CAPÍTULO 33 - Nao é o nosso fim.

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Aenna Targaryen,
ponto de vista.

A primeira lição que aprendi foi nunca esperar pelo resgate de um homem.
A única solução é ficar e lutar. Por si só.

Não procure por um cavaleiro. Procure por uma espada.

Arrume um jeito de sair da situação na qual você mesma se colocou ou na qual foi obrigada a entrar. Seja sua própria força.

Homens lutam em guerras; Mulheres as vence.

Seja como uma flor que ainda pode florescer mesmo após um incêndio florestal.

Domine seus demônios e use suas cicatrizes como asas e sinta a liberdade.

Essa liberdade tem gosto de cinzas. Gosto do qual muito me é conhecido.

Pois não importa quantas vezes eu caia, eu sempre irei me reerguer das cinzas e transformarei tudo em fogo e sangue se for preciso.

Lute.

Luto por aqueles que perdemos e para aqueles que ainda podemos salvar.

E por mim.

Sou uma princesa talhada em mármore, mais lisa que uma tempestade; E as cicatrizes que marcam meu corpo, são prata e ouro.

Eu não vou ser apenas um fantoche que é controlado por uma corda. Sou eu quem irá controlá-la.

Vou sobreviver. De alguma forma eu sempre faço.

E se eu morrer? Tudo bem.
Afinal, para renascemos, temos que morrer primeiro.

Estou no pátio do castelo enquanto observo meu irmão e Helaena deitados no gramado do Jardim. Não consigo conter um mini sorriso.

- Parece que alguém encontrou o seu final feliz... - Me assusto ao escutar a voz de minha mãe, me viro e a vejo parada com um sorriso orgulhoso no rosto enquanto olhava para Maegor.

- É lindo vê-los assim... - E realmente é. O amor que os dois compartilham é nítido. Um silêncio se instala então eu volto a falar: - Mãe?

- Sim? - Ela então me olha e toma minha mão na sua e nos guia até um banco onde sentamos. - Diga.

- Amar qualquer um de nós é uma sentença de morte, não é? - Meu olhar se perde. - A cada minuto que passa, eu imploro aos deuses para que eu não esqueça da voz dele... E isso me assusta porque quando Harwin se foi, ele era presente em minha memória. Eu ainda sentia seu cheiro, escutava sua voz, eu me lembrava de seu olhar... Mas hoje ele não é nada mais do que um borrão em minha mente. E isso dói.

Por favor, não me deixe esquecer a voz dele.

Partiu.
Uma marca.

Toda palavra,
todo momento,
cada suspiro e
cada meio sorriso:
partiu

Uma marca.

Por alguns minutos, ficamos paradas, olhando uma para a outra, sem dizer nada. Mas era o tipo de nada que significava tudo.

- Não existe uma verdade menos dolorosa da qual eu vou te dizer... Mas eu não me lembro mais da cor de seus olhos ou da intensidade que eles carregavam. Porém as vezes, eu ainda consigo sentir o seu toque e a sua presença comigo. - Ela quebra o silêncio. - E eu guardo cada memória comigo, pois sei que não construiremos mais.

Outro silêncio.

- Você ainda o ama, não é? - Questiono e ela sorri.

- Não consigo imaginar o dia em que vou deixar de amá-lo. - Sua voz soou nostálgica e sorrio para ela.

Play with Fire - Aemond Targaryen Where stories live. Discover now