SWEET ARROW {SHAWMILA}

By camilizers_kell

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"- É esquisito, não - disse ele. - O quê? - respondi com uma pergunta, a voz baixa demais. - Esses momentos e... More

Leiam
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capitulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capitulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
"BÔNUS"

Capítulo 29

48 10 14
By camilizers_kell

Oie, voltei! Espero que gostem do capítulo!!

Prestem atenção, pq mais pra frente vão ter acontecimentos relacionados a esse capitulo!!

BOA LEITURA!!
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SHAWN

A CABEÇA DE CAMILA ESTAVA REPOUSADA NO MEU PEITO, EM UM sono profundo, enquanto eu a carregava de volta a seu quarto, mas palavras perturbadas saíam aos tropeços de seus lábios.

Não me machuque... Eu não tenho nada... Por favor... não faça isso.

Ela havia murmurado palavras similares na sala de visitas, enquanto a curandeira dava pontos em seus ferimentos. Por favor, não me machuque. As palavras dela trouxeram um silêncio esmagador para a sala.

— Shhh. — sussurrei enquanto virávamos e descíamos pelo último corredor, — Ninguém vai machucar você.

Quando chegamos ao quarto, sua expressão estava mais relaxada e ela ficou em silêncio, atraída para um profundo sono de esquecimento. Eu ainda não sabia como ela havia escondido os ferimentos de mim durante metade da noite. Só as mordidas já deviam ter sido insuportáveis, e depois o veneno...

Minha mãe andava na minha frente e abriu a porta do quarto com força. Carreguei Camila lá para dentro e deitei-a na cama. Ela nem pestanejou. Procurei sentir sua pulsação no pescoço, a única coisa que me diria se ela estava realmente viva.

— É o elixir do sono. — disse a minha mãe, como se pudesse ler minha mente.

Nós dois ficamos ali por longos minutos carregados de silêncio, com nossos olhares fixos nela. Eu sabia em quem a minha mãe estava pensando. Sylvey.

A cor da pele não era a mesma, mas, dormindo, Camila se parecia com ela de muitas formas.

Pequena, vulnerável, engolida por um oceano de roupas de cama desgrenhadas. Sylvey tinha onze anos quando morreu. Fui eu quem a carregou do banho de gelo de volta para sua cama. Ela morreu nos meus braços.

"Segure a minha mão, Shawn. Prometa-me que não vai soltá-la."

Ela gritara com suas últimas forças.

"Não deixe que me coloquem na tumba. Tenho medo."

Eu pensara que aquelas eram apenas palavras delirantes trazidas pela febre.

"Pare de falar essas coisas, irmã. Você vai ficar bem."

"Prometa-me, Shawn, que não vai me colocar lá. Não na tumba. Por favor, prometa."

Mas eu não prometi. Os lábios dela estavam pálidos e descascavam, os olhos fundos, a pele fria e úmida, a voz fantasmagórica; eram já todos os sinais de que ela estava deixando este mundo. Mas eu havia me recusado a vê-los. Eu não aceitava que um Mendes pudesse morrer. Muito menos Sylvey.

"Vá dormir, irmã. Durma. Você ficará bem pela manhã."

Então ela relaxou nos meus braços. Achei que estivesse dormindo. Minha mãe havia saído do quarto por apenas uns minutos para ver como estavam os meus irmãos, também doentes. Quando ela voltou, Sylvey estava morta em meus braços.

Minha mãe enxugou a testa de Camila com um pano.

— Você foi duro com ela. — disse minha mãe.

— Eu só estava tentando conseguir respostas.

— Eu sei. — Ela puxou uma banqueta para perto da cama. — E você estava com medo. Vou ficar sentada aqui com ela. Vá encontrar as suas respostas.

⚔️⚔️⚔️

O ar estava úmido como sempre por aqui. Era como se as respirações frias dos mortos ainda pairassem na escuridão, incapazes de fugir. Os túneis eram ao mesmo tempo um santuário e uma prisão, desprovidos de ventilação, assim como a tumba da qual Sylvey me pedira para ser salva.

Ouvi o silêncio, o som solitário das minhas botas raspando nas pedras do chão, e imaginei Camila entrando sorrateiramente aqui, sem ser notada. O túnel agora estava deserto, exceto pelos guardas na entrada, mas hoje, quando ela estivera aqui, provavelmente havia dezenas de trabalhadores — e nenhum deles a impedira de entrar?

Ainda assim, olhei para as carroças estacionadas ao longo do perímetro, para os estrados, para as sombras, todos possíveis esconderijos se a pessoa fosse cuidadosa, e a distância era curta entre o pátio de trabalho e o local onde um outro conjunto de túneis se ramificava, formando um T e separando-se do primeiro. Parei na frente do brasão de armas desbotado que marcava a entrada mal iluminada pela luz da lanterna, a única indicação de que as catacumbas ficavam por esse caminho.

Você foi duro com ela.

Eu me lembrei de ter gritado, de me sentir fora de controle. Em um minuto eu estava pensando em dançar e, no outro, removia uma bandagem ensanguentada de sua perna enquanto ela se dobrava ao meio de dor.

Alguma coisa estava acontecendo bem debaixo do meu nariz, e eu não tinha visto. Eu estava com receio de contar. Será que eu tinha me recusado a enxergar? Pensei nas costas dela molhadas de suor. Eu tinha notado o filete de suor em sua testa também. A noite está quente. Não estava tão quente assim, havia até uma brisa. Mas eu havia aceitado a explicação dela e me permiti ser distraído por outros detalhes.

Passei pela entrada que dava para as catacumbas e fui andando até a extremidade onde Camila estivera — tão longe e fora do caminho. Virei a última curva e vociferei um comando para os cachorros, que não estavam à vista. Eles saíram de suas alcovas para me cumprimentar, gemendo e murmurando, abanando os tocos dos rabos na esperança de ganhar um afago atrás das orelhas.

Os ashti se pareciam com quaisquer outros cachorros, embora no tamanho estivessem mais para lobos cinzentos — e astutos. Eles poderiam tê-la matado. Eles já haviam matado antes. Os reflexos de Camila devem ter sido rápidos para ela ter conseguido escapar deles.

Os cães mantinham os intrusos afastados, mas os possíveis invasores, em sua maioria, ficavam mais apavorados com a possibilidade de morrer pela mordida venenosa do que com a ideia de ser dilacerados por eles. Era uma forma nada agradável de morrer, e poucos tinham o antídoto.

O antídoto vinha do extremo norte, local de origem dos próprios cães. O remédio nos foi dado pelos comerciantes kbaaki há muitas gerações, depois que lhes oferecemos refúgio durante uma tempestade de neve. O antídoto de aspecto leitoso não podia ser produzido aqui, por isso os kbaaki nos traziam uma provisão uma vez por ano, quando faziam sua peregrinação em direção ao sul.

Eu me curvei, aproximando a tocha do chão. Havia uma mancha ali que parecia ter sido esfregada. Ela se dera tempo para limpar o sangue, tentando cobrir seus rastros. Por quê?

As palavras de Brian me aferroavam repetidamente, como uma vespa recusando-se a morrer.

Não dá para confiar nela.

Dei um passo em direção à porta e verifiquei a tranca. Estava travada e parecia que ninguém havia mexido nela. Eu me virei e afaguei as orelhas de cada um dos cachorros, e eles deram pequenos gemidos de apreciação.

Era verdade: não havia indicações para as catacumbas. A pessoa teria de saber para qual lado virar. Mas o que a levara a ultrapassar duas outras passagens e seguir por todo o caminho até aqui? Apenas curiosidade?

Eu havia lhe contado sobre as catacumbas nos primeiros dias em que estivemos juntos. Ela ficara fascinada pela ideia de um abrigo entalhado em uma montanha de granito, e por toda a história e os relatos que ali tiveram início. Mesmo sabendo que ela não acreditava naquilo tudo, eu tinha ficado feliz com sua demonstração de interesse genuíno. Não era surpreendente que quisesse visitar a fonte das minhas declarações, e, a essa altura, eu já deveria saber que Camila não esperava permissão para nada.

Certifique-se de separar um tempinho para dar uma volta por lá, Shawn. Camila quer ver as catacumbas. Madson tentara dizê-lo de forma casual enquanto partia para a arena esta tarde, mas seu tom estava cheio de orgulho.

Camila era vendana, uma forasteira, e queria ver as catacumbas. Esse reconhecimento, para nós, era um sinal de respeito. E eu achava que, para Madson, isso significava aproximar Camila de nosso círculo interno — as catacumbas eram o nosso início, o local onde se deu o começo de nossa educação, a fonte de grande parte de nossa história. Sem as catacumbas, nenhum de nós estaria aqui.

Agora, elas não passavam de uma relíquia cheia de pó, abandonada. Nash e Lydia ainda faziam algumas transcrições por lá, assim como todos nós uma vez fizemos, mas havia meses que eu não aparecia ali. Apesar dos móveis quebrados e apodrecidos, o lugar ainda era notável de várias formas, o filtro natural da montanha ainda provia ar e água frescos, mas, exceto por isso, as catacumbas eram inabitáveis — em parte, propositalmente. Elas deveriam ser lembradas e mantidas da maneira como haviam sido no passado.

A culpa é do Shawn.

Voltei para a casa principal. As criadas ainda limpavam os jardins depois da festa. Todos os convidados já haviam ido embora ou se retirado para Greycastle.

Hailey e Ariana quase arrancaram Camila dos meus braços quando irromperam na sala de visitas. Não havia confiança ali, e elas presumiram o pior até que viram a curandeira e Camila já com pontos nos ferimentos. Então, uma expressão de culpa inundou a ambas.

Elas sabiam que Camila tinha sido mordida e também não haviam falado nada sobre isso. É claro que não tinham como saber que as mordidas dos cachorros eram mortais. Com a garantia de que a amiga ficaria bem, elas se deixaram acompanhar de volta até a estalagem.

Abri a porta do quarto de Camila. Minha mãe ainda estava sentada na banqueta, e Oleez tinha se acomodado na cadeira do outro lado da cama. Notei que o vestido de Camila tinha sido substituído por uma camisola, e seus cabelos, destrançados no topo de sua cabeça, caíam em ondas soltas pelo travesseiro.

— Vou ficar aqui sentado com ela agora. — falei. — Podem ir.

Assim que elas se foram, me aproximei e olhei para Camila, ainda perdida no mundo onírico ao qual fora levada pelas drogas que lhe deram, seu peito subindo e descendo com a respiração suave e reconfortante.

Você estava observando o meu peito?

Eu me lembrei de quando ela me pegou nessa confissão. Em como eu havia tropeçado nas palavras, tentando me explicar, como se tivesse doze anos de idade. Nós dois havíamos desconfiado um do outro. Aquele dia parecia ter acontecido um século atrás.

Tirei as botas e me deitei na cama ao lado dela, puxando-a para perto de mim. Ela se aninhou com um murmúrio suave, entrelaçando seu braço no meu.

Você me intoxicou com um veneno do qual não quero me livrar.

Fiquei ali deitado ao lado dela e, mesmo que a curandeira tivesse me garantido que ela ficaria bem, pressionei os dedos em seu pulso, sentindo o tamborilar de sua pulsação.

Não posso lhe prometer futuro algum.

E isso era tudo o que eu queria.

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E então??
Cara, ele tá tão na dela....

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