Só Poderia Ser Você

By TarcianaAlexandre

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Samantha sempre teve uma queda por Thomas, seu vizinho e irmão de sua melhor amiga Annie quando ele ainda era... More

Prólogo
A aterrissagem
O encontro
Um Lugar Especial
Italiano Encrenca
Cabeças Confusas
Novo Foco?
Do céu ao inferno
Culpa da embriaguez
Caindo em tentação
O dia seguinte
A chuva
Annie, irmã e melhor amiga
Uma nova história
A inauguração
E a loucura continua
Vai ou fica?
A convenção
Uma breve tempestade
Revivendo passados
Maldita Heather
Os Castelli
A descoberta
A batalha da reconquista
Surpresas
Nova York
Novidade!!
Epílogo

Malibu

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By TarcianaAlexandre

Samantha

Eu havia acordado cedo na manhã seguinte, tinha posto em minha mochila todas as coisas que precisaria para o final de semana. Encontrei Thomas na cozinha entretido no fogão enquanto preparava coisas que cheiravam maravilhosamente bem. Eu lhe dei Bom Dia e ele me mandou sentar à mesa. Eu tinha elogiado sua omelete com bacon e as panquecas, e havia ganhado como prêmio seu melhor sorriso.

Thomas me disse com bom humor que tinha muitos talentos. Concordei pensando comigo que era verdade. Ele conseguia deixar suas roupas incrivelmente lindas com seu corpo, isto era admirável.

Havia notado finalmente seu boné virado com a aba para trás, isso deixou de lado aquele homem de negócio dos dias de semana.

Nós tínhamos pego a estrada e estava gostando das músicas tocando nos alto falantes assim como o bom tempo que fazia esta manhã.

Thomas tinha parado pelo caminho, para que eu pudesse escolher um bom biquíni nas lojas conhecidas de Malibu. Eu tinha ficado desconfortável com os preços absurdos, não tinha essa quantia para gastar em duas peças minúsculas. Ele sacou seu cartão de crédito e disse que eu não devia me preocupar. Eu não aceitei, já era demais, mas como ele era irmão de Annabelle, ou seja, tão teimoso quanto, me apressou em escolher as peças dizendo que estava fazendo perder um belo dia na praia e isso não era algo bom. Escolhi dois conjuntos que tinha os preços mais em conta entre todos e jurei para mim mesma que devolveria este valor, ele querendo ou não.

Não demorou para que Thomas parasse seu carro em frente a um grande portão. Ele seguiu para dentro depois de pressionar o controle. Descemos e pegamos nossas coisas. Enquanto Thomas abrias as fechaduras eu caminhei até a frente pela lateral da casa.

Ela ficava a alguns metros de altura acimas das outras. Não haviam vizinhos por perto, tinha um logo deck de madeira paralelo a uma piscina com visão infinita. A grama verde descia pelo pequeno morro e no meio dele existia um caminho de areia. O mais incrível era a vista, eu tinha perdido o fôlego. A imensidão azul do mar lá embaixo contrastava com a areia branca.

-Você gostou da vista? - Thomas apareceu ao meu lado.

-É lindo.

-Costumo vir todos os finais de semana tanto no verão quanto no inverno.

-Eu no seu lugar já teria vindo morar aqui.

-Você não gosta da minha casa?

-Não. Não foi o que quis dizer, eu apenas gostaria de acordar todos os dias ouvindo o barulho do mar.

Thomas estava sorrindo e eu tentava saber se era para mim ou de mim.

-Já que estamos aqui, que tal um mergulho?

Ele saiu tirando seus óculos e voltando para dentro da casa.

-Ok.

Certo, eu o veria com menos roupa agora.

Oh céus!

-Suas coisas estão no quarto. O primeiro subindo as escadas, mas se quiser pode escolher outro. O meu é o do meio.

-O primeiro está ótimo.

Thomas sumiu escada acima e eu o segui admirando a decoração viva de dentro da casa. Nada escandaloso apenas cores que fazia nos sentirmos em clima de praia. Eu tinha gostado.

Subi e troquei minhas roupas por um dos biquínis que ganhei dele, vesti meus chinelos, amarrei meus cabelos em um coque e desci novamente. Tinha trazido um bronzeador porque minha cor estava uma vergonha, podia assustar as pessoas fazendo-as me confundir com uma assombração.

Quando alcancei porta que dava na piscina meu corpo congelou.

Observei sem piscar Thomas parado falando ao celular de frente para o mar vestido apenas por uma sunga preta.

Oh meu Deus.

Suas pernas longas, grossas e definidas eram cobertas por um pouco de pelo. A curva feita por sua bunda deve ter sido esculpida por algum artista muito talentoso. Suas costas, moldadas por exercícios carregava uma tatuagem enorme que eu não fazia ideia que existia. O homem bem-sucedido escondia muita coisa debaixo daquelas roupas.

Tentava decifrar de longe seu desenho, mas tudo que conseguia ver era que ela começava, ou termina, nas covinhas que ele tinha sob seu belo traseiro. Ela passava por todo lado esquerdo das suas costas, subia pelo ombro e continuava em seu braço. Provavelmente ele devia ter mais em seu peito e então veio minha resposta. Thomas virou em minha direção e ficou me olhando ainda segurando seu celular ao ouvido.

Eu estava em dúvidas sobre como o preferia, de frente ou de costas. Eu tinha acertado quanto a tatuagem. Ela cobria parte de seu peito largo. Quase perdi meus sentidos quando meus olhos alcançaram seu abdômen. Era perturbador vê-lo descoberto, eu estava segurando meus lábios para não babar.

-Você vai ficar parada aí por muito tempo? - Oh oh, eu tinha sido pega.

Meu rosto estava quente quando criei coragem de sair porta afora. Retirei a saída de banho que tinha vestida sobre as pequenas peças que estava usando e caminhei até ele. Thomas achava graça pois um sorrisinho dançava nos seus lábios cheios e perfeitos.

Me concentrei para não tropeçar e fui até lá.

Thomas

Nenhumas das mulheres que atuavam ao lado do famoso 007 se comparavam a Samantha em um pequeno biquíni azul marinho e sua pele clara. Era sexy pra porra mesmo sendo mais comportado do que eu havia imaginado para ela. Eu podia passar o dia assim que não enjoaria.

Talvez maravilhosa fosse uma palavra para defini-la, mas para mim ainda era pouco. Vi seus seios são fartos balançarem em minha direção assim como seus quadris, eles estavam sustentados pela peça do biquíni que combinavam com seus olhos. Sua barriga lisa, as pernas longas e torneadas eram o maldito caminho do paraíso.

Porra como eu estava fodido!

-Pronta? - Perguntei tentando me controlar.

Era uma merda de sunga, eu não podia ficar olhando-a desse jeito.

-Claro.

Indiquei a ela o caminho fazendo-a andar a minha frente, era melhor assim. Dessa forma eu tinha duas vantagens, admirar sua maldita bunda e esconder a porra da minha ereção.

A segui pelo caminho de areia vendo Samantha afundar os pés na areia quente. Saímos pelo pequeno portão e no mesmo momento eu vi vários olhares na direção de seu corpo. Foi instintivo pegar em sua mão. Não queria arrebentar algum babaca babão e muito menos que eles achassem que ela estava disponível.

Samantha não retirou sua mão da minha, ao molhar nossos pés ela recuou.

-Está gelada demais - Eu comecei a rir.

-Não está tanto assim.

Dei alguns passos para dentro do mar me molhando um pouco mais. Olhei para trás e vi Samantha ainda no mesmo lugar.

-Você não vai entrar? Vai me fazer molhar você outra vez? - Eu a ameacei.

-Você não faria isso.

Samantha deu um passo para trás, assustada. Estava me divertindo com a cara que ela fez desconfiando de mim. Como na primeira vez em que saímos juntos eu me abaixei juntando água nas mãos.

-Sabe garota, tem uma coisa que eu não gosto. Que as pessoas duvidem de mim. - Molhei parte do seu rosto peito e barriga com a água um pouco fria.

-Eu não acredito. - Ela vem em minha direção atingindo meu braço com um soco.

-Ei!! Foi você quem ficou ali duvidando de mim, nunca duvide de mim. Vamos lá, não está tão ruim assim. - Voltei minha atenção para a água porque olhá-la molhada fazia minha cabeça doer.

Ficamos boa parte da manhã na água. Meus dedos já estavam enrugados, mas pelo menos lá ninguém ficava olhando Samantha.

Ela quis se deitar na areia para pegar sol eu disse que ela podia fazer isso lá em cima no deck, não a deixaria ficar com essa porra de bunda gostosa a mostra na praia. Eu queria fazer dessa uma vista só minha, no entanto, era melhor me distrair com outra coisa que não fosse ela.

-Você quer ajuda?

Samantha apareceu na cozinha enquanto eu me ocupava com o almoço.

-Se você quiser pode apanhar laranjas na geladeira e nos fazer um suco.

Ela passeava pela cozinha procurando pelo espremedor e os outros itens para o suco. Eu assisti toda vez que ela virava de costas, um tecido transparente cobria seus quadris agora.

Eu tinha posto nossa refeição na área da piscina. Samantha estava sentada a minha frente era realmente difícil olhar para outro lugar que não fosse ela.

-Você tem essa tatuagem a muito tempo? - Apontei para sua costela esquerda.

Eu tinha que manter um diálogo amigável sem parecer um babaca.

-Eu fiz a um ano atrás. - Ela falou sem deixar de olhar o prato.

-Posso ver o que está escrito?

Eu a vi hesitar antes de afastar seu braço para que eu lesse aquelas duas palavras escritas em letras clássicas.

Sim.... Sua...

Por qual maldito motivo ela tinha isso tatuado em seu corpo?

A porra da coceira em meu peito tinha voltado em dobro agora. Estava pretendendo consultar um médico em breve, ainda mais depois desse final de semana. Eu já não sabia se estaria vivo até o final deste dia.

-Hum.... Algum motivo especial para esta frase?

-Para uma leitora compulsiva como eu, sim. A tirei de meu livro favorito.

-Me parece um livro muito interessante.

-Ah, ele é. - Ela disse divertida. - Essa frase causa um grande efeito em um homem controlador que está preso nele.

Isto me causava sensações que eu não estava acostumado, não duvidava do que causaria em outro cara. Imaginava ela dizendo com sua voz baixa e doce as mesmas palavras.

-Eu acredito que sim.

Eu tinha chamado sua atenção agora.

Samantha

Eu tinha lavado os pratos de nosso almoço e agora tentava lidar com os olhos de Thomas em mim depois de falar de minha tatuagem. Eu estava estremecendo aos poucos sentada a cadeira em sua frente.

-Você não me parecia o tipo de cara que cozinha.

-Não basta ser só dono de uma linha de restaurantes, tem que saber cozinhar. Pelo menos o básico. Aprendi com Nicholas quando morávamos juntos, na faculdade. Ele só falava em comida e eu era sua cobaia. Hoje ele é um ótimo chef, mas acredite eu sofri muito.

Eu estava rindo com ele contando sobre como aprendeu a cozinhar. Me movi da cadeira a sua frente para uma das espreguiçadeiras do deck.

-E as suas tatuagens?

-O que tem elas? - Ele perguntou levantando uma de suas sobrancelhas para mim.

-Você as tem a muito tempo? E o que quer dizer tudo isso? - Apontei para aquele monte de desenhos em seu corpo.

-Tenho um amigo tatuador. Cada coisa tatuada aqui tem a ver com as garotas que matei, todas elas moraram comigo antes disso. Algumas eu cheguei a trazer para a praia também. - Thomas falou na maior seriedade aquilo e depois riu. - Calma garota, eu estou brincando. Não tem nada do obscuro nelas se você quer saber, coloco o que gosto ou alguma coisa da minha vida, comecei ainda na faculdade e sempre vou acrescentando mais, mas não pretendo expandi-la muito, eu acho.

Eu tinha reparado enquanto ele cozinhava que do final de suas costas até o topo de seus ombros tinha um guerreiro chinês desenhado em cores neutras. Ele tinha os braços envolvidos ao redor de uma gueixa que estava de costas para o mesmo. Ao fundo um dragão os assombrava. Ao mesmo tempo em que o guerreio parecia protegê-la, parecia saber que aquele era o último momento juntos.

Agora falando sobre nossas tatuagens eu me permiti ver que o peito de Thomas tinha alguns números que pareciam com datas, frases em línguas que eu não conhecia e outros símbolos aleatórios.

-Eu gostei delas. - Falei com coceira nos dedos de vontade de percorrer cada traço.

Thomas sorriu e se levantou. Jogou-se na piscina derramando água para todo lado inclusive em mim.

-Ops, foi sem querer. - Ele disse com ironia quando voltou superfície - Vamos, chega de sol! Não quero ter que levar você para um hospital por insolação.

Entrei na água também. Acreditava que não se deve recusar um pedido de um homem como ele.

Thomas parecia criança dentro da piscina com mais de dez metros de comprimento.

-Aiiii, isso está começando a doer.

Ele estava reclamando depois que o acertei com um soco.

-É só você parar de jogar água na minha cara toda vez que resolve nadar.

-Estou nadando. Você não espirra água quando nada? - Ele virou de costas e jogou água em mim outra vez.

-Engraçadinho. Vou ensiná-lo a nadar.

-Eu duvido. Você nem consegue dar duas voltas nessa piscina sem parar para tomar fôlego.

-Isto é um desafio? - Perguntei mantendo um olhar ameaçador a ele. - Porque se for, está aceito.

-Ok, srta. Clarke. Já que você insiste, está lançado o desafio. - Um sorriso muito maquiavélico apareceu no rosto dele e naquele momento eu me arrependi, mas não deixei transparecer.

-Sim.

-E o que ganharei de você se eu vencer? - Thomas me olhava de cima a baixo e alguns arrepios me percorreram.

-Bom, você poderá escolher seu prêmio porque eu pretendo escolher o meu. - Saí de perto dele antes que eu dissesse que ele poderia pedir o que quiser.

-Hum... então o que você vai querer se ganhar?

Muitas coisas passaram em minha cabeça.

-Deixe-me pensar. Fiz meu melhor olhar pensativo enquanto alisava meu queixo.

-Ok, agora fiquei com medo.

Eu estava me divertindo ao vê-lo assustado.

-Três jogos do Los Angeles Clippers na arena.

-Você quer que eu vá assisti-los? - Ele perguntou despreocupado.

-Isso.

-Tudo bem, sem problemas.

-Ei, acalme-se. Eu não terminei mocinho. - Thomas levantou apenas uma de suas sobrancelhas com uma expressão muito séria em seu rosto. Eu continuei. - Você vai sentar entre os torcedores do meu time e torcer junto. O quero usando até uma camiseta.

-Caralho garota, você está sendo cruel. Como se assistir pela televisão já não fosse torturante o suficiente.

-Ei!!!

Thomas

Estava rindo de Samantha. Ela não gostava que falasse mal de seu time do coração e eu estava gostando de deixá-la brava.

-Sua vez! Qual o seu prêmio?

Se eu lhe dissesse o que tinha na cabeça agora ela provavelmente daria queixa na delegacia mais próxima. Era algo como sua bunda dentro de uma mini calcinha com um laço de enfeite.

-Eu vou pensar em algo.

-Nada disso! Pode abri o jogo, lhe disse o que quero, você tem que falar o que quer. - Era melhor não.

Deixei os pensamentos pervertidos por um momento, mas tudo o que podia pensar era em tê-la nua. Eu sorri quando uma boa ideia surgiu. Eu poderia juntar as duas coisas.

-Oh meu Deus! - Samantha não estava feliz com minha expressão.

-Se eu ganhar.... Você vai descer até a praia e nadar hoje à noite.

Samantha relaxa os ombros...

-Mas se você achou a água fria hoje pela manhã imagine como será nadar nela mais tarde e ainda mais sem usar nada.

Ela arregala seus grandes olhos azuis quando termino.

-O quê? - Eu dou risada.

-Você me ouviu.

-E você tem a coragem de dizer que sou cruel?

-Já que você quer assim Sr. Miller, que vença o melhor.

Tomei sua mão na minha selando nosso trato.

Posicionei meu Iphone de modo que ele capturasse em uma filmagem nossa chegada. Contamos juntos até três e partimos. Enquanto nadei fiquei pensando, eu queria vê-la debochando da minha cara no caso de eu perder, queria mesmo. Mas eu não perderia por nada ver a bunda sexy de Samantha caminhando nua para água gelada do mar. Comecei a nadar muito mais rápido.

Eu venci e nem precisava conferir aquilo para saber.

-Você não estava falando sério, estava?

-Pode acreditar que eu estava. Você vai nadar, sem uma peça de roupa lá embaixo na água fria do mar, mais tarde.

Samantha afundou na piscina novamente arrependida por ter aceitado aquela aposta. Eu pelo contrário estava comemorando longe de seus olhos. Não a faria pagar se tivesse pessoas para vê-la, talvez eu deixasse que ela fizesse isso aqui na piscina.

A tarde passou rapidamente e começou a ficar frio dentro da água. Eu fui tomar banho e me vestir. Quando desci, Samantha ainda não tinha voltado para o andar debaixo.

Me estiquei no sofá da sala para ver televisão, mas nada era atraente como lembrar das curvas de Samantha.

Eu estava doente e obcecado. Tudo o que tinha que fazer era fechar a porra dos olhos e lá estava ela, desfazendo os laços do maldito biquíni minúsculo que eu queria vê-la vestida. Suas pernas deliciosamente desenhadas estavam se envolvendo ao meu redor. Eu estava puxando as cordas de seu pescoço revelando seus seios diante dos meus olhos. Podia senti-la se contorcendo sobre meu colo quando minhas mãos seguraram seus quadris e fiz força para que ela sentisse o quanto eu estava duro ao mesmo tempo em que minha boca cobria seus mamilos. Porra era incrível! Estava perdido, já não sabia se era sonho ou merda da realidade. O peso de seu corpo desapareceu brevemente de cima de mim, então suas mãos abriram rapidamente o zíper e os botões de minha bermuda. Eu a vi se ajoelhar, me agarrar em seus dedos e me levar boca.

Caralho! Isto provavelmente era como atravessar os portões do céu.

Samantha

Ainda repassava em minha cabeça o dia ao lado de Thomas. Ele havia me feito sorrir diversas vezes e isso estava caminhando para a minha ruína. Não conseguia parar de pensar nele, e em sua sunga também..., mas era difícil me portar como se não sentisse absolutamente nada pelo cara que eu sempre tinha tido uma queda, agora isso já podia ser considerado um pequeno abismo.

Quando terminei de secar meus cabelos eu voltei para encontrá-lo. Thomas estava deitado no sofá com uma das mãos atrás da cabeça e a outra sobre sua barriga. Ele também havia tomado banho, seus cabelos estavam molhados. Era uma pena, mas ele não vestia mais sua sunga. O engraçado é que ele estava sorrindo, seu sonho devia ser interessante.

Sentei na poltrona ao lado e o olhei dormir pela próxima hora até que seu celular começou a tocar sobre a mesa. Ele acordou assustado e apenas o desligou em seguida. Prestei atenção na televisão ligada e fingi muito interesse no programa que passava.

-Acho que apaguei aqui.

-É, você dormiu bastante. - E eu assisti a isto.

-Todo aquele mergulho me cansou. Estou com fome. Você quer um sanduíche?

Comecei a pensar no quanto Thomas me oferecia comida. Eu provavelmente mudaria o número de meu manequim muito em breve.

-Eu aceito.

Thomas sumiu na cozinha e eu pensava o quanto eu era ridícula. Pensava nele o tempo todo e da maneira que não deveria. Fantasiava com ele momentos íntimos e quentes.

Alguns diriam que era falta de sexo e talvez até fosse, pois, minha última transa foi a um bom tempo.

A respeito desse assunto eu tinha tido apenas duas, meu melhor amigo que virou namorado na época do colégio. Havia sido com ele minha primeira vez. Nada mágico como eu costumava ler nos livros. E então Brian, o Sedutor de Redding. Algo que eu me lembrava apenas porque tinha sido ele quem me deu meu primeiro orgasmo.

-Uma moeda por seus pensamentos. - Thomas reapareceu na sala com dois pratos.

Minha pele se aqueceu e eu sabia que estava vermelha.

Ele sim devia ser o tipo de cara memorável em uma cama. Aquele que você não se cansa e tem vontade de pedir mais, o cara que você provavelmente gostaria de contar detalhes a sua amiga para causar inveja, mas ao mesmo tempo teria medo dela se interessar demais.

-Não é nada demais. - Mordi o sanduíche e olhei a TV novamente.

-Você mente muito mal sabia? - Ele debochou enquanto comia.

Não retruquei, pelo contrário, sorri dos modos de um garoto que ele tinha quando estava relaxado.

-Isso é bom ou ruim? - Perguntei.

-Para mim é ótimo. Saberei quando você estiver mentindo.

-Tenho que começar a treinar então. - Thomas levantou sua sobrancelha.

Voltei a rir enquanto mordia o pão novamente.

Ele se levantou e largou o prato sobre a mesa.

- Vem quero lhe mostrar algo.

Eu o segui sem perguntar nada, mas estava curiosa.

Fomos para fora, ele andou até o final terreno e se sentou sobre a grama. Dalí podíamos ver o mar e todo o resto da praia. Poucas pessoas andavam pela areia agora, alguns jogavam futebol, frescobol ou vôlei.

Sentei ao lado dele, Thomas mexeu em seu celular e uma música começou a tocar. Eu não conhecia a melodia, mas tinha gostado.

-Lindo, não é? - Ele apontou o horizonte.

-Demais.

Thomas estava me mostrando o pôr do sol. As cores se misturavam no céu enquanto o sol ia descendo até tocar a água do mar. Nunca tinha parado para prestar atenção neste momento da natureza. Era lindo e assisti-lo ao lado de Thomas tornava tudo mais especial.

-Gostou?

-Eu achei incrível.

Thomas tomou seu celular outra vez e virou a aba do boné, que tinha colocado quando saímos porta afora, para trás.

-Chegue mais perto.

Chegar mais perto...? Sim, senhor...

Me aproximei dele e Thomas tirou uma foto.

-Ficou linda. - Falei quando ele virou o visor do celular e me mostrou.

Enquanto ele mexia no celular fiquei prestando atenção nele, parecia um menino despreocupado totalmente diferente de quando está vestido naqueles ternos.

-O que foi?

Oh não, de novo não. Pega no flagra outra vez.

-Nada. - Eu estava morrendo de vergonha.

-Já disse que você mente muito mal.

-Hum... estava só olhando você com esse boné aí...

-O que tem meu boné? - Ele o retirou da cabeça e o examinou vendo se havia algo de errado.

-Nada. Não tem nada de errado. - Comecei a rir dele.

-E então?

-Você fica parecendo um moleque.

-Moleque? Isso é bom ou ruim?

Achei graça de como ele era desconfiado.

-Não é ruim, você fica mais relaxado e bonito assim.

-Bonito... Certo, eu posso viver com isso. - Seu sorriso divertido estava presente - Quer uma cerveja?

-Aceito.

Thomas foi para dentro e voltou com as garrafas nas mãos. Ficamos olhando as pessoas lá embaixo se aproximarem de uma fogueira, já estava escuro. Dois caras se sentaram perto do fogo e mexiam em seus violões.

O celular de Thomas vibrou ao nosso lado. Ele o levantou e me mostrou a mensagem de Annabelle. Ele tinha mandado nossa foto a ela e então ela tinha digitado uma resposta de volta.

"Vcs estão perfeitos juntos"

Revirei meus olhos ao pensar em minha melhor amiga. Ela com toda certeza começaria a planejar meu casamento com seu irmão á partir de hoje e Thomas me via apenas como uma amiga.

Thomas

Eu tinha a imagem de Samantha sorrindo ao alcance de meus dedos agora.

Eu estava soando como um bosta apaixonado. Ela era apenas bonita demais, não me cansava de olhá-la, era isso.

Enviei para Annabelle aquela foto. Queria mostrar que estava cuidando de sua melhor amiga, e então ela respondeu com "Vcs estão perfeitos juntos".

Samantha viu a mensagem e revirou os olhos. Queria saber por que ela tinha tido essa reação e então ela me deu a resposta sem que eu perguntasse.

Eu tinha ficado feliz com Annabelle dizer isso, mas parecia que Samantha não.

-Com toda certeza sua irmã já está fantasiando a nosso respeito.

-Annabelle sempre fantasia.

Não queria mais ficar aqui sozinho com ela. Quem estava fantasiando coisas era eu.

Comecei a gostar da companhia dela. Me sentia eu mesmo, conseguia relaxar. Sem contar o fato dela ser linda, tímida na medida certa e me arrancou algumas risadas. Eu não era acostumado com este tipo de proximidade, até porque não deixava as mulheres passarem muito tempo comigo. Nada que levasse para o rumo do romance era o que eu queria. Nós podíamos ser apenas amigos, é claro, mas se ela levasse as coisas para o rumo errado eu não queria machucá-la. Ela estava certa, sem fantasias. Eu tinha que me afastar.

-Vamos lá embaixo? - Me levantei bruscamente e estiquei a mão para ajudá-la a se levantar.

-Ok.

Descemos até a areia da praia e nos aproximamos da fogueira. Tinha muita gente ali, vários casais estavam perto do fogo sentados sobre tolhas ou cobertas e cantarolavam juntos as músicas tocadas no violão. Samantha olhava o fogo e o caras que cantavam, sem notar nenhum pouco o monte de babacas que a comia com os olhos. Eu não podia culpá-los, não era difícil ter os olhos presos à ela, mas isso me incomodava pra caralho. Para tentar afastar qualquer tentativa daqueles merdas eu me aproximei dela e seu perfume me atingiu.

Mesmo jurando manter-me longe eu cedi. Apenas não conseguia mais me afastar, meu corpo tinha uma necessidade de tocá-la, sabia que estava fazendo tudo errado só não conseguia evitar. Uma melodia suave começou a ser tocada, tomei a mão de Samantha e a puxei para meus braços, depositei uma de minhas mãos em sua cintura e comecei a arrastar os pés na areia conforme a música soava.

You give your hand to me

Then you say hello

I can hardly speak

My heart is beating so

And anyone can tell

You think you know me well

But you don't know me

Mais uma vez nós estávamos perto demais, eu sentia Samantha respirar e seu coração bater. Era só baixar meu rosto e minha boca encontraria a dela. Respirei fundo, segurei firme sua cintura e a puxei para mais perto, agora pousando minha mão poucos centímetros acima de sua bunda. Minha consciência mandava parar de ser idiota e sair de perto, no entanto meu corpo teimava em fazer o contrário. Antes que eu tomasse qualquer decisão errada Samantha encostou sua cabeça em meu peito e nós continuamos a nos balançar.

Porra, isso era muito bom!

Depois de um tempo ali Samantha desencostou-se e sorriu, eu simplesmente fiz o mesmo. Enquanto eu ainda estava preso ao seu sorriso ela foi puxada pela mão por um filho da puta que eu nem sabia de onde veio.

-É minha vez. - Ele falou a segurando em seus braços.

Samantha o empurrava e eu me dei conta que ele estava bêbado. Antes que eu pudesse pensar eu a tinha tirado dele. Assegurei que Samantha estivesse protegida atrás de mim, eu daria a ele a chance de meia dúzia de palavras e era bom que ele soubesse as quais escolher ou sangue dele acabaria nos meus punhos.

Continuei parado ali olhando aquele merda esperando seu próximo passo. Ele riu a minha frente e abriu os braços.

-Qual o problema, cara? Não gosta de compartilhar? É uma festa porra! As vadias amam uma boa festa. Estava só me divertindo. A garota tem jeito de gosta de uma festinha particular.

A música já era inexistente agora e eu sabia que todos estavam prestando atenção em nós. Eu não vi mais nada em torno de mim depois que o animal a minha frente tinha insinuado que Samantha era uma das garotas que ele estava acostumado, eu apenas parti para cima dele.

Longe demais desgraçado, longe demais.

-THOMAS... - Ouvi Samantha gritar, eu não fazia ideia de quantos socos havia soltado naquele babaca quando o larguei.

Ele estava caído no chão e seu nariz escorria sangue assim como o supercílio. As pessoas ao redor nos olhavam, abracei Samantha e a levei de volta para casa.

-Você está bem?

Olhava Samantha examinando se ela tinha algum machucado. Seus olhos grandes estavam assustados, mas ainda assim ela mostrou um sorriso doce.

-Não devia ter levado você naquela merda lá embaixo.

-Ei, eu estou bem. - Sua mão segurou meu braço e seus olhos baixaram para os meus punhos. - Agora venha, vamos cuidar desse ferimento.

Olhei minhas mãos e vi uns pequenos cortes. Eu não tinha percebido que o sangue em meus dedos também era meu. Talvez eu tivesse arrancado algum dente do filho da puta. Estava feliz com isso.

Samantha

Apanhei no banheiro o kit de primeiro-socorros de Thomas. Estava cuidando dos arranhões nos nós de seus dedos enquanto ele reclamava como uma criança que estava doendo.

-Você não devia ter feito isso.

-Olha o que ele disse para você Samantha e a culpa foi minha - Ele ainda fervilhava de raiva.

-Não fale besteiras. O cara era um completo imbecil e estava bêbado. Eu não me importei com suas palavras, você devia tê-lo ignorado também.

-Ele teve o que mereceu no fim das contas, vai aprender a medir suas palavras de hoje em diante.

-Ok Sr. Machão, vamos deixar aquele ser abominável para lá.

-Ser Abominável?

Thomas dava risada de minhas palavras e eu tive que rir também.

Eu estava encantada por ele hoje, mais do que de costume. Achei lindo ele querer me defender, mas não era necessário. Tinha lidado com babacas em minha pacata cidade também, esse tipo de insulto não me ofendia.

Soprei seus machucados depois de aplicar um spray de limpeza. Seus olhos atentos aos meus movimentos estavam dando ao meu coração uma nova carga de energia exatamente da mesma forma como quando Thomas me segurou em seus braços e começou a balançar-nos no ritmo daquela música. Havia ficado sem ar nos pulmões no momento em que sua mão alcançou o final de minhas costas. Inevitavelmente o fechei os olhos e concentrei minha mente a mandar força para minhas pernas pois por um breve momento elas falharam. Estávamos perto demais e só o que conseguia ver era seus lábios cheios, só o que passava em minha cabeça era que eu só tinha que ficar na ponta dos pés e os alcançaria.

Thomas poderia acabar comigo, sabia que se eu me envolvesse com ele iria além de algo físico. Precisava deixar isso para lá.

-Prontinho. Novo em folha.

-Obrigado.

Guardei todas as coisas em seus devidos lugares. Precisava me distrair com outras coisas que não fossem o sorriso de Thomas. Sugeria que jogássemos alguma coisa, então ele decidiu me ensinar Poker e quando viu que eu tinha aprendido o suficiente queria fazer apostas novamente.

-Não!!! Não aposto mais nada com você.

-Você não sabe brincar... - Ele fez beicinho. Me deu vontade de registrar aquilo.

-Você tem certeza de que sou eu, Thomas Miller?

Jogamos horas a fio, o relógio marcava três da madrugada, na ponta da mesa estava nossa coleção de garrafas de cervejas vazias.

-Straight Flush garota, dê suas fichas ao mestre. - Thomas se exibiu.

-Ah não acredito! - Disse a ele fazendo cara de desapontada. - Mas seria uma pena se alguém tivesse um... Royal Flush!!!

Espalhei minhas cartas na mesa enquanto ele me olhava incrédulo.

-Você está de brincadeira comigo?

-Não baby, engole essa.

Merda, eu devia ter apostado.

Terminamos nossas cervejas e ele abriu a boca de sono algumas vezes.

-Ok mocinho, chega de poker por hoje. Vamos dormir.

Ele riu e se levantou da cadeira. Limpamos nossa bagunça. Thomas verificou todas as portas e acionou o alarme da casa.

-Boa noite Samantha. - Ele me disse em frente sua porta.

-Boa noite Thomas, obrigada por me trazer e principalmente por me defender.

Ele sorriu.

-Eu que agradeço. - Foi tudo o que ele disse antes de entrar no quarto e fechar a porta.

Entrei no quarto que ele tinha escolhido para eu ficar, era lindo. As paredes claras combinavam com a decoração de cores vivas e harmoniosas. Fui para varanda e me sentei na cadeira grande de palha.

Não adiantava negar, meu corpo já agia sozinho com relação a Thomas e meu coração criou um sentimento que não devia. Eu só conseguia pensar nele. Essa convivência, dia a dia com ele estava me levando a querer algo que Thomas tinha dito que não costumava ter... Amarras.

Ele era um amor de infância que agora estava no meu presente, no entanto, eu não deveria fazer planos para o futuro. Precisava manter minha atenção ao trabalho e me manter focada em minha oportunidade na Hollywood Ink.

Thomas tinha a vida dele e estava sendo bom comigo. Não podia estragar isto.


Música You don't Know me, Michael Bubblé

Você me dá sua mão
E então você diz "Oi"
E eu quase não consigo falar,
Meu coração está batendo tanto
E qualquer um pode perceber
Você pensa que me conhece bem.
Mas você não me conhece

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