Guerra!

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  Subi para o quarto colocando meu pijama de flanela, estava acabando de desfazer o penteado quando Flan entrou pisando duro e batendo a porta atrás de si.


- Que noite horrível, meu pai não cansa de me fazer sofrer, bancar a cicerone dos Teris não estava em minha lista de prioridades de hoje. – Jogou-se na cama.

- Foi tão ruim assim?

- Sabe o quanto fico nervosa em falar com desconhecidos e Rafer não facilita as coisas, mal olhou na minha cara, como se eu fosse indigna de sua presença.

- Você não é um caso isolado Flan, se Rafer pudesse criaria uma lei proibindo a presença de humanos no reino.

- Depois de hoje creio que seu pensamento quanto aos da terceira escala só piorou, papai me deixou sozinha com eles, gaguejei a maior parte do tempo, quase derrubei uma louça de minha mãe por causa de minhas mãos trêmulas. No final parecia que não se interessaram por nada e foram para piscina, corri aqui para cima antes que papai tivesse outra ideia de me impor aos seus convidados.

- Não seria o contrário? Você é ótima Flan, sabe disso, só tem um pouco de dificuldade de se comunicar, mas a maioria deles realmente não vale a pena, principalmente Rafer Teris.

- Queria vê-lo tratando o clã negro com tanta indiferença.

- Provavelmente o puniriam, afinal, todos tem medo do clã negro.

- Todos quem?

- Não sei dizer... Lembre-me de pesquisar depois.

- E onde ouviu isso?

Joguei-me na cama, tapando o rosto com o travesseiro.

- É complicado Flan...

- Por que é complicado, quem te deu essa informação?

- Neculai.

- O príncipe? Quando você falou com ele?

Puxou o travesseiro de meu rosto vermelho.

- Quando fui à biblioteca ver a tapeçaria, ele realmente parece mais alto e assustador visto de perto, mas não acho que é uma pessoa ruim.

- Minha nossa, quer dizer que trocaram mais do que duas palavras? Quem mais estava lá?

- Só nós dois... – Fiquei ainda mais vermelha.

- Ficou sozinha na biblioteca com o príncipe Doru? Aimil, que pecaminoso.

- Deixe de gracinhas, não estamos na idade média e ele demonstrou ser um perfeito cavalheiro, não conversamos muito, apenas disse que havia me visto com você durante o leilão e no jantar.

- Ele também reparou em mim no jantar? A minha nossa, tomara que não tenha visto quando me engasguei.

- Não comentou nada e se tivesse visto acho que não falaria.

- Nunca havia visto um homem tão grande e tão educado ao mesmo tempo, tirando os da segunda escala é claro.

- Ele parece um perfeito exemplar meio humano, quem sabe seu pai não o arranja para você.

- Deixe de besteiras Aimil!

- Com vocês, sua alteza Flan Neculai. – Fiz uma reverência e recebi uma travesseirada na cara. – Ai Flan, só estou sendo sincera, Doru é o único humano que atrai seu pai e você daria uma ótima rainha, alem de que, eu teria um novo lugar para passar as férias. – Desviei de outro travesseiro.

- Está bancando uma verdadeira interesseira Aimil, saiba que serei uma rainha extremamente ciumenta e não permitirei que meu marido fique de conversinhas com fulanas em bibliotecas.

- Que ousadia, decreto guerra! – Peguei um travesseiro.

- Aceito! – Flan pegou outro.

E assim nós duas fizemos a nossa guerra de travesseiros, depois comemos pipoca assistindo filmes até o amanhecer.

  E assim nós duas fizemos a nossa guerra de travesseiros, depois comemos pipoca assistindo filmes até o amanhecer

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A Era dos Dragões I: A Origem da Magia #degustaçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora