P E R R I E
Me sentei outra vez em uma das cadeiras na cozinha de Jesy, ela e Jade se entreolharam vendo que minha expressão tinha mudado desde que falei com Hayden, não entendia porque, mas eu já estava ficando cansada da sua atitude sempre que tentava a aproximar mais do pai.
– Você precisa dar tempo a ela Per, além de ser algo recente esse convívio com o pai ela é adolescente, as coisas são mil vezes mais difíceis. – Jade tentou me consolar e sorri torto.
– Eu sempre achei que ela tinha direito de ter uma convivência mais direta com Zayn apesar de tudo, pensei que fosse melhor para ela assim, porém parece que quanto mais eu tento mais ela se afasta. – disse com sinceridade, não era para eu estar lamentando já que tínhamos ido ali por outro motivo, mas por outro lado precisava desabafar com alguém.
– Ela cresceu sabendo que o pai tinha escolhido se afastar então definitivamente não vai ser fácil pra ela se adaptar a toda essa atenção que ele está tentando dar. Eu particularmente não entendo porque você está fazendo isso já que quando ela era mais nova não fazia questão, e outra coisa que eu penso é que se não fosse pela outra garota o convívio dos dois seria melhor. – amava a sinceridade da Jesy e não tinha pensado por esse lado.
– Ei, não é como se eu estivesse a jogando para morar com ele ou algo assim, ela vai ser sempre noventa por cento minha e de mais ninguém, quer dizer, isso até quando ela arrumar um garoto ou algo assim, ou garota, vai saber. Mas eu estou ficando velha e talvez ter alguém diferente para dar suporte fosse bom, ele até que me deu uma mãozinha quando fui transferir Hayden e ontem não pensou duas vezes em levar ela para casa, talvez isso seja uma mudança.
– Isso não é uma mudança, ele só estava fazendo o que é a obrigação dele desde o momento que um dos espermas dele agiu em você dona Perrie, não pense que ele está se tornando o pai de ouro. E você não está velha, parece apenas a irmã mais velha da Hayden. – Jesy falou e eu ri, e foi quando notamos que Vivian estava na porta da cozinha com o rosto ainda sonolento.
Vivian era a garota de dez de anos da Jesy, ela tinha passado a noite com febre e enjoada e por isso Jade e eu decidimos ir até ela, depois vinha o Drake de oito e Jackson de cinco. A menina se aninhou nas pernas da mãe e me lembrei de todas as vezes que Hayden se aninhava em mim quando estava manhosa.
– As tias vieram te ver, está melhor depois do sono? – Jesy perguntou para sua filha que disse um oi tímido e concordou – Seu pai foi buscar comprimidos e uma surpresa, e Hayden daqui a pouco está chegando. – Vivian logo se animou, Niall ia buscar as crianças na escola então logo Jasmine e Sean estariam ali também.
Sentia falta de Leigh mas ela estava ainda viajando na Jamaica e voltaria apenas na outra semana, Jordan agora jogava em um time inglês grande e talvez fosse por isso que ela não acabou se mudando para a praia. Não muito tempo depois Hayden chegou, e com uma expressão nada boa.
H A Y D E N
Além de ir ouvindo meu pai me fazer dezenas de perguntas, tive que aguentar ver Camberly falando dezenas de mentiras e tentando me fazer uma péssima jogadora, quando na verdade ela era. Quando eu finalmente me senti um pouco mais a vontade ela me cortou e começou a falar de como as pessoas do colégio gostavam dela e sobre as compras que precisava fazer. Minha mãe me mimava as vezes mas eu percebi que não era nada comparado a “Cam”.
Assim que sai do carro corri para a casa da tia Jesy, ela destravou o portão e como a porta da sala estava aberta entrei direto, e quando minha mãe me viu olhou para mim como se eu tivesse sofrido um acidente, minha cara estava tão ruim assim?
– O que houve? – ela perguntou e puxei uma cadeira na cozinha para praticamente me deitar.
– Meu pai houve, a Camberly houve, foram os piores vinte minutos da minha vida! – podia parecer drama, na verdade era drama, o drama da minha vida.
– Desculpa não ter ido te buscar, se soubesse que seria tão ruim teria ido. – mamãe me entregou um copo d’água e escorei a cabeça em seu ombro.
– A culpa não é sua, você sabe que é incrível. É só que eu sinto que vou explodir. – choraminguei, não queria falar muito e por sorte não precisei já que Vivian como se adivinhasse me chamou para ver um filme enquanto o almoço não ficava pronto e o tio Niall chegou com minhas pestes favoritas, nós quatro nos amontoamos na cama de casal da tia Jesy e eu acabei cochilando com tanto calor humano.
Acordei com minha mãe me chamando para comer, depois disso fiquei em uma varanda que tinha próximo a sala conversando com Anne pelo celular, ela me passou a data do bazar beneficente e contei sobre a carona do meu pai, minha amiga era sempre tão boa com concelhos mas naquele dia ignorei, ela disse que eu deveria ter paciência e ser menos dura com meus pais, mas simplesmente não conseguia.
Eu me sentia mal por isso, mas não deixava de pensar que se Camberly não existisse minha vida seria outra. Meus pais provavelmente estariam juntos, talvez eu tivesse irmãos e isso me faria tão feliz que ninguém conseguia entender. Estava pensando sobre isso quando minha mãe chegou na varanda e se sentou em uma cadeira ao meu lado, ela estava séria mas sorriu para mim enquanto me observava.
– Você está bem? – ela perguntou e eu assenti colocando o celular no bolso da saia.
– Com um pouco de tédio mas bem. – respondi e ela riu fraco.
– Nós vamos para casa daqui a pouco mas queria conversar com você primeiro. – mamãe falou e a fitei.
– Ah não. – resmunguei, com medo do que ela fosse dizer.
– Calma ai garota! – ela disse e eu acabei rindo – Só quero dizer uma coisa. Não quero que você pense que estou te jogando para cima do seu pai, ou tentando me livrar de você. É só que, vê se entende o seguinte, você tem dois braços então precisa de dois apoios para se segurar, e se um dos apoios faltar você tem outro para se sustentar. Consegue visualizar isso?
Apesar de ser um exemplo horrível, conseguia sim.
– Mas eu passei quinze anos com um apoio só e estou inteira, eu entendo mas... não sei. – arqueei a sobrancelha e ela concordou como se me compreendesse.
– Seu pai pode não ser o melhor, mas ele está fazendo uma forcinha. Conversa com ele, tenta ter um dia apenas entre vocês dois, sem a Camberly. Vocês se conhecem melhor e isso vai mudar tudo. – minha mãe insistiu e concordei, apenas para agradar a ela.
– Posso pensar nisso. – falei e o um sorriso se abriu em seu rosto, ela me abraçou e deu um tapa na minha cocha antes de se levantar.
– Vamos para casa, tenho uma surpresa para você lá. – me levantei e me apoiei no ombro da minha mãe sorrindo.
– Me diz que é mais comida! – exclamei e ela assentiu rindo, beijei sua bochecha enquanto nós caminhávamos até a cozinha outra vez. Se passar umas horas com meu pai faria minha mãe mais contente, eu o faria, mas apenas por ela.
Bom dia! Obrigada por todos os comentários, votos e leituras fico muito feliz.
Essa parte era do capítulo anterior mas como ia ficar muito cansativo decidi separar.
Spoiler: próximo capítulo dia de pai e filha, será que vai dar certo?
(Pessoas sedentas por zerrie podem se tranquilizar que o dia vai chegar)