50. Harry

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- Por que preciso ser forte? - perguntei encarando Ed, Lou e tia Jay do topo da escada.

- Harry, sua mãe teve uma gravidez muito delicada - tia Jay começou à explicar enquanto me encaminhava de volta ao meu quarto. - Ela passou mal para ter o seu irmãozinho, mas infelizmente ela tinha eclampsia, a pressão dela estava muito elevada e Anne não resistiu Harry. Eu odeio ser a pessoa que traz essa notícia. 

Jay terminou e me abraçou, e foi quando eu soube que nunca mais veria minha mãe. Eu quis chorar muito, eu juro que estava quebrado, mas por algum motivo nada aconteceu.

A mãe de Louis me abraçou esperando o caos, mas tudo o que eu fazia era fitar o nada e tremer. Tremer muito, feito um filhote com frio. 

Quando finalmente parei de aparentar ser um epiléptico Jay se levantou e falou que iria buscar algo para eu comer. No momento em que a mulher abriu a porta do meu quarto Louis e Ed caíram para dentro. Eu até teria sorrido com a cena em outras circunstâncias. 

Ed estava boquiaberto e seus olhos um pouco marejados e Louis estava notavelmente aos prantos. Ele correu e se agarrou à mim, me enlaçando com seus braços e pernas feito um coala. Afagando meus cachos e murmurando o quanto sentia. Não sei por quanto tempo ele ficou ali em meu colo até que eu conseguisse retribuir seu abraço de um jeito bem mórbido.

Meus membros pareciam gelatina e os sentidos estavam alertas á tudo e à nada ao mesmo tempo.

Do lado de fora do cômodo, pude ouvir Jay e Ed conversando. 

- Por que ele não chora, Sra. Tomlinson? - o ruivo perguntou.

- Ele está em choque, querido. É como se não tivesse assimilado a informação por completo. Ele sabe o que aconteceu, mas o subconsciente ainda está lidando com a ideia. - a mulher mais velha explicou.

- Oh! - foi tudo que ele respondeu antes de entrarem juntos. - Harry amigão, eu preciso ir em casa, mas volto ok? - Sheeran se direcionou à mim. Apenas acenei positivamente.

- Eu vou cuidar dele, não se preocupe. - Louis disse me apertando mais contra si e pude jurar que havia uma ponta de possessividade em seu tom.

- Eu já liguei para o seu pai Harry, ele deve chegar hoje na parte da tarde. - Jay falou e eu automaticamente assenti.

E foi assim conforme os dias passavam. Eu não sabia quanto tempo essa coisa de choque durava, só sabia que parecia infindável.

Eu não fui ao funeral da minha mãe por causa do gesso e talvez um pouco de covardia. Mas depois as pessoas vieram até a minha casa, eles trouxeram comida, eles me abraçavam e repetiam o tempo inteiro: "pobrezinho, perder a mãe tão jovem" como se eu fosse um coitado;  ou "eu sinto muito pela sua perda" quando eles não sentiam. 

Eu sentia, Gemma sentia, até meu pai, do jeito dele. Nós perdemos a minha mãe e o meu irmão e as pessoas só estavam se importando em comer e conversar.

Eu sei que a morte faz parte da vida, mas gostaria que não fizesse.

No fim do mês de agosto Liam não quis uma festa de aniversário o que me fez sentir culpa, mesmo quando o moreno mentiu que não tinha nada a ver comigo.

Certa noite quando Louis estava por algum milagre na própria casa, Gemma veio dormir comigo, ela disse que estava tudo bem chorar e que eu estava assustador por não conversar e apenas ficar fitando o nada. Apenas assenti e murmurei um "uhum" a deixando brava.

Nossos avós haviam nos convidado para morar com eles, mas eu neguei porque queria me sentir perto da mamãe o máximo que pudesse. Eu sabia que Gems queria ir e só estava ali por mim.

Love Buzz || L.S. ✔Where stories live. Discover now