A Garota do Lenço Amarelo - S...

By TabithaLuizi

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Obra protegida por lei /Todos os direitos reservados. Seu povo vivia em guerra á milênios. Sua família era di... More

Flash back- Hadassa 1
O lenço - Julio 2
Nada é o que parece - Hadassa 3
São Paulo - Julio 4
Eu quero ele? - Hadassa 5
Aviso!!!
"O Dia" - Hadassa 7
"Indescritível Felicidade" - Julio 8
Irresistível Felicidade - Hadassa 9
Kahalesi 10
"Lua de Mel" - Julio 11
Recadinhoooo!
Eu quero eu vou atrás - Hadassa 12
Completamente Minha - Julio 13
Vida de casada - Hadassa 14

O primeiro encontro - Julio 6

200 19 11
By TabithaLuizi

Estávamos a quinze minutos na estrada. Eu queria levá-la para um lugar muito especial para mim. Desde quando o meu avô me chamou para aquela nossa última conversa. E ele dizia. "Julio, você pode estudar, se erguer, reerguer, seguir carreira, seus sonhos, prosperar nos negócios, mas nada no mundo substitui a família, é o nosso presente mais precioso, o presente mais valioso que Deus nos dá, pense nisso meu filho. "Meu avô era um romântico. Mas que se perdeu pelo caminho, e deixou o poder o cegar por vinte anos, ele machucou e esqueceu da minha vó por tantas vezes. E eu aprendi com ele e suas estórias que, a família era mais importante. E que se eu chegasse a conhecer o amor da minha vida, era para eu não deixar ele ir embora. Por isso, andei distante de relacionamentos sérios, enquanto estive na faculdade, na polícia federal e na Interpol. Tinha casos de algumas noites apenas, eu queria me apaixonar, e quando aquilo acontecesse, eu queria estar pronto para amar sem reservas. E cuidar da minha amada, assim como meu avô cuidou da minha avó nos seus breves últimos dias. Nesses meses que eu havia conhecido Hadassa eu sabia, que ela era a primeira e única mulher que eu amaria. Ela ouviu minhas estórias sobre meus avós, meu pai, minha mãe. Nós combinamos de daqui duas semanas quando meus pais chegassem da Grécia, que nós iríamos todos juntos almoçar na casa de meus pais. Minha mãe queria conhecer Hadassa, urgentemente. Ela sabia que eu estava apaixonado pela primeira vez. Ela ficou tão feliz e aliviada. Tinha medo que eu morresse solteiro. Essas coisas.

Chegamos na estradinha de terra, e Hadassa olhou para mim tensa.

-Primeiro, saímos de São Paulo, e agora estamos numa estrada rural. Onde você está me levando Julio? - Ela me perguntou desconfiada.

Eu sorri e olhei para ela. Ficava ainda mais linda preocupada.

-Você não confia em mim?

-Não... não é isso. Claro que confio.

-Só falta poucos metros. Relaxa.

-Tudo bem. - Ela disse e devolveu um sorriso tímido para mim.

Eu virei para a esquerda e logo avistei as luzes das chácaras aos arredores do parque nacional do Jaraguá. De dia já era muito bonito, mas de noite as luzes eram um espetáculo à parte.

-Nossa! Que lindo! Quantos chalés iluminados por aqui.

-Realmente.

-Você tem uma casa por aqui também?

-Tenho.

-Também com o dinheiro que você e sua família possuí, não seria uma surpresa.

-Tá desdenhando do meu patrimônio? - Eu perguntei incomodado. - Isso te deixa desconfortável?

-Olha, um pouco sim. Não estou acostumada, com isso. Você sabe. Somos de culturas diferentes, classes sociais diferentes. Enfim... não fique bravo, é que é tudo novo para mim.

-Eu sei, eu sei... bonequinha. Compreendo. - Eu a assegurei e acariciei suas mãos que estavam no seu colo. E ela ficou vermelha.

-Acho tão fofo, quando você me chama de bonequinha.

-É o que você é para mim. Metade do tempo, você me parece uma bonequinha. Carente de proteção. E na outra metade do tempo, é tão independente e sexy como uma mulher adulta. Você me deixa doido. - Eu disse a verdade de uma vez. Hoje eu seria ainda mais sincero do que venho sendo. Hoje ela saberia os meus reais sentimentos por ela.

Hadassa ficou sem graça e virou o rosto para observar a paisagem lá fora. Essa timidez dela que aparecia de vez em quando, me deixava doido de desejo. Logo fiz a curva final para o nosso destino. E um chalé de tijolinhos com cercas brancas apareceu em nosso campo de visão. Estava todo iluminado. Todas as vezes que vinha aqui, era como se eu estivesse esperando que meu vô abrisse a porta da frente ao ouvir minha buzina. Pena que aquilo não era mais fisicamente possível. Como eu sentia sua falta.

-Chegamos. - Eu anunciei. Desliguei o caro e saí para abrir a porta para ela. Sim sou desses.

Ela saiu do carro e ficou encantada pelo chalé.

-Julio que lindo! Parece a Europa, mesmo. - Ela me disse e fomos para a entrada principal. - Que perfeito, luminárias de chão. Parece um caminho de luz, ótima boas-vindas. - Concluiu.

-Ideias de dona Judith, minha vó cuidava dessa casa com tanta alegria, pensava em todos detalhes. - Eu contei nostálgico.

Nós entramos e eu fechei a porta em seguida. Hadassa ficou admirando o lugar. Havia uma sala ampla. Uma lareira e na parte de trás uma copa e uma cozinha. A escada era redonda e larga e no segundo andar havia três quartos médios. O quarto dos meus avós foi por muito tempo no andar de baixo, perto da copa. Ela quis fazer um tour pelo chalé em tão eu a acompanhei com o maior prazer.

Na sacada do meu quarto. Ficamos observando a paisagem, as montanhas, a vegetação que estava parcialmente iluminada pelo conjunto de chácaras ao redor. Era deslumbrante, eu nunca me cansaria daquele lugar. Era um lugar de paz. Ela parecia estar submersa em seus pensamentos e ficou calada por alguns minutos. Depois ela se virou para me encarar. Seu olhar era forte e determinado. Mas depois suavizou.

-Fico feliz, que sua vó tenha tido tempo de curtir com seu avô, seus últimos dias aqui. Com certeza foram muito, muito felizes, não é?

-Foram. Os últimos quatro anos deles juntos. Foi a época em que eu vi meu avô sorrir sem aquele peso, de negócios, poder, dinheiro. Ele realmente entendeu que sua felicidade era simples. Era apenas amar a mulher da vida dele, sem reservas. No quarto mês que ele havia se afastado da empresa minha avó começou a ter suas dores de cabeça. O tratamento começou. Ela milagrosamente ficou curada, mas ai no último ano, ela descobriu o tumor no fígado. Mas mesmo assim. Ela desfrutou cada sentimento, e sonho ao lado do meu avô. - Eu contei relembrando daqueles dias tão felizes e tão difíceis ao mesmo tempo para nós.

-Um paradoxo, não é? - Ela me perguntou e encostou sua cabeça no meu ombro. E eu a agarrei pela cintura. Ficamos contemplando aquele lugar maravilhoso mais um pouco, sentindo o calor da nossa aproximação.

-Sim, é. - Eu concordei. - Vamos entrar? Está ficando mais frio.

-Você não gosta de temperaturas baixas mesmo, não é?

-Brasileiro, sabe como é.

Ela riu, demos as mãos e voltamos para dentro do chalé. Descemos as escadas. E sentamos em frente a lareira. Ela disse que queria fazer um chá. Então ela mesma fez questão de ir até a cozinha. E preparou para nós dois. Sentamos bem próximos. Hadassa ficou me olhando. Foi muito sexy. Aquela mulher tinha que ser minha. Eu faria o pedido logo, eu sabia que ela também sentia o mesmo. O jeito como ela me beijava, entregava tudo.

-Julio, eu estava pensando esses dias, primeiramente, me desculpe, por ter estado tão distante de você. Afinal, você me salvou de Ahmed, me trouxe para viver com você e sua família aqui para São Paulo, longe daquela bagunça que era a vida da minha família por causa dos Kahalesi. Eu deveria ser muito mais grata, eu sei... e

-Ei... - Eu disse tocando o queixo dela a fazendo olhar em meus olhos. - Você e sua família, não me devem nada.

-Como não? Devemos sim. Eu mesma já nem sei de qual lugar nós realmente somos. Julio, não sabemos se, em Gaza, Tel Aviv, Foz do Iguaçu ou Istambul. Foram tantos lugares, em busca de um pouco de paz, que não sabemos realmente a qual lugar pertencemos. Esse sentimento é conflitante.

Ela me disse com lágrimas nos olhos. Eu sabia, sabia que aquilo era difícil. A sua vida sempre foi louca. Sempre tomando cuidado para que os Kahalesi não os trouxessem, dor e sofrimento.

-Hadassa. Eu sei que não é mesma coisa. Mas quando eu fiquei em campo, por muito tempo. Eu também por vezes, não sabia a qual lugar no mundo eu deveria pertencer. Meus pais, eles fizeram um pacto os impedindo de revelar que eram meus parentes. Usei um codinome por muito tempo. Ainda uso para todos os efeitos por causa da ONU. No entanto sempre soube que eu tinha um lugar para eu voltar e chamar de minha casa. - Eu me abri, mais uma vez. Queria que ela entendesse que eu estava pronto, e seguro para assumir tudo que a envolvesse.

-Tudo bem, mas mesmo assim. Nós perdemos a nossa identidade. Eu quero fazer parte de algo, quero finalmente criar vínculos. E obrigado Julio, por sua causa finalmente posso dizer, que poderemos tentar.

-Não dependeu só de mim, Hadassa. E se você não quisesse vir? E se você não tivesse confiado em mim? Você e sua família também precisaram de coragem e muita disposição. - Eu disse sério. E a olhei intensamente.

-Tudo bem. Você pode estar certo. Muito obrigado Julio, por tudo o que fez por nós.

-Eu faria isso, sem nem ao menos pensar duas vezes. Eu estou apaixonado por você Hadassa. - Confessei mais uma vez. - Desde o dia que nos conhecemos, não tiro você da minha cabeça. Firmamos uma amizade. Trabalhamos juntos em Istambul, a nossa química foi inegável. E mesmo que eu não tivesse me apaixonado por você desde o primeiro dia, eu te ajudaria a sair daquela confusão.

-Oh, Julio. Você realmente é um homem digno. Muito especial para mim. - Ela me disse e tocou meu rosto. Aquelas mãos delicadas e femininas, me deixavam louco. Eu fechei meus olhos, para que eu absorvesse aquele momento.

Era agora ou nunca. Eu faria o meu pedido. RESPIREI FUNDO. Peguei a caixinha do bolso do meu blazer. E me ajoelhei na sua frente. Ela me olhou confusa. E eu prossegui.

-Hadassa, minha bonequinha. Eu quero que você pertença ao meu mundo. Eu sei que você também é meio brasileira, tem um carinho imenso por este país. Sei também que a nossa química é avassaladora. E eu te amo. Como nunca amei nenhuma mulher antes. É a primeira vez que me apaixono de verdade. E eu quero que...

-Julio! Por favor... levante...

-Não... deixa eu terminar. Eu quero que você, me deixe te amar, te proteger e cuidar de você e da sua família... para o resto de nossas vidas. Eu sei que você ainda não está apaixonada como eu estou por você... Eu sei que você planejou este momento com Hálim, mas...

-Julio! - Ela exclamou e desceu no tapete comigo. Se ajoelhou e colocou um dedo, nos meus lábios. - Quem disse que eu não estou apaixonada por você?

Eu fiquei esperançoso com aquelas palavras e continuei a observando intensamente.

-Tudo bem. Planejei muito tempo, me casar com aquele que se tornou um dos meus piores inimigos. Ele é passado! Você... você é o meu futuro... eu penso em você desde o dia daquele baile anual da ONU. Aqueles beijamos que trocamos, os beijos que damos eventualmente... eu nunca senti tanto desejo por alguém como sinto por você. Se isso não é paixão... me diga você.

Foi a minha vez de ficar atônito. Aquelas palavras. Eram tudo o que eu havia esperado naqueles quase cinco meses. Ela me tocou no rosto novamente. E eu sentia meu rosto formigar. Minha vontade era de pegá-la no colo antes mesmo de ouvir sua resposta e subir para o quarto com ela, e a tornar minha, como sempre desejei. Foram dias incontáveis sonhando com aquilo.

-Então sim, eu aceito. Julio, você é mais do que imaginei, meu lindo...você é meu herói.

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