Doce Vingança, livro 01

By PriscilaMariaLima

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*OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL, OBRA REGISTRADA EM CARTÓRIO* Gustavo é acostumado a ter as coisas do... More

Apresentação e esclarecimentos
Capítulo 1 - parte 1
Capítulo 1- parte 2
Capítulo 2 - Inesperado
Capítulo 3 - Dois pra lá dois pra cá.
Capítulo 04 - (não) me toque!
Capítulo 05 (parte 01)
Capítulo 06 - Labirinto
Capítulo 07 - Doce Despedida
Capítulo 08
Capítulo 08 (parte 02)
Capítulo 08 (parte 03)
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15 (parte 01)
Capítulo 15 (parte 02)
Capítulo 15 (parte 03)
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19 (parte 01)
Capítulo 19 (parte 02)
Capítulo 19 (parte 03)
Capítulo 19 (parte 04)
Página!
Capa
Aviso sobre a publicação
Capítulo 38 - Final
Doce Surpresa saiu do forno!
Doces contos pra esquentar!
Livro 02!

Capítulo 05 (parte02)

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By PriscilaMariaLima


A coreografia do duo foi péssima. Não porque eles eram péssimos dançarinos mas porque tudo que eu conseguia enxergar era um casal fazendo sexo. A dança se misturava com imagens da minha mente acerca do acontecido daquela manhã. Eu não estava me concentrando e meus alunos estavam perdendo um precioso tempo de ensaio. Pedi que eles continuassem sem mim e me trouxessem uma partitura solo, de cada. Passei o dia de uma turma para a outra, dispensando o almoço para desenvolver uma coreografia para a minha turma de jazz. No final da tarde, comi uma maçã antes de pegar minhas turmas de dança de salão da melhor idade.

Antes de voltar para casa, entrei numa loja de conveniência e comprei três barras de chocolate. Devorei uma ali mesmo na entrada da loja e guardei as outras duas na mochila. Fui andando de volta para o estúdio e vi quando meu carro foi rebocado na outra calçada, quase tropecei querendo correr atrás mas só consegui umas buzinadas dos carros que quase me atropelaram. Que merda! Onde eu estava com a cabeça para estacionar embaixo de uma placa sinalizando que era proibido parar ali?

_ Ah, não...

_ Era seu carro? _ a respiração no meu pescoço me fez dar um salto. De novo, não... De novo, não... Só faltava isso.

_ Gustavo. _ virei respirando fundo.

_ Oi, Valentina. _ ele levantou as sobrancelhas apontando para o reboque indo embora. Estava vestindo um terno azul marinho com a camisa já desabotoada no colarinho. Carregava uma pasta de notebook e segurava algumas plantas de projeto, a gravata de listras branca e preta estava jogada por cima de um ombro.

_ É meu carro, sim. E se você me dá licença, eu preciso ir atrás dele.

_ Eu levo você. _ ele me agarrou pelo braço e eu respirei fundo me soltando.

_ Eu pego um táxi. Valeu.

_ Mas o reboque já até virou a rua. Não vai dar tempo. _ apertando o botão de alarme, andou até seu carro que estava atrás de nós e abriu a porta do carona. Respirei fundo e entrei, agradecendo. Gustavo deu a volta pela frente do carro, abriu a porta de trás e colocou suas coisas no banco para depois vir sentar ao meu lado, atrás do volante. Colocamos o cinto e ele deu partida. Seguimos na mesma direção do reboque. _ Tá fazendo o que por aqui?

_ Trabalho por aqui.

_ Ah é? _ continuei calada porque eu estava para conversa fiada. Sei que não era para agir assim mas a verdade é que eu estava tão nervosa com o reboque, que  me lixava se estava mostrando ou não todo o meu desprezo por esse ser que se encontrava ao meu lado. Não tinha trânsito porque já passava das dez da noite, o que facilitava seguir meu carro. Paramos num sinal vermelho e o reboque continuou andando_ Onde?

_ Não! O reboque ta indo embora, não para!

_ Eu tenho que parar! É um sinal vermelho e eu tô vendo gente atravessando...

_ Era mais fácil ter ido à pé! _ resmunguei encostando a testa no vidro da janela do carro. O sinal abriu e eu suspirei aliviada quando Gustavo acelerou mais um pouco e conseguimos avistar meu carro

_ A Sula disse que você dança. E ela? Como é que tá? _ vou cortar esse papinho e é agora.

_ Com osteosarcoma! _ bufei olhando para a frente cortando a conversa de uma vez, enquanto ele me olhava assustado. Avistei o caminhão de reboque entrando numa garagem. _ Ali! Olha ali!

Gustavo ligou a seta e quando estava estacionando perto de onde o caminhão entrou, eu pulei do carro e fui correndo até o portão. Estava tudo fechado e eu afundei meu dedo no interfone. Gustavo veio correndo atrás de mim todo nervosinho.

_ Você pulou do carro! Você é louca?

_ Você estacionou!

_ Estacionando. Eu ainda estava estacionando o carro quando você abriu a porta e desceu!

_ Qual é a diferença? _ a essa altura já estávamos gesticulando aos berros, na rua vazia. Não me surpreenderia se algum vizinho aparecesse na varanda nos xingando. Quando ouvimos a portinhola do portão abrir.

_ Você podia ter se machucad...

_ Pois não? _ um senhor de cabelos brancos, muito magro, de pele enrugada, vestindo uma calça jeans azul e camisa de algum partido político, segurando um boné , nos encarava. Na outra mão tinha um copo plástico com café.

_ Oi! Boa noite... _ eu virava para o senhor, aflita. _ É que acabaram de rebocar o meu carro.

_ Aquele 4x4 é seu?

_ Sim, senhor. É meu. Como faço pra liberar?

_ Passa amanhã no orgão, paga a taxa e traz o comprovante pra liberação. _ a voz dele soava rouca e muito agravada, talvez pelo cigarro. Deduzi porque ele estava cheirando à tabaco da cabeça aos pés.

_ Não pode liberar, agora? Meu carro acabou de entrar aí!

_ Não pode, não.

_ Merda! Mas... _ o senhor balançava a cabeça negativamente sem nem escutar o que eu ia dizer e eu explodi. _ Que merda! Ninguém mais ajuda ninguém hoje em dia...

_ Mocinha, só tô fazendo meu trabalho.

_ Seu trabalho? Seu trabalho? Olha pra mim! Eu dei aula o dia todo! Fui uma bela bosta com meus alunos maravilhosos de dança contemporânea! Acabei de devorar uma barra de chocolate! Não tô transando e nem posso usar meu carro pra chegar mais rápido em casa e resolver meu problema no chuveiro! Então me desculpa se eu não entendo o SEU trabalho... _ eu apontava para o senhor e Gustavo já me puxava de volta.

_ Valentina... Calma, vem cá. Amanhã você resolve isso... _ vi o senhor já fechando o portão. Tentava controlar minha respiração mas senti meu rosto ficando cada vez mais vermelho de raiva. Nem me dei conta de tudo que falei quando explodi até estar dentro do carro de Gustavo, enquanto ele dirigia. Pairava um silêncio constrangedor e pude sentir um ar de riso quando ele me perguntou. _ Onde você mora?

Dei o endereço e só. Não conseguia falar e se ele se atrevesse a soltar uma piadinha... Mas eu podia sentir o riso preso em seus olhos e as inspirações profundas para segurar a gargalhada. Mas eu tinha certeza que aquilo não estava sendo nem um pouco engraçado para mim. Ele parou na frente do prédio, eu agradeci e quando abri a porta para descer, ele segurou meu braço.

_ Espera...

_ O que foi, agora? _ suspirei encostando de volta no banco.

_ Não tá esquecendo de nada? Você me deu um bolo! Lembra que combinamos de almoçar juntos? Não vai nem me explicar o que aconteceu? _ sério que ele não tinha sacado a deixa? Quantos foras eu precisava dar no cara para ele perceber que não ia rolar? Por outro lado quanto mais o rejeitava, melhor. Levando em consideração o que ele fez com Marianinha, aquilo era muito pouco. Ah, Marianinha... seu rostinho chorando me veio à mente e eu quis socar a cara do Gustavo.

_ Tive outras coisas pra fazer... Olha... Preciso subir, tive um dia porcaria.

_ E continua linda. _ ele sorria e eu revirava os olhos tentando sair do carro mais uma vez e ele, de novo, me segurava.

_ Por favor...

_ Tá, desculpa... desculpa. Não sabia que você não gostava de elogios.

_ Eu não gosto de conversa furada. E de você.

_ Por que você não gosta de mim? _ ele me encarou e eu pesava as alternativas. Se eu falasse a verdade, estaria expondo a Marianinha. Mas se eu não falasse, era melhor inventar algo bem rápido. A vontade de esfregar na cara dele o quanto ele era moleque pelo que fez com a minha amiga era grande.

_ Eu não gosto do seu tipo. _ disse por fim. E ele ficou me encarando em silêncio por alguns segundo sem entender. Abriu a boca duas vezes mas não saiu nada. _ Posso ir?

_ Como é que é? _ inferno! Será que ele não me deixaria subir? Por que eu ainda estava dando papo para o Gustavo? Devia já ter saído e batido a porta do carro com toda a força. _ Meu tipo? O que... homem? Você não gosta de homem, é isso? Entendi! Você é lésbica! É uma das amigas lésbicas da Stela!

_ Esse é o motivo mais plausível que você encontra quando uma mulher não se interessa por você? Sério? _ o cara era mais egocêntrico e ridículo do que eu imaginava. Sério que ele se achava tão irresistível assim? Eu tinha vontade de lhe virar a mão no meio da fuça. Isso descarregaria metade das minhas frustrações do dia de hoje. _ Eu não posso gostar de alguém como você! Sendo homem ou mulher. Eu gosto de homem! Macho! Mas eu não posso gostar de alguém como você porque você é uma pessoa egoísta que não se importa com os outros!

_ Que isso! Você nem me conhece!

_ Já disse que conheço seu tipo. _ ele virou para frente, se recostou e suspirou boquiaberto. Seu olhar era incrédulo tentando achar uma explicação de onde vinha tudo o que eu tinha acabado de jogar na sua cara. Não ficaria compartilhando daquele silêncio, resolvi aproveitar a deixa e sair daquele carro _ E agora: boa noite!

_ Espera! _ ele gritou saindo do carro e correndo até mim antes que eu chegasse ao portão. Inferno! Parou na minha frente e respirou fundo. _ Eu não sei qual o motivo de me importar tanto com o que você pensa de mim. Talvez seja porque você jogou tudo isso na minha cara. Tudo isso que eu não sou e sem me conhecer. Mas eu não sou assim.

_ Ok.

_ Ok? _ ele agora me fitava, incrédulo. _ Como assim "ok"?

_ Não tem "como assim". Eu só preciso tomar um banho e dormir pra acordar bem cedo e buscar meu carro.

_ Sai comigo, amanhã!

_ QUÊ????

_ Pra eu te provar que não sou esse merda que você acha que eu sou...

_ Você não precisa me provar nada. Muito menos que não é um merda.

_ Me acompanha numa festa.

_ Mesmo se eu quisesse... O que não é o caso, eu não posso. Também tenho um evento, amanhã.

_ Ok... Marcamos outro dia da semana, então?

_ Se eu concordar você vai me deixar subir? _ ele balançou a cabeça afirmativamente e eu me virei mas podia sentir seu sorriso na minha nuca. E, também, ver pelo vidro da portaria.

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