13. Harry

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Perto da virada de ano, meu pai apareceu na casa de minha avó junto com minha mãe. Ele parecia arrependido e disse que sentia nossa falta.

E resolvi que pelo bem da minha família como um todo, valeria uma segunda chance.

Meu pai estava tentando se aproximar de mim, ainda que eu me afastasse todas as vezes.

Ele veio me dizer que conversou com minha mãe como sua atitude fora errada e que violência não levava a lugar nenhum. No fundo eu sabia que aquelas palavras eram tão ocas quanto uma bexiga, pois ele nunca se desculpou diretamente.

O homem continuava explicando que saiu do controle porque odiava a ideia de me ver perdido no mundo. Meu pai falou por horas e eu só acenava.

No fim, ele disse que Louis não era um bom amigo para mim. Eu concordei, mas não pelos mesmos motivos.

Na festa Réveillon quando cruzei com Louis no evento do bairro não consegui fingir que estava tudo bem como eu vinha fazendo sobre tudo.

Ele sorriu e veio na minha direção, mas eu puxei assunto com uma menina fofa que nunca tinha visto antes, apenas para desencorajá-lo. O que deu certo.

A menina chamada Dakota gostava de falar e era engraçada. Nos demos bem de cara. Ela veio do Mississipi há um mês.

Quando as aulas retornaram eu não falava com ninguém e ninguém falava comigo. Dakota sempre estava por perto, mas para o bem dela, sugeri que andassemos juntos apenas fora da escola. Não era como se aquela teimosa me desse ouvidos.

Com Niall era a mesma coisa. Qual o problema desses loiros?

—Acho que Louis sente a sua falta H." Niall bufou enquanto passava por baixo do buraco na cerca que dividia nossos terrenos. "Eu não aguento mais ele perguntando se você o odeia. É sério, vocês precisam resolver isso. Fiquem de bem logo! Voltem a ser amigos, porque não tenho mais paciência!

—Não me importo com Louis Niall. Nós nunca fomos amigos. Amigos não me tratam como ele. Nunca mais quero falar com Tomlinson outra vez.

—Que criança pirracenta... e mentirosa. Coisa mais feia Styles!—ele meneou a cabeça com ar de superioridade.

—Eu não sou pirracento— faço bico. —Minha mãe disse que sou um rapazinho bastante maduro para minha idade.

—Harry, menos por favor. Você acabou de fazer onze. —Niall bate com os ombros no meu e cutuca minha barriga. Eu só reviro os olhos e evito rir. —Certo, senhor já sou um rapazinho, eu vou embora. Seu pai chegou e ele não gosta da minha família. — Horan falou se levantando do gramado e batendo a poeira das calças, se aprontando para voltar ao seu quintal assim que ouviu o carro adentrando a garagem na frente da casa.

Fiquei ali sentado por mais tempo olhando meus pés como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

—O que aquele menino fazia aqui Harry?—a voz grave do meu pai soou.

—Que menino?— desconversei. Eu nunca contei para Niall mas era proibido de falar com ele. —Não tinha ninguém aqui.

—Garoto mentiroso! Qual seu problema? Por que não consegue fazer nada certo?—ele fala notavelmente mal humorado e eu rebato.

—Qual é o seu problema?

Claro que meu pai não ficou feliz com a resposta. Sem esperar fui atingido por um murro.

Chorei a noite inteira trancado no quarto. Quando peguei no sono o despertador tocou.

Não consegui prestar atenção na aula, porque Louis ficava olhando para mim.

O tempo inteiro.

Mesmo com o rosto escondido eu sentia seus olhos cravados em mim. Culpado. Feito um filhote que sabe que não deveria roer as coisas em casa. Dolorosamente fofo, mas ainda assim, errado.

Na hora do lanche ele veio falar comigo. Perguntou o que houve e parecia sentir dor.

Ainda que meu coração queimasse feito um inferno com aquilo, eu vomitei todas as coisas que me magoavam em relação àquele babaquinha.

E então eu fiz uma das piores e mais dolorosas coisas da minha breve vida.

Eu lhe dei as costas.

Não para sempre. Deus me livre! Apenas até o momento em que tivesse a certeza de que Louis não me abandonaria outra vez.

Só espero que não demore muito. Eu sinto falta dele.


Love Buzz || L.S. ✔Where stories live. Discover now