Zerrie's Little Kitten

By loveeele

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"Eu era apenas mais uma garota entre as outras bilhões de garotas existentes no planeta. Pelo menos era assim... More

Introduction
Chapter 2
Chapter 3
Chapter 4
Chapter 5
Chapter 6
Chapter 7
Chapter 8
Chapter 9
Chapter 10
Chapter 11
Chapter 12
Chapter 13
Chapter 14
Chapter 15
Chapter 16
Chapter 17
Chapter 18
Chapter 19
Chapter 20
Chapter 21
Chapter 22
Chapter 23
Chapter 24
Chapter 25
Chapter 26
Chapter 27
Chapter 28
Chapter 29
Chapter 30
Chapter 31
Chapter 32
Chapter 33
Chapter 34
Chapter 35
Chapter 36
Chapter 37
Chapter 38
Chapter 39
Chapter 40
Chapter 41
Chapter 42
Chapter 43
Chapter 44
Chapter 45
Chapter 46
Chapter 47
Chapter 48
Chapter 49
Chapter 50
Chapter 51
Epílogo
Agradecimentos e Avisos
This Happened To Hay

Chapter 1

987 74 22
By loveeele

Acordei sentindo o cheiro do café da manhã chegando até meu quarto, mamãe sempre caprichava quando tinha algo importante, e aquele era o meu primeiro dia de aula no meu novo colégio, ou seja, mega importante.

Me desfiz do cobertor e me levantei indo até o banheiro, conferi no espelho se não havia nenhuma espinha surpresa e comemorei ao não achar, em seguida entrei no chuveiro, começando a rotina matinal. Torci o nariz quando, ainda enrolada na toalha, peguei meu uniforme. Meus pais decidiram que já que eu queria ir para uma universidade precisava de um bom ensino, então me colocaram no maior colégio particular de Londres mesmo contra minha vontade, papai mal tinha voltado para o país e já estava colocando o nariz onde não tinha sido chamado.

Me troquei e calcei a horrível sapatilha preta exigida, prendi meus cabelos castanhos e fiz uma maquiagem leve, cresci ouvindo que não precisava de quilos de maquiagem para ser bonita, e era verdade, não que eu me gabasse mas acho que nenhuma garota do mundo precisa disso, ainda mais de manhã para ir estudar.

Deixei minha mochila pronta e saí do quarto, desci as escadas e fui até a cozinha, onde minha mãe cozinhava. Ela ainda estava de pijamas e com o cabelo preso e despenteado, porém linda, ficava feliz por ter puxado seus olhos bonitos entre outros traços físicos e também na personalidade, minha mãe era incrível.

– Bom dia, o cheiro está maravilhoso. – falei passando o dedo pela massa dos waffles.

– Bom dia Hay e não cutuque sem estar pronto. – ela me advertiu e dei uma risada leve – Você ficou adorável no uniforme querida.

Rolei os olhos e puxei uma cadeira para me sentar.

–  Até agora eu não acredito que fizeram isso comigo. – resmunguei e minha mãe colocava a comida já pronta sobre a mesa.

– Você sabe que é para o seu bem. – rebateu e suspirei.

– Talvez eu deveria tentar convencer meu pai com o argumento da saia curta, já que com você não colou. – disse pegando um prato e suco, minha mãe gargalhou e mal entendi.

– Até parece que seu pai vai se importar com isso Hayden, ele só entrou no assunto da mudança de colégio porque é a única chance que ele teve de parecer responsável por você. – eu sabia que ela só estava falando a verdade, não era como se ela estivesse criticando ele.

– É, eu sei. – confirmei e ela sorriu pra mim se sentando ao meu lado, continuamos conversando e comendo, até nós terminarmos e eu subir de volta ao meu quarto.

Enquanto escovava os dentes o pânico tomou conta, eu estava realmente nervosa para começar na nova escola, e preocupada porque minha melhor amiga não iria comigo, era horrível começar de novo e sozinha.

Anne e eu nos conhecíamos desde pequenas, nossas casas eram uma do lado da outra e tínhamos a mesma idade, sua mãe ajudou muito a minha quando eu era menor e esse convívio nos aproximou muito. Depois da minha mãe, Anne era a pessoa que melhor me conhecia no mundo, e eu podia contar com ela sempre.

– Ande logo Hayden você vai se atrasar. – ouvi minha mãe me chamar e dei uma ultima passada no espelho confirmando se tudo estava ok, em seguida peguei minha mochila e desci tendo uma surpresa na sala.

– Anne? – falei vendo minha amiga parada na minha sala. Estava vestida da mesma forma que eu, porém com seus cabelos encaracolados soltos, e lindos por sinal.

– Surpresa! – ela exclamou abrindo os braços e minha mãe riu observando a cena – Vamos lá, pensou que eu iria te deixar enfrentar o ensino médio sozinha?

– Eu te amo tanto. – falei e a puxei para um abraço apertado.

– Certo meninas, o amor é lindo mas estamos em cima da hora. – minha mãe disse e eu concordei me afastando de Anne e a seguindo até a garagem.

Como de costume minha mãe levou Anne e eu para o colégio ao som do rádio, nós conversávamos sobre as férias e assuntos aleatórios, até minha mãe estacionar em frente ao grande prédio.

– Agora me escutem, não precisam ficar nervosas, é só um colégio como qualquer outro. Qualquer coisa que vocês precisarem, podem me ligar ou para a mãe de Anne, certo? – mamãe disse e eu concordei beijando sua bochecha e saindo do carro.

– Obrigada Per. – Anne disse e minha mãe acenou antes de sair. Minha mãe tinha pavor de a chamarem de tia, então ficava pelo apelido mesmo.

– Lá vamos nós. – murmurei ajeitando a mochila no ombro antes de nós começarmos a caminhar até a secretaria.

A portaria estava lotada de alunos pegando os horários, ficamos alguns minutos na fila até a secretária nos entregar o nosso, junto com a chave de nossos armários e um pequeno caderno de regras, que grande parte dos estudantes jogou no lixo assim que saiu dali.

– Então, você acha que seu pai matriculou Camberly aqui? – perguntou Anne e suspirei.

– Com certeza ele fez isso.

– E você não está nem um pouco incomodada de ter que cruzar com a sua meia irmã malvada por ai não? – nós já estávamos chegando no corredor dos nossos armários, eles eram um pouco distantes mas mesmo assim nem tanto.

– Até que estou tranquila, é só cada uma ficar no seu canto que fica tudo bem – pisquei para a minha amiga e ela andou até seu armário, guardei os livros que havia comprado e comecei a planejar como decoraria meu novo cantinho. Nem muito tempo depois de falarmos da peste, ela apareceu.

Mesmo sozinha Camberly conseguia roubar a cena, e conseguia me tirar do sério apenas por andar. Ela tinha a pele bronzeada, os cabelos eram bem pretos e lisos, ela tinha bem mais corpo que eu e sua maquiagem logo pela manhã era invejável, um batom vermelho com os olhos bem marcados, sem falar da sua saia mostrar muito. Não podia negar que ela era linda.

Porém, ela era manipuladora e insuportável, a desculpa que meu pai dava era porque sua mãe a havia deixado e que ela era traumatizada por isso, mas nada justificava ela tratar as pessoas de maneira tão fria. Ela amava jogar na minha cara que cresceu com o nosso pai e que carregava o sobrenome dele, eu fazia de tudo para não mostrar que aquilo doía em mim, inclusive tentar sentir pena pela sua mãe ser uma interesseira vigarista.

– Bom dia irmãzinha. – disse Camberly abrindo o armário ao lado do meu, droga.

– Bom dia. – murmurei quase sem tom.

– Já viu suas aulas? Seria maravilhoso se fizéssemos algumas juntas, não é? – mais que falsa que essa garota não existe.

– Ainda não – respondi seca e ela sorriu largamente jogando o cabelo e batendo a porta do armário, antes de sair rebolando pelo corredor.

Tudo bem, talvez eu não seja a melhor e mais adorável irmã do mundo, mas não conseguia fingir como ela. Quando meus pais tiveram a brilhante ideia de que eu passasse algumas semanas na Califórnia, eu fui arrastada para minha morte. Camberly tentou de todas as maneiras fazer com que meu pai não gostasse de mim, fez de tudo para "borrar minha imagem" e simplesmente acabou com meu verão, fazendo várias coisas as quais nunca vou esquecer.

– O que a rata queria? – a voz de Anne em sua pergunta me fez sair dos meus devaneios anteriores, tirei o material da primeira aula e bati o armário, começando a caminhar com minha amiga.

– Me fazer perder tempo. Qual sua primeira aula? – perguntei e ela suspirou.

– História e a sua?

– Literatura, mas nos vemos depois ou no intervalo ou depois de qualquer forma, não é? – disse e ela assentiu.

– Nos vemos depois então e boa sorte, me mande alguma mensagem se precisar. – Anne exclamou no fim do corredor dos nossos armários.

– Se eu conseguir, boa sorte para você também. – acenei e ela fez o mesmo.

Anne e eu seguimos caminhos opostos já que nossas salas ficavam em corredores distintos, dezenas de alunos circulavam pelo corredor o que me fez ter problemas em achar minha classe, mas logo vi a placa e o número da sala, e eu finalmente pude sair daquela confusão.

Como sempre me sentei em uma mesa no canto, me organizei e olhei em volta, todos ali pareciam se conhecer há algum tempo ou pelo menos já haviam se enturmado. Aquilo me fez sentir falta da minha antiga escola, dos meus amigos, até mesmo dos meus professores, odiava me sentir sozinha ali. Assim que o professor de literatura passou pela porta todos imediatamente se sentaram nos seus lugares, estava quase me esquecendo que meus pais haviam me colocado em um dos colégios mais rigorosos da cidade, na verdade nem queria pensar nisso.

Foram longos cinquenta minutos ouvindo o homem baixo e barbudo introduzir os períodos literários e falar de algumas obras que iriamos estudar, eu estava prestes a dormir como sempre fazia nas aulas de literatura e inglês. Em seguida a aula foi de geografia e nunca copiei tanta matéria na minha vida, depois de sentir meus dedos arderem ela disse que era apenas uma introdução e que começaria a matéria na sua outra aula, e marcaria um primeiro teste também, inferno.

A melhor parte do dia foi quando assisti a aula de inglês com Anne, não podíamos conversar porém era outra coisa saber que ela estava ali, sem contar que a professora era adorável, apesar de também ser um pouco rígida. Me decepcionei no fim de todas as aulas quando pensei que iria para casa, mas na verdade tínhamos uma aula obrigatória de francês intensivo todos os dias, eu queria morrer.

– Sua mãe vai vir te buscar? – Anne perguntou enquanto saíamos da escola, em seguida paramos na frente do estacionamento rotativo onde vários carros entravam e saíam carregando alunos, acho que não vi ninguém indo até o ponto de ônibus ali.

– Provavelmente sim, vou ligar pra ela agora. – disse e puxei a mochila para frente do corpo para tirar o celular, nisso um carro preto tomou meu campo de visão, e eu conhecia bem aquele carro – Droga.

– O que foi? – Anne questionou sem entender.

– Meu pai, ele deve ter vindo buscar Camberly, vamos sair daqui antes que ele me veja. – disse puxando Anne pelo braço para fora dali, mas era tarde demais.

– Ei Hay! – ouvi meu pai chamar e gelei na hora, não estava pronta para me acostumar a encontrar ele, não mesmo.

– Hm, oi pai. – falei sem jeito e ele sorriu se debruçando na janela do carro – Essa é minha amiga Anne.

– Oh, olá Anne, ela mora perto de você?

– Do lado da minha casa na verdade. – só ai me notei que ainda segurava o braço de Anne então o soltei imediatamente, jogando meu braço sobre seu ombro em seguida.

– Então podem entrar. – ele disse indicando que entrássemos no carro, mas logo neguei com a cabeça.

– Minha mãe já deve estar chegando, não precisa se preocupar. – falei dando um passo para trás e ele riu fraco.

– Combinei com ela que te levaria para casa, pode ficar tranquila. – desde quando meus pais combinavam coisas? Eles nem se aturavam.

– Hm, então tudo bem, eu acho. – disse e ele se afastou da janela para que eu abrisse a porta do banco do carona, mas uma outra mão foi mais rápida e a abriu.

– Oi irmãzinha, oi papai. – Camberly simplesmente me atropelou e se jogou no banco, dando um beijo estalado na bochecha do nosso pai, e não sei porque fiquei irritada com aquilo.

Bufei e puxei Anne para o banco de trás, os dois na frente falavam sem parar e eu não via a hora de ser deixada em casa, minha amiga me olhou com preocupação provavelmente percebendo que eu estava desconfortável, ignorei e ficamos em silêncio até meu pai parar o carro em frente à minha casa.

– Pronto, estão entregues mocinhas, direto para casa viu Hayden. – meu pai estava tentando fazer algum tipo de humor ou? Certo, aquilo foi ridículo, e lá estava eu sendo insuportável outra vez.

– Obrigada pela carona, tchau. – abri a porta e acenei para ele, saí do carro e Anne fez o mesmo agradecendo também.

– Nunca pensei que pegaria carona com o seu pai. – ela disse e rolei os olhos.

– E se eu tiver sorte isso não vai se repetir, Camberly ficou me provocando o caminho todo. – nós duas estávamos paradas na calçada, para variar.

– Tenta ignorar ela um pouco, seu pai estava tentando ser legal com você. – Anne sempre vinha com esse papo que meu pai estava tentando, mas eu não aguentava mais.

– Ele deveria ter tentado isso à quinze anos atrás BF, agora vou entrar porque não vejo a hora de comer uma comida de verdade. – resmunguei.

– Talvez eu apareça lá mais tarde, depende dos meus pais, mas qualquer coisa te mando mensagem. – ela disse e assenti a abraçando.

Depois que Anne entrou na sua casa eu entrei na minha, por sorte senti o cheiro bom de comida vindo da cozinha e joguei minha mochila no sofá indo até lá.

– Esse cheiro está uma delícia. – falei entrando no cômodo.

– E você dizendo que ia morrer de fome porque Margareth entrou de férias indeterminadas. – minha mãe falou próxima ao fogão e nós duas rimos, era verdade – Como foi o primeiro o dia?

– Normal, eu ainda preciso me adaptar, mas acho que o pior foi a volta para casa. – não pude deixar de dizer isso e mamãe suspirou com pesar.

– Olha, eu sei que é difícil pra você, mas ele se ofereceu e já ia lá de qualquer jeito, você sabe que ele vêm tentando se aproximar de você desde que voltou. – ela disse e voltou a colocar a comida nas travessas, aquele cheiro fazendo minha barriga roncar.

– Mas você mesma disse que ele não se importa. – debati e ela bufou.

– Seu pai é uma pessoa muito confusa e sempre foi, não tente entender ele porque é pior. – minha mãe disse por fim e eu concordei – Agora vá lavar essas mãos e sentar pra comer, depois reclama que esfriou.

Fiz o que minha mãe mandou relutante, pensando que os dias seriam longos com meu pai aqui.




















Boa noite!

Adorei a reação de vocês então decidi não enrolar, até porque o capítulo já estava pronto e escrevi mais um hoje.

Me contem o que estão achando até agora, os capítulos são longos e alguns eu dividi em dois, por isso acho que vamos ter muitos capítulos por ai (isso é bom, não é?)

Obrigadas pelos votos, pelos comentários e leituras até agora, não deixem de participar dos novos também, dependendo de vocês posto outro bem rápido outra vez.

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