51. Louis

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Nova Orleans, Agosto de 1975.

"Querido Harry" risco o querido com bastante força e continuo.

"Harry, essa é a última carta que te escrevo. Se por um acaso estiver se perguntando o porquê (o que eu acho difícil, já que aparentemente você não dá a mínima), é porque você foi a minha maior decepção.

Nos últimos anos, nunca me escreveu como prometeu que faria. Você também nunca ligou ou mandou um cartão postal que fosse. Eu até cheguei a achar que de onde estava não podia dar sinal de vida, ou que talvez tivesse sofrido um acidente e perdido os braços, mas sei que não foi isso. Todos os nossos amigos receberam cartões de aniversário, natal, ano novo, St. Patrick's day (é sério, quem manda cartões disso?) e eu que te escrevia pelo menos uma carta por dia, nunca recebi nada.

Será que por milagre, você poderia pelo menos não ser um babaca e responder o que aconteceu?

Não, esquece. Na verdade, eu não quero saber, eu não quero ter contato com mais nada que seja relacionado à você Harry. Só continue a sua vida me ignorando, porque eu vou fazer o mesmo a partir de agora".

Dobrei a folha cheia de rasuras e pus no envelope. Não me dei o trabalho de passar a limpo como das últimas vezes. Deixei a carta no criado mudo para pedir que o Sr. Styles enviasse para Harry depois.

Desci as escadas e fui encontrar minha família gigantesca para o café. Mesmo com Lottie na faculdade a casa não parecia menos cheia. Chegando na cozinha, me deparei com cada um dos meus pais alimentando ou tentando alimentar meus irmãos mais novos, Ernest e Doris.

Phoebe e Daisy estavam surtando sobre alguma coisa e eu não conseguia ouvir nem meus pensamentos.

- Vocês não podem falar uma de cada vez? Essa coisa de gêmeos que fazem tudo juntos é legal, mas quando falam ao mesmo tempo é irritante! Eu acabei de acordar! - reclamo e as duas me dão língua. Atrevidas.

- Não fale assim com as suas irmãs, gatinho mal humorado! - minha mãe lançou uma carranca falsa e um sorrisinho divertido.

- Só quero ouvir meus próprios pensamentos - resmungo - Do que estão falando afinal?

- Estamos apaixonadas. - Phoebe fala e Daisy suspira.

- Vocês só têm dez anos, estão muito novas para isso. - meu pai diz ainda dando papinha para Doris.

- Sou obrigado a concordar. - digo enquanto jogo melado nas panquecas e sorrio para meu pai. Nosso relacionamento melhorou com o passar dos anos e talvez eu não tenha mais tanta mágoa dele. - Agora me contem, quem é que está arrancando esses suspiros todos de vocês duas? Deve ser alguém realmente incrível e preciso verificar se é um bom partido para minhas irmãzinhas - reviro os olhos para evidenciar o deboche.

Provavelmente elas estão encantadas com algum moleque catarrento da escola.

- Eu vou te mostrar. Nós o vimos hoje de manhã e ele é tão lindo! - Daisy se levantou e tentou me puxar pelo braço.

Eu estava com uma sensação estranha além da irritação.

- E eu adorei aquelas tatuagens! Meu deus, poderia olhar para ele o dia todo... Será que a gente consegue o ver de novo? - Phoebe completou também se levantando.

- Não sei, mas vai que a gente dá sorte.. - elas me encararam esperando que eu me mova. - Você vem ou não Lou? - Daisy completou e assenti, recusando-me a acreditar numa ideia maluca que estava surgindo em minha mente.

As gêmeas me puxaram pelos pulsos até o jardim de casa e sentaram no gramado. As encarei com expressão de confusão para que me explicassem o que estavam fazendo.

- É só sentar e esperar Lou. Quando o vimos hoje mais cedo ele estava passando pela casa dos Styles e tudo o que vai volta né, então em algum momento ele pode passar por aqui. - Phoebe explicou e me sentei com as pernas cruzadas ao lado delas.

O tempo estava quente e abafado e sabia que não conseguiria ficar ali por muito tempo. Então murmurei um "espero que não demore".

Num timing perfeito, Daisy prendeu o ar e começou a apontar para o fim da rua e conforme ele se aproximava, as ideias que eu tive antes não pareceram tão absurdas.

Eu tinha quase certeza que era ele. Estava diferente, muito mais alto, com uma postura mais rebelde, mas seria capaz de reconhecê-lo em qualquer lugar, mesmo que se passassem quarenta anos.

No momento em que ele diminuiu o ritmo da corrida e se virou para entrar na casa que ficava em frente a minha eu fui atingido por um milhão de emoções que não saberia nem por onde começar a descrever.

E então involuntariamente, como se isso fosse confirmar ao meu cérebro que meus olhos estavam certos eu chamei:

- Harry, é você mesmo?

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Agora que a brincadeira começa a ficar boa de vdd *emoji lua*
O que acham que vai acontecer com o otp? Hein, hum?

PS.: Para essa fase da fic eu imagino Harry e Louis de 2013, msm q na história eles tenham a mesma idade (no caso 17) okay?

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