Acho que Harry ficou chateado pelo comentário da Ellie. Não sei por que ele não gosta dela, é uma garota tão legal...
De qualquer forma, me levantei e fui atrás do cacheado, naquele dia não teríamos mais nenhuma aula juntos e como Styles agora ia menos à minha casa para manter o monstro que ele chamava de pai sob controle, eu tinha que aproveitar o pouco tempo disponível para ouvi-lo surtando sobre os Rolling Stones.
Faltava pouco para o sinal tocar e algumas pessoas já transitavam pelos corredores mexendo em seus armários e então eu os vi.
No fim do corredor, sentados entre a lixeira e o vão dos nossos armários e parede estavam Ed e Harry, abraçados.
Eu não acreditei em meus olhos. Como ele pôde abraçar aquele ruivo maldito depois de tudo?
Ed Sheeran era o ser humano mais maldoso e maligno daquela escola e talvez da terra. Eu desconfiava que esse era o real motivo do cabelo dele ser de um ruivo tão vivo.
Meu armário ficava no fim do corredor e isso não poderia ser mais útil à minha curiosidade. Eu estava morrendo de raiva, não sei bem por que, mas estava. Queria bater no Harry porque ele estava ali, abraçando outra pessoa e ainda por cima me ignorando.
Pude ouvi-lo falando que ele e Ed deveriam passar na sorveteria depois da aula, porque o ruivo precisava disso.
Peguei meus livros para a aula, agora sem nenhuma vontade ou senso de humor e bati a porta de metal com força propositalmente.
- Ei Lou! - escutei Hatty chamando e o ignorei.
Poucos passos dados e passei por Ellie, que aparentemente seguia para o banheiro das meninas.
- Lou-Lou, anjinho! - ela me sorriu - Está tudo bem com você? - perguntou e segurou minhas mãos.
Eu devia estar com uma expressão horrível para ela pensar isso.
- Estou bem. - falei - Mas acho que preciso conversar com alguém.
- Eu sou esse alguém - ela responde.
- Ótimo - sorri para Ellie - podemos nos ver depois da aula na sorveteria aqui perto?
- Isso vai ser perfeito! - a garota sorriu largo e beijou minha bochecha, saindo em seguida.
Quando voltei a andar levei um susto porque quase bati de cara com Harry que surgiu do nada.
Ele me encarava com uma expressão feia e eu devolvi fazendo minha melhor carranca. Ninguém falou nada, então o sinal tocou e as multidões invadiram os corredores feito uma manada de elefantes.
Buscando preservar meu bem e estar, fiz um aceno com a cabeça chamando Harry e virei as costas.
Mas ele não me seguiu como sempre.