Play with Fire - Aemond Targaryen

CAPÍTULO 4 - Bastardos.

Desde o dia em que Aennastacia ajudou Aemond a se distrair após o ocorrido com o porco, eles passaram todos os dias juntos. Corriam pelo castelo; saiam escondidos para se encontrarem no lugar em que chamavam de "lugar secreto"; e até mesmo passavam noites em claro juntos contando histórias um para o outro, por incrível que pareça, eles até planejavam os seus futuros juntos.

Quando Harwin Strong morreu, a princesa passou dias em seu quarto. Ela não comia, não bebia, não via a luz do sol e não aceitava nenhuma visita. Nem mesmo de Maegor ou Aemond.
Ela o via como um pai, ele sempre esteve com ela, sempre a acalmou e o mais importante de tudo, ele a fazia se sentir amada. Ela não suportaria viver sem ele, quem a contaria a história do dia de seu nascimento para ela até dormir?
Ela sabia que não poderia demonstrar demais, as pessoas podiam desconfiar sobre algo, ela só não conseguia impedir de desabar em lágrimas todo o tempo então preferiu se isolar em seu quarto.
Até mesmo a passagem secreta que havia em seu quarto ela fez questão de cobrir com móveis pesados para que nem seu irmão ou o príncipe entrasse.
Ela sabia que não era justo com sua mãe e irmãos, eles deviam estar sentindo essa perda na mesma intensidade, ela deveria estar com eles mas não queria os passar uma imagem fraca dela.
Sor Harwin Strong se foi, não para alguma patrulha na cidade, mas se foi para sempre. Ele fora arrancado dela assim como seu pequeno coração havia sido também. Ela sentia como se seu peito fosse aberto e que seu coração havia sido deixado em pedaços. Ele fora esmagado.

Havia chegado a ela a noticia de que eles partiriam a Driftmark pois Lady Laena Velaryon havia falecido. Agora ela não poderia apenas se esconder de baixo de sua cama, ela deveria encarar sua realidade então arrumou tudo o que levaria e então se dirigiu até o exterior da Fortaleza Vermelha para se encontrar com a família que estava esperando por ela para partirem e ao verem o estado da garota imediatamente se preocuparam. Ela estava mais magra pois não comia direito a dias, e consequentemente ela estava mais fraca.
Os príncipes Aemond e Maegor mediatamente correram em direção a princesa para ajudá-la a carregar suas malas.

- Eu consigo sozinha. - Ela continua seu caminho.

- Para de ser teimosa e nos deixe te ajudar, Aenna. - Aemond insiste nervoso.

- Eu consigo sozinha. - Ela repete.

A verdade é que ela não queria se sentir mais fraca e impotente do que já estava se sentindo, ela conseguiria levar suas duas malas até a carruagem. Ela precisava disso para se agarrar a ideia de que ela era capaz apesar de estar se sentindo que não seria capaz nem de sequer olhar a uma espada sem cair em choro ao lembrar de seu "pai".
Ela deixou os garotos para trás e entra no veículo que levaria sua mãe com seu marido, e seus filhos enquanto a família do rei iria em outro separado.
Mesmo tendo pouco espaço em sua carruagem, Aemond entra na mesma e se senta ao lado de Aenna. Ninguém tentaria tirar ele dali, até mesmo porque sabiam que ele se recusaria a sair e não haveria ninguém que conseguiria o tirar dali.
Após todos se acomodarem eles partem.

- Aenn...- Rhaenyra chamaria pela filha mas a mesma a interrompe.

- Como esta Naera? - Ela sabia que algum assunto delicado viria se deixasse com que sua mãe continuasse.

Ela sente a mão de Aemond segurar as suas, o garoto havia se preocupado com seu estado e todos os dias ele ficava sentado em frente ao quarto da garota junto de Maegor esperando qualquer sinal ou notícia dela. Eles tentavam conversar com a princesa através da porta mas quase nunca recebiam uma resposta, e quando recebiam escutavam um "vão embora".
Isso aproximou os dois príncipes, eles viraram amigos e agora também não se desgrudavam mais. Aennastacia sempre teve o poder de apaziguar guerras ou até mesmo de criá-las, e sem mesmo saber acabou unindo os dois príncipes os fazendo serem bons amigos.