Ao longo dos séculos, a casa Targaryen produziu grandes "Homens e Monstros".
O príncipe Maegor era ambos.
Em sua época, não havia homem tão admirado, tão amado e tão insultado em toda Westeros, superando até mesmo seu pai, o príncipe rebelde, Daemon Targaryen.
Maegor foi feito de "Luz e Trevas" em partes iguais.
Para alguns, ele era um herói, para outros, o mais temido dos vilões.
Muitos acreditam que no dia do nascimento dos gêmeos, Maegor e Aennastacia, Maegor I e Visenya Targaryen retornaram ao mundo em seus frágeis e pequenos corpos de recém-nascidos.
Assim como diversas teorias surgiram após os dois cometas vermelhos cruzarem o céu em 113 d.c, no dia em que dois choros de bebês foram escutados no aposento da atual rainha de Westeros.
Enquanto Aennastacia cumpre o legado de Visenya, Maegor faz jus ao nome que herdou de seu antepassado, Maegor, o Cruel.
Criança de ouro, menino dragão;
Diga-me como é conquistar.
Criança destemida, menino quebrado;
Diga-me como é queimar.
Criança da Tempestade.
Um cavaleiro vive para servir. proteger. sacrificar.
Sua nova vida vai custar a antiga.
Se há uma coisa que os deuses amam, é a tragédia. Com asas que queimam e meninos que caem.
O fogo em seu sangue é uma benção e uma maldição, pois ele sempre precisará de algo para queimar.
O caos corre em seu sangue.
Há história em seu sangue.
Violência divina.
Na guerra, vitória.
Em paz, vigilância.
Em morte, sacrifício.
A espada do destino tem dois gumes, e Maegor é um deles.
Ele era selvagem, mas leal.
Um céu cheio de estrelas e ele estava olhando para ela.
Como alguém tão mau pode ser tão bom?
O príncipe das Trevas é um cavalheiro.
E isso ocorre quando o sangue do dragão encontra a alma do dragão.
Ele encontrou lar entre seus braços.
E ele sempre será sua espada.
Helaena Targaryen,
ponto de vista.
Eu sou a filha de um rei que esqueceu meu nome.
Fui atirada aos lobos desde nova, e fui devorada por eles. Cada dia que se passava, eu sentia que o chão cedia sob meus pés, eu não sentia mais que meu próprio corpo me pertencia. Eu era apenas uma carcaça de uma garota que um dia já foi livre, de certa forma.
Mas então, eu o reencontrei e parecia que tudo ficaria bem.
Maegor me salvou de todas as maneiras que uma pessoa pode ser salva e ele sequer deve saber sobre isso.
Ele sempre me olhou como se houvesse algo em mim que valesse a pena ser olhado e admirado.
Sempre me olhou como se tivesse descoberto o verdadeiro significado de amor.
E quando ele olha para mim eu juro que não consigo respirar.
Quando Dragonstone foi avisada de que Rhaenyra tomou King's Landing e seu trono, montei em DreamFyre e retornei para a fortaleza apenas para vê-lo novamente.
E no jardim do castelo, nossos olhares se encontraram.
Eu olhei. Ele já estava olhando.
Falta de ar.
Sua expressão era séria, mas gostei de como se suavizou um pouco quando ele olhou para mim. Como se a maneira de como ele olhava para mim fosse diferente de como ele olhava para todos os outros.
E sim, talvez ele seja ruim, mas quando ele sorri eu só vejo o lado bom dele.
Eles o chamam de perigoso. Ele é a minha segurança.
Algo nele me fez sentir um pouco mais viva e muito menos perdida.
Maegor me ensinou a como eu devo me amar, me ajudou a enxergar o quanto eu mereço. Ele tirou minhas amarras e beijou cada uma das marcas deixadas por elas. Ele me libertou de um doloroso ciclo vicioso.
Inconscientemente, nos aproximamos um do outro, ele se curvou até encostar sua testa na minha. Inalou profundamente meu cheiro e fechou os olhos.
- Minha. - Ele sussurrou.
- Sua. - Respirei.
Maegor Targaryen,
ponto de vista.
Helaena.
Ela parecia um ícone religioso, como alguém por quem você se sacrificaria.
Um dia me perguntaram: "por que ela?"
Mas por que eu iria querer outro alguém quando ela existe?
Minha única e doce Helaena. Insubstituível.
Minha. Minha. Minha.
No meio do meu caos, lá estava ela. Em um longo vestido de cor que se aproximava do verde, os raios de sol iluminando seu rosto angelical e olhar curioso. Por alguns instantes, eu tive raiva da luz que a tocava. Tive inveja pois ela ainda não era minha, inveja pois eu nunca havia sentido o quão suave sua pele era.
E hoje, ela é a luz que me guia para fora da escuridão.
- Eu olho para você e simplesmente te amo. E isso me apavora. Me apavora o que eu faria por vocês. - Minha mão agora alisava sua barriga que carrega meu filho. Por fim, a encaro nos olhos. - Porque eu juro que queimaria a cidade apenas para te mostrar as luzes.
Sinto a mão tão delicada de minha esposa acariciar meu rosto, e então, ela deposita um selinho casto em meus lábios.
- Jura nunca deixar de me amar? - Sua voz soou baixa, senti um leve incômodo em sua pergunta.
- Minha doce Helaena, você nunca deixará de ser amada por mim, você está muito bem emaranhada em minha alma. - Seus olhos nos meus faziam com que eu me sentisse vulnerável, e eu gostava da sensação. - Você é minha e eu sou seu até o fim dos tempos.
Ela sorriu e tomei sua mão na minha enquanto andávamos pelo jardim.
- Me diga todas as coisas terríveis que você já fez, e deixe-me te amar de qualquer maneira. - Ela disse e eu ri baixo.
- Não acho que você gostaria de saber.
- Você permite que o mundo pense que você é um assassino sem coração. - Ela me diz. - E você não é.
- Não. - Rio novamente e minhas sobrancelhas se erguem em surpresa. - Temo que sou apenas o tipo normal de assassino.
Um assassino, sim. Porém não sem coração. Apesar de que meu coração já não me pertencia a muito tempo... Era dela, sempre foi.
- Quero você. Você por completo. Suas falhas. Seus erros. Suas imperfeições. Eu quero você e somente você. - Eu sorri feito um idiota.
Um silêncio se instalou entre nós, e então decido saciar sua curiosidade.
- Eu nasci bom, mas piorei progressivamente a cada ano. - Assumo. - Eu gostava de como eu era. Me sentia poderoso... Algo dentro de mim gritava e lutava para ser solto. Sempre foi mais forte do que eu.
- E qual versão de si mesmo você é hoje? - Pensei que minha explicação a faria me compreender, mas parece que eu formei outras mil perguntas em sua cabeça. Eu sorri. Sua curiosidade me fascina.
- As duas. A boa e a ruim. - Nem eu tinha a resposta certa para essa pergunta. - Com vocês, sou a melhor versão de mim. Em um campo de batalha... Sou o próprio diabo.
Ela pareceu pensativa.
- O homem que destruiu exércitos... - Ela conclui seu raciocínio. Com certeza ela já sabia do meu feito com a Excalibur.
Eu incendiária o mundo ao meu redor, mas nunca deixaria uma chama tocá-la.
E mais uma vez, voltei a observá-la enquanto ainda andávamos. A verdade é que eu não conseguia manter a concentração quando ela estava por perto.
Ela é a minha vista favorita. A única.
Até que tropeço em algo, o que faz com que eu caia de encontro ao gramado. Vejo uma pedra que estava em meu caminho.
- Você acabou de cair? - Ao olhar pra cima, vejo minha esposa me olhando preocupada. Mas então ela começa a rir. - Não acredito!
Pensei em responder que ela era a culpada de minha queda, já que eu admirava e não observava por onde andava, mas eu decidi brincar com a situação.
- Não. - Agora era eu quem gargalhava enquanto tentava falar. - Eu ataquei o chão.
- Atacou o chão? - Ela ria ainda mais. Seu sorriso era lindo, o som de sua gargalhada era minha música favorita. - Pelas costas?
- Eu sou muito talentoso! - Nossas risadas se mesclavam. E com cuidado, a puxei para que caísse sobre mim. - Sabe como é... Você se casou com o melhor cavalheiro do reino, Hela.
Helaena agora estava deitada em meu lado enquanto tentávamos parar de rir, meus braços estavam em volta de seu corpo.
Nossos olhares se cruzaram. Silêncio. Eu a beijei.
Eu estava nas nuvens.
Se isso era um sonho, eu desejava que nunca me acordassem. Pois agora, meu único pesadelo era perdê-la.
- Maegor! - Ela separa nossas bocas e agarra minha mão e a leva até sua barriga. - Um chute! Ele chutou!
Meu sorriso se alargou.
Me abaixei na altura de sua barriga e depositei vários beijos no local. Helaena gargalhava pelas prováveis cócegas que sentia.
- Não precisa ter ciúmes. - Sussurrei para meu bebê. - O papai também ama você.
O meu melhor sentimento é que a mulher que eu amo e admiro infinitamente, carrega um pedaço de mim.
- Eu me apaixonei por você por causa de um milhão de pequenas coisas que você nunca soube que estava fazendo. - Hela sussurra. E eu beijo mais uma vez sua barriga antes de subir e beijar seus lábios novamente.
•••
- Fiz esse capítulo bem curtinho porque eu já estava sentindo falta desse casal e de um momento de felicidade nessa fic. Ô gente, eu sou uma cadela pelos dois! Maegor todo "fodão", mas com a Hela ele é um pau mandado. MEU CASAL! Será que eles estão pensando em adotar filhos? Se sim, eu me ofereço!!!
- Espero que gostem desse bônus e não se esqueçam de deixar sua estrela no cap e de deixarem seus comentários... Isso me incentiva MUITO a continuar. 💕