Príncipe dos Circuitos

By IvyGrape

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Lisa Ferraz é brasileira e irmã de um dos melhores pilotos de Fórmula 1 atualmente, mas tudo em sua vida come... More

Boas vindas!
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32

Capítulo 33

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By IvyGrape


Senti uma mão deslizar por meu ombro e minhas costas nuas, como se estivesse fazendo desenhos invisíveis pela minha pele.

— Bom dia. — Uma voz carregada por uma rouquidão me atingiu e eu virei para encarar os olhos azuis intensos.

— Bom dia, Byrne. — Falo como cumprimento, é impossível não esboçar o mesmo sorriso que ele está me oferecendo. — Sabe que horas são?

Ele pensa um pouquinho, mas desiste de adivinhar o horário. Gira a parte superior até pegar um celular que está na mesa de canto e quando liga percebo que é o meu.

— Faltam sete minutos para as onze. — Ele coloca o celular de volta e me encara. — Posso saber qual a sua obsessão com os globos de neve?

— Minha obsessão? — pergunto confusa, porque não tem como ele saber disso. — Por que acha isso?

— Bom, na nossa "primeira vez" a tela de bloqueio do seu celular também era um globo de neve. — É verdade, mas sinto que ele está omitindo algo a mais.

— Sinceramente, eu não sei ao certo. — Dou de ombros. — Eu sempre achei bonitos e não é algo rotineiro que se encontra nas lojinhas de souvenirs no Brasil.

Acabei externalizando o pensamento de que seria um pouco hipócrita colocar o Cristo Redentor em uma lembrancinha que nevava, mas que eu adoraria mesmo assim.

Liam soltou uma risada anasalada.

— Você deve ter um monte de globos de neve como lembrancinha dos lugares que você foi, então. — Ele conclui e eu dou uma risada sarcástica.

— Quem me dera! — Eu brinco. Só explico quando vejo o olhar confuso no rosto do ruivo. — Eu não consigo comprar para mim, eu tenho meio que uma filosofia própria que algumas coisas só podem ser ganhas, é como a árvore da felicidade.

— Ok, eu ainda não entendi. — Confessa o irlandês com a testa franzida.

Eu decidi pegar meu celular para poder explicar melhor a ele. Entretanto ele devolveu a mesinha de canto que estava do lado dele, subo por cima do corpo de Liam e sento no seu colo enquanto me estico até conseguir alcançar meu aparelho telefônico.

— Precisava mesmo de tudo isso? — Ele diz com uma sobrancelha arqueada e com um sorriso safado brotando no seu rosto. — Só para deixar claro, não estou reclamando.

— Não posso perder a oportunidade de ficar acima de você. — Provoco-o e sinto suas mãos em minha cintura.

— Saiba que você pode ficar em cima de mim sempre que quiser. — Diz, aproveitando a posição para apertar minha bunda.

— Tão arrogante, Byrne. — Comento com um sorriso no rosto.

— Já me chamaram de coisa pior... — Pondera. — Quer dizer, você já me chamou de coisa pior.

Dou uma risada e volto para o foco da minha conversa mostrando a foto de uma árvore da felicidade para ele.

— Essa planta aqui, — Ele acompanha a minha explicação ao mesmo tempo que se ajeita para ficar sentado sobre a cama, sem me tirar de cima dos seus quadris. — tem uma lenda que diz que ela não pode ser adquirida pela mesma pessoa que irá cultivá-la e ela pode te trazer amor, alegria e boa sorte.

— E existe uma lenda similar a essa para os globos de neve? — Byrne pergunta.

— Não, eu só achei um conceito tão bonito que quis aplicar a algo que sempre quis.

— Interessante. — Foi a única coisa que ele comentou, mas parecia que sua mente estava agitada.

— Acho que já vou indo. — Falo fitando seus olhos azuis. — Era para ter ido ainda de madrugada, mas você não deixou.

— É, eu não deixei. — O idiota sorri. — Não seria maluco de deixar.

Depois das diversas rodadas de sexo que tivemos, eu queria ter ido para meu quarto, então Liam falou: "Se aquiete, Ferraz e durma comigo".

Eu sei que poderia ter insistido, mas ele me deixou tão cansada que nem me importei.

Basicamente me joguei na cama e ignorei que após Byrne plantar um beijo no meu pescoço, ele se aconchegou bem atrás de mim.

— Você tinha dito que faltava alguns minutos para as onze da manhã? — Me ajeito em seus quadris.

— Sim, mas agora já devem ser onze e pouco. — Diz beijando o colo do meu peito.

— Perdemos o café da manhã do hotel. — Pondero encarando-o.

— Acho que podemos ter um café da manhã mais produtivo aqui mesmo. — Provoca descendo os beijos, deixando sua boca bem próxima aos meus seios.

— Estou falando sério, Byrne. — Coloco uma das minhas mãos em seu rosto. — Você me deixou faminta.

— Estou falando sério também, Ferraz. — Ele deixa uma das suas mãos na minha cintura e sobe a outra até seu polegar relar em minha boca. — Que tal eu pedir para entregarem o desjejum para a gente aqui no quarto e enquanto isso eu ocupo sua boca com outra coisa?

Porra.

Quem é esse?

Acabo passando a língua em seu dedo conforme lambo os lábios inconscientemente.

— Vou considerar isso como um sim. — Sem desviar os olhos dos meus, Liam mandou um recado para a recepção do hotel e logo após cumpriu sua promessa.

---------------- 

Já eram três horas da tarde e saí correndo do quarto do Irlandês porque acredito que por ele - e até por mim - eu não conseguiria sair de lá mais.

Essas são minhas últimas horas em Bahrain, a festa foi para encerrar a pré-temporada. Enquanto estou no quarto do hotel preparando a minha mala, checo se há mensagens de Theo.

Nada.

Ele deve estar feliz, o resultado não poderia ser melhor para ele.

Theo finalizou em primeiro lugar com um pouco mais de um segundo de diferença de Liam. Por isso, acredito que esse seja o motivo de eu não receber mensagens ou ligações do meu irmão.

Entretanto encontro uma mensagem não lida.

Esperou eu entrar no banho para sumir, Cinderela?

Cinderela?!

Por favor, eu deveria ter seguido o exemplo dela e ter sumido a meia noite.

Com certeza eu arranjaria menos problemas se tivesse.

Falando assim até parece que você se arrepende.

Eu não me arrependo.

Sei que não ;)

Já te disseram que você é arrogante?

Você.
E foram várias vezes.

Eu sei ;)
Só para anotar, estou te chamando de arrogante de novo.

Só para anotar, eu 'printei' quando você disse que não se arrepende.

Guardando recordações do melhor sexo da sua vida, Byrne?

Sim!

Eu gargalhei quando vi sua confissão.

Mas também estou guardando provas se você disser que se arrependeu.
E para quando você quiser uma segunda rodada, claro.

Combinamos que seria só uma vez.

Para começarmos a temporada sem distrações, não é?

É.

Após isso, achei que ele iria parar de mandar mensagem.

Voltando para Londres hoje?

Sim.

E você?

Voarei direto para Dublin.
Vou ficar um pouco lá.

Ah, entendi.

Boa viagem, então.

Boa viagem para você também, Ferraz.
Quando chegar me mande uma mensagem.

Preocupado comigo, Byrne?

Se fosse sumir e se descobrirem que a última vez que você foi vista foi comigo, posso estar em maus lençóis.
Pensa assim, não posso ser preso.
Tenho outra temporada para ganhar.

Argh! Como você é arrogante, Byrne.

HAHAHAHA
Lá vai você me chamando de arrogante de novo.

E você não é arrogante?

É o que então?

Confiante.

Aham, tchau Byrne.

Tenha um ótimo voo, Ferraz.

------------------

Encontro um Theo radiante ao entrar no jatinho, ele está sentado em uma das últimas poltronas sorrindo para o celular, mas quando percebe que eu já estou a bordo, levanta e anda até mim.

— Bom dia, maninha. — Ele segura a minha cabeça com as duas mãos e dá um beijo delicado em minha testa.

— Parece que alguém está feliz. — Declaro devolvendo o beijo quando colo meus lábios na bochecha do meu irmão. — Parabéns, você merece.

Ao final da pré-temporada, Theo ficou com o tempo mais rápido com alguns milésimos de segundos a menos que o piloto irlandês e em terceiro lugar ficou um piloto novato na fórmula 1, mas que vem chamando bastante atenção, Vicenzo Marchetti.


Nessa competição é incrível como cada segundo conta, não só segundo como o milésimo e o centésimo dele, são tantos números que aposto que a cabeça de alguém de exatas se confundiria toda, imagina a minha então.

Mas energia de estar no paddock, no meio dos "bastidores", vendo toda a ação desenrolar, contagia qualquer um.

E como meu irmão havia perdido a temporada passada, metade dos olhares estavam concentrados nele e claro que a outra metade estava de olho em Liam Byrne. Afinal, o ruivo foi o último ganhador.

— Essa temporada é nossa, eu sinto isso. — Exclama Theo, distribuindo sorrisos a toa até para o vento.

— Eu também, sabe que eu estou aqui para te apoiar, não importa o resultado. — Vejo a ponta do seu sorriso vacilar um pouco. — Mas eu também acho que vai estar cravado ao lado da descrição de campeão dessa temporada.

Observo que o sorriso absurdamente feliz está de volta ao rosto do meu irmão.

— Boa tarde, família bonita! — Cumprimenta uma voz conhecida e me viro para trás encarando o piloto parceiro de meu irmão.

— Boa tarde, Andrés. — Devolvo o cumprimento. — Não sabia que viria com a gente hoje.

— Esqueci de te avisar, maninha, desculpe. — Explica Theo, passando o braço pelo meu ombro e me conduzindo até uma poltrona. — Vamos dar uma carona para o Gutierrez até Londres.

— Isso. — Completa o mexicano nos seguindo dentro do jatinho. — Quero ficar mais perto da sede até o início da temporada.

Os números de Andrés não eram ruins, afinal, ele era um piloto da Lanzot.

E ela era uma das melhores equipes em toda a competição automobilística, o sonho de qualquer piloto.

Entretanto, acredito que ele queira treinar e discutir estratégias com sua equipe para poder voltar às cinco primeiras posições. Ainda mais agora, com mais um piloto que se destacou na pré-temporada.

— E você, amigo? — Diz para meu irmão. — Sabe que todos os olhos estarão em você.

— Do jeito que eu gosto. — Acabei revirando os olhos para essa resposta totalmente prepotente de Theo, mas não deixa de ser uma verdade.

— A imprensa vai cair matando em cima de você. — Continua Andrés.

Quando eles pararam?

Meu irmão é manchete toda hora, até quando não aprovam o tipo de café da manhã que ele come. É absurdo.

Mas dessa vez meu irmão não reclamou, provavelmente o bom humor dele – completamente atípico – não deixou. Simplesmente, ele olhou para mim com um esboço de sorriso.

— Que venham, estaremos prontos. — Diz devagar acreditando em cada palavra.

E talvez eu até me mate para conseguir essa façanha, mas nunca deixaria ele na mão.

— Estaremos prontos — Minha fala sai carregada de certeza e com isso, o voo acontece sem nenhuma turbulência.

Só espero que os dias que virão sejam assim também.

Feliz ano novo!

07 dias atrasada, mas espero que me perdoem.
Tô afim de focar bastante na escrita esse ano, vamos torcer para que tudo dê certo!

Como de costume, espero que tenham gostado desse capítulo,
E não esqueçam de votar.
Beijinhos, até o próximo capítulo.

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