São Paulo - Julio 4

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-Tudo certo Julio! Estamos monitorando todos os passos dos Kahalesi. E encobrimos todos passos de Hadassa. Nunca saberão que ela está com você!

-Minha vida privada está na escuridão na Interpol? É imprescindível que seja assim! Sem rastros - Eu digo firme.

- Exatamente, para todos os efeitos você continua sendo o agente órfão que foi ligado a PF e a interpol por anos e por motivos de saúde se aposentou! Nunca você será descoberto por aqueles palestinos. Eles não tem poder aí no Brasil! Mas te aviso amigo, Ahmed pode vir pessoalmente pesquisar, assim como turista. Fique longe das colunas sociais internacionais é mais seguro!

-Ok. Richard! Obrigado pelo apoio em Istambul.

- Skyers! Sempre - cantou Richard animado.

- Skyers! Sempre

Eu me despeço e encerro a ligação. Estava na minha sala n meu escritório no centro de São Paulo. Eu me levantei e me concentrei na janela. A vida em sampa, era frenética. Eu fiquei tentando me distrair para não ligar para ela. Eu sei, estava tentando deixá-la confortável. Ela precisava de espaço, não queria a forçar em nada. Nestes últimos três meses depois que chegamos de Istambul. Ficamos próximos, não poderia negar. Meus tios foram tão solícitos e hospitaleiros com Hadassa e sua família. Alugamos uma casa para hospedá-los. Meu tio ficou impressionado com o talento e profissionalismo do pai de Hadassa. E me disse que haviam chegado em boa hora. Eu fiquei imensamente feliz. Hadassa, ficou ajudando sua mãe com a decoração da casa e também ajudou meu tio com a loja sendo uma espécie de assistente e vendedora. Mas hoje ela iria fazer a entrevista que ela tanto desejou desde que havia chegado. Ela obteve um contato no consulado da Turquia. Foi recomendada por mim, claro, mas pedi para Romano dizer que a ideia fora dele. Hadassa não estava mais tão confortável com a ajuda contínua vinda de mim. Eu sentia que ela achava que sua dívida só aumentava e que um dia eu teria todo o direito de cobrá-la com juros. Mas eu disse que aquilo nem deveria estar passando pela cabeça dela. Foi a nossa primeira discussão feia. Ok. Não temos um relacionamento concreto. Ela, anda meio bipolar, quando cedemos á nossa atração, ela se entrega ao nosso momento, mas depois logo se afasta e foi aí que percebi que ela precisava de um tempo. Então passamos a no ver somente aos finais de semana. Quando eu ia visitar meus tios e consequentemente Hadassa e sua família.

Eu queria tanto, que ela se abrisse para mim. Eu nunca desejei tanto uma mulher como eu a desejava. Para cuidar, amar e proteger. Ela tinha aquele jeito diferente. Aquele estilo peculiar e cultural de se portar, se vestir. Tão simples mas de bom gosto. Vestidos florais, de um corte tão mais comportado. O choque de cultura era intenso. Quando ela saía comigo e nos encontrávamos com alguns amigos e amigas. Era evidente a diferença dela para as outras mulheres no Brasil. E aquele cabelo longo ondulado, de uma cor tão diferente. Um castanho acobreado. A cor da pele dela tão branquinha. Todos os meus amigos foram educados e hospitaleiros com ela. E eu como sempre com aquela cara de bobo apaixonado, a admirando. Não sabia classificar a nossa relação atual. Não éramos namorados, éramos amigos de verdade, mas nossas bocas sempre davam um jeito de se encontrar. Quando nos beijávamos eu tinha certeza de que ela era a minha perdição. Eu não resisto e mando mais uma mensagem para ela.

Dez minutos mais tarde ela me responde.

"Oi Lindo.

Eu consegui! Já comecei no ato a trabalhar. Tenho que traduzir uns processos de tomada de posse. Vou terminar tarde hoje. Sei que é quinta e você tem um jantar importante. Me desculpe. Outro dia eu irei com você. Compreende não é?"

Had

Eu já abro um sorriso. Quando ela escrevia ou me chamava de lindo. É porque estava de bom humor. Está feliz com o emprego dos sonhos. Eu só me decepcionei pela a ausência no jantar de hoje. Ela seria minha acompanhante. Respirei fundo, e fui tomar uma água. Era sempre assim, quando estávamos nos aproximando. Algo além de nosso controle se interpunha entre nós. Tudo bem. Paciência, era o primeiro dia dela. Causar uma boa impressão era fundamental. Eu terminei de revisar uns processos, ainda mantinha contato com a sede da ONU em Istambul. Mas meus contatos eram mais privados. Assim que terminei já eram sete horas. Eu fui até o banheiro do meu escritório. Tomei uma ducha rápida. Me arrumei. E sim, me dei esse luxo, afinal passava mais tempo no escritório do que em casa, então resolvi torná-lo uma extensão de casa. Assim poderia me arrumar para jantares de negócio sem perder tempo.

Nessa hora o trânsito estava começando a diminuir. Mas ainda estava grande. Em meia hora cheguei ao Terraço Itália, na Avenida Ipiranga. Um dos meus lugares favoritos na cidade. Eu procuro pela mesa reservada. A assistente de Lúcio já estava no local, e me avisou que ele chegaria em breve. Ela começou um papo. Dou-lhe atenção até que percebo seus olhares animados em minha direção. Ela era linda, impossível não perceber e não olhar. Mas no momento, estava apaixonado por uma mulher espetacular. Se fosse em outros tempos, eu não ligaria em terminar a noite com aquela gostosa. Mas esse era o meu antigo eu. Hoje eu era mais razão, foco e concentração no que eu realmente queria, e ela tinha nome e sobrenome. Hadassa Eisen Yanselim. A assistente de Lúcio chegou mais perto de mim e tocou na minha mão. E foi aí que eu vi, Hadassa passando ao meu lado com uma cara decepcionada e confusa. Ela desviou o olhar e continuou indo até o fundo do restaurante, acompanhada por Romano e mais um funcionário do consulado. Eu sei, eu sei. Que merda foi aquela que acabou de acontecer?

A Garota do Lenço Amarelo - Série Garotas do Brasil - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora