The explosion of everything

By starmoony28

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Regulus nunca pensou que faria algo do tipo "desaparecer por um tempo", mas quando o desespero bate a porta e... More

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Sirius

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By starmoony28

aos quatro anos eu descobri que as palavras que falávamos tinham significado

aos cinco eu entendi que saudade era a palavra usada para o sentimento sufocante de ausência,

mas foi somente aos 10 anos que eu finalmente entendi.

Os segundos que levaram para que eu pudesse entender o que estava acontecendo, foram os mesmo segundos que levaram James e Remus a mesma compreensão.

Eu ainda estava parado em silêncio, talvez eu estivesse congelado ou algo assim, mesmo que no meu interior morasse chamas de um incêndio já a muito tempo acesso.

- Sirius?- eu achei ter dito, mas som de nenhum saiu da minha boca.

- Sirius? - ouvi James repetir ao meu lado, mas meu irmão continuava com os olhos em mim.

Foi só então que a realidade me atingiu. Demorei cerca de dois minutos para obrigar meu corpo a respirar, porque pela primeira vez em anos, eu senti que poderia fazer isso. Mas quando eu finalmente respirei, fui tomado por lágrimas tão familiares quanto o garoto parado a minha frente.

As lágrimas rapidamente se transformaram em soluços e de repente os braços de Sirius envolveram o meu corpo. Uma de suas mãos deslizou pelas minhas costas em gestos de conforto enquanto a outra me segurava contra ele.

- Oh Reggie- ele disse baixo- Eu tenho tanto... Meu Deus, eu quero te dizer tantas coisas...

Mas ele não disse, por enquanto. Ele me abraçou e ficamos assim por um tempo. Até que meu choro passou e ele se afastou apenas o suficiente para olhar pra mim. Para que eu pudesse olhar para ele.

- Podemos conversar? - Sirius perguntou.

Eu confirmei com a cabeça e ele soltou meu corpo, se virando para encarar um James e Remus completamente confusos.

- Depois eu explico, ok? - foi tudo o que ele disse, depois segurou o meu braço e me guiou em direção à escada.

Dei uma última olhada em James e Remus e seus sorrisos gentis.

Sirius soltou o meu braço enquanto desciamos as escadas, o silêncio entre nós, como se fôssemos dois desconhecidos conversando pela primeira vez.

Chegamos ao andar de baixo e ele me guiou por um corredor quase totalmente escuro, havia uma porta no fim, na qual ele abriu e relevou um apartamento rústico e simples, mas completamente aconchegante e de alguma forma familiar.

- Entra - ele disse.

Eu observei a sala ao meu redor, um sofá azul de três lugares estava bem no canto, uma mesa, plantas e milhares de fotos nas paredes. Sirius tinha uma vida inteira aqui, uma casa, um namorado que seria seu noivo daqui um tempo. Amigos, uma família.

Foi quase impossível não me sentir traído.

- Regulus? - Ouvi a voz dele me chamar e olhei para trás. Sirius estava parado no meio sala, olhando pra mim como se eu fosse um fantasma.

- Você nunca voltou- eu disse antes de conseguir me controlar.- Eu cheguei em casa um dia e você tinha ido embora, desaparecido, e nunca voltou.

- Você não entende Regul..

- Você nunca me deu a chance de entender- eu o cortei, minha voz saindo mais alta do que eu planejava - Então agora me faça entender o porquê de você nunca ter voltado. Meu Deus Sirius, olhe ao seu redor - eu apontei para as fotos nas paredes e Sirius seguiu meu gesto- Você tem uma vida aqui, esse lugar é seu, e aqueles caras lá fora, eles...

De repente eu já não conseguia mais falar, procurei pelo sofá e me sentei na beirada.

Simples assim, eu senti cada parte minha quebrar, camada por camada quando a compreensão me atingiu. Se fosse possível, o meu corpo quebraria ao meio, cada parte caindo sobre o tapete bonito, no meio da sala.

James e Remus não sabiam quem eu era. Sirius nunca havia falado sobre mim.

-Você me apagou.

- O quê?- Sirius perguntou, a voz baixa enquanto olhava pra mim.

- Você não contou aos seus amigos sobre mim, e eu nem estou falando de tudo, estou falando... você nem contou que a gente é irmão, porque que outras pessoas tem nomes como os nossos? - eu disse, de repente me sentindo pesado - Você quis mesmo me apagar da sua vida? A ponto de fazer isso, de me tornar tão insignificante pra você que nada sobre mim mereceu ser contado ao seu futuro marido?

- Você não é insignificante - Sirius respondeu.

- Então porque você nunca voltou?- eu gritei e Sirius deu dois passos para trás.

E ele olhou pra mim como se estivesse preste a se desfazer, como se tivesse visto em meu rosto algo que desejaria jamais ter visto.

- O que eu deveria fazer Regulus? - sua voz era calma comparada a explosão da minha, seus olhos azuis marejados - Eu tinha 14 anos e não sabia o que fazer.

- Então você fugiu?- eu perguntei - Essa foi a sua resp...

- O quê? - ele me cortou, confusão em seus olhos- Eu não fugi Regulus... eu, o que eles contaram pra você?

- do que você você está falando?

- eu não fugi- Sirius diz se sentando ao meu lado no sofá, sua voz calma- Mamãe me mandou para um internato na França.

que merda é essa?. foi o que eu pensei, como se de repente eu fosse o alvo e a vida estivesse atirando descontroladamente flechas em mim

- Eu não consigo entender - eu digo, minha voz falha e eu sinto vontade de rir.

Sirius se aproximou de mim, um sorriso fraco na face confusa e eu notei reflexos de lágrimas em seus olhos.

- Era simples no início- ele disse- eu deveria ficar no internato até completar 18 anos, eles iriam pagar todas as despesas e eu ficaria longe de problemas, e deles. - ele solta uma risada baixa e eu percebo que está segurando as lágrimas.

- E depois?

- Depois eu recebi uma ligação da mamãe, no meu aniversário de 18 - ele disse, soltando uma risada sem graça- Ela me disse que talvez fosse melhor eu não voltar pra casa, que eu poderia fazer o que quisesse. Uma forma mais sutil de me expulsar da vida deles.

Sirius rir novamente, é só quando ele se concentra em meu rosto que encontra meu olhar, que eu piso no mar azul de seus olhos, afundo-me imediatamente e me afogo.

Sinto como se alguém tivesse dado um soco em meus pulmões e me arrancado todo o oxigênio.

que merda é essa?

- Mas... porquê? - pergunto, porque de repente eu sinto como se não conhecesse mais meus próprios pais.

- Eu não sei, eles nunca foram gentis comigo.

Eu me levanto e paro em cima do tapete bonito, penso em como tudo parece pior agora. Mas ainda existe uma dúvida que su preciso tirar.

- Mas é sobre mim? - pergunto. Vejo quando Sirius se levanta também e para na minha frente.

- Sobre você?

- Você nunca me procurou.

- Eles me disseram que você não queria me ver, que você me odiava Regulus- posso ver a mágoa nele agora, derramando pelos olhos azuis iguais aos meus.- Eles..

- Não era verdade- eu digo antes que ele possa terminar - Eles me disseram coisas horríveis sobre você, mas eu nunca acreditei. Eu senti sua falta todos os dias desde que partiu, eu nunca poderia odiar você Sirius, você é meu irmão.

Eu não consigo notar quando a sensação de mágoa se dissipa, mas de repente, Sirius está sorrindo e lágrimas saem de seus olhos azuis. E tudo eu consigo pensar é que talvez eu já não conheça tanto assim meu próprio irmão.

Antes que eu possa falar mais alguma coisa, a porta da sala se abre e Remus entra.

- Me desculpa interromper vocês- ele fala um pouco envergonhado - Mas tem uma confusão lá em cima Pads, você precisa ir lá.

- Já vou Moony, só um minuto - ele olha pra mim outra vez- Estou tão feliz que você veio me procurar Reggie, não vá embora agora por favor.

Então ele sai, sorrindo pra mim e enxugando as lágrimas dos olhos, me deixando parado em cima do tapete da sala, com Remus na porta.

E é só quando ele desaparece no corredor que eu me dou conta.

Sirius não sabe que eu fugi.

Ele não sabe que eu pensei anos o julgando por algo que na verdade, fui eu quem fiz. Não posso evitar me sentir culpado.

- Eu não sabia que era você - Remus diz parado a porta - Eu deveria ter adivinhado, eu acho, me desculpa.

- Tudo bem, não é sua culpa.

O garoto mais lindo do mundo sorrir pra mim, e eu penso na sorte que Sirius teve.

- Vem - ele puxa meu braço- James tá realmente confuso, você precisa ver.

Voltamos pela escada e a festa lá em cima continuava. Vi Sirius conversando com um homem um pouco alterado e Remus rapidamente se fez presente ao seu lado. James estava perto do bar e veio até mim quando me viu.

- Ei- disse ele- Remus me fez prometer que iria te deixar em paz, mas você está bem?

- Estou.

A noite continuou e James me apresentou a várias pessoas. Foram apresentações rápidas, já que a maioria deles realmente não falava inglês.

- Acho que preciso mesmo te ensinar alemão- James riu.

Olhei em volta para o terraço reluzente e me perguntei quando tudo aquilo ia terminar. Ah, sim, minha fuga para Vienna também . Mas, principalmente, a festa.

Às cinco da manhã, todos continuavam firmes e fortes. James voltou do balcão do bar com uma garrafa de champanhe.

- Um brinde- ele disse - A muitas coisas. Ao novo bar do Moony e do Pads. E ao nosso nosso amigos, Regulus.

Ele segurou a garrafa embaixo do braço enquanto puxava a rolha e, quando escutei aquele pop inconfundível, percebi que estava completamente extasiado com aquelas pessoas.

Saímos do bar às seis da manhã. Sirius me disse pra voltar para podermos conversar e me abraçou por longos minutos.

Segui James pelas ruas de Vienna em direção ao seu apartamento enquanto ouvia os ruídos da cidade recém desperta.

E enquanto escovávamos os dentes lado a lado na banheiro, James sorriu pra mim pelo espelho.

- Espero que meus amigos não tenham te deixado completamente assustado essa noite - ele disse. Um pouco de pasta de dente escorreu pela sua bochecha.

- Você está brincando? - perguntei - Eu me diverti muito!

Ele sorriu mais ainda, até que seu rosto assumiu uma expressão confusa.

- Eu deveria saber - ela fala mais pra si mesmo do que pra mim - Me sinto culpado por não ter notado. Bem, de qualquer forma, quais são os seus planos para o restante da sua estadia aqui?

-Na verdade, eu não tenho plano nenhum.

- Ótimo, você pode ficar no meu apartamento o quanto precisar.

- Não, não- respondi, fazendo gargarejo com água- Não posso.

James cuspiu na pia.

- Nunca te falaram pra não falar com a boca cheia- Ele me passou uma toalha de rosto- Eu insisto.

- É muita gentileza da sua parte, mas eu acabaria incomod....

- Não, bobo- ele disse, balançando a mão na minha cara. - Você é mais do que bem-vindo aqui. Eu ficaria muito feliz em te hospedar. Extasiado. Deslumbrado. - Ele abriu um sorriso brincalhão. - Gostou da minha hospitalidade americana?

Eu sorri, porque nunca tinha conhecido alguém como James, alguém que era quase o próprio Sol.

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