Play with Fire - Aemond Targaryen

CAPÍTULO 17 - Me deixe te ver.

Aennastacia Targaryen,
ponto de vista.

Já era tarde e eu não consegui fechar os olhos nem por um segundo sequer, eu revirava de um lado para o outro na cama tentando achar alguma posição confortável para dormir, mas o sono não chegou.

Eu estava começando a ficar inquieta, por várias vezes eu me levantava da cama para dar voltas pelo meu quarto.

O que Aemond quis dizer com aquilo que me disse hoje mais cedo?

Se antes eu já não o compreendia, depois de hoje, ele tornou isso muito mais complicado para mim.

Quer saber? Que se foda. Eu não vou ficar aqui me fazendo perguntas das quais não compreendo.

Vou atrás das respostas.

Silenciosamente para que o Stark que está do lado de fora do meu quarto não escute, eu atravesso a portinha da passagem secreta em meu quarto e faço o caminho do qual eu conheço tão bem.

Poucos minutos depois, saio dos túneis e entro em seu quarto.

No mesmo momento em que entro no mesmo, eu penso em voltar atrás mas de nada adiantaria visto que Aemond estava acordado e havia me visto.

- Se perdeu pelos túneis, princesa? - Ele pergunta sarcástico escorado na parede ao lado da janela de seu quarto.

Onde eu estava com a cabeça quando decidi vir até aqui?

Merda. Eu nem sei o que dizer.

Pouca luz entrava pela janela do quarto, tornando o clima menos desconfortável para mim visto que mal conseguíamos nos ver pelo escuro.

- Só veio até aqui para me ver? - Ele volta a falar.

- Você é confuso e isso me deixa confusa. - Inconscientemente ando em direção a ele balançando os braços. - Uma hora parece me odiar e na outra demonstra o contrário. Quer saber o que eu sinto, Aemond? - Falo sem pausas. -  Mesmo depois de todo esse tempo, tudo o que eu mais queria era poder te ver novamente, mesmo depois de você ter me magoado. E tudo o que eu queria era que tudo ficasse bem entre a gente mas aparentemente isso será impossível, não é? Mas eu não sei o que você quer. Não sei mesmo. Tem como você pelo menos dessa vez ser sincero com o que sente? Preciso saber o que fazer, preciso que me diga se tenho que me afastar ou se ainda temos chances, meu tio.

Eu estava parada em sua frente, minhas mãos soavam, nossos olhos se encaravam.

Eu poderia jurar que ele não falaria nada, ele sequer demonstrava querer dizer qualquer coisa.

- Eu não deveria ter vindo... - Digo me virando para ir embora.

- Não tinha nada que eu pudesse fazer e eu não tinha ninguém que pudesse me ouvir, depois que se foi, Aenna. - Ele diz me fazendo virar para ele novamente. - Eu ouvia mais gritos do que palavras de amor de todos ao meu redor. Sempre foi assim, mas quando eu tinha você as coisas eram mais suportáveis. Agora olhe pra mim! Olhe para quem eu me tornei. Eu sequer consigo olhar para você sem me sentir culpado por ter te partido em pedaços ou sequer consigo me olhar em meu próprio reflexo sem desviar o olho. Você me deixa fraco e vulnerável. E eu não quero sentir isso!

Meus olhos caem nas mãos de meu tio no momento em que ele as passou sob seu rosto pelo nervosismo e então eu pude ver machucados na mesma.

Ele havia se metido em briga?