Príncipe dos Circuitos

By IvyGrape

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Lisa Ferraz é brasileira e irmã de um dos melhores pilotos de Fórmula 1 atualmente, mas tudo em sua vida come... More

Boas vindas!
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33

Capítulo 25

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By IvyGrape


Dois dias atrás.

Ontem eu quase morri.
Estou sendo muito dramática? Talvez.

Regan me mimou muito ontem, falando que eu precisava descansar porque estava processando ainda tudo que aconteceu. E enquanto eu ia tirar um belo cochilo no sofá deles durante o período da tarde, ele disse que ia preparar uma refeição para nós, quem sou eu para negar?

Tivemos uma tarde agradável e quando o moreno percebeu que eu estava realmente bem, liberou-me para minha casa.

E então...

Eu achei que recebi a mensagem de meu primeiro potencial cliente, mas era só Liam Byrne me mandando mensagem.

Claro que ele foi bem presunçoso, mas isso já é parte do modus operandis dele.

Bom, ele também assumiu que roubou todos os meus panfletos que eu tinha colocado para divulgar meu trabalho no prédio. Entretanto, ele disse que iria distribuir aqueles e mais alguns por Dublin.

Tudo pode ser uma manipulação dele para que eu perdoe e ele nunca vai andar pela capital da Irlanda panfletando o meu trabalho? Pode ser.

Porém, eu meio que estou esperando que ele realmente tenha um lado bom dele, aquele que todos os fãs de fórmula 1 insistem que ele tem.

Aquele que ele pode ou não ter me mostrado quando me trouxe de volta para casa depois de quase ser atropelada.

O estranho é que não foi estranho conversar com ele, pelo menos digitalmente.

É claro que ele me provocou falando sobre o fotografar nu e isso pode ter ou não despertado meu lado criativo.

Por um momento, eu achei que ele quisesse conversar mais comigo.

Isso sim foi estranho, bizarro até.

Estamos trocando muitas palavras. Todas as vezes que acompanhei meu irmão durante as duas temporadas que ele vem correndo, Byrne nunca tinha falado comigo. Por questões de reuniões e festas da organização, o irlandês cumprimentava meu irmão, completamente obrigado.

Ele não queria falar conosco, então nos evitava de toda a forma, mas se um olhar matasse Theo estaria morto há um tempão.

O que me fazia passar raiva e que Byrne era educado com todo mundo, cumprimentava alegremente a todos, fazia questão de escutar o problema de todo mundo, de ouvir atentamente todos os elogios dos fãs e até alguns conselhos.

Como eu sei de tudo isso?
Bom, todo mundo sabe.

Ele é ainda mais amado por isso, essa é a fama dele.
O queridinho da fórmula 1, o príncipe dos circuitos.

O engraçado é que quando meu irmão teve sua temporada de estreia, ele já estava correndo há um ano. E foi só depois que meu irmão apareceu que o mundo começou a se jogar nos pés do ruivo.

Não estou dizendo que antes Byrne não era educado, mas com as atitudes que podem ser consideradas rebeldes de Theo, tudo o que o irlandês agora fazia era aclamado dez vezes mais.

Quando ele é flagrado jogando lixo na lata correta, fotos explodem na internet, mas sinceramente, o que tem de tão especial de jogar lixo corretamente para ser registrado e ter milhares batendo palma para uma obrigação do ser humano?

Enfim, não sei nem como me sentir vendo esse lado diferente do piloto, longe de toda a pressão dos repórteres e das nossas responsabilidades.

Comi um wafer de morango que tinha na minha despensa e me preparei para fazer meu skincare, abri um pouquinho a torneira e lavei meu rosto.
Passei a argila verde no rosto e enquanto esperava o tempo certo para tirar, fui assistir o novo vídeo no Youtube da Brielle.

Ela falava bem empolgada sobre um livro que a protagonista fazia um acordo com a escuridão para poder escapar de um casamento, ela queria viver e então a escuridão a fez viver anos e anos, ela é praticamente imortal, mas ninguém lembrará dela no instante que desviar os olhos da garota. Só ela e a escuridão.

Brielle fala tão animada do livro que me fez querer ler automaticamente, salvo o nome do livro e me preparo para quando a temporada de corridas começar eu ler.

O meu celular apita, anunciando que já é hora de tirar a argila do rosto. Levantei de minha cama, fui para o meu banheiro e abri a torneira, mas nenhum pingo de água desceu. Por um momento achei que estava ficando louca e abri mais um pouquinho. Nada.

Puta merda!
Faltou água.

Desesperada para tirar a argila da minha cara, abro o aplicativo do prédio que eu moro e uma mensagem de alerta aparece em minha tela.

Senhores condôminos, já pedimos perdão para qualquer tipo de inconveniência, mas o edifício está passando por alguns problemas no que diz respeito à distribuição de água.
Trabalharemos para que o transtorno seja resolvido o mais rápido possível.

Att,
Administração.

Vi em alguns comentários abaixo do aviso que alguns banheiros de outros moradores não estão funcionando, em outra mensagem um homem relata que só faltou água na pia, outros não conseguem dar descarga no banheiro do quarto de hóspedes.

Ainda no segundo andar do meu apartamento, vou em direção ao banheiro da outra suíte. Sem água, também.

Pelo menos ainda tenho mais duas suítes no andar de baixo.

Desço as escadas ansiosa para limpar meu rosto e em seguida tomar banho, mas por alguma piada cruel do destino nenhum sinal de água foi encontrado na minha casa.

Ótimo.

Saio, toco a campainha do apartamento ao lado e fico de costas encarando a minha própria porta.

— Lisa? — Uma voz masculina, ainda com o sotaque irlandês me cumprimenta e eu me viro para encará-lo — Uou, está fazendo um cosplay de fiona ou algo assim?

— Ou algo assim. — Eu sorrio, olhando para o moreno. — Você viu a mensagem no aplicativo do prédio, Regan?

— Eu vi, mas aparentemente você não. — Cerro meus olhos e ele levanta as mãos em sinal de rendição.

— Não tem água em nenhum dos meus banheiros, então...— Seria estranho pedir para tomar banho no chuveiro de uma pessoa que eu não conhecia muito bem?

Ele parece ser muito gente boa, bonito, cozinha muito bem, mas ainda sim dois meses não é tempo suficiente para conhecer as pessoas, certo?

Sei lá.

— Para a nossa sorte, temos um banheiro funcionando aqui, pode entrar. A água está caindo fraquinha, mas funciona muito bem ainda. — Ele me deixa entrar e me guia até ao segundo quarto no primeiro andar.

— Vou pegar uma toalha para você? — Ele ia andando para fora do banheiro, mas então vira-se para mim. — Está com fome? Estou fazendo nhoque à bolonhesa com massa de batata.

— Não precisa se incomodar, Regan, só precisava mesmo de um banho. — Dispenso educadamente, apesar de conseguir ouvir minha barriga roncar no momento que ele falou qual seria a refeição.

— Por favor, vizinha, eu acho que errei a mão e preparei mais do que o necessário. — Diz com um sorrisinho no rosto. — Ou você apoia o desperdício de comida.

— Espertinho! Eu realmente não quero atrapalhar.

— Então que bom que você não atrapalha nada, adoro sua companhia. — Ele diz com um sorriso completo agora. — Vou pegar sua toalha, deixar que você tome banho e enquanto você dá adeus a Fiona vou preparar a mesa para almoçarmos.

— Então tá bom, obrigada novamente! — Eu sorrio, simpática.

— Por nada!

Depois de um bom banho, enrolei a toalha no meu corpo e quando me olhei no espelho - que estava um pouquinho embaçado - li o que estava bordado.

Liam Byrne.

Ok!

Li de novo o que estava escrito na toalha.

Liam Byrne.

Não, as letras não mudaram. Só ficaram cada vez mais chamativas enroladas no meu corpo. Será que Regan sabia que essa era a toalha de Byrne?

Fiquei mais concentrada olhando para o tecido enrolado no meu corpo e vejo a marca da equipe dele. ULTRA.

Acho que meu irmão me mataria se soubesse que estou usando uma toalha da do seu maior rival, que tem a estampa da equipe concorrente e ainda por cima que acabei de tomar banho na casa de Liam Byrne.

Saí no quarto e grito para Regan:

— Hein, vizinho, estou indo para minha casa.

— O quê? — Ouço seus passos saindo da cozinha e me encontrando no corredor. Assim que ele chega, não desvia o olhar para o meu corpo. — E o nosso almoço?

— Já volto, vou só colocar uma roupa. — Eu falo. Vejo que ele abre e fecha a boca, provavelmente pensando melhor o que ia falar.

— Você não quer uma roupa emprestada?

— Imagina, não sei se esqueceu mais meu apartamento, é só alguns passos daqui. — Eu falo rindo. — Já volto.

— Vou deixar a porta aberta.

Volto para a casa do meu vizinho carregando uma boa quantidade de papel e uma boca ansiosa para degustar a comida de Regan.

— O que são todos esses panfletos? — Pergunta um irlandês confuso. — Olhei rapidamente e achei que era a toalha.

— Byrne pediu para que eu deixasse esses panfletos para você e a toalha eu vou lavar. — Falo esclarecendo, o piloto tinha dado a impressão que ia distribuir esses panfletos também, mas não falaria isso para Regan, não quero que me ache interesseira ou coisa do tipo.

— Ok para o primeiro. — Ele me encarou e depois riu. — Como você vai lavar a toalha se está sem água no seu apartamento?

— Bem notado. — Não tinha pensado nisso, minha boa educação só lembrou de lavar qualquer roupa emprestada. — Vou levar em alguma lavanderia.

— Fica tranquilo, Liam não usa muito essa toalha. — Ele diz relaxado enquanto saboreava a sua deliciosa refeição.

— Não usa muito? Como, em alguns dias ele usa aquela mesma toalha? — Eu pergunto, tentando não demonstrar meu surto.

— Acho que sim, ele tem muitas dessas, até eu roubo algumas, inclusive. São toalhas de qualidade, por isso peguei para você.

Fofo!

Mas precisava mudar de assunto, dei uma garfada e levei o nhoque à boca. Precisei me conter para não demonstrar o quanto que eu gostei da comida.

— Nossa, onde foi que você aprendeu a cozinhar tão bem? — Pergunto e ele abre um sorriso de lado quando eu completo a frase. — Você é muito bom.

— Fato engraçado, na verdade eu aprendi com Liam.

— Hum. — Foi involuntário quando eu disse isso, por que toda vez que eu tento mudar de assunto toda a conversa volta para esse nome?

Apesar de meu barulho que para mim soou mais como um grunhido, Regan se sentiu ainda mais motivado a falar.

— Eu ia direto para a casa dele depois da escola e toda vez que a avó de Liam fazia a comida, ela obrigava-nos a acompanhar cada passo e depois fazia principalmente ele preparar a mesma comida na próxima refeição, mas eu tenho uma boa memória e preparava para minha própria família comer — O moreno diz sorrindo com um ar nostálgico. — Ela dizia que não bastava ser bonito, era preciso ser inteligente, educado e saber cozinhar, ela dizia que as mulheres adoram.

— A avó dele é uma mulher muito sábia. — Eu o respondo.

— Você acha que ela está certa? — Perguntou olhando-me intensamente.

— Com certeza. — Será que eu concordei muito rápido? — Principalmente se a mulher não sabe cozinhar.

Apontei para mim, apesar de pensar que brownies, pipocas e macarrões instantâneos deva contar para alguma coisa.

— Então pode ficar tranquila, vizinha. — Ele apontou para o corredor que dá acesso a entrada do lugar. — Essa porta estará sempre aberta para você. E como você sabe, eu sei cozinhar muito bem.

Ele sabe.
E agora eu sei que Byrne também.

Eu tenho um fraco por homens que cozinham e que cozinham bem por sinal.
Desculpa pelo sumiço, espero que tenham gostado do capítulo de hoje.
E não esqueçam de votar!
Beijinhos!

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continuação da história