Amor ou Orgulho? - J.Alencar

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Caminho entre as mesas seguindo o garçom que me leva a mesa, sinto os olhares em minha direção, é uma sensação estranha é como se todos os olhos estivessem em mim e as mentes das pessoas gritando:

 “Aquela é a idiota que Justin deixou”

“Vê? Aquela costumava ser o brinquedinho do Bieber”

“O que ela pensou? Ele nunca deixaria a Selena por ela”

Era como se eu pudesse ouvir cada pensamento, e eu me repudio por não ter esperado Zac, eu me sentiria mais a vontade sentindo alguém perto ou talvez não fosse uma boa ideia ter saído de casa. Me sento na mesa timidamente, mas ainda visivelmente incomodada, olho para os lados buscando, mas não vejo qualquer coisa incomum, apenas casais e famílias jantando. Finalmente Zac entra pela porta e é como um calmante, me levanto e involuntariamente o abraço, eu só precisava me sentir protegida de alguma forma e é saber que o tinha me tranquilizava nesse momento, e ao soltar-me puxa gentilmente a cadeira para que me sente.

- Você esta bem?

- Há por favor, todos ficam me perguntando isso a cada segundo..(Reviro os olhos, é como se eles estivesse esperando por meu colapso a qualquer momento.

- Desculpa, só estou preocupado.

- Entendo, mas realmente estou bem.

- Quer falar sobre isso? Sobre tudo?

- Eu ainda não lembrei, ainda existe um grande buraco negro em minha mente, tudo que sei foi o que Justin me contou e o que vi na internet, mas ainda assim não procurei me aprofundar nas noticias.

Eu não sei o que ele tem, mas é algo que me passa confiança, Zac é capaz de me fazer falar como eu geralmente nunca faço, ele tem um certo jeito comigo, é como se soubesse exatamente por qual caminho percorrer e como chegar até mim. Eu falo com ele coisas que não consigo falar com minha mãe, Suzanna e nem com Will, Zac é diferente. Ele conduz nossa conversa de modo tão envolvente que não percebo, mas eu falo qualquer coisa e ele permanece ali, diante de mim com sua postura séria e doce ao mesmo tempo, seu rosto me mostrando preocupação e as vezes descrença, mas ainda assim com sua atenção em cada palavra que sai de meus lábios, minhas confusões internas estão como cartas sob a mesa, eu me mostro a ele, permito que conheça meus medos e dores. Revelo o quão angustiante é o fato de me sentir estúpida e enganada por minha própria mente.

- Você deseja lembrar? Mesmo sabendo que é ainda mais doloroso?

Ele fita meus olhos e eu realmente não sei o que responder, uma guerra de desejos dentro de mim, parte quer saber exatamente tudo que aconteceu, tudo que me levou aquele hospital e outra parte se nega, é como ela gritasse “Você não vai aguentar a segunda vez”.

- Eu não sei. (Encolho os ombros) – Você me diria?

- Se você assim desejar.

- Não, eu acho que não quero.

Me encolho em meu assento aceitando o quão covarde sou. Zac não diz nada apenas assente e permanece sendo gentil e atencioso comigo e me pego analisando seu rosto másculo em quanto degustamos o vinho escolhido, saboreio o sabor e admiro o belo amigo que tenho, barba por fazer, olhos grandes e azuis, nariz milimetricamente desenhado, dentes brancos que são a combinação perfeita, este é um homem que muitas mulheres desejam, e que se estivesse em meu lugar nesse momento estariam flertando, mas eu não posso, apesar de ainda ser encantada por ele, eu me vejo constantemente fazendo comparações, como não fazê-las? E mesmo sua beleza sendo grandiosa eu ainda me pego gostando mais de olhos cor de mel, pele lisa  e sempre bem feita sem qualquer indicio de pelos.  Seu olhar é tão constrangedor as vezes que sem querer me faz engasgar com o vinho. Ele não me deixa parecer estúpida, ele continua falando coisas alheias, nada ligado a minha vida, apenas me contando seus filmes e comidas preferidas, estamos trocando informações um a cerca do outro, mas eu sei que ele quer chegar a algum ponto exato, e eu estou curiosa.

Amor Por ContratoWhere stories live. Discover now