onze dias atrás

27 2 0
                                    

Quando toquei a campainha, pude ouvir os gatos miando enquanto Remus gritava com eles.

A maçaneta girou.

— Um segundo — Remus pediu.

Ele abriu a porta, os gatos miando em volta dos seus pés.

— Oi! Pode entrar — ele disse.

Hoje a aula seria no apartamento deles porque eu queria conhecer os gatos.

O apartamento de Remus e Sirius era muito mais legal do que o de James. Era arejado, com um balcão comprido e muitas peças de arte antigas espalhadas.

Estudamos no sofá da sala de estar, nossos cadernos espalhados sobre uma mesa de centro que parecia um baú do tesouro.
O sofá era pequeno e o assento afundava, o que significava que sua cintura estava colada na minha e, às vezes, nossos joelhos se esbarravam.

Mas não surtei como era de esperar.

Algumas semanas antes, se você colocasse esta equação na Calculadora dos Caras Gostosos – galã misterioso que trabalha em uma livraria multiplicado por aulas intimistas de alemão –, o resultado seria ERRO: CÁLCULO IMPOSSÍVEL.

Dividido por uma aula no apartamento dele? HAHA: TENTA OUTRA.

Naquele dia, porém, estava tudo bem. Fiquei de boa. Aquele era Remus, noivo do meu irmão, meu amigo, e aquela amizade valia mais do que qualquer fantasia.

Além do mais, eu tinha um encontro marcado com James mais tarde. Não bem um encontro de verdade. Ele havia perguntado, depois daquela noite no Baumarkt, se poderia me levar para jantar.

Tentei lavar como uma proposta de amigos.

Quando contei para Remus, ele ficou surpreendentemente empolgado, enquanto Sirius fechou a cara.

— Aquele desgraçado — Ele disse pra mim.

Passamos o restante da aula ouvindo Sirius resmungar sobre James pelos cantos.

Quando eu já estava me encaminhando para a porta, Remus me disse para não ligar pro meu irmão.

— Aproveite Reg, James é incrível — ele disse, dando um tapinha no meu ombro.

Do lado de fora, encontrei James encostado em uma motocicleta.

Elogiei sua técnica de encontrar um veículo maneiro para ficar encostado e fazer pose, e ele riu.

— Não, essa moto é minha.

Fiquei boquiaberto por um instante.

— Eu não vou subir nessa coisa — respondi.
James franziu a testa.

— Ah, sem essa, é seguro! Eu piloto desde que tinha a sua idade.

— Então você dirige há três anos. Nã-na-ni-na-não. Não vou subir nessa moto.

— É uma scooter.

— Quando você disse que vinha me buscar, achei que vinha a pé.

— Não especifiquei o jeito como eu ia te pegar — ele disse, sorrindo.

Não sei se essa era sua intenção, mas foi impossível não dar um teor sexual para aquela frase. O jeito como eu ia te pegar. E só bastou isso para que eu subisse naquela moto-scooter ou sei lá que coisa era aquela.

Meu Deus, como eu sou fácil.

James apontou para as alças de segurança abaixo do assento do passageiro.

— Você pode segurar firme nessas alças aqui, ou pode se segurar firme em mim.

— James seu desgraçado— Ouvi a voz de Sirius atrás de mim, James gargalhou.

The explosion of everything Where stories live. Discover now