Só Poderia Ser Você

Italiano Encrenca

Samantha

Eu não encontrava Thomas a noite, apenas de manhã antes dele me dar carona até o trabalho.

Tomei banho e depois sequei meus cabelos sem esperança de vê-lo. Era sexta-feira, ele provavelmente tinha planos, com certeza com uma loira com um sorriso colado ao rosto.

Revirei meus olhos para meus próprios pensamentos e procurei algo para me ocupar.

Eu havia tirado Thomas de minha mente quando ouvi barulho pela casa. Saí para espiar e vi do andar de cima ele se jogar no sofá.

Thomas parecia exausto e mesmo bagunçado ele estava muito bonito. Ele jogou os pés sobre um acento e coçou seus olhos com uma de suas mãos. Quando seu celular começou a tocar ele não ficou contente ao ver sobre quem se tratava.

-O que você quer? - Sua impaciência com a pessoa do outro lado da linha mostrava que ele havia ficado visivelmente irritado.

-Isso é ótimo, talvez uma viagem faça bem a você. Ligue-me apenas se necessário e não faça nenhuma merda por aí, pelo amor de Deus. Eu tenho que ir, adeus.

Thomas estava aborrecido e não ficaria feliz em me ver o espionando

Voltei para o quarto sem fazer barulho e encostei a porta. Eu não queria incomodá-lo mais apesar de estar tremendamente curiosa.

Mal havia sentado sobre a cama quando ouvi suas batidas a minha porta.

-Samantha?

Sua voz era abafada através dela. Quando abri, dei de cara com o sorriso de menino que ele ainda carregava por todos esses anos. Parecia que seu mau humor era apenas com a pessoa que ele havia trocado algumas palavras minutos atrás.

-Oi.

-Oi...É... Eu estou precisando tomar alguma coisa, você quer sair para dar uma volta?

Lembrei mais uma vez do que vi no almoço, meu estômago teimava em revirar, mas o que eu tinha com sua vida? Ele era livre para sair com quem quisesse. Então eu poderia desfrutar de sua companhia e me divertir. Quem sabe agora parava de fantasiar a seu respeito.

-Claro. -Lhe respondi finalmente.

-Ótimo, esperarei por você lá embaixo.

-Levo apenas alguns minutos.

Não sei o porquê, mas resolvi me produzir. Sem exageros apenas calcei saltos e adicionei maquiagem leve. Soltei meus cabelos, olhei-me nos espelho e desci.

Thomas estava me esperando como prometeu, sua atenção estava no celular que ele digitava ferozmente. Ele levantou seus olhos e me viu pelos vidros das grandes janelas. Estremeci no momento em que ele se virou e me olhou dos pés à cabeça. Não foi nenhuma reação incrível, mas aquele leve sorriso e suas palavras que me fizeram enrubescer um pouco.

-Você sempre consegue ficar mais perfeita.

Agradeci a ele sem conseguir olhar em seus olhos.

Como seria possível não fantasiar?

Nós saímos e somente quando chegamos a garagem lembrei de como se respirava. Thomas destravou outro carro que era novo ali.

-Um Porsche? - As palavras escaparam da minha boca antes que eu pudesse perceber.

-Um cara não pode se divertir? - Ele disse rindo.

Ele como sempre foi agradável comigo, conversamos por todo o trajeto sobre o trabalho e o que eu estava achando da cidade. Thomas ria de mim quando começamos a falar sobre basquete. Me fingia de zangada sempre que ele zombava de meu time perdedor.