lhe dá um sorriso e ela se afasta indo para a cozinha com a Jô, senhor Fausto indica seu escritório e nos caminhamos para lá, ao entrar ele fecha a porta atrás de mim e me indica a cadeira para que me sente e assim eu faço, ele se senta a minha frente e apenas me encara.

- Nós já conversamos uma vez, você foi até meu escritório dizendo que amava minha filha, e mesmo sem gostar de você eu acreditei, por que você olhou nos meus olhos, você teve a coragem de cruzar o oceano para mentir olhando dentro dos meus olhos, você disse que não a faria sofrer.

- Eu não menti.

- Me deixe continuar depois você fale.

- Ok.

- Eu achei admirável sua atitude e pela primeira vez eu achei que estava errado, eu achei que ela estaria em boas mãos, mas na primeira oportunidade você humilha minha filha publicamente, você disse que a protegeria, mas ela quase foi estuprada por um amigo seu que chamou de prostituta. Eu quis matar você, eu quis acabar com sua vida publicamente, mas Luiza me disse que era melhor esquecer porque a Juliana iria viajar. Eu gostei do rapaz que conheci, ele é um homem de caráter, e em todo tempo que estive lá ele esteve cuidando da Juliana. Mas agora ela simplesmente me aparece com você mais uma vez, dizendo que tudo foi um engano e que vão se casar, aquela lá fora é minha filha, é razão da minha vida, tudo que eu e Luiza fazemos é para nossos filhos, é para vê-los felizes, por mais errado que eu pareça as vezes, eu amo a minha filha, eu quero vê-la sofrer mais uma vez, não pense que esta sendo fácil aceitar você debaixo do meu teto, mas os pais passam por cima de muita coisa pelos filhos. Eu não apoio a relação de vocês.

Eu permaneci calado escutando cada palavra que ele dizia, ele não gritou, não brigou, mas suas palavras me cortaram mais que lamina afiada, me fazendo pensar que mesmo não querendo eu sei que ele esta certo, ele é pai dela e tudo que fiz foi machucar sua filha, e agora que Juliana carrega um filho meu eu começo a pensar se for uma menina, se for a minha menininha? Eu não a protegeria da mesma forma? Ela será meu bem mais precioso e em pensar em vê-la sofrer por alguém me fazer querer mata-lo, se alguém cara a tocar eu não sei se posso suportar, é como se agora eu trocasse de lugar e começasse a sentir exatamente o senhor Fausto sentiu ao ver a Ju chorar, como eu poderia ver a minha filha chorar sem odiar o causador? Nada que eu disser irá mudar os fatos, eu a machuquei, mas eu realmente a amo e nada que eu fizer apagar o que aconteceu, mas eu posso ser melhor do que antes.

- Eu realmente sinto muito senhor. Eu posso entender sua raiva.

- Você vai entender quando for pai. Quando ver sua princesinha chorando e não poder fazer nada.

- Agora eu entendo.

Eu não consigo disfarçar a dor ao imaginar a cena, e ao olha-lo eu não sei o que dizer. Ele me encara sem reação, seus olhos estão arregalados e ele passa as mãos nervosamente no cabelo. E em um movimento ele bate na mesa fazendo o barulho soar alto, o olho sem entender.

- Juliana esta grávida, é isso não é?

Ele diz e eu não sei se devo responder, se devo mentir ou confessar, mas ele parece tão certo que não posso mentir.

- Sim está.

- Isso só pode ser brincadeira.

- Eu sei que o senhor me odeia, não há nada que eu possa dizer que vai mudar o que aconteceu, mas eu não menti quando disse que a amava, eu realmente amo, mais que minha própria vida, eu não a trai, aquilo foi armação para nos separar. Eu já me desculpei com ela e devo me desculpar com você agora, sei que fui falho em certos momentos, mas eu não trai a Ju, eu apenas me deixei levar pelo ciúme que estava sentindo, eu sou louco por ela, e foi isso que me fez cego. Eu sinto que não a mereço, é como se ela fosse me deixar a qualquer momento, mas ela é nosso bebê é tudo que tenho agora, eu nunca achei que pensaria assim, mas nada importa, nem dinheiro nem fama, nada alem deles entende? Eu já o amo mesmo sendo tão pequenininho, porque ele é parte dela, tudo que mais quero é cuidar deles e fazê-los feliz, eu nem sei o sexo dele ainda, mas se for uma menina eu não posso imaginar em alguém a machucando, eu não quero isso. Vou ser verdadeiro com o senhor, eu não me importo com sua opinião de fato, mas Ju se importa e se é importante para ela eu estou aqui, eu quero que me aceite e entenda que não farei mais nada que a fará chorar, porque de tudo que já passei de ruim na minha vida, nada se compara com a merda de vida que vive longe dela, e realmente não estou disposto a passar por aquilo novamente.

- Como posso confiar em você?

- Não pode. Apenas acredite ontem tudo que mais quis foi coloca-la de volta no avião e tira-la daqui, porque ontem foi a sua vez de machuca-la. E eu também o odiei por isso.

- Acho que vamos ter que conviver com isso.

- Não posso mudar o fato que você é o pai dela.

- Não posso dar outro pai ao meu neto. Não temos para onde correr Sr.Drew

- Não.

- Então acho que podemos comemorar o Natal civilizadamente.

- Da minha parte sim senhor.

Digo me levantando, acho que já conversamos. Ele não diz nada então eu faço meu caminho até a porta, mas antes de abri-la me viro, Sr. Fausto encara a foto da família que tem em sua mesa, ele parece triste, mas um meio sorriso aparece.

- Juliana quer contar sobre o bebê a noite. (Digo ele apenas assente positivamente)

- Sr. Drew? (Ele me chama mais uma vez)

- Sim?

- O que você acha que é?

- (Sorrio com orgulho) – Um garotão.

- (Ele também sorri) – Também acho.

Sai do escritório e sei que não sou o melhor genro do mundo, mas não há outra saída para nós, ele vai ter que aceitar que vou me casar com sua filha e que ela carrega um filho meu, isto nos deixa em um impasse. Mas para mim o mais importante é que a Ju vai ficar feliz em saber que ambos saimos vivos desta conversa. Caminho até a cozinha e ao chegar na porta eu posso ouvir Jô lhe dar algumas instruções, mas ela não esta prestando atenção, suas unhas já se foram, ela as mastiga nervosamente e assim que nota minha presença voa em minha direção me abraçando.

- Você esta bem? Como foi? (Sua voz esta cheia de preocupação)

- Não sou o genro preferido, mas ele vai ter que aceitar que serei o único.

- Estava preocupada.

- Não precisa, nós apenas conversamos.

- Eu quero saber de tudo.

- Foi uma conversa de homens..

- Justin!

- É serio amor, o mesmo papo de sempre, ele vai me matar se te machucar e eu jurei que não vai ser necessário.

- Só isso?

- Só... Estou bem, ele também, agora vai lá com a Jô aprender comidas pra fazer para seu futuro marido.

- Ok, seus amigos estão na praia, vai lá.

- Você vem?

- Mais tarde quando terminar aqui.

- Não demora muito.

- E você se comporte...

- Sempre. (Sorrio lhe lançando uma piscadela)

Mesmo desconfiada ela me da um beijo rápido correndo até a Jô que a espera, a casa é grande, caminho até as portas do fundo e posso ver a praia e o mar, tiro a camisa e corro até lá, e ao me aproximar posso ver Will com Suzi e Ryan com a Caitlin sentados na praia.

- E a Ju não vem? (Suzi pergunta ao notar minha presença)

- Ajudando a Jô na cozinha, vem quando terminar

- Cadê os outros?

- Correndo atrás de rabo de saia, eles estão com uma aposta ridícula. (Cait)

- Mulher? (Pergunto mesmo sabendo a resposta)

- Eles tem sorte, podem variar o cardápio... (Ryan zomba)

- O que te impede? Não estou te prendendo, mas fique ciente que também sei variar o meu.

Impossível não rir, ela se levanta brava e ele trata de correr atrás, isso que dá abrir a boca na hora errada. Ryan é um idiota, mas ele realmente gosta dela, e ela sabe disso.

- Hiiii... (Will)

- Que mudar também Will? (Suzi)

- Vixe, nem falei nada.

- Acho bom.

- Ok, pra mim já deu, assistir D.R logo cedo ninguém merece, fui.

Caminho em direção ao Chris e Chaz que estão na parte publica da praia, logo depois das rochas.

- Vou ficar de olho heim Justin. (Suzi grita)

- Will, cuida da tua mulher ai pow.

Me afasto, e posso ver os dois idiotas parecendo dois palmitos no meio das pessoas, a praia esta cheia e começo a pensar que talvez não seja uma boa ideia ir para parte publica, penso por uns instantes e talvez se eu não demorar ninguém note minha presença, me aproximo.

- Precisam de ajuda? Porque desse jeito não vão pegar ninguém.

- Seu pai esta nos ajudando...

Eles indicam e eu vejo meu pai cercado por mulheres, ele nunca vai tomar jeito, quando criança tudo que mais queria que ele e minha mãe voltassem, mas hoje vejo que ele nunca vai mudar, meu pai não foi feito para compromisso. Ele me vê e sorri fazendo sinal para que nós vá até ele, Chaz e Chris correm e cada vez eu acredito que eles não podem ser mais idiotas. Quando me aproximo meu pai faz questão de me apresentar a todas as garotas, elas me reconhecem e me abraçam eufóricas.

- Este é meu numero, nós estamos em um hotel aqui perto. (Meu pai distribui seu numero entre as meninas)

- Oh meu Deus, é serio? (uma das garotas pergunta eufórica)

- É sim, vamos fazer uma festinha mais tarde, porque vocês não aparecem.

- Você estará lá Justin? (outra pergunta)

- Nã...(Antes que eu diga qualquer coisa meu pai confirma)

- É claro que ele vai estar.

- Nós também estaremos... (Chris)

E aquela que era apenas uma pequena rodinha de meninas começa a crescer e quando vejo tem celulares em nossa direção, eu tento sair, mas é quase impossível quando começam a me puxar e algumas são mais atrevidas tentando me beijar, eu tiro algumas fotos e dou alguns autógrafos, mas não posso continuar aqui. Tento sair, mas unhas arranham meu braço ao tentar me segurar.

- Porra Chaz e Chris ajuda aqui.

Eles finalmente me ajudam a sair e eu corro tentando voltar para parte privada, algumas correm atrás de mim chamando meu nome em um pequeno tumulto se forma, eu não sei o que fazer, elas não vão respeitar a placa que diz “Praia particular”, corro em direção aos carros na rua, o sinal esta fechado então sem pensar eu apenas abro a porta do passageiro do primeiro carro que vejo, é uma senhora e ao me ver invadir seu carro ela grita assustada, travo a porta em quanto tentam cercar o carro.

- Desculpe, por favor só dirija.

A senhora ainda me olha sem entender o que esta acontecendo, o sinal abre e ela arranca com o carro, olho para trás e algumas ainda correm atrás de nós, essa foi por pouco. A mulher me olha e eu preciso dizer alguma coisa.

- Sinto muito por invadir seu carro desse jeito.

- Elas queriam matar você...

- (Sorrio) – Não necessariamente, mas é isso que aconteceria se eu ficasse ali. Sou Justin.

- Seu rosto não é estranho.

- Aposto que não.. (Sorrio)

Ela continua dirigindo e eu não faço ideia de onde estamos, não tenho nada comigo, deixei tudo em casa,olho para a mulher  e sem querer abusar muito eu peço seu celular emprestado, eu não queria, mas era o jeito ligar para Ju, ela atendeu assustada e pedi que viesse me buscar, eu não sabia dizer minha localização, mas a senhora explicou e em algumas minutos esperando eu posso ver ela estacionar atrás de nós e descer com pressa, eu também desço.

- O que aconteceu?

- Eu estava na praia com os outros e ai nos cercaram e eu não tinha pra onde correr, eu entrei no carro dela.

- Meu Deus.. Olá, tudo bem? (Ju se aproxima cumprimentando a mulher que lhe sorri gentil)

- Esta e sua namorada?

- É sim... (Sorrio)

- Muito bonita.

- Obrigada. (Ela sorri tímida).

- Não sei como agradecer, posso pagar?

- Não seja mal criado.(Ela parece ofendida)

- Desculpe, não foi minha intenção eu só quis recompensar o susto e o incomodo.

- Esta tudo bem, não foi nada. Cuide dele menina, você não tem ideia de quantas estavam atras dele, achei que o matariam.

- Vou cuidar...(Ela sorri)

A senhora acena e vai embora, Ju balança a cabeça negativamente caminhando até o carro, eu não achei que ia acontecer tudo isso. A sigo e tomo meu lugar no passageiro, ela liga o carro e ainda sorri divertida.

- O que?

- É isso que acontece quando te deixo um minuto sozinho?

- Mas eu não tive culpa, quando vi estava cercado.

- Eu queria ver a cara que aquela senhora fez quando você invadiu o carro dela.

Ela gargalhava me fazendo rir junto ao lembrar, nós riamos sem parar, isso com certeza vai ficar para historia. Não demorou muito e logo estávamos de volta em casa, as pessoas estavam preocupadas, mas assim que a Ju contou em meio as gargalhadas o que tinha acontecido virei motivos de piada.

- Vou voltar a ajudar a Jô com a ceia e você por favor, fique longe de praias publicas e carros com senhoras no volante.

- haha.. Muito engraçado...

- Realmente...

Ela saiu me deixando, não quero mais ir para praia então melhor ir para piscina, Jazzy e Jaxon estão brincando com minha mãe lá, fiquei por algum tempo até que finalmente meu pai chegou com Chaz e Chris, e ao me verem começaram a rir – idiotas –. A tarde já estava chegando, e eu quase não vi a Ju, ela ficou na cozinha ajudando o tempo todo, começava a sentir falta, mas não queria atrapalhar.

- Poker? (Rafael brincava com as fichas nos chamando)

Em um minuto a sala estava cheia, todos os homens ali, concentrados em apenas nossas cartas e jogadas, Senhor Fausto tinha Luciano, Rafael e Will, meu pai tinha a mim, Chaz, Ryan, Chris e meu avó estavam obervando para não haver roubo, a fumaça do charuto que Sr. Fausto fumava estava em toda a sala, e logo todos também estavam fumando como se aquilo fosse algum clube de homens, o jogo estava tenso, nós estávamos quase recuperando nossas fichas perdidas, eles realmente eram bons, mas nós também somos e eu não posso perder para o meu sogro, eu preciso ganhar, é questão de honra.

- Aposto dez mil. (É tudo que tenho na mesa)

- Aposta alta e perigosa garoto. (Sr. Fausto sorri).

- Estou confiando em você meu garoto, vamos depenar esses patos.

- Não é tão fácil assim.. (Rafael sorri junto a Will e isso me faz repensar minha aposta, mas agora é tarde, já dei meu lance)

- Aumento. (foi a vez do Luciano falar) – vinte mil.

Merda, ele tem cartas melhores, em minha mão eu tenho uma quadra com perfeitos Ases,  o suor brota de meus poros, todos na sala estamos em silencio absoluto esperando pela cartada final, é possível escutar a respiração de cada um, o som das cartas ao se tocarem umas nas outras em nossas mãos... o tic-tac é alto, mas é o barulho de batidas na porta que nos assusta.

- Ryan? (É a voz da Cait)

- A mande ir Ryan, este é um jogo de homem. (Meu pai diz ainda tenso)

- Não é hora para namoricos. Vamos garoto, nos mostre suas cartas. (Sr. Fausto)

- Depois baby. (Ryan grita)

Respiro fundo, é agora, me preparo novamente para mostrar as cartas e finalmente ver o que eles tem nas não que podem ser melhor que minha quadra, mas mais uma vez o barulho de batidas na porta nos interrompe e todos fazem um alto e sonoro – Haaaaa- enfurecido.

- Fausto, Está na hora, ou vai passar o Ano novo ainda também??

- Já vou Luiza. Vamos garoto, mostre logo suas cartas. (Ele insiste)

Jogo minhas cartas sobre a mesa mostrando minha quadra, eles estão surpresos, mas Luciano joga seus cartas e sou vencido, não acredito que perdi, meu pai e os outros balançam a cabeça negativo, derrotados.

- Full House! (Luciano diz orgulhoso)

- Foi um prazer senhores...

Senhor Fausto se levanta sorrindo vitorioso, e todos fazemos o mesmo saindo da sala, as mulheres estão na sala conversando entre si, todas parecem distraída, apenas Ju tem uma cara estranha, antes que eu me aproxime ela me alcança no caminho, mal tocando em mim.

- Sobe, vamos...

- Amor, mais tarde, todos estão olhando..

- Não seja bobo, suba, você precisa de um banho urgente..  Quero meu namorado de volta.(Ela sorri)

- Tão ruim assim? (Pergunto me cheirando e não sentindo o cheiro tão forte, é apenas um pouco, nada de mais)

- O que vocês fumaram ali dentro? Meu Deus!

- Os cubanos do seu pai.

Ela me arrasta nas escadas mas ao chegar no quarto corre para o banheiro vomitando, ela tem feito muito isso ultimamente, cheiros e comida sempre acabam a deixando enjoada, ela consegue sentir cheiros que ninguém mais consegue. No banho ela fez com que me esfregasse três vezes, e ainda dizia que o cheiro estava forte, fiquei horas no banho, tive escovar os dentes no mínimo dez vezes. Quando finalmente estava limpo e cheiroso descemos, as pessoas estava sentadas no sofá conversando entre si, eu não havia notado, mas debaixo da arvore tinham muitos presentes, os meus ainda estavam na mala, e o da Ju escondido para ela não ver.

- Esqueci uma coisa...

Soltei sua mão correndo de volta para o quarto, pequei todos os presente e os levei para colocar debaixo juntos com os outros, ela me olhava orgulhosa ao me ver ajeitar todos com cuidado.

- O seu já esta ai... (Ela diz me abraçando)

- Não, o meu esta aqui... (Toquei sua barriga para que ela soubesse nem um presente é maior que este que ela carrega)

Olho em volta e é natal. É natal. Quanto tempo não comemoro essa data de verdade. Pra mim, o natal significa tudo. É uma data tão familiar, tão aconchegante.  É a época das pessoas ficarem mais felizes e de acreditarem na magia. Afinal, o natal é uma magia. Pura mágica. As luzes se acendem e tudo ganha mais cor. Tudo fica mais alegre, mais bonito e mais juvenil. As pessoas acreditam que tudo pode ficar melhor, que o céu mudou de cor. Sério. Natal pra mim é especial. E quanto tempo eu não vivo esse momento. Minhas melhores lembranças são de quando ainda era criança, depois de um tempo se tornou apenas mais uma e até hoje eu não sabia que tenho desejado a cada ano ter outro natal feliz de verdade. Completo. Não completo de comida, mas completo de sentimento. Não quero sentimento pela metade. Quero todo. Tudo está tão bonito, olhar em volta e ver todos sorrirem é maravilhoso, olhar a mulher que amo ao meu lado feliz é algo sem preço, aquela grande arvore de Natal piscando luzes coloridas e tão cheia de presentes me fazem me sentir mais uma vez criança. Eu acredito no poder das árvores de natal. Quantos olhos ela fez brilhar? O meu com certeza e de crianças como meus irmãos que a encaram admirados por sua tão hipnotizante beleza. Eu amo as luzes do pisca-pisca. Amo ver aquelas lâmpadas coloridas e mágicas acendendo e apagando.. O  natal desperta a cada segundo a criança que há dentro de nós. É lindo. Eu amo. Me faz bem. Nos da esperança. Eu não tenho nada o que pedir neste natal, se tivesse a quem enviar uma carta de agradecimento eu faria, por que não há nada que deseje que eu já não possua, não digo de dinheiro, digo que tenho amor, e se eu o tenho eu tenho tudo, o amor vem de todos os lados, Família, amigos, a Ju... E começo imaginar que um dia nós estaremos na nossa casa, com a nossa arvore e nossos filhos e desejo contar para eles que Papai Noel virá e que dará um lindo presente se eles se comportarem. Eu desejo ter esse momento. Sei que terei. Em breve. A voz do senhor Fausto me fazem voltar ao agora , e ele começa a troca de presente, ele presenteia sua esposa e todos seus filhos, a Ju fica toda boba ao ganhar os presentes do seu pai, mãe e irmãos, aos poucos cada um vai tomando a frente para entregar seus presentes, até que finalmente chega minha vez, eu dou primeiro os dois pestinhas, depois meus pais, meus amigos e por ultimo o da Ju. Ela me olha curiosa assim como todos na sala. E antes de entregar eu quero falar algumas coisas, então começo:

- Eu acredito, de verdade, que é possível amar mais de uma vez nessa vida. Cada amor tem seu modo diferente. Nenhum é igual.  Assim como paixão, uma é mais arrebatadora que a outra. Porém, meses atrás eu encontrei alguém que realmente merece ouvir essa frase tão poderosa. Tão cheia de si. Alguém que me faz. Uma hora, depois de tanto gostar e desgostar  ou achar que gostou, a gente encontra um eterno amor. E eu encontrei o meu. Nem vem com o papo de que o eterno não existe. Não existe enquanto você não sabe distinguir o certo e o duvidoso. Não existe enquanto você não se tocar que aquelas pessoas do passado foram apenas isso… P-E-S-S-O-A-S. Mas hoje eu já não penso nisso com frequência. Ficou guardado. Deixei pra trás. Mas valeu a pena. Vale a pena todo dia. Eu encontrei um amor pra chamar de meu.  Encontrei alguém de verdade. E eu só quero ser feliz. Eu mereço isso. Todos merecem.  Eu nunca senti o que eu sinto hoje. Parece que essa pessoa foi feita pra mim. Toda pra mim. E por ela, eu esqueci tudo. Hoje só vivo o que é bom. Tudo ficou melhor, bem melhor. Agora tudo faz sentido.  Vejo que escolhi pessoas erradas no passado porque eu estava tentando encontrar alguém como você Ju. Ainda bem que você chegou meu amor.  Ainda bem.

O silecio é grande, ela corre e me abraça, lhe entrego meu presente, são brincos que quando vi achei lindos e eles apenas combinariam em outra tão linda quanto. Ela limpa as lagrimas e distribui seus presentes, ela comprou para todos, desde sua família até Chaz que ficou vermelho ao receber o seu. E assim como eu ela deixou o meu por ultimo. Ela me olha e depois olho para suas mãos e noto que nossa aliança voltou para seu dedo.

 - Vou casar! (Ela diz eufórica  mostrando sua mão para que todos vejam seu anel, arrancando um grande o”anw” de suas amigas e deixando minha família e meus amigos surpresos) – Eu achei que demoraria para dizer isso novamente. Mas você entrou na minha vida e me fez perceber o quanto eu estava pensando de modo incorreto. Descobri que quero mais pra minha vida, quero mais do que eu. Passamos por tantas coisas que qualquer um diria que seria impossível chegar onde chegamos. Mas agora como noivos.. Logo será o nosso casamento. Eu estou feliz por você ter entrado na minha vida. Eu jamais pensei que encontraria uma pessoa como você. Não me vejo fazendo as coisas que faço e penso em fazer com outra pessoa a não ser você… uma pessoa que me ensinou muita coisa e uma delas foi amar. Não amar apenas outra pessoa, mas a mim. Daqui uns meses, vamos formar nossa família. Por enquanto será eu e você, mas em alguns meses nossa família aumentará. – (Agora todos foram pegos de surpresa, olhos assustados nos olhavam, mas eu não me importava, eu só queria ouvir o que ela tinha a dizer) – Hoje você me disse que este (Ela toca sua barriga) - era seu maior presente,  mas tambem é o melhor presente que você poderia me dar, é uma parte nossa.  E eu tenho certeza do que eu quero. Agradeço por tudo o que tem me dado, me ensinado, me feito viver. Temos um longo caminho pela frente, meu amor. Eu estou disposta a segui-lo nos momentos bons e nos momentos ruins. Eu não sou NADA sem você. Não suportaria ver você indo embora. Você sabe mais do que ninguém tudo o que passamos, mas isso serviu para percebermos o que era certo e o que era errado. O que deveria ficar e o que deveria melhorar. E aqui estamos. Firme, forte e NOIVOS. Obrigada por tudo que você fez por nós. Por todo seu esforço, por todo seu trabalho, por tudo. Nós estamos batalhando para que todos os nossos planos e sonhos se tornem realidade. Você me incentivou desde o início. Nunca vou esquecer o que você já fez por mim e por nós dois. E eu te amo mais que tudo meu amor e mal posso esperar para, finalmente, iniciar nossa família. Para finalmente te ter como meu marido.

Caminho em sua direção a abraçando e pegando meu presente, não importa o conteúdo desta caixa, nada pode superar cada palavra que ela disse, todos ainda estão tomados pela surpresa, minha mãe parece estar em estado de choque assim como dona Luiza, mas tudo que nos importamos esta aqui diante de nós, tão pequeno e indefeso que só tem a nós para protegê-lo de toda a maldade desse mundo que o espera.

 POV – JULIANA ALENCAR.

Depois de todos terem superado a surpresa conseguimos ter nosso jantar de Natal em perfeita harmonia, minha mãe esta em processo de negação de ser avó, ela diz que ainda é muito nova para isso, mas ao mesmo tempo ela começa a fazer mil planos dizendo que devemos começar a comprar coisas que o bebê vai precisar, dona Pattie está sem acreditar em como Justin pode esconder isso dela e Will e Suzi já se sentem tios, meu pai que ao contrario do que imaginei esta tão a vontade com a ideia que nem pareceu surpreso, e mesmo sem gostar do Justin esta um verdadeiro vô coruja, ele colocou na cabeça que será um menino, Justin está orgulhoso em falar sobre isso com seus amigos é como se sonhasse com esse momento a muito tempo.

Já é madrugada e todos bebem, eu os olho e não posso me sentir mais feliz, me sinto completa e realizada, eu tenho todos que amo, este pode ter começado errado, mas foi o melhor Natal da minha vida. Me sinto cansada, mas não quero chamar Justin para dormir e acabar com a diversão dele e dos amigos, sem que ninguém me veja eu fujo pelas portas dos fundos, sinto o vento frio da madrugava arrepiar minha pele, tiro meus saltos e deixo meus pés sentirem o agradável contato com a areia, os jogo do lado e me sento olhando as ondas, eu não sei por quanto tempo fiquei ali, mas eu já podia ver o sol dar os primeiros sinais no horizonte deixando tudo mais bonito. Sinto alguém se aproximar e ao olhar eu posso ver que é Caitlin, ela sorri e eu lhe devolvo o mesmo sorriso simpático.

- Justin esta louco te procurando... (Ela diz divertida)

- (Sorri) – Vou deixar ele procurar mais um pouco.

- Eu não dei os parabéns... Estou feliz por vocês.

- Obrigada, é tão engraçado ouvir isso de você.

- Engraçado porque? (Ela diz confusa)

- Na minha adolescência, com todas as mulheres que Justin se envolvia, você era minha preferida, eu torcia por vocês.

- Mesmo?

- Sim...

- Então deixa eu te contar um segredo, de todas que ele se envolveu, você também é minha favorita Juliana. Fico feliz que ele tenha encontrado alguém que realmente o ame.

- Obrigada Cait.

- Não há de que, só sejam felizes e me deixem pegar o bebê as vezes?

- Nós vamos ser, e você é da família, sempre que quiser me ajudar com o bebê vou agradecer.

- Vai ser um bebê lindo ou linda... Dizem que mães sentem, o que você acha que é?

- Não sei, as vezes sinto que é menina, mas as vezes eu também sinto que é um menino, ainda esta cedo, não sei usar meu sensor de mãe ainda...(Digo divertida)

- Esta de quanto tempo? Sete semanas.

- Ei, vocês estão ai..

A voz de Suzanna nos chama atenção e ela se joga na areia, é evidente o efeito do álcool nela nos fazendo rir, eu gosto delas, realmente gosto. Nós conversamos e aos poucos a luz do sol vai ganhando mais vida, iluminando o dia e trazendo com ele o calor também  aquecendo nossa pele. Em meio as nossas risadas e assuntos bobos escutamos o nosso nome ser chamado, e lá estávamos nós olhando nossos homens virem a nossa procura, se tivesse alguém para registrar esse momento nos flagraria naquele momento que parece que somos meninas de quinta serie que são apaixonadas pelos garotos mais velhos e populares do ensino médio, tão lindos e inalcançáveis, mas estes são diferentes, este tão lindos homens nos pertencem, eles nos amam. Seus olhos ainda me procuram e quando finalmente me encontram aquele sorriso que amo está lá mais uma vez, eu amo seu sorriso ao me olhar, eu o amo quando usa roupas normais e elegantes como hoje, sua camisa de botão apenas com os primeiros botões abertos deixando pequena parte de suas tatuagens a mostra, sua calça esta no lugar certo, seus pés estão descalços e suas mãos em seu bolso me fazem desejar este homem loucamente.

Ai em um segundo eu lembro que iremos nos casar...Ele é meu... Vamos casar! Eu sei que vamos. E Seja mais cedo ou mais tarde. Pode ser em uma quinta-feira. Vou entrar vestida de branco. E talvez ele esteja emocionado ou esteja simplesmente feliz. Vamos dizer sim e trocar juras de amor. Vamos trocar alianças. Dançar na pista juntinhos e ter nossa vida. Eu deixarei de ser eu pra sermos nós. Vamos ter nossa casa e vamos discutir sobre a decoração..  Vou querer uma parede vermelha na sala para combinar com nosso sofá. E, claro, terá um espaço no nosso quarto para o vídeo game. Provavelmente brigaremos porque eu acertei uma bomba, sem querer, no seu carro do jogo. Isso já virou rotina. Ele vai ficar bravo e eu farei bico. Mas depois, com certeza, vamos fazer as pazes e dormir de conchinha. Sei que vai me tirar a coberta durante a noite porque está com frio e esqueceu que eu estava ao seu lado, mas ao lembrar me aquecerá novamente em seus braços e protegendo meu corpo debaixo das cobertas. Vamos ter um filho e eu sei que ele será o melhor pai do mundo. Por isso o escolhi. Vamos nos esquentar nas noites de frio. Seremos tudo mesmo quando não tivermos nada. Vamos, acima de tudo, ser feliz. E por ter essa certeza que eu  me casarei com ele. Porque Justin é o homem da minha vida. Vamos ficar velhos e morrer juntos. Ser feliz ao seu lado é o meu maior objetivo na vida.

- Te encontrei... (Ele diz se sentando ao meu lado). Senti sua falta, estou te procurando a horas...

- Você estava se divertindo com seus amigos e não quis atrapalhar... (Me desculpo).

- Você não atrapalha, nunca.

Aqui esta calmo... Tenho tantas lembranças de todos os Natais que passei aqui, mas nem um deles foi tão bom quanto este. Ele me abraça, e espio os outros ao nosso lado eles estão da mesma forma. Quando se ama alguém, não importa para qual lugar você viaje, por quantas casar e lugares vocês esteve, os braços do seu amor é seu lugar, é o lugar a onde pertence. É o melhor lugar do mundo pra mim. Só meu, já perdi a conta de quantas vezes apenas o abraço dele mudou meu humor. E nós ficamos ali, junto a nossos amigos, cada um no lugar a que pertencem, um no outro, vendo mais um dia chegar e nos dar bom dia, nos trazendo novas historias, novas conquistas.

(...)

A mesa esta farta, família toda reunida, amigos presentes, e assim o café da manhã no dia vinte e cinco, ainda é Natal, todos conversam ao mesmo tempo, e eu seleciono alguma coisa que não me faça correr para vomitar, meu pequeno Bieber esta a cada dia mais exigente, cheiros e sabores que adorava agora parecem meus piores inimigos, olho a salada de fruta tão colorida e queria poder comer, mas só de sentir o cheiro meu estomago embrulha, e mesmo não querendo aceitar, meus olhos insistem em desejar a tapioca cheia de manteiga quentinha que Jô acabou de preparar, eu nunca tinha notado, mas o cheiro da manteiga é tão delicioso, que faz com que minha boca salive em desejo, mas basta dar apenas uma mordida e todo o gosto se perde. Não quero mais a tapioca, e no fim das contas eu mal como alguma coisa até o fim.

- Então, vocês já marcaram o a data? (Dona Pattie nos chama atenção).

- Ainda não chegamos em uma data, mas é logo.

- Antes que a barriga cresça... (Minha mãe fala)

- Sim mãe, porque não vou entrar em nem um vestido descente.

- Onde será? Aqui no Brasil ou na cidade do Justin? (Minha mãe sonda)

- Não decidimos ainda, não queremos algo grande, será algo pequeno só para os íntimos. (Digo a verdade, nós ainda não sabemos)

- E porque não se casam aqui? Tem alguém que vocês ainda querem convidar?

É a primeira vez que meu pai fala, eu e Justin nos olhamos surpresos por sua sugestão, olho em volta e só penso que queria Zac aqui também, talvez Sam, não pretendo e tenho quem chamar mais.

- Você diz se casar tipo essa semana Sr. Fausto?

- Sim, qual o problema? Você parecia bem decido da sua escolha ontem garoto.

- Não, nem um problema, mas não sei se tem como organizar uma cerimônia de casamento tão rápido, temos apenas dois dias aqui.

- Pai, não precisamos fazer nada as pressas, temos tempo.

- Filha, o tempo não é mais seu amigo, logo logo esta barriga estará enorme, podemos fazer uma cerimônia linda aqui, do jeito que você quiser, seu pai consegue um Juiz de paz em dois tempos e tudo estará resolvido.

- Mãe, não temos um problema para ser resolvido.

Toda a mesa nos encara esperando nossa resposta, é loucura casar as pressas assim, não precisamos disso, nós podemos fazer coisas com mais calma, a poucos dias ele me pediu em casamento, e agora nossas famílias querem nos casar como se o mundo fosse acabar amanhã.

- Eu ainda acho cedo para se casar, eles vão ter um filho, hoje em dia isso é normal, o homem não precisa mais casar, basta assumir a criança. (Jeremy diz olhando Justin).

- Eu vou me casar com a Ju, não por obrigação, mas porque a amo.

- Eu não posso acreditar que meu bebê irá se casar e será pai. (Pattie diz chorona, limpando as lagrimas).

- Há mãe, fala serio, não chora... (Justin diz entediado revirando os olhos)

- Eles são jovens, tiveram sorte em encontrar o amor cedo. (Bruce Dizia)

- Se eles estão felizes é o que importa.. (Diane)

Todos parecem que tem algo a dizer sobre nós e nosso casamento, cada um quer dar sua opinião e sem querer nossa conversa agradável na mesa de café se torna um debate, onde eles discutem o que acham melhor, como se a decisão fossem deles. Eu e Justin nos retiramos da mesa e eles nem perceberam, continuaram lá, decidindo por nós, de um lado aqueles que acham que devemos nos casar logo e aqui, do outro está Jeremy com Christian e Ryan que acham que somos loucos só por querer nos casar, nos sentamos na escada e não sabemos o que fazer.

- O que você acha? (Ele pergunta)

- Não sei, não quero me casar as pressas como se o mundo estivesse acabando, mas também não quero ser uma noiva gorda, quero que ainda me ache sexy na nossa lua de mel.

- Você será a grávida mais sexy do mundo.

- Eu vou ficar feia Justin, eu vou engordar.

- Não me importo.

- Você diz agora, mas depois vai ficar olhando as garotas sexy’s.

- Não seja boba, eu te amo, você magra, gorda, descabelada, de qualquer jeito.

- Mentiroso..(Sorrio o empurrando levemente) - Então o que você acha que devemos fazer?

- Quero que você seja a Srª Bieber o mais rápido possível, se podemos fazer um casamento aqui, então nós faremos.

- Você tem certeza disso?

- Eu tenho certeza que quero você, é a única certeza que tenho...

Ele me beija, então nos levantamos, e caminhamos de volta a mesa decididos, eles ainda parecem discutir sem chegar a qualquer decisão, Justin chama atenção de todos para nós e finalmente as vozes cessam e temos todos os olhares.

- Pode preparar o casamento dona Luiza.

- Nos casamos em dois dias mãe.

Minha mãe dá um gritinho histérico e meu pai comemora como se tivesse ganhado uma grande causa do tribunal, Bruce e Diane apenas sorriem e nos abraçam assim como os outros, isto parece loucura, mas se tratando de mim e do Justin, quando não é? E foi ai que começou a grande loucura, a casa já estava cheia, mas depois de algumas ligações da minha mãe ficou quase intransitável, eu mal conseguia encontrar Justin no meio de tantas pessoas, ele estava com Bruce, Jeremy, seus amigos, meu pai e meus irmãos, em quanto do lado de cá, ficam eu, minha mãe dona Pattie, Diane, Cait e Suzi, apesar do tempo ser nosso grande inimigo no momento eu ainda queria que tudo saísse do meu jeito, afinal era meu casamento, ficávamos horas e mais horas escolhendo cores, arranjos, luzes, flores, o sabor do bolo, para cada item que falei tinha uma mulher encima de mim me oferecendo o que tinham de melhor, minha mãe queria uma grande festa regada a champanhe e imprensa, mas isso era tudo que nós não queríamos, ao final do primeiro dia eu só conseguir chegar ao meu quarto para descansar quando o relógio marcava duas da manhã, estava exausta. Respirei derrotada ao ver que Justin já dormia, senti falta dele ao longo do dia, mas ele também deve estar cansado. Tomo um banho quente e demorado, finalmente quando me deito já são três da manhã, meus olhos pesam.

- Você demorou... (Sua voz soa em meio a escuridão do quarto)

- Desculpe, queria ter vindo mais cedo.

- Vem aqui... (Ele me puxa e eu me deito em seu peito)

O sono nos domina rapidamente, mas as batidas na porta me fazem acordar contra minha vontade, não quero sair da cama, sinto que preciso de mais algumas horas, Justin reclama do meu lado tapando com o travesseiro seu rosto. Mas as batidas não cessam, elas continuam até que não posso mais suportar e me sento na cama, puxando sua camisa para me vestir.

- Não vai, finge que não esta escutando que uma hora a pessoa desiste.

Ele segura meu braça, mas eu sei que a pessoa não vai desistir, olho no relógio e ainda são apenas seis da manhã, mal amanheceu.

- Não vão desistir...

Me levanto caminhando até a porta e ao abrir posso ver minha mãe totalmente vestida e em seus saltos altos parece que esta a todo vapor, não sei como consegue, ela foi dormir no mesmo horário que eu.

- Mãe como esta de pé a essa hora?

- Simples, eu não dormir. Tenho um casamento para organizar.

Vamos, acordem ela bate palmas entrando no quarto e Justin rapidamente puxa o cobertor para se cobrir, ele a olha assustado, e agora posso dizer que ele acordou.

- Eu não vi nada. (Ela diz sem um pingo de constrangimento) Agora, vamos, vocês só vão se ver na hora do casamento, nada de dormir mais juntos.

- O que? (Digo sem entender)

- Dona Luiza, a Ju esta grávida...

- Não precisa ficar me lembrando o que vocês fizeram. Me poupe, isto é apenas tradição. Vamos Juliana pegue suas coisas.

- Mãe isso não tem lógica.

- Não discuta.

Ela abre as portas do guarda-roupa e vai retirando todas as minhas roupas e jogando na mala, Justin me olha assustado e eu não sei o que dizer muito menos o que fazer, dona Luiza esta a uma noite sem dormir, posso apostar que esta a base de café e isso quer dizer que nada vai fazê-la parar, em pouco tempo ela tem todas minhas roupas na mala e sem pensar duas vezes ela me arrasta para fora do quarto, me arrastando até o fim do corredor onde supostamente será meu novo quarto.

- Vá tome um banho, temos muito trabalho hoje.

- O que faremos hoje?

- Prova do vestido. Mandei pedir de todos os lugares, São Paulo, Rio, de cada cidade que pude, os melhores. Estão chegando a qualquer momento.

- Mãe você foi discreta?

- É claro.

Tomei meu banho e quando sai, o quarto estava cheio, eu podia ver os olhos de Suzi e Cait brilharem a cada vestido que a mulher retirava das malas, os colocando nas araras, acho que vestido de noiva deixa qualquer mulher fascinada, mesmo aquelas que dizem não sonhar com casamento, lá no fundo todas nós sonhamos com esse dia, tudo começa desde criança, quando imaginamos que iremos nos casar com algum príncipe, que ele irá nos procurar feito louco assim como o príncipe procurou pela cinderela, que seu beijo possa curar qualquer ferida e até nos acordar de um sonho profundo, ai vem a adolescência e queremos nos casar com nosso ídolo, mas quem poderia me garantir que eu me casaria? No meio de todas encaro minha imagem no grande espelho do closet, analiso se já é evidente qualquer sinal dele dentro de mim, mas ele ainda parece tão pequeno, mesmo com o medo de ficar gorda estou contando os dias para vê-lo crescer, saber que esta bem, que esta protegido.

- Vamos Juliana. (Minha mãe me chama)

Caminho de volta para o quarto, e começo a olhar cada vestido que me mostram, tem de todos os modelos, mas nada ainda me chama atenção, eu visto dezenas, mas nada aparece adequado, as horas estão se passando e aos poucos  vejo o rosto desanimado de cada uma, eu já me sinto cansada e quase convencida que não há nada para mim ali, levo minhas mãos em um que ainda esta dentro do saco de proteção, e rapidamente a moça me ajuda a retira-lo, ele tem rendas e alguns e pedras, existem pequenas perolas em seu seio e ele parece perfeito, suas costas são o melhor, ele parece tão solto e confortável, combinando perfeitamente com o clima, eu vesti e soube que era este meu vestido. As coisa estão se ajeitando mesmo contra o tempo.

Já escolhi o sabor do bolo e o da cobertura, as flores também já foram encomendadas, e a decoração começa a chegar, minha mãe cuida dos últimos detalhes e quando consigo encontrar uma brecha eu fujo e tento encontrar Justin, mas não o vejo em qualquer lugar da casa, estou ficando louca com toda essa movimentação, sinto fome e vou até a cozinha, pelo menos um lugar parece calmo nesta casa, Jô prepara uma vitamina para mim e eu não sei o que mais tenho que fazer, me sinto cansada, subo as escadas e procuro um quarto que não tenha ninguém, abri as janelas de frente para o mar, sinto falta do Zac e é impossível não desejar que ele estivesse aqui amanhã, encaro a tela do meu celular, buscando coragem para ligar convida-lo mesmo sabendo que Justin não iria gostar, mas Zac ainda é meu amigo e continua sendo importante para mim, desejo sua presença entre meus amigos nesse dia importante, conto até três apertado a tecla chamar e fecho meus olhos com medo a cada chamada. Chama uma, duas, três  e até cair na caixa postal, tento mais duas vezes, mas é sempre caixa postal, talvez ele não viu seu telefone tocar, ou talvez ele simplesmente não queira me atender. Queria ouvir sua voz, mas apenas lhe deixo uma mensagem de voz explicando.

- Oi, sou eu de novo. Você deve estar ocupado, mas quis ouvir sua voz, sinto falta do meu amigo e lamento as coisas terem terminado daquela forma. Estamos no Brasil, viemos passar o Natal, não foi fácil, mas as coisas estão melhorando. É, hm... -  (hesito) – amanhã, será meu casamento, as coisas aconteceram rápido e acabamos decidindo fazer a cerimônia aqui mesmo, eu sei que seria muito, mas eu gostaria de tê-lo aqui, eu realmente sinto sua falta. É isso, tchau.

Desligo, e estou nervosa. Não falo com ele desde quando descobri que estava grávida, ele não atende minhas chamadas, não sei se ele foi para a Africa, se ficou, eu não sei nada sobre ele, ele não me retorna ou me dá qualquer sinal, me sinto triste. E aos poucos me deixo descansar ao deitar meu corpo no colchão macio, eu podia ouvir o som das ondas trazerem meu sono, o som do silencio me fazem adormecer, ao acordar eu me sinto perdida sem saber a quanto tempo estou aqui, o sol já desapareceu e é apenas a noite lá fora, abro a porta cuidadosamente e não ouço qualquer ruído, a casa esta silenciosa, em passos cautelosos caminho no corredor, mas não há ninguém, desço as escadas e as luzes estão apagadas, me sento no sofá  olhando a parede a minha frente eu posso relembrar tanta coisa nessa casa, eu ainda posso me ver correr atras do Rafael, e logo atras minha esta mãe gritando que não era assim que se comportava uma menina, Luciano escondia a cabeça das minhas bonecas dentro daquele jarro de flores da mesa do canto, meu pai lê seu jornal em sua poltrona e eu o observo e o acho incrível e tão inteligente que desejo ser como ele um dia. Eu posso ver cada lembrança minha diante de meus olhos, como o tempo passou rápido, como as coisas mudaram, estou hoje sentada aqui sabendo que amanhã será meu casamento. Respiro fundo sentindo uma certa saudade, mas estou feliz com o rumo que minha vida tomou. Sinto vontade de bater na porta do quarto do Justin só para saber o que ele esta fazendo, para ele me contar o que esta pensando, se esta com medo, se ainda quer se casar ou desistiu. Mas permaneço em meu lugar, e me dou conta que ainda não escrevi meus votos, e aproveito o silencio para fazê-lo, lembrando de cada momento nosso. É difícil pensar no tempo que passamos longe um do outro, e por mais que todo esse tempo tenha passado e termos seguido destinos diferentes, algo me levou até ele. Acho que é o universo conspirando pelo amor que já sentia . É triste.  É mais complicado do que estudar física. Como pode ter passado tantos anos e esse sentimento continuar tão intenso? A pior parte é fingir por tanto tempo que ele não existia dentro de mim. Triste é lembrar-me do inicio da minha adolescência e ter que me lembrar  dele.. De um nós que nunca foi nós, ele só existia para mim, eu ainda não existia para ele. Mas eu me mantive forte.. Fiquei presa aos meus pensamentos em quanto escrevia cada linha do que diria amanhã. O que eu sei é que vão se passar 30, 40 anos e sempre vai ser assim. Vou perder muitas noites me perguntando “e se eu não os tivesse atendido? Será que hoje ele seria meu?”. Aprendi que as perguntas nos matam. Vai nos matando aos poucos porque se tornam nada mais do que perguntas retóricas. Mas quiçá a vida seja assim. Seja cheia de perguntas retóricas, cheia de ‘’e se’’, ‘’talvez’’, ‘’se eu pudesse’’. Ainda prefiro acreditar que Deus escreve certo por linhas tortas e quem sabe isso tudo que vivemos e que também deixamos de viver, tenha sido por um propósito. Enquanto eu não descubro, continuarei aqui sendo uma louca que como não tem uma máquina do tempo, que terei que viver a cada dia sendo surpreendida por surpresas que me são reservadas.

Finalmente consegui terminar, acho que ficou bem depois de alguns rascunhos, espero que estas linhas rabiscadas sejam o suficiente para ele entender que é o dia mais feliz da minha vinda, e que nunca tive tanta certeza na minha vida como eu tenho que o amo.

Subo as escadas preguiçosamente e ao passar pela porta do quarto dele paro, lutando contra a vontade de bater, é apenas uma noite de uma vida inteira, é tradição eu preciso respeitar, ignoro minha vontade e decido ir para meu quanto, ao meu segundo passo, eu posso ouvir o som da fechadura sendo aberta e não sei por que, mas algo me fez correr, é como se ele não pudesse me ver ali, mas é tarde de mais, ele me viu.

- Ju, espera... (Ele corre atras de mim, mas eu fecho a porta do meu quarto sentindo meu coração palpitar pela adrenalina)

- O que há? Eu fiz alguma coisa errada? (Ele bate na porta preocupado).

- Só podemos nos ver amanhã. (Digo soltando meu corpo no chão encostando a cabeça na porta morrendo de vontade se abraça-lo).

- Estou com saudades...

Ele diz e parece que também se sentou, ambos ali, sentido falta um do outro, mas tendo uma grande porta que nos separa. Eu posso ouvir sua respiração através da madeira.

- Eu também.

(Silêncio)

- Como foi seu dia? (Pergunto querendo ouvir sua voz)

- Chato, queria que tivesse me ajudado com o terno.

- Aposto que ficou lindo, não precisa da minha ajuda.

- Escolheu seu vestido?

- Sim, espero que goste...

- Você estará nele, eu tenho certeza que vou gostar.

- Não acredito, faltam apenas algumas horas...(Digo ainda sem acreditar)

- Você esta feliz? (Ele pergunta)

- Muito...

- Eu também estou... Nós podemos conversar? Ou também não pode?

- Acho que pode, minha mãe não disse nada sobre conversar.

- Então ficarei aqui com você...Como esta nosso pedacinho?

- Quase não me deixou comer direito hoje.

- Logo você voltar a comer bem, eu li sobre isso, é apenas nos primeiros meses.

- Você leu? (Pergunto curiosa)

- Achei um site interessante, lá tem muitas coisas que podem nos ajudar, eu fico preocupado com seus enjoos, você precisa se alimentar bem, mas colocando tudo que come pra fora é quase impossível.

- O que mais você leu?

- Bebês sentem muitas cólicas, tem vídeos ensinando como fazer massagem.

Ele continua a falar cada coisa que leu sobre bebês neste novo site que encontrou, escuto com atenção tudo que ele diz, é bom saber que ele esta se interessando e querendo viver cada momento desta gestação, ele esta se esforçando para ser um bom pai, ele quer fazer as coisas certas e não há nada mais bonito do que isso. Sinto orgulho dele. Me sinto feliz. Nós ficamos ali, conversando um com outro até o dia começar a aparecer e novamente nos arrastam para longe um do outro.

Eu tinha spar, a cada hora que se passava era como se estivesse uma pedra de gelo em meu estomago e a cada segundo ela aumentava, a ficha ainda tinha caído completamente que era meu casamento, - Meu casamento – A mulher faz minha maquiagem e ao final só faltava simplesmente vestir meu vestido, minhas mãos tremulas e eu mal conseguia dizer qualquer coisa, eu estava nervosa, o coração queria rasgar meu peito, as vozes entram em minha mente, todos parecem falar ao mesmo tempo me fazendo me sentir sufocada e com vontade de vomitar, mas não por enjoo, mas porque meu estomago parece que esta diminuindo, minha mãe não parece estar em seu estado normal, ela parece mais louca e assim me deixando também, eu não sei como estão as coisas lá fora, passei tanto tempo trancada em um quarto que não vi a decoração, eu não vi se esta tudo perfeito, eu não sei de nada, e tudo que começo a sentir é pânico, medo das coisas não darem certo, de pisar no vestido, quebrar o salto, cair na frente das pessoas, se ele vai estar me esperando de pé, talvez meu medo não seja a decoração, ou qualquer outra coisa, mas o medo de pensar que ele desistiu, afinal por que eu? Por que ele escolheria a mim em meio a tantas? O que faz de mim a mulher perfeita para ele? Droga, agora eu não paro de me questionar, começo a andar de um lado para o outro e me sinto sufocar... E se ele estiver se casando só porque estou grávida? - Droga, merda, porra – Estou ficando louca, por que eu não sei, eu não sei mais de nada, do outro lado daquela porta existem um mundo e ele esta começando a me assustar, nós dois somos tão jovens, talvez estamos acelerando as coisas, eu serei esposa e mãe, tudo vai mudar, meu nome irá mudar, minha vida vai mudar, tudo que conheço se tornará passado e novas coisas estão por vir, coisas que não sei se sou capaz de fazer, eu não sei ser esposa, eu não sei se serei uma boa mãe,  olho para o lado e minha mãe parece que nasceu para isso, ela sabe ser tudo, esposa, mãe e dona do seu próprio negocio e eu? O que eu sei? Eu não sei de nada.

Ai eu penso, qual a ideia sobre o casamento e sobre o ”feliz para sempre” dos contos?  Acho que por acompanhar muitas coisas, eu não acreditava em casamento realmente feliz e em ‘’felizes para sempre’’. E sempre me perguntei o que vem depois dessa afirmação nos contos de fadas. Será que eles se desentendiam, mas mesmo assim eram felizes? Será que o príncipe olhava outras princesas ou até mesmo projetos de mal amadas na rua? Será que a princesa estava realizada? Sempre quis saber o que vem depois das histórias publicadas e repassadas de geração para geração. Porque eu vi muita coisa. Vi homens se portarem como príncipes e com o passar do tempo se tornar sapos. Vi sapos tornando-se príncipes. Vi uma pessoa imperfeita tentando fazer seu relacionamento ser perfeito e mesmo assim deu errado e vi pessoas que não fizeram absolutamente nada. E então acho que minha cabeça é uma feitora de histórias. Fantasio coisas onde tem e não tem. Imagino que aquele príncipe vai ser sapo. Que aquele sapo vai ser príncipe e depois vai virar sapo de novo. E pensando assim ficou difícil ver que é possível sim uma pessoa ser feliz no casamento. Eu sempre achei que o amor viraria as costas pra mim, ou no máximo, desse um tapa nas minhas costas. Por um tempo pensei que ele não existia e que se existisse, logo passaria. Mas como viver sem expectativa? Eu quero viver minha vida com expectativas. Quero acreditar que meu namorado vai ser um bom marido. Que ele vai levar café da manhã na cama pra mim em um dia normal da semana. Que ele vai me agarrar e não querer trabalhar só pra ficar comigo. Que ele vai me tratar como uma rainha. Quero ter essa expectativa. Não quero me tornar frustrada, mas quero ver isso se realizando. Afinal, a garota que achava que nunca mais iria querer se casar, vai se casar hoje. Algo mudou. Vou construir a minha própria história, ter meu próprio conto de fadas e saber, finalmente, o que acontece depois. E eu espero, espero mesmo, que seja algo bom. Porque eu quero acreditar que um casamento, ao contrário do que muitos dizem, não muda as pessoas. Não transforma o casal apaixonado para o casal ogro daqui uns anos. Quero acreditar que é possível sim ser feliz a dois, entre quatro paredes, em uma casa só nossa. Daqui mais um tempo eu poderia dizer o que vem depois do Sim.

Estou em modo automático, eu não consigo  coçar o nariz sozinha, alguém dá os ultimo toque em meus cabelos e a outra coloca um pouco mais de pé em meu rosto, Suzi e Cait estão a minha frente me ajudando a colocar o vestido, e lá estou eu refletida no espelho, vestida em branco, cabelos presos e pele maquiada e por um segundo eu me pareço realmente uma noiva, as escuto dizendo que estou bonita e minha mãe chora.

- Ju? Juliana?

Me chamam e mesmo aérea eu olho na direção da voz que me chama e é Cait, ela tem um papel em  suas  mãos me entregando, olho confusa sem entender do que se trata, a porta esta quase aberta e eu sinto vontade correr pra longe, me esconder em um buraco, por que estou com medo, muito medo na verdade. Pego o papel de suas mãos e ela sorri.

- Justin mandou...

Sorrio e sem pensar eu o abro, e eu reconheço sua letra, ao ler cada linha é como se finalmente eu voltasse ao normal, meus medos aos poucos indo embora, por que era ridículo sentir medo, ele esta lá fora me esperando, e eu aqui covardemente querendo fugir de algo que sempre sonhei, o desconhecido assusta, mas como vou torna-lo parte de mim se vivo com medo? Ele me ama, eu não preciso ter medo.

“Contado os minutos para te ver caminhar em minha direção”

- Como ele esta?

- Lindo e quase furando o chão.

Me sinto feliz, sim, nós viveremos, cairemos as vezes, mas sempre vamos nos levantar limpar a poeira e tentar acertar mais uma vez, é assim que temos sido. E talvez tudo que estou sentido seja norma, dizem que noivas passam por três fases. A primeira é a do Sonho, tudo que se pensa é em como vai ser lindo e perfeito, a segunda vem o Pânico, todos os medos começam a aparecer e parece que nada vai dar certo e por ultimo a Aceitação, volta a realidade e sabemos que isso é tudo que queremos, eu acho que cheguei na terceira faze, agora eu só desejo caminhar até ele e dizer “Sim”.  Elas vão saindo e eu sei que devo ir, seguro meu vestido para que não arraste e eu ao chegar na porta é impossível conter meu sorriso ao ver quem esta ali, seus olhos de azul cristalinho me olham de um jeito que faz com que me sinta especial, caminho com pressa em sua direção o abraçando com saudades, como eu senti falta dele, Zac esta perfeitamente vestido, e seu cheiro é tão bom quanto lembrava, ele me aperta em seus braços e eu sei que ele também sentiu minha falta.

- Você veio... (Digo surpresa).

- Você me convidou...

- Achei que não viria...

(Ele me olha por um segundo)

- Você é a noiva mais linda que já vi. (Ele me abraça mais uma vez)

- Obrigada. (Digo sem jeito) -Senti sua falta...

- Eu também, sabe disso.

- Você não me atende ou retorna minhas ligações..

- Achei melhor ficar um tempo longe. Mas me diz porque toda essa pressa?

- Minha mãe achou melhor, a família estava reunida então.. E você como esta? E o projeto?

- Embarco amanhã.. (Ele diz e eu sinto por isso).

Estamos em silêncio, é como se tivesse uma grande nuvem negra nos separando, nos mantendo afastados, não conseguimos conversar como antes, algo nos bloqueia e ambos sabemos o que é. Eu queria que pudéssemos esquecer tudo que aconteceu e do  modo que aconteceu, eu sei que o magoei em algum momento, mas eu nunca quis isso.

-Zac... (O chamo, ele me olha e antes que eu continue a dizer o que queria ouço me chamarem).

- Filha!

Eu e Zac olhamos para a porta e meu pai esta parado me esperando, ao me ver eu não posso definir sua expressão, ele faz uma careta que me pareceu de dor, depois sorriu de um jeito que nunca tinha visto. Meu pai permanece parado na porta nos dando tempo.

- Você deve ir... (Zac diz)

- Eu sei...

Ele me puxa mais uma vez para seus braços, me fazendo sentir todo seu amor. Ele me solta e seu sorriso é doce, caminho até a porta, dou uma ultima olhada e ele  ainda esta parado me olhando ir, ele me lança uma piscadela e eu sorrio, meu pai segura minha mão e nós caminhamos para encontrar meu futuro marido.

- Você esta linda filha... (Ele me olha e eu posso ver seus olhos brilharem e nele há admiração e amor).

- Obrigada pai...

Nós descemos as escadas e eu já posso sentir e  ver as flores na sala, realmente não precisei me preocupar, minha mãe fez um trabalho perfeito, o cheiro é tão bom. Uma melodia começa a ser tocada quando eu me aproximo, eu ainda não o vejo, Pattie esta com as crianças, Jaxon segura as alianças em quanto Jazzy tem uma cestinha com pétalas de rosas, é a primeira vez que Jazzy sorri para mim.

- Você ta bonita Ju... (Ela diz com uma vozinha linda, e eu estou tão feliz por esse pequeno gesto que me abaixo lhe dando um beijo, ela não recusa, para minha surpresa ela também retribui).

- Obrigada.. (Digo ainda tomada pela boa surpresa)

- Você vai casar comigo Ju?  (É a vez de Jaxon falar, seus olhinhos tão inocentes, me dá vontade de pegar ele e morder).

- Hoje eu vou me casar com o Justin, mas quando você crescer eu caso com você ok?

- Eu vou ficar mais grande que o Justin.

- (Sorrio) –Sim você vai.

- Acho que vou chorar...(minha mãe se aproxima me abraçando)

- Não chore, por favor eu estou me segurando... (Digo já sentindo as lagrimas virem até meus olhos).

 - Ok, ok... Não vamos chorar..(Ela me solta, ajeitando meu vestido)

- Meu filho fez uma boa escolha, estou orgulhosa...(Foi a vez da dona Pattie me abraçar)

- Não sabe o quanto ouvir isso significa pra mim.. (Digo agradecida)

Ela me solta e posiciona as crianças e minha mãe caminha até seu lugar, está na hora eu posso ouvir a marcha nupcial, aperto com mais força as mãos do meu pai que me olha e sorri.

- Está pronta? (Ele pergunta)

- Estou...

Respiro dando os primeiros passos para meu futuro, ao me verem todos se levantam e   meus olhos observam cada detalhe, posso ver o altar improvisado nos fundo de casa, feito em madeira até a praia, tem cadeiras em ambos os lados e luzes, Suzi e Cait estão de pé no altar ao lado do Will e Ryan, nosso padrinhos e por ultimo, porem o mais importante das minhas visões, ele está lá, me  esperando de pé ao final da passarela, seu sorriso é tão grande quanto o meu, naquele momento era como se estivesse o vendo pela primeira vez, enchendo meu coração de amor e devoção, sabendo que ele era exatamente a forma real de meus sonhos diante de mim, o mais belo de todos os homens, ele esta tão lindo em seu terno, a forma que o vento sopra brincando com seus cabelos dourados me faz pensar que ele saiu de algum conto de fadas para ser o meu príncipe,  meu coração parece não suportar tanto amor, eu não consigo ver mais nada apenas ele, eu queria ser forte, mas não consegui segurar a lagrima que insistiu em descer por minha face, eu estava tão feliz que nada poderia descrever, é um sentimento tão bom. Em poucos passos o olhando tudo se passava em minha mente, cada lembrança, a primeira troca de olhares, o primeiro beijos, o primeiro toque ainda tímido e inseguro, e a forma que o amor foi nos preenchendo a cada dia, nos fazendo pertencer um ao outro mesmo sem saber. Fomos surpreendido pelo o inesperado, o cara metido e arrogante de uma noite se apaixonou pela garçonete intromedita. Depois do que pareceu os mais longos passos eu estou ao seu lado, meu pai me entrega a ele.

Justin segura minhas mãos depositando um beijo casto em cada uma delas, e me olha de uma forma que me faz sentir a mulher mais linda de todo o mundo, seus olhos brilhando e eu posso ver amor através dele, e torço que eu ele também veja o amor nos meus. Ao terminar o sermão o juiz pede que falamos nossos votos, de frente um para o outro ele é o primeiro, ele resgata de seu bolso um pequeno papel, mas parece desistir e volta a guarda-lo e me olha, seus olhos em brasas acesas me queimam me deixando corada, é impossível não ficar sem jeito diante de tanta perfeição. Ryan o entrega as alianças e ele respira fundo e sua voz soa através do som das ondas em quanto desliza a aliança meu dedo.

- Minha vida mudou muito depois que você começou a fazer parte dela, com você meus dias não são iguais, seu sorriso me alegra, toda vez que você me olha eu me sinto o homem mais sortudo do mundo, porque você me escolheu, você me amou quando ninguém mais o fez. Só você tem aquele olhar encantador, que me pego amando a todo momento. Ah meu amor  eu  prometo que vou te aquecer quando estiver frio. Prometo te amar a cada dia. Prometo que nunca te deixarei. Você é a razão dos meus sorrisos e motivo das minhas lagrimas. Você é causadora da minha alegria e também a única que pode me causar tristeza. Juliana você é minha cura, mas também é minha doença. Minha vontade de viver e minha vontade de morrer. Tudo em mim pertence a você. Querendo ou não, você é o motivo de todas as minhas sensações, de todos os meus desejos. Não quero mais deixar escapar o sorriso, a alegria e a vontade de viver por medo do que pode acontecer. Quero formar uma família com você. Quero lutar esse amor a cada dia, me arriscar, porque sei que se estou ao seu lado nada pode ser ruim, pois sem você é extremamente pior. Prometo te amar até nossa velhice, na saúde e na doença, até  os últimos dias da minha vida. Eu amo você.

Eu preciso dizer que agora eu já não me importava se minhas lagrimas borrariam minha maquiagem? Como não chorar diante de cada palavra que ouvi? Impossível, mas em nem um momento ele deixou de me olhar daquele modo, do jeito que me faz acreditar que sou a mulher mais linda que ele viu. Suas mãos vão até meu rosto e delicadamente ele limpa as lagrimas. E seus lábios sussurram somente para mim – Não chore amor - .

- Justin Drew Bieber, você aceita como seu legitimo esposo Juliana Alencar Coradelli, para respeitar, amar, na saúde e na doença até que a morte os separe?

- Sim.

- Pode ler seus votos Juliana.

Respiro, puxando ar suficiente para ter voz para pronunciar meus votos, é como se não tivesse voz para isso, mas ele espere que eu diga alguma coisa, eu poderia ler o que escrevi na noite anterior, mas ele não leu, ele disse o que seu coração mandou e ele merece o mesmo de mim. Olho para meu príncipe em minha frente pego a aliança deslizando em seu dedo e começo a falar tudo que grita meu coração:

- Sempre quando você sorri ilumina a minha vida. Tive a certeza que era você o anjo enviado pra cuidar de mim. Como eu esperei por você, não faz ideia do quanto. Cheguei a pensar que não viria mais, pensei em desistir, mas algo mais forte me levou a continuar. Acho que o meu coração sempre teve certeza que você chegaria. Que você me salvaria. Valeu a pena esperar por você. Valeu a pena não ter dado certo com outro cara. Você chegou pra compensar tudo: cada espera, cada noite em claro, cada dia sem você. Você chegou, e eu tenho certeza que foi pra ficar. Porque você é  um abraço para a minha alma, um beijo para o meu coração. O doce para os meus olhos e inspiração para a minha arte, você é a minha esperança em meio a escuridão, as estrelas em meu céu, enfim, você é tudo. Tudo o que eu sempre quis. Então eu prometo em quanto respirar, todos os dias da minha vida, em cada momento, seja na tristeza ou na alegria, prometo cuidar de você na saúde e na doença, até o fim dos meus dias. Eu amo.

- Juliana Alencar Coradelli, você aceita como seu legitimo esposo Juntin Drew Bieber, para respeitar, amar, na saúde e na doença até que a morte os separe?

- Sim. (Digo com toda a certeza)

- Com o poder concedido a mim como Juiz de paz, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

O juiz fala e sem qualquer demora ele me puxa para seus braços selando nossos lábios de forma doce. Ouvimos gritos e aplausos, de olhos fechados ainda sentimos o lábios tocarem um ao outro e, sentindo o vento de fim de tarde tocar nossa pele, e ao abrir nossos olhos é uma  bela visão, existem pétalas de rosas voando por todos os lados, espalhando seu cheiro, poderia dizer que é apenas mais um fim de tarde perfeito, mas  gosto de pensar que é a forma de Deus dizer que nos abençoa, sobrando um vento puro e doce para nós.

(...)

Entre todas as pessoas eu converso com Suzi e Cait, tudo esta lindo, estou cercada por todos que amo, e eu não poderia ter outro casamento melhor, que mesmo em tão pouco tempo ficou exatamente como sempre sonhei. Ao longe eu posso ver Justin conversar com seus amigos e as vezes seus olhos vem até a mim. Em um momento Suzi e Cait parecem sem jeito e se calam, olho para trás e vejo que é porque Zac se aproxima, ele sorri timidamente e disfarçadamente as duas saem nos deixando “sozinhos”.

- Casamento bonito. (Ele segura minha mão fazendo com que eu dê uma voltinha e me puxa me conduzindo para uma dança lenta).

- Saiu tudo bem.. (Sorri)

- Só acho que eu teria sido um noivo melhor... (Ele diz brincalhão)

- Bobo.. (Dou um tapa em seu ombro e ele sorri alto)

Eu gosto do som da sua risada, eu sei que ele esta brincando e é bom ter esse momento com ele, onde nós não estamos medindo as palavras. Ali eu desejava que ele pudesse encontrar alguém a altura dele, alguém que o mereça, porque ele é uma das pessoas mais incríveis que já conheci, mais do que ninguém merece ser feliz.

- Você vai encontrar a mulher dos seus sonhos, ela ainda esta por ai...

- Eu já encontrei, a diferença é que não era eu o homem dos sonhos dela.

Eu não respondo nada, apenas encosto minha cabeça no seu ombro movendo nosso pés ao som da musica ao fundo, nós giramos no salão durante aquela musica. Mas ao final nós paramos e ele beija minhas mãos ainda me olhando.

- Eu preciso ir agora. (Ele diz)

- Agora? Você mal chegou...

- Eu só vim por você, e também caso você desistisse. (Ele sorri) Estou brincando, eu não poderia perder seu casamento, mas eu tenho compromissos.

- Eu entendo.

- Me prometa que será feliz...

- Eu prometo.

- Cuide bem dessa princesa... (Ele toca minha barriga)

- Acha que será menina? (Pergunto curiosa)

- Tão linda quanto a mãe.

O puxo mais uma vez o abraçando, nós estamos sempre nos despedindo – Obrigada por tudo – Falo já com saudades, ele beija o topo da minha cabeça me soltando.

- Adeus Cinderela...

Ele se vira e caminha para longe de mim, meus olhos o seguem até que ele some de minha visão, volto meu olhar e engulo a saliva nervosamente ao perceber que Justin tem seus olhos presos em mim, seu cenho esta fechado e eu sei o quanto Zac meche com seus ciúmes, ele deve ter visto tudo, desde a dança até nossa despedida, mas estou orgulhosa que ele não fez nada bobo, no fundo ele sabe que ninguém é mais importante que ele, nem Zac e nem ninguém terá de mim o que Justin tem. Ele segura um copo de Wisk em suas mãos e o leva a boca engolindo ainda me encarando, respiro fundo fazendo meu caminho até ele, pronta para ouvir o que ele vai dizer, ao me aproximar eu sei o quanto ele esta bravo.

- O que ele estava fazendo aqui?

- Eu o convidei. Ele é meu amigo...

- Ele tocou na sua barriga... (Ele diz, e sua voz sai cheia de ciúmes e magoa).

- Justin, não há motivos para sentir ciumes dele, hoje é nosso casamento. Eu nem sei quando o verei novamente, ele esta partindo para Africa, foi uma despedida.

- Odeio o modo que ele te olha, não suporto que ele te toque.

- Larga esse copo de wisk e vem dançar com sua esposa.

- Gosto do som dessa palavra nova, MINHA ESPOSA.

- Gosto de ser a Srª Bieber, gosto de saber que você é meu, só meu.

Ele sorri orgulhoso me puxando para seus braços e movendo nossos corpos ao som da musica, e aos poucos ele vai esquecendo seu ciúme e lembrando que pertenço somente a ele. Nos braços dele parece que ninguém mais existe a nossa volta, é como se tudo fosse apenas nós, é como se não existisse mais Juliana sem Justin.

( TRÊS MESES DEPOIS)

POV – JUSTIN BIEBER.

A casa esta silenciosa, já esta tarde e estou cansado por ter ficado horas no estúdio trabalhando, e tudo que queria era voltar para casa, para minha família. Passo em seu estúdio e ela não está, faço meu caminha até nosso quarto desejando poder vê-la e ao entrar a visão da minha mulher refletida no espelho me faz parar apenas para observa-la pentear seus cabelos.

 - Amor já chegou ?

Ainda olhando a bela mulher que me espera, seus cabelos soltos, o vestido é solto em seu corpo, vestida com um vestido preto elegante,  mas eu ainda consigo ver o pequeno volume em sua barriga, seus saltos altos a deixam extremamente sexy. Eu sou um filho da puta de sorte, eu realmente sou.

Seu olhar encontra o meu pelo espelho e ela sorri grandiosamente me causando o mesmo efeito, em um segundo ela esta a minha frente envolvendo seus braços em meu pescoço em quanto eu beijo seus lábios tão deliciosos.

- Uau, eu tenho a mulher mais linda do mundo. (Sussurro ainda sentindo seu gosto)

- Obrigada, eu tenho um marido que está atrasado...

- Desculpa...

- Vem, (Ela segura uma das minhas mãos me puxando) - Senta na cama, deixa eu te ajudar tirar essa camisa em quanto me conta como foi seu dia.

Minha mulher, mesmo com todos os motivos para estar irritada e me odiando pelo meu atraso ainda consegue me surpreender, vestida glamorosamente não se preocupa se irá amassar o vestido quando se joga atrás de mim sentando-se sob os joelhos para massagear minhas costas. Fecho os olhos em adoração, suas mãos são mágicas e sabem onde eu preciso de atenção. Começo a contar sobre a gravação do novo clipe e como eu estava ansioso para mostra-lo, como eu gostaria que ela estivesse lá comigo, mas que também sabia que estava ocupada trabalhando, ela me escuta atenciosamente em quanto suas mãos relaxantes me tocam.  Seguro suas mãos e me viro para encarar seu rosto, e ela me beija, gosto de como usa sua boca sensível para me beijar. Eu amo em toda sua essência, em cada detalhe e gesto, a olho e gosto da suas bochechas, são fofas, são lindas, sensíveis ao toque, ficam vermelhas por qualquer coisinha dita na frente de várias pessoas. É, eu amo seu jeitinho tímido. Gosto de suas bochechas com suas covinhas, lindas covinhas, admiro cada detalhe do seu rosto. Gosto do jeito como veste, são lindas suas roupas.

Ela se levanta e abre o guarda roupa, gosto do jeito que ela anda, como se meche. Gosto de cada movimento feito no seu corpo. Gosto das suas curvas, sim das suas belas curvas mesmo agora com sua barriga visivel. Gosto ainda mais do seu jeito de ser, um jeito meigo, cuidadoso, carinhoso, perfeito. Gosto de estar com ela.

- O que? (Ela pergunta, e lá a cor mais uma vez em suas linda bochechas)

- Eu gosto de te olhar.

- E ver o quanto estou gorda?

- Não esta gorda, esta linda..

Posso ouvir sua risada linda, como se estivesse falado algo engraçado, quando disse apenas a verdade, é impossível algo nesta mulher que não seja lindo e a gestação esta tornando-a ainda mais graciosa.

- Me conta como foi o trabalho? (Pergunto interessado)

- O trabalho é bom e paga bem, me diverti fazendo as fotos.

- Tem certeza? A médica..

- O que a médica disse foi que não posso abusar, e não estou abusando, não será nada trabalhoso é só algumas fotos, não posso ficar sem fazer nada. (Ela toca em sua barriga) - Nós ficaremos bem papai..

Ela sorri e eu não tenho como lutar contra, ela me vence apenas piscando, mas eu realmente não queria que ela se esforçasse, a médica nos deu recomendações, gravidez de gêmeos precisa-se de mais cuidados, é tudo em dobro, mas minha linda e teimosa esposa não aceita ser mimada. Faço sinal para que ela venha até mim, ela caminha em minha direção e para a minha frente de pé, ainda sentado a puxo para mais perto abraçando sua cintura em quanto a beijo, meus bebês, mal posso esperar para conhecê-los.

- Eu os amo tanto... (Digo em adoração)

- Nós também te amamos...

Ela puxa meu rosto com as mãos e logo me beija.

- Vai logo se arrumar, estamos atrasados.

Ela diz e eu me  levanto para tomar um banho rápido, temos um jantar com um sócio de um novo investimento, mas eu já liguei avisando que tive alguns imprevistos. Assim que estou pronto seguimos para o lugar marcado, Bill nos espera acompanhado de sua esposa, eu apresento a Ju e falamos sobre negócios em quanto Juliana tentava conversar com Mellane, esposa do Bill, elas estavam em assunto animado sobre maternidade e por vezes ouvi Mellane contar sua experiência em quanto Juliana a ouvia atenta, e depois de terminar, nos despedimos e seguimos até a saída e eu não acredito que mesmo depois de casado, fora de qualquer escândalo esses malditos paparazzi ainda acham motivo para me seguir, estou acompanhado da minha esposa, não há nada de anormal nisto, é isso que casais fazem, porque uma vez em toda minha vida eles simplesmente não podem respeitar? Nós tentamos sair, mas a cada passo os flash nos cegam, segurava firme as mãos da Ju a prendendo contra meu corpo para protegê-la, mas eles faziam questão de nos empurrar e colocar suas malditas câmeras em nossa frente.

- Não deixem passar... (Dizia os empurrando)

- Foda-se Bieber. (Um dos paparazzi gritava)

- Juliana? Juliana? De quantos meses você esta? (Outro perguntava)

Ju permanecia caminhando, nós decidimos que não falaríamos sobre os bebês, nós os protegeríamos, ela tenta desviar ainda sendo gentil, mas eles não retribuem da mesma forma, e em um segundo um deles avança sobre nós puxando o sobretudo que ela veste com violência, sua mão se solta das minhas e ela tentar se proteger, mas o homem parece convencido a fotografar sua barriga, mas em um movimento ele puxa mais uma vez com força arrancando os botões e assim o abrindo e ela se desequilibra em seus saltos e cai, paro imediatamente para levanta-la, estou preocupado, ela segura minhas mãos se apoiando e logo ficando de pé, meus olhos checam seu rosto e seu corpo para ver se esta tudo bem, se ela se machucou ou esta sentindo alguma dor, estou sentindo tanta raiva e sem pensar avancei sobre o imbecil que fez isso o empurrando longe.

- Não toque nela. (Grite apontando o dedo para ela).

- Justin, por favor apenas vamos... (Sua voz soa atras de mim e suas mãos me puxam).

Nós tentamos caminhar até conseguir chegar até o carro, abro a porta para que ela entre primeiro. Ao encontrar ligo o carro desejando poder sair desse inferno o mais rápido possível, eu devia ter trazido os seguranças, eu deveria ter sido mais cuidadoso, a raiva ainda me consome. A olho e ela esta apenas em silencio.

- Você está bem? Esta sentindo alguma coisa?

- Estou bem.

Eu não sei se estou com raiva daqueles malditos ou de mim por ter falhado, por ter deixado ela soltar minha mão, por não ter a segurado com mais força. Ao chegarmos em casa ela parece já ter esquecido, mas eu não, tudo aquilo ainda esta gritando em minha mente, ela sobe para o quarto em quanto eu preparo um copo de wisk, me sento no sofá desejando ter uma solução, eu preciso protegê-los, mas a onde formos será assim, nunca estaremos livres. A casa esta silenciosa e eu sinto meu corpo cansado, me levanto disposto para ir para o quarto.

- JUSTIIIIN....

O grito agudo ecoa pela casa me fazendo soltar o copo ao chão e subir correndo as escadas, meu coração palpita tomado pelo terror de sua voz, entro no quarto e escuto o chuveiro ligado, corro até e ela esta molhada segurando em sua barriga em quanto chora, seus olhos em minha direção são aterrorizados, cheios de dor e medo, em suas pernas escorrem o sangue, se misturando a água, me deixando completamente em choque, meu corpo e meus olhos congelados e o pânico me domina, meus bebês, minha família...

- Estou perdendo-os..

Não deixarei isso acontecer, eu preciso fazer alguma coisa, pego seu roupão e entro no boxe a cobrindo e a pegando em meus braços, eu não vou perdê-los. Minha vontade é chorar, mas ela não pode ver o quanto estou desesperado, ela precisa ficar calma, corro com ela em meus braços o mais rápido que posso para o carro.  As luzes passam como borrões por minha janela, e as lagrimas teimam em descer, ela continua sangrando, o desespero parecer me consumir, junto com a culpa, em minhas mãos tem sangue e eu vejo tudo que sonhei escorrer entre meus dedos, eu não posso perdê-los, eu não posso perder a minha família.

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