CAPÍTULO 7 - Por nós?

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Maegor Targaryen, ponto de vista.

Já é tarde quando estou em meu quarto tentando arrumar minhas coisas para partir ao norte ao amanhecer. Estou dobrando algumas peças de roupas quando escuto alguém sair de dentro do meu guarda roupa, onde tem uma das várias passagens secretas que cortam a fortaleza vermelha.
Vejo Aennastacia saindo de dentro rindo como uma criança, seus olhos brilhavam.

- É mais emocionante do que me lembrava. - Ela diz se referindo às passagens.

- Época em que nossas preocupações se baseavam apenas em encontrar e explorar mais túneis. - Sorrio ao me lembrar de nossa infância. - Sinto falta disso.

- Existem coisas que nunca mudam... - Ela se aproxima rindo. - Sua desorganização, por exemplo. Vim te ajudar com suas coisas.

- Eu sou uma pessoa muito organizada, está bem? - Começo a rir quando vejo seus olhos reviraram ao verem a bagunça que estava meu quarto devido às roupas e armaduras que estavam fora de lugar, já que eu as levaria comigo ao norte.

Nunca gostei que as criadas fizessem tudo por mim, isso me fazia sentir um impotente e dependente. Eu era muito capaz de fazer minhas próprias coisas.
Mas Aenna sempre me ajudava ao ver o desastre que eu era em organização.
Até para coisas tão simples e banais como essas, minha irmã, sempre permaneceu ao meu lado pronta para me ajudar.

Como sempre, ela tira tudo dos baús que eu estava guardando meus pertences e volta a dobrar as peças de roupas e tenta me ensinar.
Até que os olhos dela bate em um pote que repousava ao lado de minha cama em cima de um móvel.

- Deveria entregar a ela pessoalmente. - Ela me olha com compaixão.

- Do que está falando? - Me faço de desentendido e dou toda a minha atenção a peça que eu segurava em minhas mãos.

- Helaena. Deveria entregar a borboleta pessoalmente para ela, Maegor. - Ela aponta ao pote que mantinha uma borboleta de lindas asas azuis. Um furo foi feito na tampa para que não a sufocasse. - E não apenas deixe em sua porta.

- Ela é casada, Aenna. Podem achar estranho. - Suspiro.

- Nada que uma pedrada na cabeça de um certo alguém não resolva. - Nos rimos. - Mas é serio, deveria conversar com nossa tia.

- Estamos noivos. - Ainda tento arrumar uma desculpa.

- Não nos gostamos dessa forma. - Ela rebate. - Entre ela e eu, prefiro que a escolha.

Aenna me deixa na dúvida se eu deveria ou não fazer o que ela me disse.
Como eu falaria com Helaena? O que ela pensaria? Minha mente se enche de perguntas e incertezas.
Ela poderia não gostar.

Minha irmã volta a falar me tirando do transe.

- Dragões gostam do fogo e não do frio, Maegor! - Ela exclama indo em direção a janela que estava aberta e pega o meu ovo de dragão em mãos que estava em sua frente, pegando friagem. - Quando ficou tão desapegado?

Ela leva o ovo até a lareira que ficava ao canto do quarto e o coloca no fogo que estava aceso, tirando ele de perto da brisa da noite que adentrava pela janela.

- Não adianta, pequena. - Falo triste. - Esse ovo não vai eclodir.

- Ele vai. - Ela caminha até o pote com a borboleta. - No lugar onde o fogo se funde com a neve, deverá entregar seu filho como tributo. Numa grande fogueira deverá ser sacrificado.

Play with Fire - Aemond Targaryen Where stories live. Discover now