Surpresas

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Parei o carro em frente à casa de Rosa ás oito em ponto, mas na verdade já estava rodando pelas estradas a muito tempo. Meu estado de agonia era patético.

Desci do carro e fui em direção ao portão para tocar a campainha e antes que eu subisse o primeiro degrau Samantha apareceu na porta.

Não importava qual monumento, obra de arte ou pedra preciosa atravessassem meu caminho, nada seria mais bonito do que Samantha em um vestido e tênis. Cada vez que eu a via a admiração era a mesma.

Ela tinha um casaco sobre os ombros e sua mochila na mão. Talvez ela estivesse tão ansiosa quanto eu, mas na realidade ela nunca me decepcionou com horário.

-Oi. - Ela estava a minha frente se pondo na ponta dos pés para beijar meu rosto.

Caralho!

-Oi, como você está? - Tomei sua mochila e a coloquei no banco traseiro.

-Estou bem e você? - Eu sorri.

-Muito melhor agora.

Era ela quem sorria agora e tudo o que eu pensava era em borrar seu batom vermelho.

Vi Rosa aparecer na porta e acenar.

-Divirtam-se. - Lhe devolvi o aceno e agradeci.

Ajudei Samantha a se acomodar no banco e o cheiro de seu shampoo me atingiu. Eu sentia falta dele no meu travesseiro. Ao seu lado eu me sentia como a porra de uma granada prestes a explodir, não apenas pelas inúmeras sensações, mas pela merda da felicidade que ela me causava.

Coloquei meu cinto e percebi que todo o meu dia girava em torno dela. Todos os meus pensamentos tinham relação com Samantha, ao que vivemos e a como eu queria que tudo desse certo agora para tê-la novamente. O resto agora pouco importava.

-Como vai o trabalho? - Sua voz me trouxe de volta quando pegamos a estrada.

Eu gostava de ouvir essa pergunta todos os dias. Ela sempre a fazia e ouvia atenta cada palavra que eu lhe dizia sobre meus dias bons ou de merda. Não importava o assunto, Samantha se importava em saber.

-Cansativo para falar a verdade.

-Oh, de modo ruim?

Ele poderia ter sido o inferno na terra, mas vê-la assim preocupada com meu bem-estar fazia tudo mudar. Sorri e a olhei por um tempo antes de responder.

-Nunca é realmente ruim. É que expandir é trabalhoso.

-Ah sim. Você está cuidando daquele lugar na praia, não é?

-Sim e está tudo uma bagunça.

-Acho incrível você conseguir lidar com tudo isso. A rede de vocês é enorme.

-Sim, ela é, mas estou acostumado. A parte de criar um novo ambiente é mais exaustiva. Nick e eu estamos passando horas trancados em salas de reuniões para decidir mais e mais detalhes. Tem horas que não suporto olhar aquele italiano. - Samantha sorriu abertamente.

Ela e Nick haviam desenvolvido uma certa amizade. Agora eu confiava em tê-lo próximo a ela. Claro que não muito.

-Como ele está? Faz um bom tempo que nos falamos.

-Acho que bem apesar dele andar aéreo em algumas horas e ainda mencionar alguma coisa como "Maldita loira!".

-Oh, é mesmo? - Ela parecia intrigada.

-Você sabe algo sobre isso?

-Eu? Não, não! Por que, deveria? - Até seu jeito em tentar mentir me atraía.

Só Poderia Ser VocêWhere stories live. Discover now