50 Tons de Ira

By SamelaFerpisou01

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*Romance hospedado agora em outro site. Para mais informações, ler os últimos capítulos postados. * Conteúd... More

Sinopse
Capitulo I - Fuga
Capitulo II - Senhor e Senhora Yoco
Capitulo III - Eu Tenho Uma Proposta Para Você
Capitulo IV - Uma Chama de Esperança
Capitulo V - Por Christian Grey
Capitulo VI - Mansão Travell
Capitulo VII - Aceitando
Capitulo VIII - Notícia Ruim
Capitulo IX - Há Males Que Vem Para o Bem
Capitulo X - Presente Exagerado / Sogros / Filme / Notícia Boa
Capitulo XI - Amor Ardente / Encontro Inesperado
Capitulo XII - Convesa com os Pais / Viagem
Capitulo XIII - Olhos Turquesa
Capitulo XIV - Desespero de Um Apaixonado
Capítulo XV - Just Friends
Capitulo XVI - Surpresas Agridoces
Capitulo XVII - Descoberta - Parte I
Capitulo XVIII - Descoberta - Parte II
Capítulo XIX - Conversando
Capitulo XX - Vivendo A Cada Dia
Capítulo XXII - Surpresa
Capítulo XXIII - Ash / Ana / Grey POVs
Capítulo XXIV - Ameaça
Capítulo XXV - Último Adeus
Capítulo XXVI - Tudo Novo
Capítulo XXVII - Fantasma
Capítulo XXVIII - Espera aí... Sou eu?
Capítulo XXIX - Uma Christian Grey Da Vida
Capítulo XXX - Chefe Impaciente / Declaração
Capítulo XXXI - Começando Aos Poucos
Capítulo XXXII - Sua Reação Me Entristeceu
Capítulo Capítulo XXXIII - Orgasmos / E-mails / Sentimento Ruim
Capítulo XXXIV - Christian Grey, O Submisso - Parte I
Capítulo XXXV - Christian Grey, O Submisso - Parte II
Capítulo XXXVI - Descobrindo O Passado Da Mamãe
Capítulo XXXVII - O Resgate de Isabella
Capítulo XXXVIII - Sensação Ruim / Irmã( O Resgate de Isabella - Parte II )
Capítulo XXXIX - Angústia( O Resgate de Isabella - Parte II )
Capítulo XL - Laranja Completa (Parte I)
Capítulo XLI - Laranja Completa (Parte II)
Bônus
Capítulo XLII - Mistérios
Capítulo XLIII - Esclarecimentos - Parte I
Capítulo XLIV - Esclarecimentos - Parte II
Capítulo XLV - Esclarecimentos - Parte II (Cont.)
Aviso Importante
O Novo Site
Baby, Love Me
Capítulo XLVI - Hora da Verdade - Parte I
Capítulo XLVII - Hora da Verdade - Parte II
Capítulo XLVIII - Hora da Verdade - Parte III
Capítulo XLIX - A Verdade e Seus Esclarecimentos

Capítulo XXI - Viveu Intensamente, Mas...

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By SamelaFerpisou01

– Sono, mamãe. - Ashton anunciou colocando a cabecinha morena em meu colo. Estávamos no avião de volta para Seattle. A viagem para a China realmente nos deixou cansados. Tínhamos planos de viajar para o Egito, porém algo nos atrapalhou, ou melhor, alguém. Eu! Mas o lado bom desta viagem foi que serviu para me aproximar mais de Robert e me fazer começar a aceitar o seu triste destino. Acredite, está sendo muito difícil, mas aos poucos eu sei que vou conseguir. O problema para mim seria Ashton, ao qual eu não sabia se já estava a par sobre o que aconteceria com o pai.

Robert olhou-me com olhos extremamente reluzentes. Sentiu pena do menino e sorriu de forma terna.

– Coloca suas pernas na coxa do seu pai e deita sua cabeça aqui, no meu colo. - Eu disse-lhe. Assentindo, Ash fez o que lhe foi comandado, deitando-se sobre nós. O embrulhei com seu lençol laranja e preto, do Tigrão, seu personagem favorito do desenho do ursinho Pooh. Rapidamente ele agarrou minha mão, e só então se acomodou para dormir. O gesto foi tão emocionante para mim que eu tive que segurar a vontade de chorar. Limpei as lágrimas dos olhos e olhei para fora, e contemplei as nuvens branquinhas que abraçavam o avião.

– Tá chorando, Ana? - Ouvi meu marido questionar do meu lado. Olhei-o.

– Não.

– Então porque seu narizinho tá vermelho? - Questionou ele, avaliando-me.

– Não foi nada. Só me emocionei com o gesto de Ashton. Aliás, sabe... Só agora reparei que ando me emocionando muito, às vezes sem motivo. O que será isso? - Questionei retoricamente, porém Robert pensou junto comigo.

– Não sei. - Respondeu ele por fim, com uma cara de interrogação. Ri dele. - O que foi? - Olhou-me franzindo a testa. Ele ficava tão lindo quando fazia aquilo. Novamente me emocionei e meus olhos marejaram. - Ana, o que está acontecendo? - Perguntou agora preocupado.

Eu dei de ombros sorrindo e limpando os olhos com os dorsos das mãos.

– Não sei. Só achei fofo o jeito que você me olhou e daí me emocionei novamente!

– Olha, seja o que for não parece ser grave, porém vamos procurar um médico quando chegarmos, ok? - Ele disse. Eu assenti. - Está com sono, querida?

– Não muito. Mas estou me sentindo cansada, sabe?

– Muito bem. Tente descansar. Eu fico reparando você e Ashton.

– Obrigada, querido.

Eu não estava com sono, mas sentia meu corpo pesado, como se eu tivesse trabalho muito sem tempo para descansar. Meu corpo estava estranho e eu sentia algo diferente, contudo, não sabia o que era. Recostei minha cabeça no encosto da macia e confortável poltrona e fechei os olhos. Neste momento tudo silenciou-se e não demorou muito para eu encontrar com coelhinhos branquinhos e um par lindo de olhos verdes.

...

– Mamãe? - Eu senti alguém me cutucar no braço. - Mamãe?

Sonolenta, eu abri primeiro um olho para espiar o que estava acontecendo. Ashton estava de joelhos na poltrona olhando para mim.

– Acordou? - Perguntou ele. Pelo estado amassado de sua face, supus que ele também havia acabado de acordar. Eu cocei meus olhos e pus a mão na boca para tentar reprimir um bocejo.

– Sim. Cadê seu pai? - Perguntei após não encontrar Robert em seu lugar.

– Foi ao banheiro. Mamãe, estou com sono.

– Porque acordou então?

– Não sei.

– Deita aqui de novo com a mamãe. - Chamei-o, e ele deitou-se sobre meu corpo. Como as cadeiras eram reclináveis, eu a deitei toda praticamente, então eu e Ashton ficamos deitados em minha poltrona e como eu ainda estava meio grogue, o sono veio rápido.

...

Sabe quando você volta a dormir e não consegue mais sonhar e quando acorda, pensa que nem dormiu? Pois é. Depois que me deitei com Ashton, o sono foi leve e livre de sonhos, ou eu simplesmente acordei e esqueci se havia ou não sonhado. Ash ainda dormia sobre mim e parecia sonhar com algo bom, pois seus lábios estavam entreabertos e curvados em um pequeno sorriso. Alisei seus cabelos e ele suspirou.

– Acordou, amor? - A cabeça de Robert apareceu à cima de nós. Eu ri assentindo. - Então levante-se, pois já iremos pousar.

– Ok. Me ajuda aqui com Ash. - Robert o pegou com delicadeza e o sentou em sua poltrona. O menino balbuciou alguma coisa, porém curvou-se sobre os braços da cadeira e voltou a dormir. Rob atou seu sinto. Ajeitei minha poltrona e me sentei. Uma rápida tonteira me fez fechar os olhos com força e parece que Robert percebeu.

– O que foi? - Agachou-se diante de mim.

– Nada. Foi só uma tontura pós-sono.

– Não minta para mim.

– Não estou mentindo. Ó. Já passou.

– Atenção Senhores passageiros. Por favor, assentem-se em suas cadeiras e coloquem o sinto de segurança, pois o avião pousará em 20 minutos. - Anunciou a comissária de bordo.

– Tá tudo bem mesmo? - Robert indagou.

– Tá sim.

– Ok.

Levantando-se, Rob sentou em sua cadeira e passou a me fitar com olhos de gavião. Franzi o cenho e virei-me para a janela. Já estava noite, provavelmente já passava das 19h00min. Assim que chegássemos, iríamos descansar e no outro dia, eu iria visitar o Sr e a Sra Yoco. Estava sentindo saudade deste casal que me ajudou no momento em que mais precisei e também iria para conhecer sua filha, Yana. Eu estava ansiosa, porque também iria lhes contar sobre meu câncer e esta seria a primeira vez que eu exporia isso a pessoas que não eram da família. Nem Kate e nem José sabiam ainda sobre isso, e eu refletia muito a respeito para decidir se devia ou não contar a eles.

Alguns minutos se passam e logo estamos pousando em solo norte americano. Assim que nos autorizam a tirar os cintos, Robert remove o seu e vem até Ashton, onde o liberta também. Como o menino está sonolento, com extremo carinho e amor, Robert o coloca no colo. Ash, por sua vez, aninha sua cabeça no ombro do pai e lhe passa um braço pelo pescoço. Eu apenas babo vendo aquela cena. Tão lindos. Parecem mesmo pai e filho.

Levanto-me e juntos nós começamos a andar até a saída do avião. O vento nos envolve e eu sinto minhas entranhas congelando-se. Percebendo isso, Robert, com o braço livre enlaça minha cintura e abraçados, nós caminhamos até o aeroporto, onde vamos esperar por nossas malas.

~~~ Uma semana depois ~~~



– Muito bem, Sra Travell. Estenda o braço para mim. - Pediu Dr. Wesley enquanto vestia as luvas descartáveis. Olhei para Robert. Odiava agulhas.

– Vamos lá, Ana. Você é grande o suficiente para ter medo de agulhas. - Robert falou alto só para me envergonhar.

– Ah! - Dr Wesley exclamou. - Então a Senhorita tem medo de agulhas? - Perguntou sorridente. Olhei feio para os dois.

– Não tenho medo, só não gosto. - Respondi. Ambos se olharam e trocaram risinhos. - Mas o que é isso? Um complô contra mim? - Dessa vez todos dois gargalharam.

– Vamos lá, querida. - E amarrando uma borracha no meu bicípite, ele procurou minha veia e só então furou-me. Não doeu, mas a sensação foi meio desconfortável. Após colher determinada quantidade de sangue, ele retirou o objeto perfurante e colocou em mim um adesivo para estancar o sangue. - Agora é só esperar um pouquinho enquanto o resultado não sai.

Eu sorri e me levantei da cadeira. Robert estendeu sua mão para mim e eu dei a minha a ele. De mãos dadas, nós caminhamos até a sala de espera, onde nos sentamos abraçados.

– Estou com medo. - Falei mediante o silêncio.

– De que? - Perguntou Robert.

– Estou com medo de que dê algo grave no meu exame. Você sabe que daqui a pouco vai encontrar com o Papai do Céu, mas eu tenho que cuidar do Ash. Não quero estar doente sem ter alguém para me amparar, porque foi você que fez isso durante todo esse tempo que ficamos juntos.

– Não vai dá nada de grave, querida. Eu ensinei a você a sempre pensar positivo, não foi? Não podemos ser pessimista. Pensamento ruim sempre atrai coisa ruim. É isso que você quer?

– Não. Claro que não.

– Então pare de pensar nisso, meu amor. Vai dá tudo certo.

"Sempre dá quando estou do seu lado!" - Pensei. Esboçando um pequeno sorriso, eu entrelacei nossos dedos e então voltamos nossa atenção para o aparelho de TV a nossa frente.

Após algum tempo, uma mulher aparentando uns quarenta e cinco anos entrou sendo acompanhado por um garoto que devia ter no mínimo uns doze. O menino parecia doente, por isso assim que se sentou no sofá, foi logo depositando a cabeça no colo da mulher, que apenas lhe afagou os cabelos.

– Sabe, amor. Estive pensando em chamar a Yana para trabalhar na fábrica. Ela entende de moda, desenha roupas e sapatos. Podemos ajudá-la a crescer e ela pode nos ajudar sendo nossa estilista. O que você acha? - Eu perguntei.

– Eu acho uma ótima ideia. Já que ela vai concluir a escola esse ano, ela já pode entrar na fábrica no ano que vem. Claro, se ela quiser se estilista.

– Bem, quando comentei com ela que eu tinha uma fábrica de roupas e sapatos, ela ficou maravilhada e me confessou que estudaria moda. Lembra daquela hora que eu subi com ela?

– Aham. - Robert assentiu.

– Ela me levou até o quarto dela e me mostrou uns desenhos super lindos de vestidos longos. Eu me apaixonei por um. Inclusive ela me deu. Tá até aqui na minha bolsa. - Eu a abri e tirei de lá o desenho de Yana. - Toma. Agora me diz: Ela tem ou não tem talento? 


Robert fez cara de impressionado. 


– Você deve ir conversar com os pais dela para ver se eles aceitam essa história. Se disserem que sim, já é meio caminho andado. Ela pode trabalhar meio período na fábrica e fazer faculdade, isso se ela não achar muito puxado. Mas tenho certeza que se ela ao menos tentar, o esforço vai valer a pena.

– Também acho.

– Pegou esse desenho por quê? Gostou do modelo?

– Sim. Pretendo mandar fazê-lo para usarmos no meu aniversário. Mamãe está teimando em querer fazer uma festa lá na Geórgia. Esqueci de te contar que ela ligou dizendo que vai fazer uma festa para mim. Sinceramente acho desnecessário, mas fazer o que, né? - Eu olhei para Robert e percebi pela sua expressão de que ele também estava envolvido nisso. - Ah não, Robert. Não me diz que você estava sabendo disso.

Ele deu de ombros. Danadinho.

– Eu estava pensando nisso quando misteriosamente sua mãe me ligou falando sobre comemorar seus vinte e dois anos. Eu imediatamente concordei. Não vi problema algum.

– Eu não gosto de festas, amor. Muita gente em cima de mim... Sei lá. Eu me sinto desconfortável.

– Agora não tem mais jeito. Já estamos fazendo todos os preparativos, e eu te digo uma coisa. Vai ser uma festa que seus amigos jamais irão esquecer. - Robert faz cara de suspense. Eu deveria ter ficado carrancuda, mas a única coisa que fiz foi grudar minha boca à dele.

– Caham. - Alguém tossiu em nossa frente. Eu e Robert quebramos o beijo para olhar quem havia feito aquele barulho. Sorrindo, Dr Wesley ajeitou o óculos. - Acompanhem-me, por favor.

Nós nos levantamos e caminhamos atrás do médico até sua sala, a qual ele nos fez entrar primeiro para só depois entrar também. Apontou-nos os assentos, ao qual nos sentamos e só então ele sentou-se em sua cadeira.

– Pelo que vejo, a relação de vocês está mais forte do que nunca, não é? - Perguntou ele. Nós assentimos. - Ana, quero lhe perguntar algo, mas se não quiser responder eu vou entender, ok?

Mesmo me sentindo nervosa, eu concordei.

– Você já aceitou que seu marido... - Ele não concluiu a frase, pois já sabia que eu tinha entendido sua pergunta.

– Não foi fácil... Quer dizer, não está fácil. Mas aos poucos eu estou superando. Sei que ele... - Olhei para Robert - Vai para um lugar melhor, e talvez isso me traga um pouco de conforto. Mas isso tem algo a ver com o resultado do meu exame? - Questionei receosa. Agora só o que faltava era ele dizer que meu câncer havia regressado. Senti um calafrio horrendo só de pensar nessa hipótese.

– Um pouco. - Respondeu.

Ai meu Deus.

– Por quê? - Perguntei agora mais apreensiva.

– Olha, os dois vão precisar ser muito forte nesse momento. - Estava sério.

Santo Deus. Algo deu errado. E Ash? Deus! Ah, não.

Meu coração acelerou rapidamente. Robert nesse momento pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos. Vendo que eu estava paralisada, ele falou:

– O que houve, Doutor?

– Vocês vão ter um filho. Ana, você tá grávida exatamente de três meses e uma semana. Parabéns.

O_o

Ahn?

O que ele disse?

Eu tô o que?

Não entendi. Acho melhor pedi para ele repetir de novo.

– Doutor Wesley, será que dá para você repetir novamente? - Perguntei.

Meio sorriso tomou a face de Wesley.

– Você será mamãe, Ana.

Santo Deus! Eu vou ser...


[ A DESCRIÇÃO DA CENA A SEGUIR SERÁ A MESMA QUE A DA ANA, MAS SERÁ PELO PONTO DE VISTA DO PERSONAGEM ROBERT TRAVELL]

POV ROBERT TRAVELL

[...]

– Pelo que vejo, a relação de vocês está mais forte do que nunca, não é? - Wesley reparou. - Ana, quero lhe perguntar algo, mas se não quiser responder eu vou entender, ok?

Eu olhei para Ana e pude vê-la retesar seu corpo. Estava nervosa assim como eu.

– Você já aceitou que seu marido... - Oh, não, Doutor. Não toque nesse assunto. É delicado demais para ela. Wesley não levou até o fim sua pergunta, porém Ana compreendeu-a.

– Não foi fácil... Quer dizer, não está fácil. Mas aos poucos eu estou superando. Sei que ele... - Ana olhou para mim. Seus olhos estavam entristecidos e um pouco temerosos. - Vai para um lugar melhor, e talvez isso me traga um pouco de conforto. - Oh, Deus. Minha Ana é tão forte. - Mas isso tem algo a ver com o resultado do meu exame? - Questionou ela receosa.

Eu olhei para Wesley esperando pela resposta.

– Um pouco. - Respondeu.

Pelo amor de Deus. O que estava acontecendo? Ana não podia ficar doente novamente.

– Por quê? - Perguntou ela mais apreensiva ainda. Meu estômago deu uma volta.

– Olha, os dois vão precisar ser muito forte nesse momento. - Disse ele.

Porra. Agora fodeu tudo. O que diabo é isto?

Eu olhei para Ana. Seus olhos transmitiam certo pavor. Ela estava gelada e seu corpo estava rígido, sinal de que precisava de mim. Peguei sua mão e cruzei nossos dedos. Vendo que ela não tinha condição de falar mais nada, eu tomei a frente e perguntei:

– O que houve, Doutor?

– Vocês vão ter um filho. - Wesley olhou para Ana. - Ana, você tá grávida exatamente de três meses e uma semana. Parabéns.

{ silêncio }

[POV Narrador Terceira Pessoa]

A pequena sala de Wesley mergulhou em total silêncio. Não se era ouvido nada, além da central de ar que disparava em determinados momentos. Avaliando-os, o médico olhou primeiramente para Ana. Esta estava mais branca que neve, se é que possível. Olhos confusos mergulhados em uma dimensão completamente distante. Não estava assustada, mas parecia estar assimilando e aceitando a ideia por dentro. O rosto estava neutro, sem nenhuma expressão que indicasse que a notícia revelada era algo ruim. Olhou então para Robert. Este estava completamente diferente de Ana. Olhos marejados, não por tristeza, e sim por alegria. Os lábios estavam tremulantes indicando que a qualquer momento poderia cair no choro. Estava feliz, pois estava mais do que estampado na sua face.

Ana escutava em seu mundo metal as palavras de Wesley ecoando cada vez mais alto. - Você será mãe! - Esta simples e pequena frase praticamente era um mantra na cabeça de Ana.

Mãe? Eu? - Pensou Ana. E então ela realmente assimilou aquilo tudo. Ia ser mãe. Estava grávida. De Robert! - Deus!

Não querendo atrapalhar aquele momento íntimo e delicado, Wesley deixou a sala. Sabia que a notícia era algo sério para os dois, e ambos agora precisavam conversar a respeito, mas sozinhos. Seguiu até a sala de emergência onde era esperado para verificar alguns pacientes.

Já na sala, uma Ana extremamente emocionada e bastante nervosa voltou-se para Robert, que igualmente a mulher estava a ponto de explodir.

– Robert. - Murmurou Ana tão rouca que quase seu marido não escuta. Olhando nos olhos dela, Robert viu que Ana parecia assustada, mas ainda sim feliz com a notícia. - Eu vou... - Engoliu em seco. - Vou... - Puxou ar fresco. - Vou ser mãe. Agora... Agora de verdade!

– Vai. Vai mesmo. Vai me dá... - Os lábios de Robert tremeram. - Vai me dá um filho de sangue. Meu Deus! - E só então ele realmente compreendeu aquilo tudo. Um filho. Um pedacinho de si.

– Robert. - Ainda estava nervosa. Levantou-se da cadeira e ficou de frente para o marido, olhando-o com olhos arregalados. Respirava ofegante, como se tivesse corrido uma maratona. Olhou de um lado para outro e tampou a boca com as duas mãos para reprimir suspiros altos. Então olhou para baixo, para sua barriga. Nem estava grande, nem dava para aparecer, mas tomada por um sentimento que misturava amor, aflição e confusão, Ana levou uma de suas mãos até o ventre, acariciando-o. A outra mão ainda continuava na boca. Então quando se deu por si, que carregava um pedacinho de Robert consigo, foi impossível segurar as lágrimas, que vieram como cachoeira.

Robert sem perder tempo e com extrema agilidade passou o braço pelo pescoço de Ana e a puxou para si. Ana, por outro lado, não o abraçou, apenas levou as duas mãos ao rosto e continuou a chorar. Robert afagava sua costa enquanto distribuía beijinhos doces no topo da cabeça de Ana.

– Vamos ter um bebê, querida. Isso não é maravilhoso? - Perguntou Robert apertando-a contra si, mas com muito cuidado. Ana apenas respondeu com o aceno de cabeça em positivo, então tirou as mãos do rosto e abraçou o marido, apertando-se nele.

Ana então se afastou de Robert. O rosto banhado em lágrimas reproduzia o quão feliz ela estava. Então ela levou as mãos ao rosto de Robert limpando duas lágrimas que escorreram quando eles se afastaram. Ela olhou profundamente nos olhos dele. Azul safira no verde esmeralda.

– Sabe qual era o meu medo quando você partisse? - Perguntou ela. Ele balançou a cabeça em negativa. - Ficar sem nada de você. Não me refiro ao dinheiro, porque isso nunca me interessou. Refiro-me a chegar em casa e não poder te abraçar, ficar sem olhar para os seus belos olhos. Mas agora eu compreendo tudo. Agora sei o quanto Deus é bom. Me deu um filho seu. Um pedacinho de você para quando eu me sentir triste e estiver com saudade de você, do seu abraço, basta somente que eu pegue essa criança no colo. Quando eu sentir saudade do seu rosto, basta que eu olhe na face desse bebê. Robert, eu... Estou tão emocionada, querido.

– Eu sei, meu bem. Eu me sinto tão feliz. Tá vendo? Mas um sonho realizado. Mamãe vai ficar doida.

– Já imaginou quando contarmos para todos? Meu Deus. Kate vai ficar eufórica. Mamãe vai ficar muito feliz. E papai? Papai vai surtar. - Ana falou imaginando a cena quando ambos fossem contar a eles. Ficariam tão felizes. Por Deus!

– O que iremos fazer primeiro? – Robert perguntou.

Ana imediatamente abriu um perfeito sorriso.

– Contaremos a novidade a Ash. – Respondeu ela. Sorrindo de forma amorosa, Robert a puxou para um beijo apaixonado e repleto de gratidão.

[POV Narrador Terceira Pessoa Encerrado]
Estávamos animados demais com a ideia de sermos pais. Robert desde o primeiro momento que soube de minha gravidez não me deixou um minuto sequer. Até na hora de tomar banho ele estava lá comigo, e eu não reclamava, porque sabia a razão daquilo tudo. Ele queria aproveitar ao máximo seu tempo comigo, com Ash e com o bebê. Não nos preocupamos com o futuro. Queríamos mais era viver o presente. E apesar de saber que partiria para outro lugar, Robert não demonstrava abatimento algum, e sim, muita felicidade. 
Recordo com extrema clareza da carinha fofa que Ashton fez quando o pai lhe contou sobre o bebê. Juro que nunca vi os olhinhos de Ash brilharem daquele jeito. Foi tão lindo, e o pequeno ainda me garantiu que me ajudaria a cuidar do irmãozinho. Depois que soubemos da notícia, eu e Robert procuramos Wesley e ele nos explicou algumas coisas, disse que eu deveria começar a fazer o pré-natal e essas coisas que grávidas tem que fazer. Sinceramente, era a melhor fase da minha vida, tirando a parte de que eu iria perder meu marido, mas por outro lado eu ia ganhar um filho, um filho dele, e isso já amenizava mais a minha dor.

Após fazermos a primeira ultrassom e termos a primeira consulta com a ginecologista e a obstetra, nós ficamos mais felizes ainda. Pelos cálculos da médica, Robert ainda chegaria a ver o neném nascer, e isso o deixou transbordando alegria. Sinceramente, depois de tanto drama e tragédias, nossa vida estava tão boa que até parecia um sonho. O sexo do bebê ainda não havia sido revelado, pois o feto ainda estava muito pequeno, mas fosse um garotão ou uma menininha, nós iríamos amá-la/o muito.




{ Três semanas depois...}

– Parabéns pra você, nessa data querida. Muitas felicidades, muitos anos de vida. Viva a Ana! – Todos gritaram. Eu ri. – Viva! – Gritaram novamente.



– Faz um pedido, mamãe. – Disse Ashton que estava no colo de Robert. Eu assenti e me curvei um pouco sobre o bolo rosa escuro de quatro andares, então fechei os olhos e mentalmente pedi:

"Senhor, sei que está sendo incrivelmente bom comigo e minha família, mesmo quando fui uma péssima filha, mas peço-te que dê a Robert um pouco mais de tempo aqui na terra para que ele ao menos possa segurar o filho no colo."

Então eu soprei as vinte e duas velhinhas espalhadas pela superfície do bolo. Todos gritaram. Robert foi o primeiro a me abraçar, sendo seguido por Ash.

– Feliz aniversário, mamãe. – O pequeno me abraçou. – O que você pediu? – Perguntou por fim mostrando sua curiosidade. Robert riu do pequeno.

– Não posso falar senão o pedido não se realiza. – Eu respondi.

– Poxa. Queria saber! Tem algo a ver com o meu irmãozinho? – Ash estava muito curioso ultimamente.

– Ou irmãzinha. – Robert corrigiu.

– Eu quero um irmãozinho pra brincar de carro comigo. – Ash respondeu seriamente para o pai. O repreendi com o olhar. – Mas se for menina, ela vai ter que brincar também. – Tentou se corrigir. Eu e Rob trocamos olhares cúmplices e rimos do pequeno.

– Tem um pouquinho sim, querido. Agora fique aqui com o papai enquanto as pessoas me parabenizam, tá? Dá beijo na mãe. – Ofereci meu rosto ao pequeno e ele beijou minha bochecha. Sorri afagando seus cabelos.

...

A festa de meu aniversário foi pequena, apenas para os amigos. Os convidados podiam ser contados nos dedos. Mamãe e seu marido Bob, que trouxe duas filhas suas fora do casamento com minha mãe. Papai Ray, que por sinal estava acompanhado de uma bela morena. Hum... Será que tenho uma nova madrasta? Sr e Sra Yoco, juntamente com sua filha Yana. Dr Wesley com sua esposa e seu pequeno filho de dois anos. José e sua namorada, Natally que é muito linda. Os pais de Robert, juntamente com os seus avós maternos e paternos, ao qual eu só havia conhecido agora, Diego com seu irmão mais novo, Demétrius, e por fim a família Kavanagh que incluía também Elliot. Vê-lo com Kate me deixou um pouco desconfortável, afinal eu tinha certeza que ele comentaria com o irmão sobre mim. Mas tirando isso, estava tudo muito bom.

Então seguiu-se para o momento dos discursos. Kate foi a primeira e subiu ao pequeno palco com José. Kate estava linda. Usava um vestido verde escuro que realçava sua cor de pele e José estava incrivelmente elegante em um terno azul escuro. Kate começou falando sobre como nos conhecemos e então começou a onda de elogios. Após concluir, ela veio até mim e me abraçou, então foi a vez de José. Depois veio o Sr e a Sra Yoco, Diego, minha mãe e meu pai, e por último Robert que concluiu seu discurso em uma fala em uníssono com Ash, onde ambos diziam que me amavam muito. Como eu estava muito emotiva, acabei chorando.

Todos tiveram sua chance de falar e agora chegava a minha vez, e eu pretendia contar a eles que estava grávida, pois ninguém além de Ash, Dr Wesley e Diego sabia. Diego só sabia por que Robert iria explodir caso não contasse ele. Eu estava nervosa, mas me acalmei, então peguei o microfone e fui até o palco, subindo com cuidado para não tropeçar no meu vestido e cair, afinal, meu obstetra advertiu-me que os primeiros meses de gestação eram os mais críticos, por isso eu tinha que ter todo cuidado possível. Suspirei e olhei para cada um ali. Todos faziam parte da minha vida e tinham papéis diferentes em minha história. Robert estava sentado à mesa da frente junto com sua família. Ash estava em seu colo.

– Bom... – Comecei insegura. – Primeiro eu queria agradecer a presença de cada um aqui presente, que veio me prestigiar. Todos tem um papel importante na minha vida e eu nunca, absolutamente nunca irei esquecer de vocês. – Todos me aplaudiram. - Queria agradecer a você, mamãe e a você, amor pela festa, eu simplesmente adorei. Agora eu queria aproveitar o momento para dividir com vocês uma coisa que está me deixando muito feliz e sei que vai deixá-los felizes também, principalmente você, Mary. – Olhei para a mãe do meu marido que franziu a testa. – Então. Preparados? – Eu perguntei. Todos assentiram enquanto falavam que sim. Eu olhei para Robert e sorri para ele, então tomei coragem e anunciei: - Estou grávida, gente. Eu e Robert vamos ter um bebê. Tudo que consegui ouvir a seguir foi uma salva de palmas muito forte. Então Robert se levantou de seu lugar e veio até mim, abraçando-me e beijando-me. Sua mão desceu até minha barriga de quatro meses que já estava começando a crescer. Senti duas mãos em minha cintura e quando me virei, contemplei uma Carla totalmente emocionada, com nariz e olhos vermelhos.

– Meu bebê. – Disse ela com aquele tom maternal que nos faz querer chorar de tão doce que soa. – Estou tão feliz por você. Nem acredito que já vou ser avó de sangue. – Ela disse enquanto passava as mãos em minhas costas. – É muita felicidade para uma pessoa só. – Ela afastou-me, então suas mãos escorregaram de meus braços para o meu ventre, o qual ela acariciou fazendo círculos. – Já tá grandinha. Ah, meu Deus. – Então as lágrimas começaram a descer pelo lindo e feliz rosto de minha mãe. Eu me emocionei com ela e comecei a chorar também. Abruptamente mamãe me agarrou de novo e falou em meu ouvido: - Não acredito que quase te perdi.

Ela sabia que eu já estava curada, mas ainda sim temia por minha saúde. Tinha sofrido bastante quando soube que eu estava com câncer, mas agora ela não tinha com o que se preocupar.

– Calma, mãe. Já passou. Estou bem. – Eu tentei acalmá-la.

– É. Eu posso ver isso agora. Robert está cuidando muito bem de você. Serei eternamente grata a ele. Mas me diga... Já sabe o sexo do bebê? – Perguntou curiosa.

– Não. Da última vez que fomos, o neném estava com as pernas cruzadas. Minha próxima consulta será semana que vem.

– Ah. Não se esqueça de me avisar quando souber, tá querida? – Eu assenti. – Agora vou te dividir com o restante do pessoal. – Eu sorri.

Depois que me desvencilhei de minha mãe, papai Ray foi o segundo a me parabenizar.

– Então a minha garotinha realmente cresceu? – Disse ele. O rosto repleto de felicidade, a voz trêmula, típico de quando uma pessoa quer chorar, mas está se segurando.

– Parece que sim. – Respondi.

– Oh, minha pequena Annie. Parece que foi ontem que te vi correndo de calcinha pela casa. – Ele brinca. – E agora você já cria um menino, e já vai ter seu filhinho. Estou tão orgulhoso de você, meu doce.

– Ah, papai. – Eu sussurro e nós nos abraçamos. Eu estou tão feliz que parece que vou explodir a qualquer momento.

Juro que eu estava temerosa sobre como todos iriam reagir, afinal eu ainda sou um pouco nova, com apenas 22 anos, mas eu podia ver o quanto eles estavam felizes por mim. Era muita felicidade para uma pessoa só.

– É ele ou ela? – Papai perguntou.

– Ainda não sei. Não deu pra ver ainda, mas logo saberemos. – Nós dois sorrimos.

– Quando é que meu netinho ou netinha vai nascer? – Perguntou ele emocionado.

– Cinco meses no máximo e você já poderá pegá-lo no colo.

Os olhos de meu querido pai se iluminaram. Talvez ele estivesse imaginando a cena de como seria carregar seu primeiro neto no colo. Um momento único e mágico.

– Tudo bem. Agora vá lá com a sua amiga... – Papai olhou para trás de mim, onde uma Kate bastante ansiosa nos olhava energética. - Que ela está praticamente me fuzilando com os olhos. - Eu sorrio e papai beija minha face, só então faz um sinal de cabeça indicando a Kate que sua hora chegou.

– Ana! – Ela exclama e me pega em um abraço de urso, quase me causando asfixia. Quando percebe que colocou força demais no abraço, ela me solta um pouco, mas não me larga. – Não acredito que você está grávida e que vou ser titia pela segunda vez. Meu Deus. Isso é tão emocionante. Acho que vou chorar. – E ela cai no pranto ainda em meus braços. Eu estou emocionada, mas também estou rindo de sua reação um pouco exagerada.

– Kate, pare de chorar, querida. – Eu enrolo um cachinho de seu cabelo loiro em meu dedo.

– Eu estou tão feliz por você, minha amiga. – Ela segura minhas duas mãos e fica de frente para mim. – Mesmo que você tenha sido uma cretina ultimamente e ter me excluído um pouco da sua vida... – Ah, meu coração dói um pouco. – Ainda amo você e sempre vou querer o teu bem.

– Olhe, Kate. Eu sei que você está confusa sobre algumas coisas e que também tenho sido péssima amiga, mas só o que posso te explicar por enquanto é que tudo está sendo corrido na minha vida. Você sabe. Me casei rápido, adotei uma criança e agora estou grávida. Tenho muita coisa para te contar e eu vou, mas deixa esse alvoroço passar e eu juro que vou te explicar tim-tim por tim-tim o que aconteceu, ok?

– Tudo bem. Mas não se esqueça, Ana. Vou estar sempre aqui quando você precisar. – Ela pisca.

– Obrigada. – Digo, Kate sorri.

– Agora deixa eu falar com o nenénzinho da titia. – E ela se ajoelha em minha frente e começa a conversar com a minha barriga. Eu sinto o rubor tomando conta da minha face, então olho toda sem jeito em volta e vejo todos rindo de nós, inclusive Robert. Me sinto tão tímida que a única coisa que faço e sorrir amarelo e olhar para baixo. Finalizando sua conversa com meu bebê, Kate puxa minha cintura e dá um beijo no centro da minha barriga. Surpresa, eu apenas deixo algumas lágrimas escaparem de meus olhos. Sinceramente, hoje é o dia mais feliz da minha vida. – Tomara que seja menina. Ai ela já vai nascer sabendo tudo sobre moda. – Kate comenta sorrindo, mas ela está com seus olhos marejados. – Eu te amo muito, amiga. Nunca esqueça disso, viu? – Assenti.

– Vou ser titia pela segunda vez? – Uma voz feminina com forte sotaque japonês perguntou atrás de mim enquanto eu ainda estava com Kate. Virando-me, contemplei Yana a minha frente e o Sr e a Sra Yoco um pouquinho mais atrás dela. Eu sorri balançando a cabeça.

– Não é o máximo? – Questionei enquanto soltava a mão de Kate e ia ao encontro do abraço da japonesinha, que mantinha os dois braços abertos para me receber.

– Estou feliz por você, Ana. Sério mesmo. – Ela afagou minha costa. Enquanto estava abraçada a ela, eu troquei sorrisos com seus pais.

– Obrigada. – Nos soltamos.

– Como é a sensação de estar gerando uma criança? – Perguntou ela, mas quando eu ia responder, a Sra Yoco me agarrou rapidamente.

– Parabéns, querida. Ser mãe é uma grande dádiva de Deus. – Disse Sarah em meio ao abraço.

– Eu sei.

– Vem cá, menina. Deixa eu ver essa sua barriguinha. – Disse o Sr Yoco. – Posso? – Pediu autorização para acariciar minha barriga. Eu sorri e o autorizei. Com toda delicadeza, ele levou a mão a minha barriga e eu me senti tão amada. Aquele momento havia sido feito para mim. Eu acho que jamais me sentiria tão feliz na vida, pelo menos não até ter meu pequeno ou pequena nos braços. – Já tá grandinha. Lembro-me perfeitamente quando Sarah estava grávida da Yana. Foi um momento inesquecível para mim.

– Eu posso imaginar como se sentiu. Quando o Doutor nos deu a notícia, eu fiquei sem saber o que fazer e a palavra "mãe" ficou ecoando na minha cabeça até eu assimilar que estava realmente grávida. Foi algo sem igual. Não dá para descrever.

– Eu senti a mesma coisa também, Ana. Mas diferente de você, eu tinha mais idade. – Sarah comentou.

– Sim, Ana. Responda minha pergunta. – Yana pediu gentilmente.

– Eita, Yana. Não sei nem como te responder. É uma sensação tão boa. É algo que não tenho como expressar, sabe? Você só vai ter essa resposta quando for sua vez. – Eu respondi.

...

Após muito paparico de todos os convidados que vieram para minha festa, eu estava super cansada. Meus pés doíam, e eu sentia meu corpo pesado. Queria ir embora, mas não queria deixar meus amigos, por isso para tentar descansar um pouco, sentei-me numa cadeira enquanto o restante das pessoas apreciavam Dr Wesley e Diego cantando no karaokê. Tirei só um pouquinho as sandálias de salto e massageei meus pés. Estava concentrada fazendo o trabalho quando um ser se agachou na minha frente segurando-se em meus joelhos. Surpresa, eu olhei para frente dando de cara com o Elliot.

– Hey. – Disse ele.

– Hey. – Respondi. Depois que ele me cumprimentou no começo da festa, não falou mais comigo, até agora.

– Vim te parabenizar. – Ele falou enquanto começava a massagear meus pés. Mais uma surpresa para noite. Embora eu devesse refreá-lo, a massagem estava tão boa que resolvi deixá-lo continuar. Kate estava nos vendo de longe enquanto conversava com Robert, e nenhum dos dois pareceu incomodado com aquilo. - Desejo a você e a esse bebê muita saúde.

– Obrigada. – Eu sorri.

– Pensei que você e Christian fossem amigos agora. Eu esperava encontrá-lo aqui. – Comentou ele. Comecei a me sentir desconfortável.

– Aconteceram umas coisas. Eu tive que me afastar. – Limitei-me a falar somente isso. Pelo meu tom de voz, Elliot percebeu que eu não queria mais falar sobre Christian.

– Ele anda meio triste. Mamãe acha que ele ainda não te superou.

Oh meu Deus. Eu ainda também não superei ele, mas o que posso fazer?

– Elliot...

– Eu sei, Ana. Eu sei que você não quer falar sobre ele, mas eu queria que você ficasse sabendo. Não que eu queira fazer você se sentir culpada... Longe disso, mas como irmão dele eu tenho obrigação de defendê-lo. Eu sei que você está feliz com seu marido... – Ele então parou de fazer a massagem e olhou para mim, nos meus olhos. – Mas se eu pudesse voltar ao passado, eu faria de tudo para você e Christian nunca terem brigado. - A boca de Elliot curvou-se em um sorriso infeliz. – Eu nunca tinha visto meu irmão cheio de vida desde que te conheceu, então depois que você sumiu ele voltou a ser um homem frio e reservado. Ele estava se entregando para a família, mas agora está mais isolado do que nunca. Mia até tentou conversar com ele, mas ele foi rude com ela, o que fez com que eles ficassem brigados. Eles não estão se falando. Mamãe e papai estão chateados e preocupados.

Oh céus. Tudo culpa minha.

– Elliot...

– Quer saber, Ana. – Ele se levantou. – Eu nem devia tá te contando essas coisas, porque isso não vai adiantar de nada e só vai inflar ainda mais o teu ego. Desculpe, eu vou indo. – Dando-me as costas, Elliot saiu a passos largos, deixando-me aflita. Eu olhei para os lados sem saber o que fazer. Eu poderia ter ido dormir sem saber daquilo, agora eu me sentia culpada por tudo. E se eu tivesse continuado lá naquele salão? Se eu tivesse escutado o que Christian tinha para me dizer? E se...

Se você tivesse ficado lá, você não teria conhecido Robert e Ashton. Você não saberia que um homem morreria infeliz, que uma criança vivia sozinha em um orfanato. Agora chega de pensar no passado. As escolhas que você tomou foram as melhores! – Meu subconsciente estava puto comigo por eu está questionando coisas que deveriam se manter no passado.

Exausta, eu coloquei as mãos no rosto. Eram muitas emoções para uma só noite. Senti alguém tocando de leve em meus ombros. Olhei para cima e Robert me olhava cheio de preocupação.

– O que aconteceu, querida? – Perguntou ele puxando uma cadeira e sentando-se de frente para mim.

– Elliot me disse umas coisas que me deixaram um pouco abalada, mas não foi nada demais.

– O que ele disse a você? – Robert assumiu uma postura mais dura.

– Ele só estava tentando defender o irmão.

– O que o Grey tem a ver com isso? – Questionou ele.

– Eu não sei. Primeiro ele veio me parabenizar pelo nosso bebê e depois começou a me dizer umas coisas sobre Christian. Por mais que ele tenha dito que não era para me fazer sentir culpada, eu acho que realmente era essa a intenção dele.

– Quem esse idiota acha que é para vir até você e falar essas coisas? Ainda por cima quando ele sabe que você está sensível por estar grávida. Eu vou...

– Acalme-se, querido. Eu estou bem e só preciso de você. – Eu me inclinei para frente e beijei o peitoral de Robert. Meu gesto pareceu amolecer ele. – Cadê a Kate?

– Saiu atrás do idiota.

– Cadê o Ash?

– Tá dormindo no colo da vovó. Ela adorou ele. – Robert então sorriu. Eu sorri contagiada pelo seu sorriso.

– Amor. – Falei toda manhosa e me inclinando para ele me abraçar. – Eu te amo!

– Ah, querida. Eu te amo mais!

Robert me acalmava apenas com seu abraço. Bastou que eu inspirasse seu cheiro para que meus ânimos se acalmassem. 

~~~ TRÊS MESES DEPOIS ~~~ 21 De Fevereiro de 2012 ~~~

– Pelo amor de Deus, criatura. Isso não é aí. Esse boneco tem que ficar pendurado no teto. Aff.

– Aqui? – Perguntou o retardado apontando para o lugar que eu tinha indicado.

– É. – Incompetente. Ai. Eu estava à flor da pele e para completar o pessoal que estava responsável pela decoração da festa de aniversário de Ash estavam fazendo tudo errado. É muita incompetência. Eu devia ter procurado um pessoal melhor. – Hey, hey, hey. Isso não é aí não. É pra colocar em cima das mesas. – Ai meu Des. Mas só tem estrupício aqui? Droga.

– Meu bem. Se acalme! – Robert me abraçou por trás.

– Calma? Como vou me acalmar se eles estão fazendo tudo errado? – Eu olhei para o lado e vi uma lesada querendo colar um boneco pequeno do homem aranha na parede. – Hey. Não é pra colar isso na parede. – E eu já ia para cima da mulher para tomar o material dela, mas Robert agarrou em meu pulso e começou a me puxar para fora da nossa mansão. Quando já estávamos lá fora, ele me fez olhar em seu rosto.

– Você tá muito estressada. Vou chamar o James e você vai para a casa da mamãe. Aproveita que a sua mãe tá lá também e ponham o papo em dia.

– Mas é claro que não. Aquilo ali dentro tá um desastre. Eu tenho que ficar e...

– Você vai e ponto final. Eu vou cuidar disso aqui. Mais tarde vou enviar sua roupa e a roupa de Ash. Fica tranquila.

– Mas...

– Mas nada. – Robert fez um sinal com as mãos chamando James e este entrou na limusine, então parou diante de mim. – Fique calma. Vai dá tudo certo. – Ele agachou e beijou minha barriga já grande de sete meses. – Eu amo muito vocês três. Agora vá.

– Não vai nem me dá um beijo? – Fiz beicinho. Robert riu e ergueu meu queixo, para só então me beijar.

– Satisfeita?

– Hum-hum. – Neguei. – Queria ficar aqui.

– Minha filha, se você ficar aqui você vai ter o bebê bem antes da data. Vá. Eu seguro as pontas.

Suspirei profundamente.

– Tudo bem. – Eu dei mais um beijo nele. – Eu amo você.

– Sei disso.

– Tchau.

– Tchau.

Eu entrei na limusine e me acomodei confortavelmente. Realmente eu estava muito estressada e precisava de descanso. Nada melhor do que compartilhar a presença de minha mãe e Mary. Para ficar perfeito só faltava uma pessoinha. Kate. Enquanto James deslizava pelas avenidas de Seattle, eu tirei meu celular da bolsa e telefonei para minha tagarela, que atendeu na terceira chamada.

– Ana? – Perguntou ela.

– Sim. Sou eu.

– O que quer, amiga?

– Te liguei pra perguntar se você tem alguma coisa para fazer agora, porque queria que você saísse comigo.

– E para onde vamos?

– Para casa da minha sogra. Mamãe está lá e eu queria que a gente se juntasse a elas. O que acha?

– Parece uma boa ideia. Eu vou me arrumar. Passa aqui no apartamento que eu vou tá te esperando.

– Tudo bem. Chego aí em poucos minutos.

– Tá. Até mais.

– Até.

E a chamada se encerrou.

Eu olhei pela janela do carro e vi o movimento na rua. Muitos carros e motos atravessando em alta velocidade. O dia estava quente, mas eu tinha quase certeza de que ao anoitecer choveria um pouco. Aliás, faz um bom tempo que não chove em Seattle. Sinto falta do cheirinho de terra molhada que me acordava pela manhã. Era um momento maravilhoso e apaziguador.

Minha atenção então voltou-se para a pulseira de esmeraldas em meu pulso. Eu havia ganhado de Robert no natal e ela era simplesmente linda. O nosso natal foi perfeito e eu juro que jamais vou esquecer aquela noite. Primeiro porque minha família e a de Robert estavam todas reunidas. Segundo porque eu tinha uma criança linda e maravilhosa pulando pela sala querendo saber quais eram seus presentes. Terceiro porque eu estava gerando um filho do homem que amo, e quarto porque ele ainda estava ao meu lado. Neste natal Ashton ganhou tanto presente que mal couberam em seu quarto. Do pai, ganhou um vídeo game X-BOX, dois aparelhos simuladores de corrida de carro e avião. Do avô John, ganhou uma moto movida a bateria. Da avó ganhou um carrinho também movido a bateria. De mim, ele ganhou um notebook educativo, uma Playstation 2 e vários jogos de videogame. Mas não foi só isso não. Ash ganhou presente da família inteira, o que o deixou muito feliz, mas a parte mais engraçada foi quando vendamos os olhos do pequeno e dissemos que Papai Noel estava diante dele, só que ele não podia vê-lo porque Papai Noel era um ser encantado. Ashton, esperto como é pediu para tocar ao menos na barba do bom velhinho. Papai Ray começou imitar Papai Noel e então levamos as mãos de Ash até o cabelo de sua bisavó Margareth, o qual ele realmente acreditou que era do velhinho. Nos controlamos para não cairmos na gargalhada. Por fim, papai deu um beijo no rosto do netinho e disse que precisava ir para entregar os presentes das outras crianças. Quando tiramos a venda, Ash correu até a janela para tentar ver Papai Noel, mas dissemos que ele já havia ido embora. O garoto estava irradiando alegria e assim que o autorizamos a abrir seus presentes, ele não perdeu tempo e já foi logo abrindo os pacotes embrulhados. Foi tudo muito lindo e inesquecível para mim.

A limusine parou diante do antigo apartamento que eu iria dividir com Kate e ela já esperava por nós, então James desceu e abriu a porta para ela que entrou toda alegre.

– Oi amiga. – Cumprimentou-me.

– Olá Coração. – Trocamos beijinhos no rosto.

– Fiquei feliz que me ligou. Estava com saudade da minha amiga linda. – Disse ela.

– Também senti sua falta, afinal já faz um tempinho da última vez que saímos. – Eu me referi a quando saímos juntas há alguns dias depois do meu aniversário, ao qual eu expliquei muita coisa a ela, só não contei que tinha ficado doente e da doença de Robert, mas o restante, eu contei tudo e não poupei a parte de que fugi porque Christian havia me deixado para falar com a sua ex, mas claro, omiti o nome da bruxa comedora de menores.

– Mas me conta. Como anda o bebezão da titia? – Perguntou ela acariciando minha barriga.

– Saudável e cada vez mais pesado. – Eu ri.

– Dá pra perceber. Ah, nem te contei. – Ela parecia irradiante – Elliot me chamou para ir morar com ele. Não é o máximo?

– É sim. Estou feliz por você. E você vai aceitar?

– Ainda não. Quero que ele insista mais um pouquinho. – Ela soltou um risinho malicioso. – Além do mais, se eu for morar com ele agora vou ficar só pele e osso. Ele vai acabar comigo.

– Kate! – Repreendi. – Eu não preciso desses comentários sórdidos.

– Ah, vai me dizer que o Robert nunca te deixou exausta a ponto de você não conseguir nem mexer os dedos da mão de tão cansada que ficou?

– Kate! Pelo amor de Deus. Já chega, sua pervertida nóiada. – Nós duas rimos.

– Tá bom. Esqueci que você é a Santinha do Pau Oco.

Eu estapeei de leve o seu ombro e nós caímos na gargalhada.

...

– Isso não é demais? – Perguntou minha mãe. – Nós quatro reunidas? – Mamãe se referia a mim, Kate e Mary, e as duas, desde meu aniversário estavam muito amigas. Certa vez, Mary viajou até a Geórgia para passar alguns dias com a minha mãe. Eu achei isso super bacana. Um relacionamento bom entre elas seria de extrema importância quando Robert partisse. – Melhores amigas juntinhas.

– Nossa, sua mãe gostou mesmo da sua sogra. – Kate cochichou para mim.

– Você ainda não viu nada. Espera só pra ver o meu pai, Bob e John juntos. Parecem amigos de faculdade. É muito louco.

– Acho bacana essa relação entre a sua família e a de Robert. Parecem muito unidos. Isso é algo muito difícil de encontrar nas famílias hoje em dia. Valorize a sua, viu Ana!

Realmente, minha família estava muito unida. Conheceram-se bem e rapidamente fizeram amizades. Para falar a verdade eu nunca pensei que meu pai e Bob fossem se dar tão bem. Eles parecem melhores amigos. Isso foi algo que me deixou bastante surpresa. E os dois andam abraçados com super naturalidade. Minha vida tá uma coisa de louco, mas eu estou muito feliz. A única coisa incerta e um pouco desconfortável que estava nos deixando meio para baixo era o fato de minha mãe não ter gostado da nova mulher do meu pai. Sim. Papai se casou de novo com Isobel, a gata que ele levou ao meu aniversário. Não sei por que mamãe não gostou dela. Isobel é um doce de pessoa, ela me mimou bastante quando fui levar Ash em Montesano no aniversário dela. Eu a adorei.

Isobel neste momento estava na casa de sua mãe que mora aqui em Seattle. Ela preferiu ficar longe de minha mãe alegando não querer criar problema. Mas mamãe ainda ia escutar de mim. Eu iria colocá-la de frente com Isobel para as duas conversarem e se conhecerem melhor.

– Mamãe, cadê o Ash? – Perguntei enquanto ela se servia de um pedaço de torta alemã.

– Tá com os rapazes. Não se preocupe com eles.

– Ok.

– Ana, querida. Você tem sentido muito desejo? – Perguntou-me Mary.

– Hum. Vocês nem imaginam o quanto. Certa noite eu fiz o Robert ir comprar Danone e bombom de iogurte no supermercado. Era por volta das três e meia da manhã, e ele saiu para ir comprar. Juro que fiquei com pena, porque quando ele chegou em casa, o desejo já tinha passado, mas mesmo assim eu comi só pra ele não ficar bravo comigo. – As meninas riram – E sabe... Eu fiquei pensando depois. Danone e bombom de iogurte? É tudo a mesma coisa e eu queria comer um enquanto bebia o outro. Não é loucura?

– Isso foi engraçado, Ana. – Kate comentou.

– Eu até que não tive muito. – Mamãe comentou.

– Já eu, sofri muito. – Mary disse. – Eu desejava comer tanto chocolate, mas o John negava.

– Mas não pode negar o desejo de uma mulher grávida. – Mamãe falou.

– Mas no meu caso era porque eu só queria comer chocolate. Eu não queria saber de comida saudável. Era só chocolate. Chocolate no café da manhã, no almoço e no jantar. Eu fugia de perto do John pra comer o maldito pretinho. – Mary confessou nos fazendo rir. – Mas depois eu sofri para perder todo peso que eu ganhei. Robert me deixou enorme de gorda, mas depois eu corri atrás da boa forma e consegui voltar para o meu peso normal.

– Quando eu tive a Ana, rapidamente eu perdi peso. Acho que porque eu não parava quieta. Ana chorava demais e era muito inquieta.

– Robert não. Era muito calminho. Eu o deitava no berço e ficava horas e horas vendo ele dormir. Ele era tão perfeitinho com aquele nariz afiladinho. Ele parecia um bonequinho, Agora ele tá maior que eu e o pai e ainda por cima já vai ter um filhinho. Juro que a ficha ainda não caiu. Ainda sim estou muito feliz. Era o meu sonho.

– Acho que é o sonho de todo mundo, né Carla? – Kate falou nos fazendo sorrir.

É. Talvez fosse o sonho de todo mundo mesmo.

...

– Vamos lá, querido. É o seu aniversário. Você precisa se arrumar para irmos para casa. – Ash fazia que nem me escutava. Estava muito sonolento após brincar a tarde inteira com os três avôs. – Meu amor, os seus amiguinhos estão esperando por você. Lá vão estar o Bruce, a Sandy, a Mel e o Levi.

– Mas estou com sono – Protestou ele. – Deita um pouquinho aqui no meu lado, mamãe.

– Não filho. Nós temos que ir. Sabe quem vai estar lá? – Eu pergunto. Mesmo de olhos fechados, ele balança a cabeça em negativo. – O homem aranha!

Inesperadamente Ash abre os olhos e prontamente se senta. Ele parece ter despertado.

– Sério? – Ele pergunta, agora interessado.

– Sério.

– Ele vai falar comigo?

– Ele vai ficar a todo o momento do seu lado.

– Puxa. Isso vai ser demais. E os meus amiguinhos vão poder falar com eles? – Ash parece estar muito contente.

– Mas é claro que sim.

– Então vamos logo tomar banho, mamãe. Quero logo ver o homem aranha. Vem. Vem. – Disse o pequeno que num pulo saiu de cima da cama e agora estava me puxando pela mão.

– Calma. Calma. Vá, tire a roupa e fique me esperando enquanto eu vou pegar a roupa que você irá vestir.

– Não demore, mamãe.

– Não vou, querido.

Eu andei até uma pequena mala que estava próxima a porta de entrada do quarto onde estamos. Levei-a até a cama e a abri, tirando de dentro dela uma calça jeans escura e uma blusa vermelha de mangas compridas e com capuz do homem aranha. Linda. O sapato era um All Star Converse vermelho xadrez. Lindo também. Deixei-os sobre a cama e andei até o banheiro, onde encontrei Ashton todo molhado.

– Pega a esponja e o sabonete para eu passar no seu corpo. – Ele me deu o que pedi, então me sentei num pequeno banquinho para ensaboar o corpo de Ashton. Devido minha barriga grande, eu não podia mais me baixar ou ficar agachada, por isso todas as vezes que eu ia dar banho no pequeno, eu levava esse banquinho. – Agora tire o sabão do corpo. – Ash ligou o chuveiro e ficou de baixo para que a água levasse consigo o sabão. – Agora vem cá para eu lavar o seu cabelo com shampoo.

Após o banho que dei nele, enxuguei-o e o vesti com roupa enviada por Robert, perfumei-o e o levei até a sala para que minha mãe o reparasse por um breve momento enquanto eu tomava meu banho. Enquanto mamãe cuidava de Ash, eu tomei meu banho rapidamente. Não molhei meus cabelos, pois o cabeleireiro o havia modelado para mais tarde. Saí do banheiro e andei até a cama onde meus cosméticos e minhas vestimentas estavam. Primeiramente passei creme hidratante no corpo inteiro, então vesti o conjunto clarinho de lingerie. Meu vestido era fofinho. Preto de bolinhas brancas e alguns detalhes em vermelho.


Eu estava bonitinha. E sabe o que era mais engraçado? Fora Robert que escolheu aquele vestido, assim como também escolheu a roupa de Ashton. Meu marido, ao passar do tempo tornava-se cada vez mais atencioso e me mimava cada dia mais. Sinceramente, eu sentiria muito sua falta. Muitíssimo mesmo. Suspirei tristemente. Não queria estar deprimida na festa de aniversário do meu filho, por isso, naquele momento resolvi esquecer um pouco essa história, mas tornava-se cada vez mais difícil pensar sobre o assunto, pois o tempo estava passando e Robert tinha apenas três meses de vida. Inferno. Melhor não pensar nisso.

Deixando um pouco esses pensamentos de lado, eu andei até o banheiro para fazer minha maquiagem. Apenas passei base, compacto e blush. Nos olhos usei um tom coral, máscara de cílios e lápis prata para clarear meus olhos. Nos lábios usei um gloss tom de boca. Passei reparador de ponta nos cabelos e os escovei. Assim que terminei de me arrumar, meu celular começou a tocar. Apressadamente atendi a ligação assim que vi que era Robert.

– Oi, amor. – Atendi.

– Querida, liguei para saber se vocês já estão prontos? Os convidados já estão chegando.

– Já estamos prontos sim. Daqui a pouco chegamos aí.

– Ok. Vou receber os convidados que estão chegando. Quando vocês já estiverem aqui, me passa uma mensagem para que eu vá buscar vocês, ok?

– Tá bom. Beijo, amor.

– Beijo.

Encerrei a chamada e rapidamente calcei meus sapatos, então desci a escada e encontrei todos reunidos na sala, apenas esperando por mim, inclusive Isobel que estava ao lado do meu pai e conversando algo com Ash. O menino riu de alguma coisa que ela falou, então ele a abraçou. Olhei para minha mãe e esta estava com um enorme bico. Ciúmes do neto? Será?

– Já está pronta para irmos, querida? – Mary perguntou a mim. Assenti. – Você e Ash irão com seu pai e Isobel numa limusine e eu, John, sua mãe e Bob vamos em outra, ok?

– Por mim tudo bem.

– Então vamos.

– Vai lá com a sua mãe, Ash. – Isobel lhe disse. O pequeno olhou para mim e correu em minha direção, abraçando minha barriga e beijando-a. Ash era extremamente carinhoso comigo e com o bebê que crescia saudavelmente em meu ventre.

– Pronto para conhecer o homem aranha? – Perguntei a ele enquanto andávamos de mãos dadas até a porta.

– Aham. – Ele assentiu. – Será que ele vai gostar de mim?

– Tenho absoluta certeza que sim. – Garanti a ele.

Entramos em nossas devidas limusines e então seguimos rumo à minha mansão onde o aniversário de Ashton aconteceria.

...

"Mô, chegamos e estamos na cozinha. Eu e Ash entramos pelas portas do fundo. Vem aqui." – Eu enviei mensagem para Robert e fiquei esperando por ele, enquanto Ashton tentava me puxar até a sala porque estava super ansioso para conhecer seu super herói preferido.

A cozinha estava repleta de doces e comidas por todos os lados e eu não consegui resistir a um brigadeiro grande que me olhava querendo que eu o comesse. Peguei o docinho e levei a boca sentindo o gosto do pedacinho do céu. Oh coisa boa, pena que engorda quando comemos em excesso.

Eu estava preocupada com a decoração, haja visto que pela manhã o pessoal estava fazendo tudo errado. Se algo estivesse fora do lugar naquela festa cabeças iriam rolar. Rum. É a primeira grande festa que meu filho tem onde as pessoas o amam. Eu exijo que seja tudo perfeito, pois ele merece, afinal sua vida antes de nos conhecer foi uma tragédia e eu queria que ele esquecesse tudo de ruim que viveu. Acima de tudo eu queria seu bem, nada mais.

– Mãe, eu quero ver o homem aranha. Vamos logo. – Ash soou irritado.

– Temos que esperar o seu pai.

– Mas ele tá demorando muito. Se eu demorar muito o homem aranha pode ir embora.

– Ele não vai. Relaxa.

– Ana? – Ouvi a voz que tanto amava chamando-me. Olhei para trás e quase caí ao ver a vestimenta de Robert. Ele estava digno de um modelo. Usava blusa xadrez azul e por cima ele jogou um suéter creme e arregaçou as mangas até os cotovelos. Vestia calça jeans escuras e usava suspensório solto. Nos pés, uma bota desamarrada.


Deus. Ele estava tão lindo, mais tão lindo que sua beleza me atordoou. Eu fiquei simplesmente sem ação ao vê-lo tão lindamente vestido. A única coisa que me veio à mente foi ele me fodendo loucamente vestido com aquela roupa. Foi um pensamento sujo, mas que eu colocaria em prática assim que o aniversário acabasse.

– Hey, Ana. Tá sentindo alguma coisa? – Perguntou ele repleto de preocupação. Senti seu perfume e me senti excitada. Precisava dar para ele o mais rápido. – Hey. Hey. – Chamou ele segurando em meu rosto. Seus bonitos olhos verdes transmitiam sua aflição diante do meu silêncio. Sorri e beijei a palma de sua mão que ainda estava em meu rosto. – O que foi isso? – Perguntou ele, confuso.

– Eu te amo tanto, Robert. – Declarei. Os olhos de Robert brilharam com intensidade.

– Também te amo. Você se sente bem?

– Sim. Eu só estava babando por você.

Ele sorriu timidamente.

– Gostou da minha roupa?

– Gostar é pouco perto do que eu senti. Eu amei. E já aviso logo... – Eu cheguei perto de seu ouvido e sussurrei: - Quero que você me coma usando esta roupa. – Recado dado. Eu senti minha calcinha molhar o ouvir o gemido que Robert soltou em meu pescoço.

– Ah, Ana. Você me deixou excitado com essas palavras. Então eu já te aviso: Não vou esperar até mais tarde para enfiar meu pau em você. Na primeira brecha que tivermos, eu vou te levar para um lugar no qual eu vou te enlouquecer. Até depois. – E ele mordeu o lóbulo da minha orelha.

– Mãe, você disse que quando papai chegasse nós íamos ver o homem aranha. – Ash alegou puxando a barra do meu vestido.

Ainda entorpecida com Robert, eu apenas lhe dei um beijo casto nos lábios, então me voltei para o pequeno e impaciente rapazinho e segurei sua mão.

– Dá a mão para o seu pai para podermos ir.

Ashton ofereceu a mão a Robert que a segurou com todo amor. Ele olhou para mim e piscou e só então nos encaminhamos para o salão onde a festa acontecia. Assim que nós três chegamos, fomos recebidos com uma chuva de flashes. Eu e Robert sorrimos abertamente para as fotos. Imitando o pai, Ash fez o mesmo e até deu tchau para os fotógrafos, Depois de muitas fotos tiradas, Robert fez um sinal com a mão indicando que já estava bom de fotos. Eu acenei para algumas pessoas e alguns coleguinhas de Ashton correram até ele e o abraçaram, mas o pequeno queria mesmo era ver o homem aranha. A decoração estava perfeita e aquilo me deixou relaxada. Os incompetentes até que fizeram um bom trabalho. O lugar estava todo decorado em vermelho e azul, com alguns bonecos e fotos do homem aranha pendurados por toda parte. Balões em azul e vermelho e teias de aranha falsas também faziam parte da decoração. Nas mesas, enfeites com o símbolo do super herói e fotos de Ash. Perfeito. Tudo muito perfeito.

Quando o ator chegou vestido de super herói, todas as crianças ficaram excitadas. Ash não perdeu tempo e já foi logo falar com ele. Seus amiguinhos o seguiram e fizeram então uma roda em torno do cara vestido de homem aranha. Todos querendo um pouquinho de sua atenção.

– Amor, deixe Ashton a vontade com os coleguinhas. Osvald e James estão de olho nele. Não precisa se preocupar. Vamos cumprimentar os pais dos coleguinhas do Ash. – Robert me tranquilizou, já que eu estava meio temerosa, mas Osvald e James eram excelentes seguranças. Assentindo, eu deixei que Robert me conduzisse até os convidados.

...

Estávamos atrás da mesa onde o bolo estava. O bolo era branco e com cinco camadas. Na última, um bonequinho do homem aranha lutava contra o homem de arei. Bem legal. Os convidados estavam a nossa volta para cantarem os parabéns para Ash. Robert acendeu a vela azul e vermelha de seis anos e apagaram as luzes, então demos início aos parabéns.

– Parabéns pra você, nessa data querida. Muitas felicidades, muitos anos de vida. – Todos cantaram em uníssono.

John puxou o big e todos o seguiram.

– É big, é big, é big, é big, é big. É hora, É hora, É hora, É hora, É hora. Rá tim bum. Ashton, Ashton, Ashton. – Todos gritaram e Ash se debruçou para soprar a velhinha. Todos gritamos quando ela apagou e a vela acendeu de novo, então minha mãe puxou o com quem será.

– Com quem será, com quem será, com quem será que o Ash vai casar? Vai depender, vai depender, vai depender se a Sandy vai querer.

Neste momento Ashton corou. Sandy era sua amiguinha de creche e os dois eram muito agarrados. Eu olhei para Robert e ele sorria da reação nervosa do pequeno que se virou e o agarrou escondendo sua face no pescoço do pai.

– Ele ficou com vergonha, coitado. – Eu falei com pena do meu filho.

– Vai lá filha, dá um beijo nele. – Brad, pai de Sandy incentivou a filha que sorridente e determinada contornou a mesa e com minha ajuda subiu na mesinha que Ash estava. Robert virou o menino que ainda estava vermelho. Ash e Sandy ficaram se encarando, até a menina loirinha abraçar Ashton, que todo tímido retribuiu o gesto.

– Gosto muito de você, Ash. – A menina falou. Mesmo com as bochechas vermelhas, meu filho sorriu.

– Também gosto de você, Sandy. – Ele respondeu. Então a menina deu um beijo no rosto do pequeno fazendo assim todo mundo gritar.

– É, Robert. Parece que vamos ser parentes logo mais. – Brad comentou sorrindo. Sua esposa, que por ironia ou não do destino se chamava Helena, só que com H, sorriu ternamente para mim e eu pisquei para ela.

– Isso soa bom. – Robert respondeu.

...

Todos estavam comendo quando eu fui agarrada e arrastada até o segundo andar por Robert, que delicadamente me empurrou para dentro do primeiro quarto do andar. Foi naquele momento que relembrei suas palavras. "Na primeira brecha que tivermos, eu vou te levar para um lugar no qual eu vou te enlouquecer.". Senti um calafrio gostoso percorrer meu corpo. Eu estava novamente excitada e queria liberar todo aquele fogo que estava me consumindo. Robert me agarrou por trás e com mãos habilidosas passou a acariciar meus seios, fazendo movimentos que deixavam meus mamilos cada vez mais duros. Com a outra mão ele levantou meu vestido e enfiou sua mão em minha calcinha, onde encontrou meu clitóris que já implorava para ser tocado. Eu estava ficando cada vez mais excitada com os movimentos das mãos de Robert em meu corpo e para me enlouquecer ainda mais, Rob começou a falar coisas desconexas, mas sexys em meu ouvido e como se isso já não bastasse, ainda mordia e chupava meu pescoço. Meu orgasmo já estava próximo e eu sabia que mais uma mordida no meu pescoço e um apertão em meu mamilo já bastavam para que eu voasse até o paraíso e como previsto, isso aconteceu. Eu gozei gloriosamente quando senti os dedos de Robert entrando em mim. Agora era a vez dele, a vez dele sentir prazer e eu não perdi tempo em puxá-lo até a cama. Eu precisava de conforto para desfrutar do corpo dele e não podia ficar de joelhos para mamar em Robert por conta da minha barriga, mas podia ficar sentada na beira da cama proporcionando prazer a ele e assim o fiz. Acomodei-me sobre a cama e puxei o quadril de Robert contra meu rosto, onde beijei toda a extensão de seu abdômen enquanto desfazia o feixe de sua calça, mas não queria que ele a tirasse, queria que ele continuasse inteiramente vestido porque ele estava simplesmente magnífico com aquela roupa. Puxei sua cueca para baixo para liberar sua ereção que já estava dura com meu simples toque, mas continuei segurando sua calça para que ela não caísse. Como eu estava com as duas mãos ocupadas segurando sua roupa para não cair, meu lindo marido guiou seu pau em minha boca, ao qual eu abocanhei com muito entusiasmo.

– Isso, amor. Chupa seu marido. Isso! Assim! Arws. Que boquinha gostosa.

Isso fez com que eu o sugasse com mais força, tornando assim o boquete mais duro e intenso. Robert flexionou seus joelhos e começou a movimentar o quadril de acordo com minha sucção, então com a outra mão ele segurou em minha cabeça passando a ditar seu ritmo. Liberei minha mão e comecei a masturbá-lo e a sugá-lo ao mesmo tempo, e Robert cada vez mais aumentava suas investidas na minha boca. Sua respiração estava pesada e quando eu olhei para cima, para seu rosto eu senti minha calcinha ficar ensopada. Ele estava mordendo os lábios de uma forma muitíssimo sexy. Juro que minha vontade foi ficar olhando para ele para sempre, mas como tudo que é bom dura pouco, meu lindo marido grunhiu sofregamente e derramou-se todo em minha boca. Porém eu não parei de sugá-lo. Chupei-o até que ele estivesse limpinho novamente.

– Ah, Ana. Eu te amo tanto. Não me canso de dizer isso. – Declarou-se ele. Eu me derreti toda, mas ainda queria mais. Queria que ele estivesse dentro de mim e não queria ter que esperar até o final da festa.

– Robert, eu ainda quero mais! – Admiti fazendo beicinho, fazendo com que ele sorrisse de maneira cafajeste.

– Mas o pessoal deve estar nos procurando lá baixo. – Disse ele, recompondo-se, guardando seu membro na cueca.

– Ah. – Suspirei tristemente. Robert soltou uma gostosa gargalhada e me fez ficar de pé.

– Tudo bem. Tudo bem. Tudo que eu menos quero é frustrar a esposa linda e redonda que eu tenho. – Brincou. Eu cerrei os olhos para ele e cruzei os braços, o olhando seriamente. – Mas ela logo vai ficar super gostosa! – Completou. Não teve como continuar séria. Eu sorri abertamente enquanto ele me levava até uma mesinha, onde me fez sentar e abrir as pernas. Assim que retirou minha calcinha, ele me deu um beijo e disse: - Vou te chupar.

– Não! – Eu gritei. Ele parou o que ia fazer.

– Por quê? – Perguntou confuso.

– Não quero que demore. Quero uma rapidinha, afinal, como você disse, o pessoal deve tá procurando a gente. Vamos. Bem rapidinho. Deixa eu te excitar, aí você mete em mim com força.

Como Robert estava no meio das minhas pernas, eu não perdi tempo em enfiar minha mão dentro de sua cueca e trazer seu membro para fora, então logo comecei a masturbá-lo.

– Nossa! Quem te viu e quem te vê, ein Ana. De menina recatada para mulher ninfomaníaca. Gostei disso. – Comentou ele enquanto baixava meu vestido e meu sutiã, expondo meus seios maiores e mais redondos. Então ele os abocanhou. – Hum. Já disse que gosto do novo gosto dos seus seios?

– Cala boca, Robert.

– Ok. A patroa manda. – O humor estampado na sua voz. Eu estava doida para ele meter bem fundo em mim. Minha libido estava tocando os céus de tão alta que estava.



~~~ Dois Meses Depois ~~~ 10 de Abril de 2012 ~~~

Eu chorava igual uma criança vendo Elliot enfiando um anel de diamantes no dedo de Kate. Eles estavam tão lindos. Realmente pareciam um casal perfeito. Por mais que Elliot não estivesse falando comigo, eu estava feliz por ele. Queria poder lhe dizer isso, mas em todas as vezes que tentei me aproximar dele na festa, ele se afastou, então como não tinha outro jeito, pedi a Kate para dizer a ele que eu lhe desejava muita felicidade no amor e sucesso na vida profissional. E não era só Elliot que parecia aborrecido com minha presença ali. Grace e Carrick estavam me olhando de um jeito estranho, como se minha presença ali fosse incômoda aos dois. Eu resolvi então ignorá-los porque era a melhor coisa se fazer, mas não posso deixa de confessar que estava aliviada com uma coisa. Christian não estava aqui. Ele não veio ao noivado do irmão e os possíveis motivos de sua ausência me desligaram da festa por uma fração de tempo. Porque será que ele não havia vindo? Bom. Melhor deixar para lá isso e concentrar-me apenas em Kate que é merecedora de toda atenção.

Eu estava comendo uma deliciosa trufa chocopologie, que era a segunda sobremesa da noite. Essa fruta é feita com os melhores e mais caros chocolates do mundo. 70% do chocolate escuro Valrhona, recheada com creme de Ganache e enrolada em muito cacau em pó. Simplesmente delicioso. Como eu estava grávida e Robert não me negava nada, eu comi a dele também. Foi então que comecei a sentir uma coisa estranha. Eu olhei para Robert e ele estava olhando para um ponto qualquer. Foi quando senti algo escorrendo por minhas pernas que o pavor tomou conta de mim.

Ah, não. Aqui não.

Tentei me manter calma, mas para aumentar meu desespero a primeira contração após o rompimento da bolsa veio forte o bastante para me fazer curvar sobre a mesa. Robert percebeu, tanto é que logo procurou saber o que havia acontecido.

– Querida, o que houve?

A segunda contração também veio forte e eu segurei na mesa para tentar me acalmar.

– Ana? – Chamou Robert novamente.

Com dor, eu respondi:

– Tá acontecendo, amor. A bolsa estourou. – Eu olhei para Robert e vi um misto de emoções em seu rosto. Primeiro ele ficou pálido, depois um sorriso genuíno tomou sua face e depois ele entrou em desespero.

– Meu Deus. O que eu tenho que fazer? – Perguntou ele passando a mão em meus braços. Na verdade ele não sabia o que fazer.

– Ai. – Eu deixei escapar um gemido alto demais porque a contração veio mais forte do que as outras.

– Ai meu Deus, meu Bom Deus. Espera. Eu vou ligar para o motorista e para o médico já ficar de sobreaviso.

– Hey, o que está acontecendo? – Kate chegou por trás de mim e eu senti seu toque brando em minha costa. – Ana, o que foi?

– Arwe. – Gemi. – Rápido, Robert. Tá doendo muito.

– Espera, amor. Fica calma. Ajuda ela, Kate! – Robert pediu nervoso enquanto estava com o telefone no ouvido.

– O que foi, amiga? – Kate se agachou na minha frente tomando meu rosto entre as mãos.

– Nada, Kate. Volte para sua festa. É o seu... Ai... Dia.

– Pare com isso já, Ana. Você tá sentindo dor. Precisa de mim. HEY... DESLIGUEM O SOM! – Kate mandou enquanto se levantava. A música rapidamente parou. – ANA ESTÁ ENTRANDO EM TRABALHO DE PARTO. ME AJUDEM AQUI.

Eu não sabia se ficava com vergonha ou se ficava aliviada. Rapidamente eu senti duas pessoas segurarem em meus braços. Eram Ethan e o Sr Kavanagh tentando me levantar. Quando eu já estava quase de pé, outra contração veio forte o bastante para me fazer fraquejar sobre os joelhos. Rapidamente me ergueram de novo. Estava tudo muito confuso na minha cabeça, eu só conseguia me concentrar na dor, o restante estava fora de foco. Eu os via, mas não escutava nada que falavam e eu já estava começando a ficar preocupada com meu bebê. Outra contração, essa não foi tão forte, mas estava doendo muito. Eu não sei como, mas Grace segurou em meu rosto e me disse alguma coisa a qual não entendi. Eu via em seus olhos preocupação. Ela continuava falando comigo, mas eu não estava ouvindo nada. Eu só queria meu marido perto de mim.

– Robert? Eu quero o Robert! – Eu chamei. Em questão de segundos meu marido apareceu em minha frente. Estava nervoso, mas seus lábios sorriam assim como seus olhos. Ele pegou meu rosto entre as mãos e me disse:

– Fique calma, querida. Vai dá tudo certo!

Toda vez que ele me falava aquilo sempre as coisas terminavam bem, então eu apenas assenti guardando comigo as dores que as contrações traziam.

– Amor, lembra que a Doutora nos ensinou. Puxe a respiração pelo nariz e solte pela boca. – Eu fiz o que ele disse. – Isso. Devagar. Mais devagar. Isso.

Eu senti então meu corpo ser erguido junto à cadeira que eu estava sentada. Estavam me lavando para fora do clube. Eu continuava a fazer o que Robert havia me pedido, mas as dores agora estavam ficando cada vez mais forte e eu estava ficando com medo. Precisava de Robert e eu o queria agora. Não demorou muito para chegarmos até o carro de Robert. Abaixaram minha cadeira e novamente Ethan e o Sr Kavanagh me puxaram para eu levantar e me ajudaram a entrar no banco de trás. Robert entrou logo em seguida e eu juro que fiquei surpresa ao ver Kate também entrar no carro e ficar ao meu lado. Ela pegou a minha mão e me disse para ficar calma. Eu assenti. Em questão de segundos o carro deu partida e começou a andar rápido. Robert estava de um lado e Kate do outro. Eu me sentia protegida, embora estivesse com medo, afinal era a minha primeira experiência. Doía. Doía muito, mas eu procurava sempre me acalmar.

Quando já estávamos no hospital, a única coisa que eu queria era minha mãe. Agora eu precisava dela e de mais ninguém. Robert garantiu que ela já estava sabendo e que ele acabara de mandar um jatinho particular para buscá-la e assim que ela chegasse, iria ao meu encontro. Antes de entrar na sala de parto me separaram de Robert e eu quase choro por isso, mas um dos enfermeiros disse que ele logo estaria comigo. Que só iria assinar algumas coisas e já voltaria para perto de mim. Tiraram minha roupa e minhas joias. Minha médica apareceu e me cumprimentou:

– Olá, querida. Eu sei que você está com dor, por isso vim te trazer esse remédio. – Ela colocou o comprimido na minha boca e um enfermeiro me deu água. – Ele vai amenizar a dor, mas ela não vai passar, ok? Só a intensidade que vai diminuir. Glória, assim que ela estiver pronta a levem até a sala de parto, ok?

A mulher assentiu.

– Vamos lá, Ana. Seu bebê está doido para vê-la, mas antes vamos tirar essa maquiagem. – Eu assenti.

...

Eu já estava na sala de parto e tudo já estava pronto para começarmos, mas faltava Robert e eu queria muito que ele estivesse lá comigo. Por um breve momento fechei os olhos e pedi a Deus para mandar Robert ao meu encontro e quando eu terminei a oração, Robert entrou na sala feito uma bala. Eu olhei para ele aliviada e pela primeira vez sorrir. Meu lindo marido posicionou-se ao meu lado e segurou minha mão fortemente.

– Você está pronta, Ana? – Dra Walker perguntou. Eu assenti. Ela enfiou dois dedos em mim para constatar minha dilatação. – Muito bem, querida. Empurre.

Eu olhei para Robert e ele me passou toda força possível pelo seu olhar, então eu comecei meu trabalho. Empurrei, empurrei, empurrei. Doía muito, mas só de saber que em poucos minutos eu teria meu bebê em meus braços valia todo esforço.

– Arwa! - Eu gritava e empurrava. Robert apertava minha mão com força, acho que querendo me passar a sua força.

– Vamos lá, querida. Você consegue. Você é forte. – Disse ele, seguro.

– Arws. - Empurrei novamente. – Arws.

Passaram-se alguns minutos e eu estava empurrando com toda força que tinha.

– Vamos, querida. Já estou vendo a cabecinha. Só mais um pouco. Só mais um pouco.

Aquilo me animou e como se eu fosse tomada por uma nova onda de forças, eu empurrei mais e mais e num ultimo urro de dor, eu senti o alivio tomar conta do meu corpo. Fechei os olhos, exausta e no fundo eu ouvi o choro esganiçado do meu bebê. Emocionada, eu abri os olhos para olhar em volta. Robert agora vinha em minha direção com o nosso bebê no colo. Foi impossível segurar o choro. Robert estava tão emocionado que as lágrimas escorriam de seus olhos. Ele se abaixou bem perto de mim mostrando nosso lindo bebê.

– Veja como ela é linda, Ana. – Ele mostrou, mas não pude ver direito.

– Quero segurá-la. – Pedi.

Dra Walker pegou minha neném dos braços do pai e a colocou sobre meu peito desnudo. A pequena chorava demais, mas assim que sentiu o calor do meu copo, ele foi se acalmando, até seu choro se calar. Era tanta emoção para mim que meu coração batia no ritmo de uma escola de samba. Ela era tão perfeita. Minha filha. Minha. O corpo tão pequeno, tão branco, tão lindo. Robert deu um beijo carinhoso em minha testa e acariciou a filha que apenas gemeu alguma coisa.

– Lindas. As mulheres que eu mais amo. Obrigado, querida. Você realizou todos os meus sonhos. Estou explodindo de felicidade.

Realmente. Robert estava exalando alegria e não era o único.

– Eu é que tenho que agradecer, amor. Você mudou a minha vida. E eu te amo muito.

– Desculpe interromper o momento família, mas precisamos levá-la para fazer o teste do pezinho, pesá-la e banhá-la. Assim que ela estiver pronta nós a levaremos até vocês e vocês poderão paparicá-la até cansarem. Ah, e qual é nome da mocinha aí? – Perguntou a médica já pegando minha filha do meu colo. Devo ter feito careta porque logo ela falou: - É por poucos minutos, Ana. Vocês a terão para o resto de suas vidas, mas sim, como é o nome dela?

Eu olhei para Robert porque desde que descobrimos que iríamos ter uma menina, eu dei carta branca para Robert escolher o nome, mas eu queria que ele me surpreendesse e só me revelasse o nome da nossa pequenina quando ela nascesse. Com um lindo sorriso na face, Robert revelou:

– Ayleen.

Eu e a médica franzimos a testa. Robert sorriu da nossa confusão.

– Significa Majestosa, Brilhante, ser que ilumina.

Juro que fiquei impressionada. Ele não podia escolher um nome melhor para nossa filha.

– Gostou, amor? – Perguntou ele, cheio de expectativas.

– Eu adorei, querido. É lindo.

– Que bom que gostou.

– Bom, vou levar a mocinha. Se você quiser, Robert, pode acompanhar o primeiro banho dela. Quer ir?

– Mas e você, Ana? Não quero lhe deixar sozinha.

– Vai lá. Vou me sentir mais segura sabendo que você está com ela. Não se preocupe, eu vou ficar. Lembre-se que a nossa prioridade agora é ela.

– Tudo bem. Até depois. – Ele veio até mim e beijou-me nos lábios.

Após Robert sair, uma enfermeira veio me pegar para que eu fosse tomar um banho. Aceitei na hora, pois meu corpo estava suado e grudento. Pensei que não pudesse andar após o parto, mas a enfermeira me disse que eu podia, desde que não exagerasse. Para não me cansar, ela colocou uma cadeira para que eu tomasse banho sentada. Quando eu sentir a água quentinha escorrendo pelo meu corpo, o alívio foi se apossando lentamente de mim e o que eu mais queria era dormir, porém mais do que isso, eu queria aninhar minha filha nos braços.

...

Eu estava com minha pequena Ayleen no colo, admirando-a. Era tão bonita e tão pequena que parecia uma boneca. Robert estava deitado na beirada da cama babando juto comigo. O mais engraçado era que já haviam repreendido ele várias vezes, advertindo-o de que ele não podia ficar em cima da maca, mas depois que o supervisor saía do quarto ele voltava a sentar na cama comigo.

– Eles vão te brigar de novo. – Falei.

– Eu não me importo. – Respondeu ele. Ayleen segurava o dedo do pai fortemente.

Escutamos três batidas na porta, então uma enfermeira gordinha entrou.

– Tem algumas pessoas aqui fora querendo visitá-los. Posso mandar entrar? – Perguntou ela. Eu assenti. – Senhor, é proibido que os acompanhantes sentem ou deitem na cama do paciente, por favor, levante-se. – Mandou ela e foi embora.

Eu olhei para Robert com um sorriso que dizia "Eu te avisei".

– Cala a boca. – Ele resmungou descendo da cama. Eu só sorri dele.

Ele então ficou em pé ao meu lado, parecendo um segurança.

– Amor? – Chamei.

– Hum?

– E o Ash? – Perguntei preocupada.

– Dormindo com a mamãe, acredita? Ele se meteu no meio dela e do papai. Telefonei para ele e ele me garantiu que eles vêm pela manhã e que vão trazer Ashton também. – Ele sorriu.

– Sabe, querido. Nunca pensei que sua mãe fosse gostar tanto do Ash. Você sabe... Aconteceu aquela coisa toda e eu pensei que ela nunca fosse o aceitar. E agora ela o trata como se ele fosse neto de sangue dela. Isso é tão... bonito. – Comentei.

– Ela se arrependeu e eu fico feliz de saber isso.

– Cadê a sobrinha da titia? – Uma Kate extremamente feliz entrou no quarto acompanhada de toda sua família, menos Elliot. – Ai, que fofa. É linda. – Disse minha amiga passando os dedos levemente pela cabecinha com poucos fios de cabelo de Ayleen.

– Como a mãe. – Ethan completou. Robert tossiu propositalmente. Eu ri.

– Quer segurá-la, Kate? – Ofereci. Neste momento os olhos de Kate se encheram de lágrimas.

– Sério?

– Claro que sim. Toma. – Estendi minha filhota a Kate que com todo cuidado a pegou em seu colo. Sr e Sra Kavanagh aproximaram-se da filha para contemplar minha pequena.

– Ela parece muito com o pai. Não puxou muito você, Ana. – Sra Kavanagh falou.

– Ainda bem. – Eu respondi. Robert me repreendeu com o olhar. Eu dei língua para ele que apenas revirou os olhos. – Estou ansiosa para saber a cor dos olhinhos dela. Se vão puxar a mim ou ao pai, mas eu quero que sejam verdes iguais aos de Robert.

– E você, Robert... Quer que sejam de que cor? – Perguntou o Sr Kavanagh.

– Também quero que sejam verdes para Ana sempre pensar em mim quando vê-los. – Meu lindo marido respondeu.

– Amor? – Chamei-o. Ele olhou par mim. – Estou com sede.

– Espera que eu vou buscar para você, ok? – Eu assenti e Robert saiu.

– Eu pensava que ia ter filho primeiro que você, Ana. – Comentou Kate.

– Filho era uma coisa que nem passava pela minha cabeça, Kate. Veja como o destino é louco. Mas me diga... Não vi José em seu noivado. Não convidou ele?

– Convidei, mas ele foi conhecer a família da namorada baranga dele. – Kate revirou os olhos ao mencionar a garota. Eu ri.

– Kate, não seja maldosa. Eu gostei dela.

– Eu odiei.

– Posso segurar sua filha, Ana? – Perguntou Ethan. Afirmei com a cabeça.

Surpreendi-me quando vi o jeito que Ethan tinha em carregar um bebê recém-nascido. Uau. Eu não sabia disso.

– Ah, Kate. Queria me desculpar por estragar sua festa de noivado. – Eu falei envergonhada.

– Que nada. Eu jamais continuaria uma festa sabendo que minha melhor amiga quase irmã estava tendo um bebê. Jamais.

– Obrigada, Kate. Obrigada Ethan e obrigada, Sr Kavanagh. Vocês me ajudaram muito. Obrigada de coração mesmo.

– Não tem de que, querida. - Sr Kavanagh respondeu sorrindo. Neste momento Robert entrou trazendo uma garrafinha de água, entregou a mim e eu bebi todo o conteúdo.

– Senhoras e senhores, acabou o horário de visitas. Voltem amanhã, está bem. A mamãe e a menina precisam descansar. – Disse a enfermeira que há pouco repreendeu Robert. Ethan entregou menina a Robert e veio se despedir de mim dando um beijo em minha testa.

– Estou muito feliz por você. Desejo muita saúde a você e ela. – Ethan falou.

– Obrigada.

– Ana, ainda não sabemos o nome dela! – Kate reparou.

– Ah sim. É Ayleen. – Respondi.

– É um bonito nome. Depois quero saber o significado, tá amiga? Beijo. – Kate ofereceu sua bochecha e eu a beijei.

– Tchau, querida. Fique bem. – Sra Kavanagh falou.

– Saúde as duas. Tchau, Ana. – Despediu-se o Sr Kavanagh.

Após saírem, eu olhei para Robert. Estava exausta e precisava descansar, mas na hora que eu ia pedir para Robert reparar Ayleen enquanto eu dormia, outra enfermeira entrou no quarto.

– Hora de amamentar ela, senão daqui a pouco ela abre o berreiro e vocês vão ver o que é uma criança com fome.

Eu já tinha amamentado Ayleen após seu banho, mas ela precisava comer novamente.

A enfermeira tirou das mãos de Robert a criança e a colocou sobre mim. Eu puxei para o lado meu vestido e leve a boca de Ayleen até meu seio, o qual ela começou a sugar com força. Parecia que estava com bastante fome.

– Gulosa como o pai. – Eu brinquei fazendo a enfermeira rir. Robert torceu a boca.

Quando Ayleen se encheu, a enfermeira pegou ela no colo para fazê-la arrotar, e também ensinou a Robert como fazer. Depois disso, a mulher saiu e Robert deitou nossa filha no berço, foi então que me acomodei para dormir, pois Rob garantiu a mim que cuidaria da pequena enquanto eu estivesse dormindo. Com um beijo gostoso de boa noite, eu virei de lado na cama e dormi serenamente sonhando com uma pequena menininha que se transformava em uma linda princesa.

...

Antes das seis fui acordada novamente pela enfermeira para amamentar Ayleen. E sabe o que eu mais gostei nisso tudo? Era que pequena é muito quieta. Raramente chorou na noite passada, quer dizer, nem chorou. Quando foram trocar a fralda de Ayleen Robert foi junto para aprender. Um tempinho longe dos meus amores me deixou momentaneamente triste, mas assim que eles voltaram a alegria tomou conta de mim novamente. Eu acho que era por volta das oito da manhã quando bateram na porta do meu quarto. Robert havia saído para passar em casa, tomar banho e pegar roupas para eu sair do hospital, e isso aconteceria pela tarde. Ayleen estava dormindo tranquilamente no meu colo e a única coisa que eu fazia era babar na pequena. Como eu não podia levantar da cama, eu apenas gritei para que entrassem e fiquei extremamente feliz ao ver as três pessoas entrando.

Mamãe, papai e Bob sorriam para mim de orelha a orelha e mamãe já vinha fazendo aquela cara que fazemos quando vemos algo fofo.

– Ai meu Deus. Mas ela é linda! – Exclamou ela e já foi logo pegando meu bebê no colo. Enquanto isso papai veio até mim e beijou minha testa.

– Tudo bem por aqui, querida? – Perguntou ele.

– Sim, papai. – Respondi enquanto recebia outro beijo na cabeça de Bob. – Olá, Bob.

– Olá, Ana. Tudo bem? – Eu assenti.

– Vejam, rapazes. Vejam como ela é linda. – Mamãe disse enquanto mostrava a neném para os dois.

– É tão perfeitinha. – Bob falou.

– É a garotinha mais linda que já vi. – Papai anunciou.

– Ok. Estou ficando enciumada. – Eu falei cruzando os braços e fazendo birra. Papai olhou para mim sorrindo e balançando a cabeça em negação.

– É a garotinha mais linda que já vi depois de Annie. – Ele reformulou a frase. Eu sorri de orelha a orelha.

– Assim está melhor. – Chiei. Bob e papai caíram na risada.

– Querida, espero que não fique chateada, mas ela não puxou a você. É mais parecida com Robert. – Mamãe falou.

– É. A mãe de Kate me disse isso, mas dá só uma olhada no narizinho dela como é bem afiladinho como o do pai. – Eu estava derramando paixão pela pequena.

– É mesmo. – Bob falou. – E como é o nome dela?

– Ainda bem que você lembrou de perguntar, Bob, porque a Ana tava fazendo um suspense louco sobre como esta princesa se chamaria. – Mamãe falou seca.

– Eu não estava fazendo suspense, Era só que quem escolheria o nome dela era o Robert e eu pedi para que ele só me contasse quando ela nascesse. – Expliquei.

– Então nos conte qual é. – Papai pediu.

– Ela se chama Ayleen. – Sorri.

– Ayleen Steele Travell. É um nome bonito e forte. Gostei. – Mamãe sorriu.

– Olha quem chegou para a surpresa da mamãe! – Robert falou abrindo a porta, e um garotinho muito serelepe veio pulando em minha direção.

– Mamãe, mamãe! – Dizia Ashton tentando subir na cama. Eu sorri e o ajudei a subir. Ele se jogou em cima de mim e me abraçou com vontade. – Tive saudade.

– Eu tive mais. – Falei dando um beijo no topo de sua cabeça.

– Eu acho melhor ele descer da cama antes que a enfermeira brigue. – Robert comentou.

– Não quero sair de perto da mamãe. E quero ver minha irmãzinha. – Pediu o pequeno. Mamãe trouxe Ayleen pra bem pertinho de Ash. Os olhos dele brilharam quando viram a irmã pela primeira vez. Eu e Robert ficamos extasiados com sua reação. – Nossa! – Exclamou ele. – Ela é tão bonita. – Seus olhos brilhando como se fossem fogos de artifício. Meu coração deu um pulo. – Posso segurá-la?

Eu olhei para Robert e ele sorriu mostrando dentes perfeitamente brancos.

– Amor... – Mamãe começou. – Ela ainda tá muito pequena e muito molinha para você carregá-la. Quando ela estiver mais durinha aí você vai poder carregá-la à vontade.

– Hum. – Ash murchou. Eu afaguei sua costa. – E como ela se chama?

– Ayleen. – Robert respondeu. Ash fez careta.

– É um nome estranho. – Comentou o pequeno.

– É um nome diferente. – Robert concertou.

– Cadê a minha netinha? – A voz de Mary ecoou pelo quarto e eu olhei logo em sua direção e fiquei muito emocionada quando vi os olhos de minha sogra encherem-se de lágrimas ao ver pela primeira vez sua neta. Com extremo cuidado, Mary pegou Ayleen dos braços de minha mãe e andou para perto de Robert. – Mas ela é toda você, Robert. Linda. – Olhou do filho para neta. – Meu Deus. Estou tão feliz.

John veio até mim e me beijou. Mamãe também fez o mesmo.

– Olha, John. É a cara do nosso bebê. – Mary referiu-se a Robert. John foi para perto dela e com a ponta do dedo acariciou a cabecinha da neta. Mary deixou escapar duas lagrimas.

– Pelo amor de Deus, mãe. O seu bebê já tem 35 anos. – Robert chiou. Eu deixei uma gargalhada sair. 

– Oxe. O Robert é o bebezinho da mamãe. – Eu aticei e depois comecei a rir. Robert me olhou com olhos que pareciam raios lasers. Ri mais ainda.

– É o meu bebezinho mesmo. – Mary falou.

– Vem para o colo do papai, vem meu bebezinho. – John entrou na brincadeira estendendo os braços para o filho que apenas trancou a cara e revirou os olhos. Eu ri mais ainda. 

– Vai lá, amor. Vai sentar no colo do papaizinho. – Eu falei. Mamãe, Bob e papai não conseguiram se segurar e começaram rir também.

– Vai lá, amor. Vai sentar no colo do papaizinho. – Robert me imitou fazendo voz fina com indiferença. - Bora acabar com isso. Hoje é o dia da Ayleen. Concentrem-se apenas nela. – Disse ele meio irritado. Eu joguei um beijinho para ele e ele virou a cara para mim.

– Então é esse o nome dela, Ayleen? – Mary perguntou.

– É sim. – Respondi. – Robert que escolheu.

– E significa o que, querido? – Mary questionou novamente.

– Majestosa, brilhante, ser que ilumina. – Respondeu ele.

– Nossa. Estou impressionada. Agora deixa eu babar mais um pouquinho na minha netinha linda. 


...



– AMOR? – Robert gritou do corredor.

– Aqui no quarto trocando a frauda da Ayleen. – Gritei de volta.

Eu estava passando os lencinhos umedecidos para limpá-la quando Robert chegou. Ele fez careta ao me ver fazendo aquele trabalho.

– Número 1 ou número 2? – Perguntou ele. Eu ri.

– Número 1. Me dá ali a pomada. – Pedi e ele me entregou. Ayleen começou a choramingar. Estava com fome. – Calma, amor. Eu já vou te dar de mamar. Calma. – Ela foi se acalmando. – Isso. Só mais um pouquinho. – Eu passei talquinho, então peguei a frauda e a vesti. - Pronto, mamãe. – Deitei-a em meus braços e puxei meu robe de lado e ofereci meu seio a pequena que começou a sugar avidamente.

– Ela parece faminta. – Robert comentou.

– Ela sempre está faminta. Parece com o pai. Um saco sem fundo. – Falei. Robert revirou os olhos.

– Não comece. – Disse ele cerrando os olhos para mim.

– O que você queria?

– Ah. – Ele lembrou. – Isso aqui... – Ele tirou de dentro do bolso da jaqueta uma média caixa de veludo negro e um cartãozinho rosa. – Chegou agora pouco acompanhado de um buque de rosas amarelas. Está direcionado a você.

Eu estranhei.

– De quem é? – Perguntei desconfiada. Eu já havia parado de ganhar presentes desde o quinto dia de vida de Ayleen.

Robert respondeu com o rosto neutro:

– Christian Grey.

Puta merda.

– Não quero. – Respondi.

Robert fez cara de exausto.

– Vamos lá, Ana. Apenas abra e veja o que é. – Incentivou-me.

Eu também estava curiosa, aceitei.

– Tá. Abra a caixinha. – Nesse momento Ayleen soltou o meu seio e começou a chorar. – Não, amor. Não chora. Toma. – Novamente levei sua boca ao meu seio e ela se acomodou e voltou a mamar. Robert abriu a caixinha revelando uma linda pulseira de ouro com mini florezinhas penduradas.

– Toma o cartão. – Entregou-me o papel. Li o seu conteúdo.

" Olá, querida Ana. Fiquei sabendo que você deu à luz a uma criança extremamente linda, então não pude deixar de lhe enviar um presente para que você o desse a sua querida filha. Você sabe que nunca tive papas na língua, e confesso que gostaria que seu primeiro filho fosse comigo, mas como o destino gosta de nos surpreender... Bom. Espero que goste do presente e que permita que sua filha a use. É um presente de coração. As rosas são para você.
By: CG;''


– Então... – Robert começou.

– É um presente para a Ayleen. - Eu amassei o bilhete e o coloquei no bolso do meu robe. Robert pareceu não se importar. – Mas ela não vai usar.

– Qual o problema? Eu não vejo problema algum. – Robert protestou.

– Mas eu vejo.

– É um presente bonito, Ana. E eu sinceramente não me importo que o presente tenha vindo de seu ex namorado.

– Mas eu me importo. Ayleen não vai usar e ponto final. Faça o que quiser com isso, mas eu não vou aceitar de maneira alguma que ela a use e se eu vê isso por aí, eu vou jogar fora. Já tô logo te avisando. – E dito isso, eu saí caminhando para o quarto de Ayleen que ficava no nosso quarto, só que na área em que Robert tinha seus brinquedos e jogos. Resolvemos colocá-la em nosso quarto porque nos sentíamos mais seguros para dormir à noite. Ashton estava dormindo com a gente enquanto eu estava de resguardo.

Sinceramente, eu achei muito nada ver Christian me enviar um presente. Não tínhamos contato desde que Robert esteve no hospital, então estávamos muito distanciados. Acho que ele fez aquilo mais para nos irritar do que para fazer uma boa ação. Só sei que minha filha não vai usar aquilo de jeito nenhum.

– Ah. – Me voltei para Robert. – Manda jogar fora aquelas rosas. Se eu descer e elas estiverem em algum lugar da casa, algo de muito ruim vai acontecer. – Avisei. Como Ayleen havia caído no sono e já não mamava mais, eu a coloquei no berço e fui tomar banho para tentar esfriar minha cabeça. Estava furiosa com Christian, mas quando eu o encontrasse, eu diria umas poucas e boas a ele.



~~~ Um Mês Depois ~~~ 15 de Maio de 2012 ~~~ 



Eu estava demasiadamente preocupada com Robert. Era angustiante para mim saber que este era seu último mês ao nosso lado. E o estado de saúde dele não estava nada bem. Do final de fevereiro para o começo deste mês ele estava declinando. O cabelo estava caindo, o rosto estava pálido e o corpo estava pouco a pouco fraquejando. Eu estava me preparando para o pior, não estava segura, mas eu tinha que ser forte porque era nesse momento que ele iria mais precisar do meu apoio, e eu tinha que mostrar a ele que estava pronta. De noite eu já nem dormia mais, apenas ficava velando seu sono e ele dormia tão serenamente que dava a impressão de que não ia mais acordar. Minha atenção era toda voltada a ele. Era até pecado deixar de lado minha filha de apenas um mês e Ashton, mas eu precisava estar sempre ao lado de Robert.


Para o meu – digamos que – alivio, meu leite secou e Ayleen agora tomava um tipo de leite especial na mamadeira. Maggie, uma senhora dócil e confiável de 54 anos era babá das crianças e era com ela que meus filhos passavam a maior parte do tempo desde que saúde de Robert começou a se esvair. Eu praticamente passava mais tempo no hospital levando Robert do que em casa. Sabia que meus filhos sentiam minha falta e eu senti muitíssimo a falta deles também, mas assim como eu, eles iriam ficar vivos, então minha prioridade era Robert.

Diego também estava a todo o momento do nosso lado. Eu era o pilar de Robert e Diego era o meu, um ajudando o outro. Assim como eu, Diego havia perdido peso, andava mais triste e sempre estava cabisbaixo. John sabia do estado do filho, mas preferia "ignorar" a situação para não dar bandeira para Mary. Eu e Diego estávamos segurando o peso do mundo sobre nossas costas e cada vez que o tempo passava, mas pesado e dificultoso para nós ficava. Eu me olhava no espelho e já não me reconhecia mais. Cabelos sem vida, olhos sem brilho, pele branca demais, corpo magro e exausto. Moída. Mas eu tentava esconder tudo de Robert, as vezes forçando sorrisos para alegrar meu marido que cada vez mais se distanciava de mim.

Era provavelmente quatro horas da tarde quando notei a demora de Robert em sair do banheiro. Meio hesitante, caminhei até lá e o encontrei de quatro no chão tossindo muito, mas o que mais me desesperou foram as diversas poças de sangue no chão. Robert estava tossindo muito sangue.

– Robert. Amor. – Eu me abaixei e tentei pegar seu rosto, mas ele estava tossindo demais. Eu precisava fazer alguma coisa. – MARIA. – Comecei a gritar. – JAMES. OSVALD. Espera um pouco, amor. Eu vou chamar os meninos para te levarem ao hospital. – E mesmo que ele estivesse sangrando pela boca, eu o beijei e saí correndo. Quando eu passava pelo corredor, encontrei com Maggie e lhe pedir para que ela se trancasse no quarto com as crianças. Sem me questionar ela obedeceu e logo entrou no quarto. Corri até a escada e chamei pelos seguranças. Osvald e James apareceram na hora.

– Rápido, James. Preparem o carro. Robert está passando mal. Osvald, chame mais alguns homens para carregarem Robert. Rápido. – Os dois saíram em direções opostas e logo Osvald pareceu com mais três caras. – Subam e peguem o Robert. Não demorem. – Mandei.

Com as mãos trêmulas, eu liguei para Diego. Ele nem esperou chamar direito e já foi logo atendendo.

– Ana? – Perguntou ele.

– Corre para o hospital e espera a gente lá. Robert tá passando mal e dessa vez é pior do que as outras vezes.

– Tá bom.

Eu desliguei sua chamada e liguei para Wesley. Meu coração batia aceleradamente enquanto ele não atendia. Nesse momento Osvald e os outros traziam Robert pela escada. Na quarta chamada Wesley atendeu.

– Dr Wesley? – Perguntei só para ter certeza.

– É ele. É você Ana?

– É sim. Robert está passando mal e eu estou levando ele para o hospital... – James apareceu acenando para que eu fosse logo para o carro. – Ele está tossindo sangue.

– Traga-o imediatamente para cá, Ana. Já vou preparar tudo.

– Ok.

Eu corri até o carro e me acomodei do lado de Robert. Ele estava meio zonzo, mas não deixei ele cochilar.

– Vai ficar tudo bem, amor. Em poucos minutos você vai estar no hospital e depois vai voltar super bem pra casa. – Ele estava sofrendo, mas ainda sim esboçou um sorriso. Meu peito doeu como nunca havia doido. Eu estava com medo e minha única vontade era de chorar, mas eu me controlei e fui tentando manter Rob acordado até o hospital.

Quando chegamos, uma equipe medica já estava a nossa espera. Com todo cuidado removeram Rob de dentro do carro e o deitaram numa maca. A todo o momento eu estava segurando a mão de Robert. Ele tossia e melava toda a camisa de sangue. Eu sentia uma dor tão grande dentro de mim que me deixava cada vez mais fraca.

– Vai ficar tudo bem, querido, Você vai ver. – Eu disse passando força a ele.

Seu rosto se contorceu em dor quando ele falou:

– Eu te amo, Ana. Amo você, Ayleen e Ashton. – Não. Não. Não.

– Robert... – Meus olhos se encheram de lagrimas.

– Diga a eles que os amo muito. – Meu coração angustiou-se. Ele estava se despedindo. Não. Não. – Obrigado, Ana, por tudo.

– Robert eu te amo. Amo muito. – Eu falei.

– Eu sei. Eu também. – E nesse momento a mão dele foi escapulindo pela minha.


Ele sorriu para mim enquanto se distanciava, pois um enfermeiro havia bloqueado minha passagem. Ele sorriu até entrar pelas portas da sala de emergência, então eu o perdi de vista. Uma lágrima solitária escorreu do meu rosto. 
Ele não iria mais voltar para mim.

Senti duas mãos fortes em meu ombro. Assim que me virei dei de cara com Diego. Completamente perdida, eu o abracei. Não chorei, nem nada, mas estava morrendo aos poucos por dentro.

Diego me levou para a sala de esperas, onde ele me fez sentar. Eu estava perdida. Não sabia o que falar e muito menos o que fazer. Eu só queria meu marido de volta. Meu corpo estava tenso e minha cabeça estava a mil. Eu não via e nem ouvia nada. Estava confusa e desamparada. Precisava de notícias, mas nada aparecia. Eu senti algo morrendo dentro de mim e aquilo doeu muito. Não sabia o que era, mas me mantive em silencio. Em determinado momento, eu olhei par Diego e ele estava ao telefone. Podia ver seus olhos vermelhos e todo seu sofrimento exposto. Ele não tinha vergonha de demonstrar que estava doendo nele também. Eu não sei quanto tempo se passou, se foi minutos ou horas, mas para mim tinha se passado muito tempo quando a porta da sala foi aberta e um médico com ombros curvados entrou na sala. Eu olhei para Wesley e num pedido silencioso de desculpas ele balançou a cabeça em negativo.

Minha única ação foi colocar a cabeça entre as mãos.

Ele se foi.

Senti minha costa sendo acariciada e não era preciso olhar para saber que era Diego. Levantei minha cabeça e olhei para ele. De seus olhos escorriam algumas lagrimas, mas ainda sim fui forte o suficiente para segurar meu choro. Limpei as lagrimas do rosto de Diego e lhe beijei a face. Usando um tremenda força que saiu não sei de onde eu lhe disse:

– Ligue para John e o avise. Peça a ele para ligar para os meus pais também.

– Aonde você vai? – Diego perguntou enquanto eu me levantava.

– Vou vê-lo. Não se preocupe. – Beijei o topo de sua cabeça e andei até o Wesley, pedindo para que ele me levasse até Robert. Tristemente ele assentiu e me levou até a sala que meu marido estava. Puxei a respiração antes de entrar no compartimento e fechei os olhos. Quando já estava dentro do quarto, eu tranquei a porta e só então abri meus olhos para ver o que eu menos queria.

Lá estava ele. Quieto. Imóvel. Morto. Lentamente fui me aproximando, meu coração sangrava a cada passo que eu dava.

Assim que eu estava bem ao lado de sua maca, meu coração deu um perto me fazendo sentir o pior ser da face da terra. Peguei sua mão fria e coloquei entre as minhas. Meu marido. Eu não sabia o que dizer ou fazer naquele momento.

– Então... – Meus lábios tremularam. – É a primeira vez que falo com você e você não vai me responder nada. – Quando pisquei meu rosto foi lavado por lágrimas. – Eu ainda não estava preparada, querido. Eu queria que você estivesse aqui comigo. Eu queria ao menos que você estivesse vivo. Sabe que eu vou amá-lo para sempre, não é? – As palavras estavam fugindo de mim. Eu soltei sua mão e me inclinei sobre seu corpo. – Eu fui muito feliz durante esse tempo que ficamos juntos e eu não me arrependo de absolutamente nada que tenhamos feito. – Mais lagrimas desceram. – Eu sempre vou te amar. – Ofeguei entre o choro. – Sempre. – E para me despedir dele, eu me inclinei sobre seu rosto e beijei seus lábios frios. Sentia as lagrimas escorrendo. Depositei todo meu amor naquele beijo.

Antes de sair, eu ainda declarei:

– Meu coração morreu com você hoje!

Quando saí da sala eu já não chorava mais. Eu não sentia nada além da escuridão dentro de mim. Vazia. Eu estava totalmente vazia. 


____________________________________________________________________________________

Notas da Autora:

Então, meninas. Sei que demoro muito e por isso acabo ganhando muitas reclamações sobre falta de respeito com leitores por não atualizar diariamente. PORÉM, vocês também não notam uma coisinha:

1 - Eu posto um capítulo imenso e recebo apenas 2 ou 3 comentários. ( O que é pouco pra quantidade de gente que lê e segue, e xinga, e que elogia também.

...

Então, se vocês querem capítulos atualizados rapidamente, comentem pelo menos. Quando ninguém comenta, mas quer exigir, isso desanima o escritor e é por isso que ele para.

___________________________________________________________________________________

Onde Posso Encontrar a Autora?

1 - Facebook: https://www.facebook.com/samela.fernanda

2 - Grupo de Cinquenta Tons de Ira no Face: https://www.facebook.com/groups/841792035849707/

3 - Página de Cinquenta Tons de Ira no Face: https://www.facebook.com/Fanfict50TonsDeIra

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8 - Site Oficial da Autora: fanficsdaferpisou.blogspot.com.br

Podem mandar mensagem que eu vou adorar responder. 

Beijos e até a próxima.

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