A Era dos Dragões I: A Origem...

By Nikahgreenleaf

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Corro... Veloz como o vento atravesso o campo de tulipas, saltando o imenso muro de pedra do Reino Rubro. Co... More

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A Cidade de Ouro
A dinastia Lestyn e a tradição dos clãs
O poder das chamas
A Feira de Gnomos
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Você me pertence...
Sua áurea viva em meu sangue
Os Sullivan
O Clã Negro
Balança de Poderes
Guerra!
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Uma Nova Era
A Danceteria das Fadas
Sinta a Magia do Dragão
Livro físico já disponivel
Nada e nem ninguém é confiável, sobretudo suas memórias.

Policial de Corredor

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By Nikahgreenleaf



Tentando me acalmar das novidades comi meu lanche em silêncio, Flan e eu resolvemos não ficar para premiação de esportes, assim, enquanto ela ligava para o motorista, fui pegar o livro de cálculo.

A biblioteca do colégio Lestyn poderia ser dita como moderna e grandiosa. Havia quatro andares, que eram acessados por uma rampa em espiral, algumas áreas eram restritas. Os alunos do fundamental só podiam acessar o primeiro andar, o colégio tinha acesso aos três primeiros andares e o último era restrito aos professores. O livro que queria se encontrava no segundo andar.

Retirei o cartão magnético, passando pela catraca, fui à seção de matemática para os alunos do primeiro ano, que ficava ao lado da de física, achei o livro rapidamente, já era um "companheiro meu". Passava cerca de 20 horas por semana na biblioteca, momento em que mais me dedicava aos estudos, dava tudo por um tempo de paz, sentada nos pufes que ficavam no extremo do segundo andar, preferia eles as salas de estudo do terceiro andar, mas hoje era sexta-feira, um dia de festa!

Ia dando a volta para acessar a catraca e registrar o livro no sensor, quando me distrai com uma música, era uma voz feminina cantarolando um refrão de rock que eu adorava. Lentamente caminhei até a voz, na seção de literatura estrangeira uma menina estava sentada no final do corredor, tinha um enorme livro de viagens marítimas lhe tapando o rosto, mas já desconfiava de quem era, seja pelas meias arrastão com tênis de cano alto preto, ou pelas unhas com glitter amarelo e os shorts mais curtos mostrando total desrespeito pelo uniforme e quando ela retirou o livro do rosto, mostrando seus olhos de lobo e uma cara de surpresa por ter sido descoberta, tive certeza de que Cinnia Lestyn realmente era muito diferente do irmão.

A menina fez menção de correr, mas bloqueei seu caminho.

- Acalme-se, não vou te dedar.

- Seriamente? – Me avaliou cima a baixo. – Pois me parece que você é uma daquelas policiais de corredor, sempre farejando os criminosos.

- Cometeu algum crime?

- Puxa. – Revirou os olhos ajeitando os cabelos castanhos repicados com navalha. – Então é do tipo chantagista, bem, quanto isso vai me custar?

- Deveria criar juízo Cinnia e não falar com os mais velhos desse jeito, se te pegam em um andar não autorizado vai levar uma advertência!

- Percebi logo que me conhecia, desde o começo, mas quem não conhece, se não vai me dedar então tome o seu caminho e não de uma de puritana para o meu lado, já não sou criança!

Respirei fundo analisando o livro na mão da menina.

- Também ansiava o segundo andar.

- O quê?

- Quando tinha a sua idade, talvez bem antes, achava os livros infantis demais, não via a hora de chegar ao colegial e ter acesso ao resto da biblioteca, quando pude fiquei quase um mês por entre essas prateleiras.

- Puxa, que nerd.

- Não sou eu sentada em um corredor pouco iluminado perto da hora do almoço.

- Não deveria responder a uma princesa dessa forma, eu poderia te punir, transformar sua vida em um verdadeiro inferno escolar.

- Pois tente piorar minha vida escolar, te desafio e exija meu respeito quando se portar como uma verdadeira princesa, majestade...

A menina abriu os olhos como pratos.

- Nunca nenhuma aluna falou assim comigo! – Aumentou o tom de voz. – Ninguém tem a ousadia... - Sorriu. – Adorei você garota!

- Gosta de mim por que te tratei mal? – Não acreditava naquilo.

- É preciso ter coragem, gosto de pessoas assim, normalmente estou rodeada de puxa sacos e garotas que sonham em se casar com meus irmãos, nunca me contestam, não pela frente.

- Bem senhorita Lestyn, ainda penso que é errado desrespeitar as regras do colégio, não entendo por que quer chamar tanta atenção negativa.

- Isso é muito injusto, você mesma disse que os livros do primeiro andar são infantis, desde que fui para segunda série já os acho ruins, deveríamos ter direito ao total acesso da biblioteca!

- Não olhe pra mim desse jeito, não foi a minha família que criou as regras. – Sorri deixando-a zangada. – Estou brincando. Por que você não compra em uma livraria o que te interessa ou pede para seu irmão pegá-los para você?

- Não quero que meus pais nem meu irmão saibam de tudo o que leio, digamos que tenho predileção por alguns temas mais democráticos que causariam um ataque cardíaco a papai.

- É a favor da reforma de Estado? – Estava incrédula.

- Fale baixo! Não exatamente, não de todo... Olhe, acho que algumas leis poderiam ser modificadas, essa estrutura em clãs está decadente e... Oras, não sei porque estou discutindo isso com uma desconhecida que pode muito bem espalhar fofocas!

- Não sou do tipo fofoqueira, acredite, seu segredo estará guardado comigo, mas me lembro de você não ser uma boa fugitiva, já foi pega no mês passado não foi? Com rumores de que tentou incendiar a biblioteca.

- Não fiz isso, aquilo foi um acidente, o terceiro andar tem sensores de fumaça muito eficientes e não deixaram de lado nem meu chá verde.

- Também conseguiu acessar o terceiro andar? Como passa pelos guardas?

- Segredo profissional.

- Tudo bem Cinnia, por que não entramos em um acordo?

- A chantagem estava demorando muito para acontecer.

- Pare de achar que todos têm más intenções, sugiro que de uma olhada no segundo andar, não vá ao terceiro, é perigoso com os guardas diurnos, veja tudo o que quer ler e anote, eu os pego em meu nome e te entrego.

- Boazinha demais, o que ganha com isso?

- O fato de você não ser mais a ovelha negra da família Lestyn, históricos escolares manchados são muito ruins para faculdade.

- Helooo, sou uma princesa, posso ir para faculdade que eu queira.

- Porque seu pai mexe os pauzinhos pra você? Nunca quis conquistar algo por mérito seu? Parece uma menina inteligente e politizada, então não finja que seu comportamento autoritário é o certo.

Cinnia baixou a cabeça pensando por uns segundos, parecia envergonhada. Sussurrou.

- Vai pegar qualquer livro que eu queira?

- Qualquer livro, desde que seja um por semana.

- Um por semana? É muito pouco.

- Então escolha um com muitas páginas.

- Injustiça!

- É pegar ou largar.

- Está sendo uma tirana! – Sorriu novamente. – Daria uma melhor princesa do que eu. Nem sei seu nome ainda e já estamos fazendo acordos, não vai caçoar de nenhuma de minhas escolhas de literatura?

- Jamais faria algo tão baixo, cada um tem seus gostos e alem do que, não gostaria de ter minha vida escolar sendo transformada em um inferno. – Ri. – E meu nome é Aimil, Aimil Lace.

- Então temos um acordo Aimil Lace e eu não o esquecerei, começarei uma enorme lista agora mesmo!

- Não esperaria menos.

Sorrimos, apertando as mãos em acordo.


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𝐞𝐬𝐭𝐞 𝐞́ 𝐨 𝐦𝐞𝐮 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐟𝐨𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐨 𝐣𝐚𝐜𝐞 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐞𝐦 iniciada:8 março 2024 terminada:???