Fascínio De Um Americano (Sér...

By emilybersch

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Londres, agosto de 1841. ━ Agora o gato comeu a sua língua. ━ Apenas não estou afim de dar corda para a sua... More

Apresentação
Personagens
Premiações
Ilustrações
Sinopse
Epígrafe
Capítulo 1: do fascínio ao ódio.
Capítulo 2: o que esconde?
Capítulo 3: no final das contas, será minha.
Capítulo 4: tiro quase certeiro.
Capítulo 5: o gato comeu a sua língua?
Capítulo 6: passeio pelo jardim.
Capítulo 7: decente até demais.
Capítulo 8: diga, Carolina.
Capítulo 9: o espetáculo acabou.
Capítulo 10: breve despedida.
Capítulo 11: uma dama inocente.
Capítulo 12: somente um sim.
Capítulo 13: desejos obscuros.
Capítulo 14: eles brilham para...
Capítulo 15: vou explodir pela tensão.
Capítulo 16: você é o meu fascínio!
Capítulo 17: uma conversa decente.
Capítulo 18: déjà-vu.
Capítulo 19: em direção ao altar.
Capítulo 20: homem muito bem casado.
Capítulo 21: você é um homem morto!
Capítulo 22: beijar você é algo viciante, Alex.
Capítulo 24: uma garotinha inocente.
Capítulo 25: quem fez isso a você?
Capítulo 26: sou seu, apenas seu.
Capítulo 27: senti orgulho de você.
Capítulo 28: minha joia rara.
Capítulo 29: um atentado de morte.
Capítulo 30: uma longa história...
Capítulo 31: o nosso cúpido!
Capítulo 32: revelações surpreendentes.
Capítulo 33: movida pela fúria.
Capítulo 34: sempre estaremos juntos.
Capítulo 35: desjejuns catastróficos.
Capítulo 36: combate contra os leões.
Capítulo 37: omitir também é mentir.
Capítulo 38: sangue nos olhos.
Capítulo 39: cara a cara com a morte.
Capítulo 40: eu te amo!
Capítulo 41: livre para voar.
Capítulo 42: o para sempre.
Epílogo
Agradecimentos
Próxima História

Capítulo 23: abandonada sem aviso prévio.

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By emilybersch

Carolina

Desperto aos poucos e vejo que já é de manhã. Tive uma noite maravilhosa ao lado de Alexander e pela primeira vez durante o meu sono, não tive pesadelo algum. Me senti tão serena ao estar no conforto dos seus braços fortes.

Sinto uma leve ardência em minha intimidade, mas nada que abale as lembranças inesquecíveis do que vivemos.

Tateio o travesseiro oposto e me levanto em um pulo ao não o ver ao meu lado, sinto uma decepção se apossar de mim. Mas, devo estar julgando mal a situação.

— Alexander?

Nada, nenhum som vindo do outro quarto. Talvez, há uma possibilidade de ele estar fazendo algo silencioso. Me levanto da cama, pego o meu roupão e o visto. Vou em direção a porta que interliga os nossos quartos, paro em frente a sua e tento abrir, mas está trancada.

Bato contra a madeira maciça da porta, mas não há um som sequer vindo do outro lado.

Deixo a minha testa se acostar na madeira, ele deve ter fugido de mim porque tem asco do meu corpo.

— Eu não devo ser o suficiente. — uma lágrima escorre pelo meu rosto.

Ouço a porta do meu quarto ser aberta, corro para o núcleo do meu aposento na esperança de vê-lo, mas o que vejo é Patrícia adentrar.

— Bom dia, Sra. Jones. — ela sorri e me dá uma abraço em cumprimento.

— Bom dia! Chegou está manhã?

Finjo não estar tão decepcionada, então começo a conversar com ela. Ela conta um pouco do seu dia e questiona como foi a noite de ontem. Quando algo que ela me conta me deixa apreensiva, sinto as pernas fraquejarem.

— O quê?

— O que ouviu, senhora. A sua mãe fez questão de enviar a criada pessoal dela para que lhe auxiliasse nos primeiros meses de casada, foi por isso que só chegamos está manhã.

— Britney não deveria estar aqui. — digo por fim.

Pelos céus! Não posso ter um minuto sequer de paz? Ela mandou a criada pessoal para me vigiar. Ela mencionou algo sobre dar um próximo passo, seria isso?

— Está pensando no que, Sra. Jones?

— Não estou pensando em nada. E, a partir de hoje, me chame apenas de Carolina, não há necessidade de tanta formalidade.

— Está bem, senho... digo, Carolina.

— Obrigada por estar aqui, Pati. Sinto que você é uma amiga para mim, de verdade.

Ela parece surpresa e até mesmo apreensiva, arqueio a sobrancelha diante da sua reação.

— Não pense que desgosto da sua consideração, Carolina, apenas não posso ser a sua amiga por enquanto.

— Por quê?

— Há segredos demais.

— Meus?

— Um dia lhe contarei, por enquanto, peço que permanecemos apenas como criada e senhora.

Outra decepção. Isso que nem são oito horas da manhã.

— Se é o que deseja, Srta. Evans. — dou-lhe as costas e sigo para fora do quarto.

— Para onde vai? — ela questiona.

— Vou pedir um banho para a governanta.

— Pode pedir para mim, sou a sua criada, afinal.

— Exato, é a minha criada e por isso decidi não pedir a sua ajuda.

Ela se cala instantaneamente, estou farta e pelos meus cálculos as minhas regras virão a qualquer instante. Então estou com os nervos a flor da pele, talvez Alexander esteja em algum local da propriedade, vou questionar a Ariela.

Saio dos meus aposentos e vou em busca da governanta, desço as escadas praticamente seminua, meu corpo está coberto apenas pelo roupão felpudo. Mas, estou determinada e não estou afim de voltar para vestir algo decente.

Vejo Ariela no hall de entrada, ela parece estar dando ordens aos outros criados. Em um relance, a mulher se virá para mim e abre um sorriso e vem na minha direção.

— Bom dia, Sra. Evans! Onde está Alexander?

— Bom dia, Sra. Jones! — ela parece estar nervosa — Lamento em dizer que não o vi, mas ele me deixou um bilhete que teria que se ausentar por alguns dias.

— Posso ver esse bilhete?

— Claro, senhora. — ela leva a mão a um dos bolsos do vestido e retira um pedaço de papel — Aqui está.

Sra. Evans.

Temo em comunicar que terei de me ausentar por alguns dias. Peço que siga fazendo o seu bom trabalho, presumo que eu volte até a próxima quinzena. Caso ocorra algum problema, me envie uma missiva para o endereço que está no caderno verde em cima da mesa do escritório.

Tentarei voltar o quanto antes, pois, fui informado de alguns problemas na cede da empresa em New York. Fique livre para contratar os funcionários que forem necessários, está com aval para tomar as decisões no meu nome.

Alexander Joaquim Jones.

Releio as palavras escritas por ele. Controlo o impulso de chorar por ele não ter mencionado o meu nome em nenhum dos seus avisos.

— Ele não deixou nenhum bilhete para mim? — sigo com a cabeça baixa e com os olhos fixos no bilhete.

— Temo em dizer que não.

— Quando ele lhe entregou, não disse nada a mais?

— Não o vi, uma das criadas me entregou a mando dele.

— Onde ela está?

— Teve de viajar para a capital com urgência, a mãe dela estava doente e a irmã estava precisando de ajuda com o bebê recém-nascido.

— Obrigada. — agradeço, ao mesmo tempo que entrego o bilhete de volta a ela.

— Não deseja que fique com a senhora? — Ariela questiona.

— Para quê? Se o meu nome sequer é mencionado.

Ela baixa a cabeça, minha decepção é visível para quem me observar com atenção.

— Prepare um banho para mim, Sra. Evans.

— Agora mesmo.

Ela dá ordens para algumas criadas que obedecem com atenção e rapidez. Sem dizer nenhuma palavra me retiro do hall de entrada e subo para os meus aposentos, sem esperar, quando chego no meu quarto, Britney está aqui.

— Bom dia, Sra. Jones! A sua mãe me enviou para auxilia-la.

— Bom dia! Saia, irei me banhar.

— Eu te ajudarei, visto que, a noite foi longa. — ela olha para os lençóis sujos de sangue.

Coro envergonhada e vou para a cama e em uma puxada só, arranco o lençol e o jogo em uma parte oposta do quarto.

— Desde quando isso é da sua conta?

— Está ousada, para onde foram os seus modos?

Mordo a língua em uma tentativa de não retrucar a sua indagação. Por sorte, as criadas com a água morna adentram ao meu quarto. Ariela também está aqui e se para ao meu lado, ela olha para Britney apreensiva.

— Precisa de ajuda, Sra. Jones? — a governanta questiona a mim.

— Sim! Preciso de ajuda para me banhar. Portanto, Britney está liberada para outras tarefas.

— Sim, senhora. — ela me fita sem emoção e logo transpassa o seu olhar para a mulher ao meu lado, parece estar com raiva, mas Ariela não baixa a cabeça para ela.

A mulher intrometida se retira, enquanto a Sra. Evans fica. Pelos cantos dos olhos vejo a presença de Patrícia, olho para ela e depois volto o meu rosto para Ariela. Sou tomada por uma surpresa, tanto que me movo de modo que fico de frente para as duas.

A semelhança é gritante, não sei como não percebi isso antes. A boca, o nariz e os olhos são iguais, apenas os cabelos de Patrícia são de um tom mais escuro de loiro.

— Vocês são parentes? São a cópia uma da outra.

Patrícia arregala os olhos e Ariela permanece tranquila. Aguardo em silêncio alguma palavra delas, tanto que cruzo os braços.

— Conte a ela, Patrícia. — Ariela dá a ordem.

— Mas, mamãe... — a mais jovem deixa escapar.

— Vocês são mãe e filha? — meu queixo cai.

— Somos, Sra. Jones. Eu não sabia que a minha filha tinha fugido daqui para ser dama de companhia.

— Você fugiu, Patrícia? — ela não diz nada, apenas assente enquanto baixa a cabeça — Por quê?

— Não irei dizer.

— Para que tamanho mistério em relação a isso? — questiono, séria.

— Eu também desejo descobrir, Sra. Jones, não foi isso que ensinei para ela. — Ariela resmunga irritada.

— Me ensinou o que, mamãe? A senhora esconde quem é o meu verdadeiro pai desde sempre e agora está pregando um falso moralismo.

— Patrícia!

— É a verdade!

Sinto que estou sobrando na conversa das duas, faço menção de me retirar, porém ouço a Patrícia dizer algo que quase me faz tombar para trás.

— Eu precisava me vingar dela! — ela rosna apontando para mim.

— Se vingar de mim?

— Sim! Você fez com que a minha mãe e eu fossemos despejadas há anos atrás!

— Eu fiz?

— Olhe só! — ela gargalha — Fez com que a minha mãe fosse despejada com uma criança e sequer se recorda!

— Chega, Patrícia! — Ariela a repreende.

— Irá defende-la, mamãe?!

— Ela era uma criança como você! Você guardou rancor dela, mas não do verdadeiro monstro!

Estou totalmente surpresa, não esperava algo dessa magnitude e ainda mais vindo de uma pessoa que eu criei afeição. Será que a Patrícia é aquela criança que brinquei quando tinha 7 anos? Minha cabeça pende para os dois lados enquanto as lembranças daquele dia voltam com intensidade. O barulho da chuva e de cacos de vidro se tornam frequentes dentro da minha cabeça.

Elas prosseguem a brigar e eu sinto as minhas pernas fraquejarem, tanto que me escoro na parede. Me falta ar nos pulmões, sinto uma dor angustiante no meu peito. Reviver as lembranças daquela noite esmagam qualquer partícula de felicidade e liberdade.

Naquela noite descobri o quão maldosos podem ser os humanos, principalmente aqueles que deviam nos proteger.

Ontem à noite, eu disse que confiava em Alexander e hoje ele me abandonou e sequer se despediu.

As pessoas são traiçoeiras, não sei porque volto a ter esperanças nelas.

Justo agora que eu estava certa que estou apaixonada por ele, justo agora, fui abandonada sem aviso prévio.

Meu corpo amolece, sinto-me presa na escuridão imensa, tento tomar o controlo dos meus membros, mas já não possuo mais.

(...)

Sinto uma dor forte na parte de trás da cabeça, abro os olhos com dificuldade. Faço menção de me levantar, mas caio novamente na cama.

— Graças aos céus acordou, Sra. Jones! — vejo que é a voz de Ariela.

— O que aconteceu?

— Durante a discussão, a senhora perdeu o equilíbrio e caiu com a cabeça em cima daquela pequena mesa. — conclui apontando para o local.

— Porque ela queria se vingar de mim?

— Minha querida, não se preocupe com isso. Conversarei com ela, colocarei juízo naquela cabecinha teimosa. Patrícia não é uma pessoa ruim, apenas está cega para descobrir a verdade.

— Sobre o pai dela?

— Sim, ela terá sorte se nunca encontrar com aquele homem.

— Por quê?

— Digamos que... ele não é uma pessoa boa.

— Compreendo.

Ela assente pesarosa, seus ombros estão encolhidos, mas logo me fita com animação.

— Não fique magoada com o seu marido, ele deve ter uma explicação do porque não deixou um bilhete para a senhora.

— Não defenda ele, por favor, se ele teve tempo para escrever um para a senhora. Por que não deixou um para a própria esposa?

— Se essa é a sua vontade, não irei contradize-la.

— Obrigada.

— Ainda deseja banhar-se?

— Sim, por favor!

— Aprontarei em um instante. O horário do almoço passou, portanto, trarei algo leve para que a senhora possa se alimentar. Aliás, ficarei de olho para que aquela criada de antes não se aproxime de mais de você.

— Agradeço imensamente pelo seu cuidado, Sra. Evans.

— Estou aqui para isso.

Ela sorri e se afasta para fora do quarto, enquanto eu volto a me deitar. Olho para o teto, sinto um desanimo tão imenso que não há nada de bom para mim. Parece que estou destinada a sofrer, estou cansada de fingir que tudo está bem.

Quando claramente não está.

Primeiramente, devo um milhão de desculpas a vocês! Eu estava avaliando em um concurso e isso tomou muito do meu tempo, agora as postagens não irão demorar muito. Me desculpem mesmo.

Espero que vocês tenham gostado, o próximo capítulo vai ser um misto de revelação, tensão e lágrimas. 

Não se esqueçam de comentar e votar, estou com saudade das interações de vocês.⭐

Beijoooos

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