Pequenos anjos - Juliana A. Bieber

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Justin já saiu a algum tempo, tento esquecer toda a confusão que está do lado de fora dos portões, isso já era de se esperar e nós podemos conviver com isso. Termino meu café e vejo Marceli descer as escadas carregando uma cesta cheias com roupas dos meus bebês, me levanto animada e querendo ajudar. Foi minha mãe que deixou a ordem para que Marceli lavasse todas as roupinhas quando o dia do parto estivesse se aproximando.

- Posso ajudar..         

- Nem pensar, a senhora pode olhar..

- Marceli...

- Não e não...

Cruzo os braços emburrada e apenas a sigo para a lavanderia, ela sabe como fazer, mas não consigo evitar a dar instruções, é impossível. O cheiro de amaciante e a delicadeza de cada roupinha me deixa coçando as mãos para ajudar. Tudo que consigo pensar é em finalmente vê-los vestidos, Julian em seu macacãozinho azul e Jhenny em seu vestidinho cor de rosa.

- A senhora já escolheu as roupas que vai levar para o hospital?

- Minha mãe me mandou vestir vermelho neles, é algo que dizendo ela é contra “mau olhado”.

- Cuidado nunca é de mais.

- Eu sei que é supertição, mas não custa obedecer né?!

A verdade é que a bolsa com as roupas que vou levar ao hospital está pronta desde meu quarto mês, também  é verdade que já mudei algumas vezes, mas devo confessar que fico em duvida a cada vez que passo por alguma loja de artigos infantis, não é a toa que vendem tanto, eles enchem os olhos das mamães bobas e não há como resistir a tanta fofura.

Me distraio por um tempo ao brincar com eles, ao som da minha voz eles ficam eufóricos e quando não me deixam sem ar eu sinto cócegas, é como se estivessem brincando de pega-pega dentro da minha barriga. Eles podem sentir que estou bom humor, eles ficam felizes comigo e o mais engraçado é que também sentem quando estou brava, os sinto como se estivessem encolhidos com medo atrás de algum sofá.

- Dona Juliana?

Eu não sei quantas vezes ainda terei que pedir para que Marcelli parar com toda essa formalidade. A olho com preguiça e ela sorri sabendo o motivo, as vezes acho que talvez ela apenas goste de me irritar um pouquinho.

- Seus amigos chegaram.

Tento me levantar rapidamente, mas fico parecendo uma baleia encalhada e repito o movimento duas vezes antes de implorar por ajuda. Marcelli parece divertida e se aproxima, mas antes que o faça o rosto divertido do meu amigo surge, eu não sei bem, mas seu rosto tem uma mistura de diversão, saudades, carinho e apenas Will. Parece bobo o que vou dizer, mas tudo que senti ao vê-lo foi vontade chorar, é ridículo a quão boba e sentimental estou agora, mas precisava abraça-lo, porque eu realmente sentia sua falta.

- Onde está minha grávida preferida?

Ele fala e lá está o sorriso que senti falta. Eu não posso dizer o quanto Will é importante para mim, o quanto eu o amo como se fosse meu irmão, também não posso dizer ao certo o momento exato que ele se tornou tão importante, é como se ele estivesse ao meu lado desde sempre. Marcelli abre caminho e ele se aproxima estendendo as duas mãos e, sem demora seguro, ele me puxa para que fique de pé.

- Quantas grávidas você conhece Will? (Sorrio de volta)

- (Ele sorri, eu o peguei) – Isso não importa, deixe-me olhar você..

Ele se afasta novamente a distancia de dois passos, coloca a mão direita na cintura enquanto a outra vai no queixo, seus olhos estão semicerrados e ele realmente parece me analisar. Reviro os olhos.

Amor Por ContratoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt