Thomas
Caralho!! Tinha acabado de bater o joelho em um dos móveis do quarto enquanto entrava numa bermuda. Samantha e eu estávamos atrasados para pegar Annabelle no aeroporto.
Ela sempre esteve em cada uma de minhas inaugurações e eu não aceitaria que ela não aparecesse desta vez.
Samantha estava terminando de calçar seus tênis, ela levantou-se e seus jeans estavam agarrados ao corpo assim como sua camiseta. Não fazia muito tempo que eu havia saído de dentro dela, mas já estava louco para estar lá outra vez.
-Você está atrasado! Perdeu sua pontualidade em algum lugar? - Samantha sorriu.
-Perdi em você, Samantha. E estou pensando seriamente em baixar esses jeans e lhe dar algumas palmadas.
-Oh! Talvez eu até goste disso. - Eu sorri para o que ela disse e comecei a andar em sua direção. Vendo o que eu estava prestes a fazer Samantha saiu do meu alcance.
-Eu não me importo em atrasar um pouco mais ou levar um sermão de Annabelle para ver você gostar dos meus tapas, Samantha.
-Só que eu me importo. - Quando eu estava a alcançando, ela correu pela porta, eu sorri e voltei para buscar meus tênis.
Noite passada conversamos sobre contar sobre nós a Annabelle, Samantha decidiu que iria fazer isso sozinha, não queria que fosse de qualquer jeito. Elas teriam seu momento a sós. Então até chegar esse momento eu teria que me comportar, manter minhas mãos e tudo mais longe dela.
Difícil pra caralho!
Aproveitei para tocá-la por todo o trajeto até o aeroporto e a beijei demoradamente antes de descermos no estacionamento, seus lábios estavam vermelhos quando parei.
-Thomas!!!! Minha boca está dormente. Reze para que sua irmã demore a chegar.
-Desculpe, mas você não me pediu para parar.
Levei um soco no braço por isso, mas valeu muito a pena. Samantha tinha uma falsa expressão brava no rosto e suas bochechas estavam levemente vermelhas. Ela era incrivelmente linda.
Trinta minutos depois o voo de Annabelle pousou. Estávamos no portão de desembarque vendo as pessoas saírem quando avistei os cabelos dourados de minha irmã. Ainda parecia a menina que corria para os meus braços quando me via subir pelas escadas de casa.
-Oi!!! - Ela jogou-se em mim.
-Como você está?
-Melhor agora. - Seus olhos estavam marejados, eu a abracei novamente.
-SAM!!! - Annie pulou de mim para Samantha apertando-a até que quase podia ouvir seus ossos estalarem. - Uau garota, belo bronzeado. Parece que LA está rendendo.
Annie lançou a sua amiga um sorriso intrigante e depois a mim. Não seria fácil enganá-la por muito tempo.
-Thomas me levou a sua casa na praia, Annie.
-Hum... Meu irmão está se comportando direitinho com você? - Annabelle continuava a me olhar agora de forma acusadora. Me analisando ela perdeu em ver Samantha mudar do leve bronzeado para a vermelhidão.
-Vamos senhoritas, não estou afim de ouvir vocês fofocarem neste aeroporto. - Andei até a esteira de bagagens e Annabelle começou a enumerar suas malas enquanto Samantha foi buscar um carrinho para carregá-las.
-Quanto tempo mesmo você vai ficar Annabelle? Um ano?
-Haha, muito engraçado. Uma garota tem que estar prevenida Tommy.
-Samantha chegou com duas malas e uma mochila, e ela está sempre perfeita.
-Pergunte a ela quem fez suas malas, querido.
Por um milagre todas as malas de Annie couberam no Porsche. Nós estávamos a caminho de casa, eu guiei pelas ruas atoladas de carros. Minha irmã falava sem parar e eu percebi que sentia mais falta dela do que imaginava, tinha deixado Redding e muito mais para trás. Minha vida estava diferente agora com Samantha e eu precisava mudar outras também. A solidão estava deixando de ser bem-vinda.
-Vou avisar a vocês que estou de férias e solteira, portanto não pensem que vou ficar trancada em casa.
-Ainda solteira Annie?
-E pretendo continuar. - Os olhos dela desviaram para a rua através da janela enquanto Samantha a cuidava pelo retrovisor. Por algum motivo minha irmã estava triste, e agora eu gostaria de saber o porquê.
-Vamos sair para jantar. Depois você decide onde mais quer ir.
Seu sorriso voltou e fiquei mais tranquilo.
Adentramos no The Only na Sunset Boulevard, de todos que abrimos este era o mais sofisticado. Muito procurado por famosos, era fácil você vir jantar e dar de cara com estrelas do rock aqui e as favoritas de Nicholas, as supermodelos.
Levei as garotas até uma das melhores mesas e fui falar com o gerente. Tudo em ordem, o movimento já havia passado. Já um pouco tarde, por causa da demora de Annabelle a colocar uma porra de um vestido e um par de saltos passava das dez da noite.
Voltei para onde as tinha deixado e um cara estava sentado em meu lugar. Rolex no pulso, terno caro, mas Annie não estava contente com sua presença.
-Algum problema aqui? – Encostei ao seu lado.
-Nenhum cara, obrigado. Nos traga seu melhor vinho, estou curtindo as gatinhas. Principalmente a bela morena.
Péssima jogada, amigo.
-As gatinhas não estão curtindo a sua companhia, por favor levante-se.
-Escuta cara, não vou me levantar. Sou cliente aqui e meu pai paga caro pelo meu cartão de crédito graças a comida dessa porcaria, se você tem algum problema comigo chame seu gerente, ele vai decidir se eu devo ou não sair.
Eu não ia encher a cara do idiota de socos a menos que ele falasse de qualquer coisa relacionada as duas outra vez. Hoje eu estava paciente.
-Estou pedindo para você se retirar. - Ele olhou Samantha e piscou, tomou outro gole de vinho antes de levantar-se.
-E quem merda é você, cara? Eu só saio se o gerente me disser para ir. E talvez nem ele consiga isso.
-Eu não preciso do gerente, eu sou o dono. Diga a seu pai que ele não precisará mais pagar pela comida dessa porcaria. Arrume outro lugar para frequentar.
Eu tinha dois seguranças próximos que olhavam o filhinho de papai com atenção, ele riu e saiu sem sentir-se derrotado e com meus caras o seguindo. Dessa vez nenhuma gota de sangue foi derramada.
Samantha
Era totalmente insuportável ficar perto de Thomas agora sem não poder tocá-lo. Nossos olhares se cruzavam todo o tempo, mas seu toque a mim era limitado. Hoje não tive e nem terei a oportunidade de falar com Annie sobre nós dois, ela inventou de sair e isso não ajudou em nada.
Estávamos sentados em um dos restaurantes de Thomas e ele havia posto para correr um idiota que se folgou em nossa mesa. Annie e eu agradecemos e em seguida ela fez o pedido do vinho, acompanhamento, prato principal e até da sobremesa para todos nós. Ela exercia até na comida sua autoridade.
Maníaca por controle.
Annabelle comandava também nossa conversa, por vezes ela começou a falar do sr. Miller, mas Thomas se esquivava para falar sobre o pai.
-Então, o que vocês têm feito para se divertir? - Annie perguntou enquanto saboreava o conteúdo da finíssima taça de cristal.
Thomas e eu nos entreolhamos.
-Praia, basquete, filmes... Coisas assim Annie - Respondi.
-Sério isso? Você a levou para um jogo de basquete? - Fui obrigada a rir, Annabelle fuzilava seu irmão com o olhar.
-Ah vamos.... Foi divertido. - Thomas me olhava. Eu poderia me derreter com aquele sorriso.
-Foi. - Eu disse - Nós nos divertimos até rindo das pessoas na praia Annie. Não se preocupe a companhia do seu irmão é muito boa. - Sorri levemente quando meus olhos encontraram os de Thomas outra vez.
-Estou vendo que é. - Annie riu e tomou outro gole de vinho.
Fiquei envergonhada e desviei o olhar, estávamos dando muito na cara para Annabelle. Dessa forma não precisaria contar nada a ela.
Tocamos apenas em assuntos confortáveis a todos ao final de tudo, trabalho, diversão e minha família. Thomas contou quantos puxões de orelha levou de minha mãe na escola e nós rimos. Tarde da noite nos levantamos e Thomas dirigiu até uma boate. Pleasure brilhava no letreiro e uma fila virava a esquina.
-Aqui está bom para você Annie? - Ele a perguntou
-Deus me livre ficar esperando nessa fila. - Ela reclamou depois de ver a fila que chegava até a próxima esquina.
-Annabelle, por algumas coisas vale a pena lutar, Princesinha. - Eu ri com o olhar "Arranca bolas" que Annie jogou em Thomas - Para sua alegria irmãzinha, eu conheço o dono. Você não vai precisar cansar seus pés nesses saltos exagerados.
-Por motivos assim que eu o amo Thomas Miller, só por isso.
Eu era filha única, mas me sentiria feliz com um relacionamento de amor e ódio com um irmão assim como esses dois.
Já dentro da boate, a música era ensurdecedora. As pessoas pulavam e balançavam seus corpos na pista de dança como se o mundo fosse terminar hoje. Annabelle já estava no ritmo, ela deveria ter seguido a carreira de bailarina. Ela remexia-se em seus saltos sem problema algum a minha frente. Thomas segurava minha mão firmemente, como se tivesse medo de me perder naquela multidão. Apertei seus dedos de volta e ele sorriu sem me olhar.
Annie rebolou até uma área reservada que seu irmão indicou e sentou-se em uma poltrona.
-Amei isso aqui, poderia viver em LA.
-Los Angeles irá se tornar a cidade que deu abrigo aos nascidos em Redding. – Thomas respondeu a sua irmã.
Nós conversamos por um tempo, os drinques foram chegando a mesa aos poucos, Annie e eu esvaziávamos os copos rapidamente. Thomas nos cuidava e mantinha-se bebendo apenas água.
Eu gostava de me divertir, mas discretamente, já minha melhor amiga não sabia o significado dessa palavra. Ela me puxou e dançou ao meu redor, tínhamos alguns caras nos olhando e Thomas cuidando de cada um deles.
A boate ficou mais cheia do que já estava agora. Acho que todas as aquelas pessoas que estavam na fila já haviam entrado, talvez até algumas a mais.
-Eu vou ao banheiro, não saiam daqui. - Thomas gritou para que ouvíssemos. Eu não ousaria sair da segurança dessa área para entrar no meio dessa multidão. Thomas piscou para mim e se foi. Quando ele desapareceu dos meus olhos Annabelle se levantou.
-Vou dar uma volta. Não saia daqui.
-Annie, seu irmão disse para ficar aqui.
-Aquilo foi mais para você do que para mim, Sam. Eu volto logo, quero tomar algo diferente.
Maldita garota, nada passava despercebido por ela, nada.