CAPÍTULO 6 - EXCALIBUR.

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Aemond Targaryen, ponto de vista.

As vezes é fácil esquecer o quanto você sente saudade de alguém até ver essa pessoa novamente.

Eu me lembro de quando ela partiu, me lembro de cada maldito sentimento que permaneceu comigo quando Aennastacia se foi.

Lembro de que me sentei e fiquei uns 10 minutos olhando para o chão tentando processar tudo o que tinha acabado de acontecer. Eu não sentia nada. E de repente, a vontade de chorar me atacou, e junto com ela veio a culpa.
Naquela noite eu chorei agarrado aos lençóis que haviam permanecido em sua cama, o cheiro doce dela ainda se fazia presente, o cheiro da primeira pessoa que me fez sentir leve e amado. Com o tempo, o seu cheiro e as nossas lembranças foram se perdendo ao vento, e foi aí que eu percebi que eu a havia perdido.

Eu chorei como nunca havia chorado antes, e são nesses momentos em que percebemos que as lágrimas não doem, o que realmente machuca é o que fazem elas caírem.

Eu não conseguia parar de esperá-la mesmo sabendo de que ela não viria.

E foi aí que eu aprendi que ciclos se encerram mesmo que os sentimentos continuem. Eu tive que aprender a deixá-la para trás, tive que aprender a sobreviver sozinho.

Eu havia me prometido que nunca mais deixaria alguém entrar e ver meu lado mais vulnerável novamente. Nunca mais.

De fato, o Aemond que eu era antes havia morrido.

Depois de todo esse tempo, essa mesma garota que me largou ao abismo retorna, mais linda do que eu jurava ser possível. Algo dentro de meu peito reviveu quando eu a vi descer de seu dragão com aquele sorriso que só ela tinha. Sua língua estava mais petulante do que costumava ser, e isso para mim, sempre foi o seu maior charme.

Mas como eu já havia feito anos atrás, tomei coragem para fazer novamente e enterrei esses pensamentos nas profundezas do meu peito, me tornando a pessoa fria que eu aprendi a ser.

Eu não só esperava que minha sobrinha voltaria como também não esperava que ela retornaria noiva de seu irmão, o cara que costumava ser meu amigo antes. Eu havia o confidenciado os meus sentimentos por ela quando criança. Eu não podia acreditar naquilo. Como eles foram capazes de cometer tamanho ato de insensibilidade? Tudo bem, eu não esperava nada de diferente deles visto que já haviam me deixado antes.

Eu nunca fui o escolhido, no final das contas. Nunca fui o número um de alguém, nem mesmo de minha própria mãe ou pai. Eu poderia conviver com isso.

Eu poderia?

Talvez eu tenha me descontrolado, me deixando vulnerável, no momento em que me levantei abruptamente acertando um soco na mesa de jantar após escutar o anúncio de minha irmã mais velha, Rhaenyra.
Era oficial, Aennastacia e Maegor estavam noivos. Outro alguém tocaria no corpo da garota em que um dia eu gostei, na mesma garota que me fez sentir coisas que nunca havia sentido antes. A garota dos olhos violetas. A garota que eu a havia dado seu primeiro beijo.

Para disfarçar, rapidamente pego minha taça e a ergo, iniciando um brinde:

- Um tributo final. Ao casamento de meus sobrinhos. - Encaro Aenna. - Que sua união dure até o último dia de suas vidas, e que nenhum desista do outro, como estão acostumados a fazer.

Todos estão me observando, a tensão no ar é quase palpável. Não dando a mínima aos olhares que são depositados em mim, eu continuo.

- E a saúde de meus sobrinhos. Jace, Luke e Joffrey. - Olho para cada um deles. - São rapazes bonitos, inteligentes...

Play with Fire - Aemond Targaryen حيث تعيش القصص. اكتشف الآن