Amor Por Contrato

By anna_mendonca

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Sentimentos são coisas inexplicáveis e destinos também! Até onde você iria para reconquistar sua paixão? Aqui... More

Aviso
Vida Nova-J.A
Um bom emprego-J.Alencar
Se arrependimento matasse-J.Alencar
A verdade às vezes dói-J.Alencar
Ansioso-J.Bieber
Tenho amor próprio!-J.Bieber
Desculpas aceitas!-J.Bieber
Uma grande amiga-J.Bieber
Muitas surpresas-J.Alencar
Tudo por meus amigos-J.Alencar
Apenas amigos-J.Alencar
Você é um idiota!-J.Alencar
O contrato-J.Alencar
O que eu estou sentindo?-J.A
Srta Sinceridade- J.Bieber
Com destino Brasil-J.Bieber
Lutando contra meu choro e minha dor-J.Alencar
Lágrimas e Wisky Combinaçao Quente- J.Alencar
E agora?-J.Alencar
Ainda não assinamos nada-J.Bieber
Não podemos sentir ciúmes- J.Alencar
O que somos?-J.Alencar
Você só precisa dizer-J.Alencar
Nunca foi real-J.Alencar
O que eu precisava ouvir-J.Alencar
Jantar de negócios-J.Alencar
Apenas duas semana!-J.Alencar
Eu prefiro acreditar nele-J.Alencar
Chegou a hora!-J.Alencar
Justin B. vs Harry S.-J.Bieber
Nossa Bolha-J.Alencar
Amor por Contrato-J.Alencar
Você não está sozinha-J.Alencar
Pra você lembrar de mim...-J.Alencar
Olá decepções!-J.Alencar
Dor?Uma velha conhecida-J.Alencar
Cinderela - Zac Efron
É tudo real nas minhas mentiras - J.Bieber
Nosso melhor erro! - J.Bieber
Consequências - J.Bieber
Abra seus olhos - J.Bieber
Acima de qualquer verdade - J.Alencar
Medos - J.Alencar
Acredite em nós! - JusJu
Chegadas e Partidas - J.Bieber
Que meu fim seja com você!
Segunda Temporada
Vida nova - JusJu
Que assim seja - JusJu
Home - Juliana Bieber
O silêncio e o caos - Justin Bieber
Pequenos anjos - Juliana A. Bieber
Família Bieber - Juliana A. Bieber
Declínio - Juliana A. Bieber
Em outra vida - Juliana Alencar
Sacrifício - Justin Bieber
Sonhos reais - Juliana Alencar
Mágoas - Juliana Alencar
O fim! Existem os finais felizes e os finais necessários

Amor ou Orgulho? - J.Alencar

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By anna_mendonca


Caminho entre as mesas seguindo o garçom que me leva a mesa, sinto os olhares em minha direção, é uma sensação estranha é como se todos os olhos estivessem em mim e as mentes das pessoas gritando:

 “Aquela é a idiota que Justin deixou”

“Vê? Aquela costumava ser o brinquedinho do Bieber”

“O que ela pensou? Ele nunca deixaria a Selena por ela”

Era como se eu pudesse ouvir cada pensamento, e eu me repudio por não ter esperado Zac, eu me sentiria mais a vontade sentindo alguém perto ou talvez não fosse uma boa ideia ter saído de casa. Me sento na mesa timidamente, mas ainda visivelmente incomodada, olho para os lados buscando, mas não vejo qualquer coisa incomum, apenas casais e famílias jantando. Finalmente Zac entra pela porta e é como um calmante, me levanto e involuntariamente o abraço, eu só precisava me sentir protegida de alguma forma e é saber que o tinha me tranquilizava nesse momento, e ao soltar-me puxa gentilmente a cadeira para que me sente.

- Você esta bem?

- Há por favor, todos ficam me perguntando isso a cada segundo..(Reviro os olhos, é como se eles estivesse esperando por meu colapso a qualquer momento.

- Desculpa, só estou preocupado.

- Entendo, mas realmente estou bem.

- Quer falar sobre isso? Sobre tudo?

- Eu ainda não lembrei, ainda existe um grande buraco negro em minha mente, tudo que sei foi o que Justin me contou e o que vi na internet, mas ainda assim não procurei me aprofundar nas noticias.

Eu não sei o que ele tem, mas é algo que me passa confiança, Zac é capaz de me fazer falar como eu geralmente nunca faço, ele tem um certo jeito comigo, é como se soubesse exatamente por qual caminho percorrer e como chegar até mim. Eu falo com ele coisas que não consigo falar com minha mãe, Suzanna e nem com Will, Zac é diferente. Ele conduz nossa conversa de modo tão envolvente que não percebo, mas eu falo qualquer coisa e ele permanece ali, diante de mim com sua postura séria e doce ao mesmo tempo, seu rosto me mostrando preocupação e as vezes descrença, mas ainda assim com sua atenção em cada palavra que sai de meus lábios, minhas confusões internas estão como cartas sob a mesa, eu me mostro a ele, permito que conheça meus medos e dores. Revelo o quão angustiante é o fato de me sentir estúpida e enganada por minha própria mente.

- Você deseja lembrar? Mesmo sabendo que é ainda mais doloroso?

Ele fita meus olhos e eu realmente não sei o que responder, uma guerra de desejos dentro de mim, parte quer saber exatamente tudo que aconteceu, tudo que me levou aquele hospital e outra parte se nega, é como ela gritasse “Você não vai aguentar a segunda vez”.

- Eu não sei. (Encolho os ombros) – Você me diria?

- Se você assim desejar.

- Não, eu acho que não quero.

Me encolho em meu assento aceitando o quão covarde sou. Zac não diz nada apenas assente e permanece sendo gentil e atencioso comigo e me pego analisando seu rosto másculo em quanto degustamos o vinho escolhido, saboreio o sabor e admiro o belo amigo que tenho, barba por fazer, olhos grandes e azuis, nariz milimetricamente desenhado, dentes brancos que são a combinação perfeita, este é um homem que muitas mulheres desejam, e que se estivesse em meu lugar nesse momento estariam flertando, mas eu não posso, apesar de ainda ser encantada por ele, eu me vejo constantemente fazendo comparações, como não fazê-las? E mesmo sua beleza sendo grandiosa eu ainda me pego gostando mais de olhos cor de mel, pele lisa  e sempre bem feita sem qualquer indicio de pelos.  Seu olhar é tão constrangedor as vezes que sem querer me faz engasgar com o vinho. Ele não me deixa parecer estúpida, ele continua falando coisas alheias, nada ligado a minha vida, apenas me contando seus filmes e comidas preferidas, estamos trocando informações um a cerca do outro, mas eu sei que ele quer chegar a algum ponto exato, e eu estou curiosa.

- Porque não me fala o real motivo que me trouxe a esse jantar? – Pergunto divertida, o vinho esta realmente fazendo efeito.

- Eu trouxe uma amiga para jantar, é preciso um real motivo?

- Desembucha Sr.Efron.

Ele sorri tímido e eu sei que o peguei, não há como negar, sinto que ele precisa me falar alguma coisa, mas esta fazendo voltas a horas e a curiosidade esta me causando coceiras.

- Sua mãe me ligou...

- Minha mãe?

 Minha surpresa é evidente, não sabia que eles tinham trocado números e não imaginava qualquer razão para que minha mãe lhe fizesse uma ligação e ainda sem mencionar este fato a mim.

- Ela me contou que você quer voltar para o Brasil. E estou me perguntando porque.

- Minha mãe fala de mais.

- Não ia contar a seus amigos?

- Sim, mas não desse modo, eu diria só não queria despedidas dramáticas.

- Sempre fugindo Juliana.

- Não estou fugindo.

- Não negue, não para mim, você acha que te julgaria? Eu sei que tem passado por muita coisa, mas você é forte. Você era mais forte.
- Eu era “mais” tantas coisas.

- Deixou de ser?

- Cansei de ser.

Confesso, é a primeira vez que digo em voz alta e é vergonhoso. Sempre quis ser o tipo de mulher forte, imperfurável, inatingível, inaudível, indestrutível … o tipo de mulher segura de si mesma, dona do próprio destino, que age de forma sensata e que não se deixa levar por um “eu te amo” vindo do primeiro babaca que vê pela frente. Mas nunca consegui ser assim. Sou o tipo de mulher que acredita nos romances de novela, nas frases clichês, num jantar a luz de velas, no cinema de sábado a noite e nas tardes de domingo fazendo amor. Sou o tipo de mulher que  pensa duas, três, até mil vezes antes de se entregar,  mas sempre acabo cedendo ao estúpido coração e sempre coloco os pés pelas mãos, faço planos mesmo sem querer e  sofro pensando em todas as formas prováveis de conseguir odiá-lo. Mas não consigo, mas orgulho permanece, constantemente fico me lembrando da dor para que não ceda. Porque sou fraca demais. E mesmo sem querer admitir para mim mesmo eu penso na possibilidade de perdoar, porque quero voltar acreditar mais uma vez, acreditar no para sempre, no ele voltará. E o pensamento de ele não voltar me destrói, eu sofro, me tranco no quarto e me pego olhando nossas fotos e nossos vídeos, fecho meus olhos e apenas desejo voltar a aqueles dias. Mas se perguntarem se estou bem eu respondo que sim, mas todos sabem que estou sofrendo. E continuo acreditando, amando e sabendo que vou chorar muitas vezes, estou cansada de ser forte, estou tão cheia de dores que meu corpo parece pequeno para continuar, mas elas só acumulam.

- Se for para fugir que seja comigo, você pode ter tudo que deseja, seu sonho e trabalho, sua mãe e eu queremos ver você feliz, minha proposta para a África está de pé.

- Zac!

Estou sem saber o que realmente dizer, estou confusa, eu fui tão egoísta com minha família todo esse tempo e eu queria recompensa-los de alguma forma.

- Eu deveria ajudar minha mãe.

- Converse com ela, seja honesta e ela será com você. Não vale a pena fugir sem qualquer sentido, se dói e esta é a única solução então que seja por algo que você queira, algo que de alguma forma te faça feliz e nada melhor que o trabalho.

- Obrigada, eu prometo pensar.

- Sei que fará a escolha certa.

- Zac, você acha que estou sendo covarde?

- Não, é natural sentir medo do desconhecido.

- Realmente me acha forte?

- Muito, eu admiro isso em você.

- Eu preciso saber o que aconteceu, me conte tudo que saiba e que não consigo me lembrar.

- Juliana, talvez..

- Não, eu quero saber!

- Tem muitas coisas e nós conversaremos outra hora, vamos apenas conversar.

- Agora, por favor, eu preciso ser forte e eu tenho você e todo esse publico a minha volta e isso me impedirá de chorar.

 Ele solta o ar profundamente, minha expressão de certeza esconde o pavor. Tem realmente mais coisas? Eu não sei se quero lembrar, as ultimas revelações foram muito destrutivas  e não estou preparada para mais, o olhos azuis cintilantes me analisam e eu sei que eu implorei por verdade, mas estou me sentindo covarde agora que ele se dispôs a me conta-las. Ele resgata de seu bolso seu celular e me entrega, a foto em seu papel de parede me surpreende, uma mulher com seios a mostra, eu nunca poderia imaginar que ele poderia ter algo assim.

- O que é isso? Por que esta me dando seu celular?

- Encontrei isso na sua casa, no dia da sua exposição...

- Não entendo...

- Eu carrego isto o tempo todo, esperando um momento de coragem, mas este nunca veio até agora, você precisa saber e talvez isto ajude porque eu acredito que este trauma esteja bloqueando sua memória. Vá até os vídeos.

Deslizo o dedo na tela e faço como me disse, tem muitos vídeos e ainda não consigo entender o motivo de vê-los, dou play no primeiro da lista, a imagem de Lil preenche a tela e meus olhos estão ainda mais surpresos, sua voz começa a soar e eu presto atenção em suas palavras, estou confusa e perdida. Meu coração começa a bater de forma frenética quando começo a anteder, minha respiração desregular e lagrimas ameaçam em meus olhos, é meu apartamento, ele esta falando de mim, me vejo entrar pela porta e é como se eu estivesse revivendo, as fumaças pretas vão desaparecendo e deixando as coisas mais visíveis e eu começo a lembrar, as peças vão sendo encaixadas e uma explosão de luz em minha mente negra acende todas as lembranças, eu não posso continuar vendo, eu não consigo. Chega! Chega! Eu grito mentalmente então lhe entrego aquele aparelho, me sinto enojada, toda a raiva esta volta, eu estava quase sendo estuprada quando ele transava com ela, me deixando sozinha. Como ele pode? A pouco eu me via ainda o desejando, ainda o querendo e agora a raiva esta de volta dividindo espaço com o intruso amor que permanece enraizado como erva daninha. Sempre achei que quando “é pra ser” a vida nos manda alguns recados, alguns sinais. E nesse momento o letreiro em neon bilha bem na minha frente, ofuscando minha visão, dedos entrelaçados e diante de mim estava a minha resposta, o gosto amargo do ciúmes e a decepção dançando em minha boca, sentia como se centenas de pessoas estivessem estapeando minha face, parece bobo pensar que a vida nos manda sinais, mas eu realmente credito mesmo nisso. Acho que quando tem que ser, simplesmente é. É simples, é inteiro, é intenso. Não tem linhas em branco, nem mágoas escondidas atrás das portas.” Dizem por aí que o amor tudo vence. Mentira. Mentira pura. O amor é só uma palavra de quatro letras que dá certo pra alguns. Pra mim ele nunca deu, olha só que novidade, pra mim as coisas nunca deram certo.

Deixo algumas palavras cheias de amarguras escaparem, mas Zac me resgata, ele me escolta até o carro e eu apenas ignoro a voz de Justin nos seguindo, desejando apenas que ele simplesmente desaparecesse junto a sua adorável e vadia namorada.  Eu os odeio, eu odeio o que ele me faz sentir nesse momento, eu poderia avançar sobre eles, eu realmente desejava isso. As pessoas nos olham e toda uma grande cena é formada, seu discurso hipócrita me irrita ainda mais, ele me traiu com ela e ainda nega como um covarde? Porra! Eles estavam em um jantar romântico e saindo de mãos dadas e ele ainda quer que eu o escute? Eu realmente devo parecer um completa estúpida. Estou em modo automático, eu só desejo sair, mas ele insiste e eu cedo para que todo aquele teatro dele tivesse logo um fim. Estou com minha razão ativada e como um pai gritando para seu filho rebelde eu grito com o sentimento que insiste em querer me deixar vulnerável,  eu posso ouvir meu coração suplicar como um tolo para que eu o escutasse, mas eu não o faria, não cairia nessa armadilha mais uma vez. Meus sentidos são despertados somente pela revelação do meu amigo a minha frente.

Ele diz que me ama e eu não posso lhe responder de volta, me falta voz, me faltam palavras e eu grito mentalmente. - Não, você não pode amar, droga, não me ame! – Porque Zac estava fazendo isso? Eu não posso lhe devolver o mesmo amor, estou incapacitada é impossível eu lhe devolver o mesmo sentimento, ele não merece amar alguém como eu, ele merece alguém inteiramente dele, não posso machuca-lo. Não posso. Merda de vida complicada essa minha. Demoro um segundo para perceber que Justin e ele trocavam socos. – Deus o que esta acontecendo? – Eu não deveria ter saído de casa – O desespero me toma ao ver o quão louco aquilo estava, eu não queria eles machucados, mas se tivesse que escolher naquele momento eu arrancaria Zac de cima do Justin, não perdoaria se ele ferisse o meu Justin. Deus ele esta sangrando? Merda eu devo ser bipolar porque eu só quero correr até ele, meus olhos amolecem, e meu coração só quer cuidar dele, sinto raiva por Zac o ter machucado dessa maneira, mas ele também conseguiu fazer um belo estrago no rosto do Zac, mas isso não me preocupa, realmente não. Dou um passo instintivamente em sua direção, mas me contenho quando olho para seu lado, ele não precisa de meus cuidados, ele não precisa de mim ele tem ela, Selena visivelmente preocupada se aproxima e eu me coloco em meu lugar, ele não pertence a mim. Maldito seja o amor, maldito sentimento que me domina, bendito orgulho que me mantém de pé, bendito orgulho que me afasta e me poupa de mais uma humilhação, entro no carro e o deixo aos cuidados de sua garota, sua única e insubstituível garota.

(...)

O carro se move devagar, tem musica ao fundo, eu encaro a visão da minha janela, eu estou com raiva, raiva do Justin por tudo que lembrei e vi hoje e também do Zac por machuca-lo, por sua estúpida declaração, eu poderia ser mais confusa?.

Ambos em total silencio, a musica mudou e esse som, esse som meio obscuro, meio frio, ele me lembrava Justin. Veja as notas, elas só parecem estarem perdidas, pensei em muda-la , mas deixei e num momento parecia outra música, mais sublime, as notas outrora perdidas pareciam que encaixaram-se no tom da melodia. Fechei os olhos e apenas dei ouvidos à essa canção que agora ecoa. É como se as notas conseguissem brilhar; ah, posso ver que agora aquela mesma nota fria agora acompanhada de tantas outras, parecer um sinal de felicidade, sinto um pequeno  e meigo sorriso. A outra metade sentia remorso, por saber que sua falta ainda pesava. Que ainda o  amava mais, sentia um fundo de verdade, talvez fosse à vida esfregando na minha cara que eu sabia, mas negava com todos os fatos .Quando eu finalmente abri os olhos, não consegui mais fechá-los. Me senti triste por um breve momento, e comecei a jogar seu jogo ao invés de surtar. Ele dizia me amar, mas não sentia o amor que tentava descrever. Ele brincou comigo inúmeras vezes.   

(...)

O carro para e eu só quero descer, não quero conversar, não sei o que dizer e mal posso encara-lo. mas eu posso ver seus olhos me analisar em meio a pouca claridade que se instalava.

- Juliana... (Ele começa)

- Por que deu o celular a ele? Você sabe que não queria que ninguém soubesse.

- Pra ele parar com toda aquela cena, estou farto de suas ameaças e seus ciúmes, ele poderá saber que em quanto ele transava você quase foi estuprada.

- Você não tinha o direito.

- Eu só...

- Zac, não diga nada, minha noite já teve o bastante e por favor eu só preciso dormir agora.

- Posso ligar pela manhã?

- Não. Essa noite... Foi confusa de mais, me deixe pensar um pouco.

Forcei um sorriso sem mostrar os dentes e me apressei em descer do carro. Minha cabeça estava a mil e doía, não queria mais pensar, não queria permanecer de olhos abertos. Cheguei em casa e procurei minha cama me deixei afundar nela, imergir em sonhos, é onde posso descansar.  E, toda manhã é a pior parte do meu dia. Sair do céu, e ter que encarar o inferno da minha realidade. Levanto preguiçosamente da minha cama e me arrasto até a sala, sem qualquer plano para o meu dia alem de continuar a dormir e dormir.

- Mãe?

- Aqui no quarto!

Caminho até parando no encosto da porta, meus olhos a procurando e em um momento eu a vejo sair do closet com suas malas e eu não sabia que já era para arruma-las.

- Já esta com as malas prontas? Ai meu Deus, eu posso fazê-las em alguns minutos.

Eu desperto finalmente, minha cabeça começa a trabalha e pensar em caixas e na mudança, não lembro da minha mãe ter avisado que deveria arrumar as malas, mas eu posso ser rápida, talvez eu deva ligar para Will e Suzi e talvez Zac antes de partir.

- Juliana, querida..

- Não se preocupe, só vou levar alguns minutos, para que horas marcou nossas passagens?

- Não se apresse, eu marquei as “minhas” passagens para o voo das treze.

- E as minhas, você não marcou?

- Não.

- Porque? Mãe, o que esta fazendo?

- Eu que te pergunto filha, o que esta fazendo? Ir para o Brasil não te livrará do que esta no seu coração, se você quer se afastar que seja por algo que ame, siga seu sonho querida, você lutou tão bravamente para estar aqui que não posso permitir que fuja por medo.

- Mãe, não faça isso, eu quero ir e ficar com minha família.

- Eu queria poder ficar, mas você sabe que eu preciso voltar e você precisa ir para África com seu lindo amigo apaixonado.

- Eu não vou para Africa com o Zac, eu vou para o Brasil.

- Pare de lutar contra você mesma filha, isso não te levará a lugar nem um, no dia da sua exposição nós ficamos tão orgulhosos de você, aquilo é o que ama fazer, é para o que nasceu e por mais que desejasse que assumisse as empresas eu desejo ainda mais que seja feliz, por que você é minha menininha, eu não poderia deixa-la viver uma vida que não ame.

- Eu não posso ficar aqui e também não posso ir para África, você não entende? Se ficar aqui eu vou sofrer ainda mais vendo Justin ser feliz longe de mim e se for para África eu farei Zac sofrer porque não posso lhe devolver o mesmo amor.

- Sente-se aqui – ela batia na cama para que me sentasse ao seu lado – É a primeira vez que me diz o que realmente esta sentido, você sempre foi tão fechada, mas agora você me fez sentir tão perto, um nível que nunca me deixou chegar antes, eu sempre quis te ouvir falar de garotos, eu queria que tivesse me contado sobre Carlos, eu esperei, mas eu respeitei sua decisão porque você é forte e sei que tem medo de pedir ajuda. Você vem sofrendo sozinha todo esse tempo porque você ama de mais, talvez meu amor seja a hora de ser amada, você pode pensar que não consegue, mas é melhor e não dói.

- A dor ainda esta aqui mãe, me lembrando todos os dias que ainda o amo e eu sinto raiva de mim por isso.

- Haverão outros, haverá mais dessas sensações que você acha que é única, ele não é o teu único amor, isso de que o amor se encontra só uma vez, é pura jogada de marketing, não se prenda, existem novos dias, mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, lugares legais para visitar, pessoas com conteúdo para te encantar, é só uma fase, e todos passam por ela, olhe pelo lado bom, você vai aprender com isso. Não importa com quem você se case, desde que ele a ame mais do que você o ama.

- Não sei se consigo, é como se ele fosse parte de mim. As vezes eu quero correr até ele e outras eu apenas o odeio por ter me deixado, mas ai eu penso que ele merece ser feliz e mesmo com tudo eu realmente desejo que ele seja feliz mesmo que não seja comigo, isso é amor não é?

- Sim, isso é amor. Mas se realmente o ama, o deixe livre e seja livre também, bata azas e encontre novos amores, se deixe viver e não se prenda a essa raiva.

- Porque nunca conversamos antes?

Pergunto a abraçando com todo meu amor, minha mãe é tão boa e inteligente e eu desejo agora ter conversado com ela quando Carlos me traiu, talvez ela me ajudasse e eu não precisasse enfrentar tudo sozinha, eu tenho tanta sorte por tê-la agora.

- Por que minha filha era teimosa de mais, e porque ela nunca precisou de mim, eu tenho orgulho de você saiba disso, não só do seu trabalho, mas também do seu caráter e da sua força.

- Não tenho mais forças..

- Sim você tem, você é uma Alencar, basta procura-la bem ai dentro desse coração machucado.

- Você não pode ficar mais mãe?

- Eu realmente queria, é bom ter minha filhotinha debaixo das minhas azas de novo, mas você precisa lembrar como voar sozinha. Eu sempre estarei para você quando precisar, nós te amamos e quando realmente quiser voltar, apenas volte.

- Eu te amo mãe.

- Também te amo querida. Agora vá se trocar e me acompanhe até o aeroporto.

Me arrumo e não quero que ela vá, mas eu sei que ela tem negócios e não pode ficar para sempre cuidando de mim. Fico olhando o rosto da minha mãe, seu cabelo perfeitamente penteado e sua maquiagem impecável, eu vejo tanta sabedoria, nunca tinha percebido o quão forte ela é. Fico agora me perguntando se meu pai já a fez sofrer ou qualquer outro ex namorado na adolescência, o que a deixou tão madura assim, eu nunca a vi reclamar ou brigar, sempre tão ponderada e elegante.

- Mãe?

- Sim – ela me olha e vejo carinho e preocupação em seus olhos.

- Você já sofreu assim?

- Não menospreze sua mãe, claro que já sofri e também me apaixonei muitas vezes.

- Meu pai te fez sofrer?

Ela para por um segundo parecendo pensar em sua resposta e soltar um logo suspiro.

- Uma vez, quando ainda namorávamos ele andou fazendo algumas bobagens que eu achei que não podia suportar, mas ele me amava e eu o amava de volta e ainda assim nos separamos porque as vezes o orgulho fala mais alto, mas nós precisamos ficar longe para entender que as vezes o amor é maior que o orgulho, então colocamos em uma balança a dor causada e a dor que é estar longe.

- Vocês ficaram muito tempo separados?

- Não tanto, mas tempo suficiente para saber que não poderia viver longe daquele velho mandão.

- Como soube que ele era o certo para você?

- Eu não sabia, mas seu pai sabia.

(...)

Minha mãe voltou para casa, voltou para seu marido o homem que ela ama, Will mesmo teimoso aposto que esta com Suzi, Justin, há (Suspiro) ele esta com quem ama e eu apenas volto para esse apartamento grande e vazio. Não liguei a televisão, descobri que quando a gente está mal essa filha da puta só faz a gente se sentir pior. Uma cara chata após a outra, parece não ter fim. Uma procissão interminável de idiotas, alguns famosos. Os cômicos não tinham graça e os dramas eram de quarta classe. Eu não tinha muitas opções, fiquei ali de pé como um móvel fora do lugar, olhando para todos os lados sem ter realmente o que fazer, não posso nem ligar para Zac porque não posso encara-lo ainda, se eu ficar sozinha aqui vou enlouquecer, então decido ligar meu som no volume mais alto, as paredes são duplas e não terei qualquer vizinho me perturbando, fui até o pequeno bar e peguei uma garrafa de tequila – Você será minha amiga hoje! – Minha mãe disse para eu não voltar para o Brasil, mas então eu tenho um amigo que diz que me ama e eu amo um cara que não me ama o que devo fazer? Espero encontrar todas minhas respostas nessa garrafa. Já se foram três copos, minha visão já esta turva e eu começo a sentir uma pequena alegria sem sentindo me tomar e eu começo a dançar ao som de Wrecking Ball- Miley, essa musica parece perfeita e eu não me contenho e acredito que posso canta-la, minha voz não alcança o volume, mas não me importo, esqueço meu copo e decido que tomar minha bebida direto da garrafa me trará os efeitos mais rápidos...

Nós arranhamos, acorrentamos nossos corações em vão

Pulamos, sem nunca perguntar por quê

Nós nos beijamos, eu caí no seu feitiço

Um amor que ninguém poderia negar

Nunca diga que eu apenas saí andando

Eu sempre vou querer você

Não posso viver uma mentira, fugindo pela minha vida

Eu sempre vou querer você

Eu cheguei como uma bola demolidora

Nunca tive um amor com tanta força

Tudo que eu queria era quebrar suas paredes

Tudo que você fez foi me quebrar

Sim você, você me destruiu

Eu coloquei você bem alto no céu

E agora, você não está descendo

Mudou lentamente, você me deixou queimar

E agora somos cinzas no chão

Nunca diga que eu apenas saí andando

Eu sempre vou querer você

Não posso viver uma mentira, fugindo pela minha vida

Eu sempre vou querer você

Eu cheguei como uma bola demolidora

Nunca tive um amor com tanta força

Tudo que eu queria era quebrar suas paredes

Tudo que você fez foi me quebrar

Eu cheguei como uma bola demolidora

Sim, eu só fechei meus olhos e balancei

Me deixou abaixada no fogo e caiu

Tudo que você fez foi me quebrar

Sim você, você me destruiu

Nunca tive a intenção de começar uma guerra

Só queria que você me deixasse entrar

E ao invés de usar força

Acho que devia tê-lo deixado entrar

Nunca tive a intenção de começar uma guerra

Só queria que você me deixasse entrar

Acho que devia tê-lo deixado entrar

Nunca diga que eu apenas saí andando

Eu sempre vou querer você

Eu cheguei como uma bola demolidora

Nunca tive um amor com tanta força

Tudo que eu queria era quebrar suas paredes

Tudo que você fez foi me quebrar

Eu cheguei como uma bola demolidora

Sim, eu só fechei meus olhos e balancei

Me deixou abaixada no fogo e caiu

Tudo que você fez foi me quebrar

Sim, você, você me destruiu

Sim, você, você me destruiu

Ao fim da musica toda a minha alegria repentina deu lugar ao choro, eu me sinto completamente patética cantando agarrada a uma garrafa de tequila, pego meu celular e decido escutar uma das dezenas de mensagens de voz que Justin me deixou e até agora ainda não tive coragem de ouvi-las. Desligo a musica e acoplo meu celular ao som e estou nervosa em apertar a primeira mensagem, viro a garrafa em minha garganta tomando um longo gole e secando completamente qualquer vestígio de bebida que ali existiu, sacudo a cabeça tentando conter o amargo e a repulsa do álcool, agora sim, estou completamente bêbeda para ouvir essa mensagem, encaro e o aparelho como se fosse um monstro e como se ele fosse me morde eu aperto o mais rápido que posso e tento correr para o sofá, mas minhas pernas me traem e eu encontro o tapete e decido ficar ali mesmo, a voz dele preenche o cômodo e eu paraliso.

“Oi, bom sou eu de novo,  e mesmo achando que irá apagar essa mensagem mesmo sem ouvi-la, eu não me importo, continuarei mandando, a qualquer dia, qualquer hora e momento você vai ouvir uma delas e saberá que ainda estou aqui e que não desisti de nós. Hoje eu olhei as suas fotos, vi aquele pingente com a letra do meu nome e lembrei de nos na verdade tudo me lembra nós.. E olha só pra mim, tô escrevendo sobre você de novo é tudo que venho fazendo. Nem eu aguento mais te amar tanto assim.”

- Você é um idiota. É um babaca cretino e sabe disso. Porque me manda essas coisas? Eu não me importo, não me importooo!

Grito com meu aparelho como se Justin estive na minha frente.

- Por que não me deixa em paz? Só me deixem em paz... Já não fez o suficiente? Não sobrou mais nada Justin, por favor me deixe, me deixe tentar me levantar...

A mensagem automaticamente passa para a próxima e eu se quer tenho forças para me levar e desligar, a voz dele é como uma lamina afiada me arrancado tiras sangrentas de carne.

“ Amor, você pode me ouvir? – A voz dele parece tão presente e calma que fecho meus olhos e posso vê-lo bem aqui a minha frente, estou ficando louca – Você está bem? Eu não estou bem, não sem você aqui. Me sinto quebrado desde que me deixou, eu compreendo que sou tão errado pra você, mas me concerte. Eu não sei se chegará a ouvir isso um dia, então fiz uma musica, na verdade fiz muitas musicas e todas pra você, você terá que me ouvir em um momento e saberá que estou falando com você – A melodia soa tão melancólica assim como sua voz ao cantar - Não quero ser o mesmo, talvez você possa me mudar, talvez você possa me mudar. Talvez você possa ser a luz que abra meus olhos, faça todos meus erros se tornarem acertos... me mude, me mude... Eu te amo.

- Como farei isso Justin? Eu tentei, eu juro que tentei.. – As lagrimas voltam - Não vou dizer que não estou sentindo a sua falta aqui comigo porque eu estaria mentindo… Eu ainda sinto a sua falta... Por que você fez isso com a gente? Pode parecer estúpido demais, mas eu não  estou aguentando ver você sendo feliz com outra pessoa. E essas suas mensagens estão fodendo o que me resta de sanidade.

Olha o estado deplorável que me encontro, completamente sozinha neste apartamento, bêbada e discutindo com a voz dele que teimosamente ainda meche comigo. – Vê? Isso é o que restou Justin - Meus olhos pesam, não posso mais deixa-los abertos. Os  fechei e desejei intensamente acreditar em destino, caminhos cruzados, alma gêmea e essas coisas. Só pra acreditar um pouquinho que a gente iria ser pra sempre. Só pra me enganar mais um pouco sobre nós enquanto ouvia sua voz, a gente vai se ver de novo, eu vou te ver de novo, nós vamos dar certo em outro momento, em uma outra vida talvez. Eu falava baixinho sentindo o efeito da bebida me dominar por completo e sua voz cada vez ficando mais longe...

Acordo com dor de cabeça, meu corpo dói pelo chão duro, eu achei tão macio ontem, me estico e parece que levei uma surra. Estou de mal humor e de ressaca. Nada funciona nessa vida. Nada funciona. Não abri as janelas. Tomei banho no banheiro escuro, só depois acendi a luz para me enxugar. Olho-me no espelho por longos nove minutos. Ajeito o cabelo com os dedos,  e faço uma maquiagem, pó extremamente branco e lápis extremamente preto, acentuando ainda mais aquelas olheiras horríveis de quem ficou a noite inteira chorando, chorando, chorando porque nada nunca funciona. Senhor, nunca vai dar certo.. Hoje é um daquele dias que me sinto gorda, feia, magra, esquisita, caladona, alta, baixa, cabisbaixa, infeliz, atéia, crente, bipolar, agressiva, chata, bonita demais, vagabunda. Decidi sair, tirar algumas fotos e não falar com ninguém. Passei dois dias em um ciclo, dormia, comia, fotografava e as vezes me torturava vendo as ultimas noticias, as fotos no restaurante ainda estão sendo comentadas, mas acho que estava procurando alguma coisa sobre Lil, mas eu sabia que Justin não faria nada a respeito daquele vídeo, Lil é seu amigo, aquilo se tornaria uma verdadeira bomba sobre sua imagem e por fim se ainda tivesse algum respeito por mim, ele sabe que seria humilhante alguém mais ver aquela merda ou melhor, talvez ele nem chegou a ver, melhor assim. Quer saber, que  dane-se. Fechei a tela do notebook, e não tinha nada melhor pra fazer. Não atendia e nem deixava ninguém subir, eu precisava de um tempo. Ando pensando a respeito do que minha mãe disse, e começo a pensar que eu poderia tentar, seria algo diferente, mas não me machucaria e eu poderia finalmente voltar a viver e talvez conseguisse parar de sentir pena de mim mesma, estou aceitando o fato que estou magoada, sinto dores e saudades todo maldito dia que acordo até o momento que fecho os olhos, eu realmente o amo, mas eu nunca poderia perdoa-lo, eu não consigo, eu lembro que cheguei a dizer que eu ficaria ao lado dele apesar de qualquer coisa, mas tudo que ele fez ainda pesa, e eu não posso. A  vida esta gritando por mim e eu não posso fugir para sempre, eu preciso ser racional e pensar no melhor para todos, eu poderei fazer o que amo, poderia de alguma forma tentar fazer feliz alguém tão querido para mim e Justin poderia se livrar da culpa, porque suas desculpas e mensagens são apenas culpa e ele não precisa senti-las mais.

(...)

Estou deitada no sofá, eu tenho um agora, minha mãe poderia ter escolhido um apartamento menor... O silencio é agonizante, eu se quer tenho vontade de ir a esquina, ligar a tv ou me importar em ser normal, não me sinto inteira para isso. Há momentos como este que é bom não lembrar, na verdade talvez fosse melhor eu ter esquecido tudo, meu cérebro deveria ter sido mais inteligente e não te apagado só as lembranças ruins, as boas também machucam. Desejo fazer o tempo voltar e apagar tudo, mas tenho a sensação de que, se o fizesse, também apagaria a alegria e eu não tenho certeza se eu realmente desejo isso. Assim, o que me resta é reviver as memórias da forma como vêm, aceitando todas elas, deixando que me guiem sempre que possível. Isso acontece com mais frequência do que eu percebo... Esse apartamento não tem lembranças, talvez esse seja o motivo dele ser tão frio, seu tamanho só me deixa menor do que realmente sou... Escuto batidas na porta, eu não preciso me levantar ou olhar pelo olho mágico para saber que é Zac, eu estava realmente esperando por ele, eu apenas grito um “Entra” ainda sem me mexer do lugar, a porta se abre e ele entra me dando um meio sorriso, ele já é de casa, ele tira seu casaco e pendura, em alguns segundos ele caminha em minha direção, encolho minhas pernas para ele se sentar, ele sente puxando meus pés para seu colo e carinhosamente o massageia...

- Como você está? (Ele pergunta baixo)

- Bem...

- Fiquei surpreso quando me ligou, mas também fiquei feliz...

- Tava me sentindo sozinha, preciso de um amigo...

- Will? (Ele pergunta curioso)

- Eu precisava falar com você Zac...

- Por que você não me chama sempre? Sabe que me mantive distante por que você pediu um espaço...

- Você disse que estava apaixonado por mim, eu fiquei assustada...

- Eu sei que não escolhi o melhor momento para dizer aquilo. Me desculpe!

-Não se desculpe... Mas eu não quero te machucar, você sabe minhas condições...

- Sim eu sei e respeito, nós ainda somos amigos...

- Eu agradeço por isso, não quero perder sua amizade. Mas poxa, por que eu? Você conhece tanta gente, você merece alguem inteiro, e eu sou diferente delas.
 

— Exatamente. Porque você não tenta ser igual a ninguém... Você é a garota mais forte que eu conheço..

- Todo mundo pensa que eu sou tão forte, mas algumas vezes eu enfraqueço. As vezes eu queria pedir ajuda, mas não consigo. Tenho um ego bobo que se sente ofendido quando estico a mão à procura de outra mão para me acolher. Sempre detestei ser um peso, uma inconveniente ambulante, alguém que não é capaz de lidar com as próprias confusões.

- Então me deixa cuidar de você, eu posso te proteger. O que mais desejo é fazer parte das suas confusões...

- Não posso fazer isso com você Zac, não posso fazer isso com a nossa amizade, você é importante para mim, não quero perder o que nós temos, você um dos meus melhores amigos... Eu não queria, você sabe que não, mas eu ainda amo o Justin, eu não sei se um dia eu deixarei de ama-lo...

- Sim eu sei. Mas no meio de tudo isso não é bom saber que você tem um amigo que te ama mais que um amigo? Olha, eu sei que você ama uma pessoa que não sou eu, só que não ligo, eu posso esperar. Essa coisa de orgulho e dignidade nunca foram comigo mesmo.(Ele sorri) E ainda que ele tenha levado pra longe tudo que você parecia ter de bom, eu não me importo de ficar com o amargo-azedo que restou. É mais do que tudo que já me pertenceu em quatro encarnações... Eu só quero você, não me importa as condições...

- Você é um cara incrível e merece que eu seja verdadeira com você, não é justo, eu me sinto incapaz de amar de novo, e você não merece nada menos, se você tivesse aparecido na minha vida primeiro...

- Eu queria tanto que você me amasse na mesma intensidade em que te amo.

- Eu também queria amar você da forma que você merece...

Digo me sentando e acariciando seu rosto, ele fecha seus olhos inclinando seu rosto em minha mão, sua barba mal feita roça em minha mão e eu me sinto incapaz, porque eu não posso amar alguem que mereça? Por que eu sempre erro nas minhas escolhas?

- Desculpa! (Sussurro encostando minha testa na dele).

- Tudo bem... Um dia, um dia eu serei capaz de te fazer sorrir, serei o teu lar, vou ser aquele que quando você fechar os olhos você  possa ver assim como eu te vejo quando faço isso. Também vou ser sua insônia, mas será por que te fiz feliz e ser também o motivo que faz você dormir tão bem ao ponto de sonhar comigo.

- Zac, por favor!

- Minha proposta ainda esta de pé, vamos para Africa, eu não vou forçar você a nada, nós vamos trabalhar juntos...

Se eu aceitasse, simplesmente focaria minha mente e meu coração no trabalho, longe Justin, longe de toda essa mídia, longe de toda a dor, fecho os olhos por um segundo, respirando fundo para tomar coragem para responder...

- Quando partimos? (Solto um suspiro pesado)

- Isso é sério?

- Sim, eu irei com você Zac...

Ele me puxa para seu abraço apertado, eu posso sentir seu sorriso, pelo menos um de nós esta sorrindo verdadeiramente...

- Quando iremos?

- Posso resolver uma data em alguns dias, eu só precisava de você.

- Não me faça me arrepender...

- Eu nunca vou te magoar...

- Nós só vamos trabalhar...

- Olha pra mim Ju, dentro dos meus olhos...

Aqueles grandes olhos azuis focados em mim, era até dificil de encara-los muito tempo, ele parecia querer penetrar na minha alma, ele acaricia meu rosto com as costas das mãos e eu não sei o que dizer, não quero machuca-lo...

- EU. AMO. VOCÊ! NÃO ESTOU MENTINDO, NÃO ESTOU BRINCANDO. EU QUERO VOCÊ PRA MIM, EU QUERO TE MOSTRAR O QUANTO EU TE AMO. POR FAVOR, VOCÊ NÃO PRECISA DIZER QUE ME AMA, APENAS ME DEIXE TENTAR...

Ele puxa minha mão para seu peito e eu posso sentir seu coração bater acelerado, eu realmente não sei o que dizer, droga eu não posso, será que ele não vê que não restou nada aqui dentro? Ao contrario do dele meu coração parou de bater já faz um tempo, não me resta nada alem do vazio. É, eu estou me sentindo incompleta, incompleta por ter me apaixonado por aquele cara, me sinto uma completa idiota, porque que dizia que nunca ia amar tão intensamente e cegamente e olha como estou com os olhos cheios de lagrimas por causa da dor de não ter ele perto de mim, pela dor que saber que não é ele quem esta dizendo que me ama, não é ele, a cada vez me acho mais estúpida, por apesar de tudo, ele sempre esta na minha mente, nas minhas decisões, nos meus sonhos, uma vez eu já desistir de ir para Africa por ele, mas hoje eu já não o tenho mais, o que me prende aqui? Eu não tenho nada, não consigo mais dar sorrisos como antes, e passo noites sem dormir, estou muito confusa, não sei se é melhor ele sair de uma vez da minha vida, ou ficar.. Admito , é exatamente isso que eu sinto! Eu não entendo a mim mesma, porque querendo ou não, o desejo fala mais alto, e o amor então .. Esse fala por nós ou melhor ele grita dentro de mim... Uma vez minha mãe me disse, case-se com um homem que ame mais você, do que você a ele, parece egoísta eu sei, mas diante do Zac agora eu penso, como ele poderia me machucar? Ele não tem esse poder, eu não dei a ele, mas eu posso ser melhor do que foram comigo, talvez só talvez uma relação sem paixão, sem amor seja mais saudável, menos destrutiva. O que vou perder se eu der uma chance a ele?  Eu não tenho o que perder, eu não tenho o que ganhar...

- Zac, por mais que eu ache que você não mereça alguem tão incompleta como eu, nós podemos tentar, eu não posso te dar certeza, mas eu posso tentar...

- Você me permitiria te beijar, então?

- Agora?

- Qual o problema?

- Desculpa! – (Eu sussurro com a voz quase presa entre os dentes)  - O problema é que há muito problema. Eu sei, eu sei, parece meio injusto da minha parte te fazer vim até aqui pra, aparentemente, nada.

- Tudo bem, tudo bem Ju.. Eu disse eu posso esperar...

- Desculpa, mais uma vez.  Acho melhor você ir embora.

Ele esta triste, eu não queria deixa-lo assim, mas droga isso é complicado, eu não estou tão pronta, vai ser mais fácil assim, digo, sem beijos, sem laços, sem troca de afagos, sem dores, sem compromissos de ligar no dia seguinte, sem a aflição de uma noite duvidosa, sem pensamentos focados. Pelo menos amanhã, quando eu acordar, ainda vou acordar apenas por mim.  A minha intenção não é beija-lo. Quer dizer, isso é o que o meu impulso nervoso grita pra que eu faça, mas eu tenho medo, por isso é confuso, mas a minha razão tem certeza de que estamos precipitando as coisas. Eu quero, confesso, quero muito que ele me agarre nos seus braços de alguma forma milagrosas ele arranque o Justin de mim, quero deseja-lo, quero sentir com ele o que sinto com o Justin, era tudo mais simples com ele, meu corpo e meu sangue pulsavam só pelo modo que ele respirava perto de mim...Acho que nunca sentirei aquilo novamente.

- Ok, nos vemos depois? (Ele pergunta ainda em seu tom gentil)

- Zac, você tem certeza disso?

- Ju, eu vejo você ir embora a qualquer momento, mas eu desejo muito que você vá comigo, e não para qualquer lugar no mundo onde possa se esconder.

- Estou com medo Zac, ainda doi entende? E eu não acho que essa dor um dia vá passar...

- Eu estarei com você...

Ele pega seu casaco e sai, e eu volto a fica sozinha. Os dias se passam, e eu nem lembro quando foi a ultima vez que coloquei meus pés fora desse apartamento, estou sentada nesse sofá com uma camisa grande, um coque mal feito no cabelo e tomando uma xícara de chá, a campainha toca sem parar e eu caminho na direção da porta com a certeza que deve ser Will ou Suzi. Estou aliviada porque não tenho mais medo de abrir e ser paparazzi ou o Justin, foi deixado claro que qualquer pessoa por nome Justin jamais poderá subir... Eu já desisti, mas dizem que não podemos desistir da pessoa que amamos tão facilmente, mas parece que quanto mais você se dedica para manter uma pessoa ao seu lado, e demonstra de todas as formas que a ama, ela pisa em você, te oferece todos os motivos para desistir. E quando você está quase decidido em partir, essa pessoa aparece novamente te impedindo de desistir. Nessas horas é difícil de manter uma decisão, você não pensa duas vezes e se entrega à pessoa novamente. Mas isso não é o pior, você recebe carinho só nos primeiros dias, e continua sofrendo em silêncio depois de um certo tempo. De uma coisa eu tenho certeza, não existe nada mais bobo e inocente que o coração é por isso que tenho me mantido aqui, presa, segura de qualquer recaída e traição do meu coração, por eu não posso suportar lembrar de seus olhos cheios de lagrimas... Chega uma hora em que você não aguenta mais, não aguenta mais deixar pra chorar no silêncio da madrugada, não aguenta mais dizer que está bem, quando na verdade está desmoronando por dentro, não aguenta mais dar um sorriso pra mostrar para os outros que você está bem, não aguenta mais fingir ser a pessoa mais feliz do mundo, sendo que na verdade você é uma das pessoas mais tristes que existe, não aguento mais. Me levanto e caminho até a porta sem qualquer coragem.  - Deus Zac precisa logo marcar a data que partimos – Abro a porta e sou tomada pela surpresa, meus olhos se arregalam e sem querer deixo a minha xícara de chá cair aos meu pés.

- Chaz? Oh meu Deus!

- Você nunca me ligou...(Ele sorri) Com os braços abertos e eu o abraço, eu nunca esperei vê-lo, ainda não posso acreditar que ele realmente esteja aqui.   

- Entre, nossa que surpresa...

Abro ainda mais a porta e dou espaço para que ele entre. Olho nervosamente em volta e graças a Deus a casa não esta tão bagunçada, mas ainda assim saio retirando algumas almofadas que estão no chão.

- Como conseguiu subir? Eles nem me interfonaram..

Eu estou surpresa, talvez essa segurança não seja tão boa quanto me passaram, se Chaz subiu outra pessoa também pode.

- Eu tenho meus segredos! (Ele sorri) Bom eu estava na cidade e resolvi visita-la e saber como está.

- Que bom que veio, aceita um café, chá, suco... Alguma coisa?

- Bom, eu já ouvi que é excelente na cozinha, então eu aceito um café..

- Ok, eu posso fazer um para nós, venha.

Caminho até a cozinha em quanto Chaz me segue, indico um dos assentos e ele senta em quanto eu coloco a água no fogo e também procuro algo para fazer para ele comer, talvez torradas e geleia.

- Você parece bem, sinto muito não visita-la no hospital.

- Obrigada, mas eu entendo, você mora em outro país.

- Tenho lido algumas noticias, como vem lidando com tudo?

- Bem, estou bem. Mas me conte de você!

- Bom, hm... Eu vim passar o Natal com uns amigos.

- Justin! (Deduzo)

- Ele ligou nos convidando, faz um longo tempo que não celebramos o natal juntos.

- Os outros vieram com você?

- Justin pediu que todos viessem.

- Fico muito feliz, eu sempre soube que a amizade vocês era mais importante que qualquer coisa.

Me sento ao lado dele, é bom poder conversar com Chaz depois de tanto tempo, ele me ajudou em um momento que precisei, eu me senti tão sozinha e ele esteve lá me estendo uma mão quando eu não conhecia ninguém naquela cidade, em quanto Justin mais uma vez tinha feito sua escolha. Ele parecia bem, mas sua visita não era apenas cordial eu sei que ele veio falar de seu amigo, eu posso ver ele me estudar para escolher o melhor momento, é engraçado o fato que sempre estou analisando as pessoas e vendo o que elas querem de mim, mas certas vezes eu apenas fecho meus olhos e me deixo ser surpreendida. Me levanto e vou até a geladeira.

- Ele não esta bem Juliana...

Ele finalmente fala e eu não digo nada apenas encaro a caixa de leite a minha frente, eu não aguento mais falar sobre isso, eu não posso mais ficar voltando sempre a mesma dor. Me viro e encaro Chaz.

- Eu sei que você esta magoada, eu entendo, mas ele realmente ama você.

- Você entende? Mesmo Chaz?! Eu acho que não pode entender. Ele te contou que ele me contratou para fazer ciúmes a Selena?

- O que?

Pela surpresa dele eu achei que não, Justin deve ter falado que eu não o atendo e nem o respondo, mas são tantas coisas que ninguém pode se quer imaginar.

- Imaginei que não. Eu e ele éramos apenas um contrato Chaz, o plano era fazer com que a Selena voltasse.

- Mas, mas... Juliana eu vi que vocês estavam apaixonados. Dê uma chance para ele se explicar, ele não traiu você, precisa acreditar e ouvi-lo.

- Mais uma chance? Pra que? Pra ouvir mais uma mentira? Ele não me ama Chaz, ele esta se sentindo culpado porque todos estão o julgando. Ele não me ama, eu tambem achei que sim, eu realmente acreditei que sim, porque eu me apaixonei por ele. Mas foi só eu, ele nunca se apaixonou por mim, você viu, o mundo inteiro viu. Ele ficou com ela lá e mentiu para mim, ele mentiu quando disse que havia me escolhido e que o contrato não significava mais nada, ele me deixou no dia que mais precisei dele e mentiu quando acordei daquele maldito coma. Então não tente defende-lo, apenas diga a ele que estou bem.

A água ferve e eu caminho até o fogão e começo a preparar.

- Mas você não esta bem, eu posso ver.

- Claro que estou bem, eu tenho até novos planos...

- Novos planos?

Ele pergunta e eu lhe dou apenas um sorriso colocando o café na garrafa, escuto o barulho da porta se abrir e varias vozes preencherem minha sala vazia. As vozes são conhecidas e esses baderneiros entram sem ser convidados. Chaz me olha surpreso e se vira para ver quem é e podemos escutar os passos se aproximando.

- Sinto cheiro de café! (Zac grita da sala)

- Juliana Alencar, porque ele tem uma cópia da chave e eu não? (Will grita mais atrás)

- Ele da as chaves para quem ela quiser Will, não se meta... (Voz da Suzanna)

- Ju, trouxe...

Zac segura varias sacolas em suas mãos, isso esta se tornando uma rotina, todas as tardes eles vem para meu apartamento para um lanche. Zac para na porta me olhando e seu sorriso desaparece e seu olhar se torna curioso ao olhar Chaz sentando a minha frente, ambos se olham por um segundo até Will e Suzi entrarem e eles também estão curiosos quanto minha nova vizita.

- Oi gente..

Sorrio e caminho até  Zac e lhe dou meu abraço, seus braços me envolvem e eu logo me solto e faço o mesmo com Will e Suzi.

- Gente esse é meu amigos Chaz Somers.. E Chaz este é Zac, Will e Suzi meus amigos também.

Eles se cumprimentam. Will toma seu lugar no balcão junto a Suzi, Zac se acomoda ao meu lado e brinco lhe dando um pequeno empurrão, minha tarde começa a ficar boa, estou cercada por pessoas que gosto.

- Então que trouxeram?

Pego as sacolas e as abro, eu adoro os bolinho que Zac costuma me trazer, e estou torcendo que ele os tenha trazido hoje, meu sorriso de criança de cinco se forma quando vejo que eles estão ali contendo muito doce, Zac me deixará gorda desse jeito.

- Huuum, bolinhos...

- Seus preferidos, Chocolate com cobertura de morangos. – Zac diz orgulhos por saber meus preferidos, ele diz que doce é um bom remédio.

- Nós trouxemos rosquinhas...(Will)

- Bom, eu tenho café quentinho, suco de abacaxi e chá...

Eu começo a servi-los, Will puxa assunto com Chaz que apenas nos observa e as responde educadamente, ele parece desconfortável.

- Aqui está seu café Chaz... – lhe entrego e me sento, eu tenho e Zac em ambos meus lados em quanto Will e Suzi parecem melhores que nunca, é bom vê-los assim novamente.

- Então, onde vocês se conheceram? – Zac pergunta a Chaz em quanto dá um gole em seu café, Will e Suzi tambem parecem curiosos.

- Em uma festa de aniversario...(Sorrio, sem querer me aprofundar no assunto e evitar que mais uma vez Justin seja nosso assunto)

- Aniversario da cunhada de cinco anos da Juliana, Justin a levou para que ela conhecesse a família e amigos dele, então se é namorada do meu amigo é minha amiga.

- Chaz... - Digo de modo repreendor,

- Não sei se você viu, mas seu amigo andou pisando na bola e a Juliana não tem mais nada com ele. – Zac responde e lá se vai meu lanche feliz com amigos.

- Não sei se você viu, mas eles se amam. Juliana você deveria ouvi-lo. Sei que as coisas não parecem bem, mas eu vi você trazer meu amigo de volta, eu voltei a ver um Justin que achei que nunca mais veria. Ele ainda está lá, por você, agora é sua vez de vê-lo.

- Por favor Chaz! Não vamos falar sobre isso, é bom ter você aqui, apenas nós.

Todos estão em silencio, o clima está pesado. Chaz se levanta e caminha em minha direção e me abraça - Ele te ama Juliana – Ele diz para que somente eu possa ouvi-lo.

- Tenham um bom chá. Eu sei o caminho até a porta.

Chaz caminha e eu permaneço petrificada em meu assento o vendo caminhar. Zac coloca sua mão em meu ombro e beija meus cabelos, Suzi e Will me olham e eu tento voltar a realidade.

- Vamos terminar de comer? Eu ainda preciso daqueles bolinhos..

Finjo um sorriso e em poucos minutos eles parecem esquecer, mas as palavras do Chaz ainda gritam em minha mente – Eu devo falar com Justin? – Isso é loucura, eu não posso.

- Ju? Está me ouvindo? - A voz de Zac me chama e eu desperto.

- Desculpe, o que disse?

- Disse que já temos uma data.

- Mesmo? Quando?

- Em cinco dias partimos...

- Não pode ser, há gente fala serio, eu achei que celebraríamos o natal juntos, eu não posso deixa-la ir. Will fala e eu também achei que celebrariamos juntos, seria um belo modo de nos desperdir.

- Não tem como vocês irem depois do Natal?

Suzi pergunta e eu quero que Zac diga que sim, mas tambem sei que ele vem tentado encontrar uma data para nós a algum tempo e eu não posso impor algo assim a ele, esse projeto é a vida dele.

- Não gente, os investidores estão me pressionando. Eu só precisava que a Juliana me desse uma resposta para dar inicio a tudo, não podemos esperar mais.

(...)

 - Você ficará bem? Zac pergunta no seu tom preocupado.

- Sabe que sim, estou bem e ficarei melhorar quando embarcarmos.

- Também estou ansioso.

- Um novo futuro me parece bom.

- Aquele seu amigo Chaz, ele..

- Ele é um cara legal... Foi bom vê-lo.

- Não deixe ele te confundir.

- Chaz é meu amigo, ele pode expor a opinião dele.

- Sei que pode, mas eu só acho que sofreu de mais e não quero que alguém venha te deixar ainda mais triste.

- Você esta aqui para me deixar alegre...

(...)

O apartamento esta silencioso mais uma vez, todos já se foram, Zac insistiu para ficar, mas eu disse que não precisava. Ele tem sido realmente paciente, ele sabe que ainda não estou preparada para seu sentimento, eu não posso apenas brincar com eles, se eu vier a beija-lo ou qualquer coisa eu terei assinado um pequeno contrato com seu coração e eu ainda não posso. Os dias estão se passando e com cada um deles eu aprendo a lidar com tudo, sabe, às vezes é bom fingir que você não senti nada, que não senti falta, que deixou de amar, que deixou de pensar. Porém com o tempo você começa a acreditar que realmente esqueceu, mais por alguns minutos o vento passa e leva esse fingimento, por que lá no fundo mesmo eu sei que e impossível deixar de amar aquele sorriso. Está tarde e eu não estou com sono, algumas caixas estão feita e prontas para a mudança, Zac disse que poderei deixa-las em seu apartamento e então estou apenas ignorando o fato que preciso arrumar minhas malas, mas eu preciso, caminho até meu quarto e olho com preguiça, aos poucos eu vou retirando minhas roupas para a viagem, nem todas irão, dei algumas a Suzi então as separo em outra pequena mala, saltos e vestidos de paitês não serão muito necessários na Africa, camisas e jeans são tudo que levarei. Em meio as minhas coisas eu encontro uma foto, uma pequena lembrança, nosso sorriso parecia tão indestrutível, sinto falta da Juliana da foto – Suspiro – Sinto sua tambem Justin – Eu poderia apenas joga-las junto as demais que estão escondidas da minha visão dentro de uma caixa, mas esta de alguma forma me deixa feliz, eu não posso deixa-la, sei que ir para Africa será para esquecer, mas eu vou leva-la assim mesmo. Escondo nossa pequena lembrança no fundo da mala, eu gosto de saber que ela esta ali, gosto de em certos momentos lembrar que nem tudo foi ruim, em boa parte eu fui feliz. Eu queria volta aos velhos tempos, onde o telefone tocava e eu sabia que era você, onde eu passava o dia sorrindo e sabia que o motivo era você, onde eu acordava as 6:00 da manha pra poder falar com você. Eu só queria volta a alguns meses atrás, e poder te abraçar com a vontade que tenho hoje, já te tive uma vez, porque não posso ter de novo? Meu coração grita a cada dia que te vejo, e não posso fazer nada, além de passar reto. Finalmente as malas estão prontas – Meu futuro começa agora - Me encolho na cama e aos poucos o sono chega, meus olhos se fecham e estou entregue a sonhos, único lugar que as coisas ainda são boas.

(...)

Acordo com a insistência da campainha – Deus, mas quem pode ser tão cedo? – Olho o relógio é são apenas nove da manhã, eu ainda queria dormir. Mas as batidas na porta só parecem aumentar.

- Já vaaai! – Grito me levantando.

Faço um coque solte e caminho até a porta, espero que seja algo importante para tanta pressa. Procuro minhas chaves que deveriam estar na cestinha do balcão, mas eu devo ter as deixado em qualquer outro lugar, giro na sala feito uma barata tonta até que finalmente as encontro e abro a porta, minha surpresa é ainda maior do que quando vi Chaz.

- Srta Juliana Alencar?

Dois policiais estavam parados em minha porta, todo sono desapareceu me deixando apenas a surpresa.

- Sim... Sim sou eu..

- A Srta deve nos acompanhar por favor.

- O que? Porque? Eu fiz algo errado? Meus vistos estão legais, eu tenho toda a documentação em dia.

- Fique calma senhorita, nós precisamos do seu depoimento.

- Sobre o que?

- Senhorita, vista-se e por favor nos acompanhe que tudo será esclarecido na delegacia.

- Me deem um minuto.

Fecho a porta atordoada e corro para o quarto, eu tomo um banho rápido e em minutos eu estou vestida, meus cabelos ainda estão molhados e eu nem posso pensar em seca-los. Eu não faço ideia do motivo que a policia esta na minha porta, mas algo grita em minha mente, algo que diz que tem haver com aquele vídeo – Que merda você fez Justin? – Pego minha bolsa e volto a até a sala, respiro fundo e abro a porta, pronta para ir com eles, minhas mãos tremem e eu me sinto suar, meu coração esta batendo acelerado a medida que caminho com eles até o elevador, eles não dizem nada, apenas com suas feições fechadas, meu coração parece parar de bater a medida que os números indicando os andares vai diminuindo. A porta para o térreo se abre e se eu pensava que a coisa estava ruim, eu tive certeza nesse minuto que ela pode piorar, a porta sendo protegida pelos seguranças, mas o aglomerado de fotógrafos e repórteres forçam a entrada.

- Meu Deus, o que esta acontecendo?

Olho em volta assustada, meu nome é gritado e eles fazem mil perguntas.

- Fique aqui.

O policial mais alto de cabelos castanhos me coloca atrás de seu corpo, eu posso ouvi-lo chamar ajuda por seu pequeno aparelho. Não temos condições de sair. A TV na parede atrás da recepcionista esta ligada, até ela me olha assustada, mas não como eu quando vejo o motivo para tudo isso, eu estava certa, Justin liberou aquele vídeo e agora esta em todos os lugares, todos sabem o que aconteceu, sabem o que Lil tentou fazer, as imagens passam repetidas vezes na TV e depois volta a minha imagem ao vivo, eles me filmam atrás do policial. Depois de alguns minutos eu posso ver mais policiais chegando e afastando um pouco o tumulto, rapidamente sou cercada por cinco deles que me fazem caminhar até a saída.

- Não vai acontecer nada com a senhorita, está segura.

- Não podemos sair pelos fundos?

- Não.

Respiro rapidamente e tento esconder meu rosto, a vergonha me toma e eu não consigo encara-los, Justin não tinha o direito de fazer isso comigo, ele não podia me expor dessa maneira, agora todos me olham e é como se eu fosse uma prostituta, as lembranças daquele dia agora estão mais vivas do que nunca, aos poucos vamos passando pela porta e posso escutar as perguntas.

“Juliana, Juliana, Lil Twist realmente tentou estupra-la? Como Justin esta reagindo sobre isso?”

“Juliana porque demorou tanto para denuncia-lo?”

“Como ficará a sua relação com Bieber agora?”

“Este foi o real motivo que Justin expulsou Twist de sua mansão?”

“Twist deixa entender que seu relacionamento com Bieber era apenas um contrato isso é verdade?”

Eu ignorei todas as perguntas e apenas entrei no na viatura. Hoje fariam oito dias sem chorar, mas agora sinto essa necessidade novamente, as lagrimas desciam por minha face. Em alguns minutos a viatura para de frente a delegacia que tambem esta tomada por reporters, eles não podem apenas respeitar? Os policias me cercarão impedindo que qualquer se aproximasse, passamos rapidamente, as perguntas gritando em minha direção e essa é primeira vez que eu escondo meu rosto de todas as fotos e filmagens, eu não posso encara-los. Em poucos segundos eles me conduzem para uma sala gelada.

- Logo será chamada.

- Ok.

Eles saem me deixando sozinha.Pego meu celular as pressas eu preciso ligar para Zac, eu preciso dele aqui comigo. Minhas mãos tremem dificultando digitar seu numero, o nó na garganta e sinto aflição por cada chamada que ele não atende. Finalmente posso escutar sua voz sonolenta.

- Pronto..

- Zac?

- O que aconteceu?

Ele diz e eu posso ver que ele esta mais desperto, minha voz chorosa deve ter lhe despertado.

- Estou na delegacia.

- Meu Deus, o que aconteceu? Estou indo até ai...

- Esta em todos os lugares Zac, todos sabem agora...

- Do que está falando Juliana? Estou confuso, me explique...

- Eu preciso de você, por favor venha, Zac por favor preciso de você aqui comigo...

A porta se abre e Justin esta aqui, seus olhos grudados em mim, estou brava, ele não tinha o direito de fazer isso comigo, eu quero avançar sobre ele com socos, meu maxilar travado, eu o odeio, odeio... Estamos a poucos metros um do outro, ele dá um passo em minha direção.

- Estarei ai logo...

- Obrigada, obrigada...

Desligo o celular e encaro Justin.

- Não ouse chegar perto de mim. Porque fez isso Justin?

- Por que não me disse Juliana? Porque não me disse?

- Porque você estava transado quando aconteceu, porque você não estava comigo, você contou a ele que éramos apenas um contrato, você disse... Você me deixou Justin.

Toda a força de prender o choro se foi, eu gritava sem conter as lagrimas que simplesmente desciam descontroladas. Ele em dois passos me puxa para seus braços e eu o empurro deferindo socos em seu peito, com toda raiva e dor que sinto, ele não me segura, não reagi apenas me aperta contra seu peito, e logo seus braços me envolvem e eu choro me deixando sentir seu calor.

- Eu te odeio, odeio você!

- Estou aqui agora, estou com você...

E lá estava eu o odiando e o amando ainda mais, eu queria empurra-lo para longe de mim, queria dizer que não me tocasse, mas seus braços eram como balsamo para minhas dores, seu cheiro calmante me traziam paz, de olhos fechados escutando seu coração bater, entre soluços e afagos. Ele é tudo que eu realmente preciso.  Eu estou apaixonada por ele. Estou tão apaixonada por tudo nele, quando penso no quanto, até dói. Mas, sei que  o seu e minha única cura.

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