NARRADOR.
Três dias haviam se passado desde o incidente nas Terras da Tempestade e desde então, Aennastacia e sua mãe, Rhaenyra, não saíram do lado do príncipe Lucerys em seu leito.
O herdeiro do trono de madeira havia entrado em um sono profundo após os meistres do castelo o induzirem a isso com alguns elixires que fizeram para tratar do garoto que estava ferido devido ao confronto com Vhagar e em seguida, pela sua queda ao mar.
Assim que Aenna chegou em Dragonstone com seu irmão nos braços, o garoto havia acordado e parecia estar delirando e confuso.
Em todo momento perguntava de seu dragão, Arrax.
- Precisam comer. - Mãe e filha foram arrancadas de seus devaneios quando Louise adentra o quarto com uma bandeja em mãos. - Ele insistiu em vir...
E então, Aennastacia consegue ver Gaemon saindo de trás das pernas de sua criada com outra bandeja em suas mãos.
O garoto parecia triste ao ver o estado abatido de sua mãe que, ao perceber a reação de Gaemon, tenta disfarçar o seu incômodo colocando um sorriso no rosto e estendendo suas mãos para o mesmo se aproximar.
- Não gosto de te ver triste, mãe. - Gaemon choraminga ao chegar perto de Aenna a entregando a bandeja.
- Você me deixou feliz com sua visita, azantys. - A voz da mulher soou fraca, mas cada palavra sua era a mais pura verdade.
Aenna não havia permitido que Gaemon entrasse no quarto durante todos esses dias, ela não queria que o seu filho visse o seu tio acamado.
Então para que não o deixasse vê-lo, ela deixa a bandeja de lado e entra na frente do mesmo, de forma que o garoto de cabelo loiro platinado não conseguisse ter visão da cama.
- Vovó! - Ele exclama ao ver Rhaenyra se aproximar e então abraça as pernas da rainha, e seu abraço é retribuído pela mais velha. - Você acha que Haedeon é um nome legal? E Haelia? Não vejo a hora do meu dragão nascer. E... E...
O garoto sempre se empolgou ao conversar com qualquer um sobre os assuntos que o interessava, as vezes ele até mesmo se embolava nas palavras por falar mais rápido do que consegue.
E com isso, ele sempre arrancou risadas por acharem isso fofo nele.
Então, pela primeira vez, foi possível escutar risadas sinceras dentro do quarto.
- São nomes lindos para o dragão de um cavaleiro. - A rainha acaricia os fios loiros do menino enquanto fala.
E mais uma vez, a porta se abre e dessa vez, revela Beron que entra no quarto em seguida.
Num pulo, Gaemon corre de braços abertos em direção ao Stark que o pega no colo, e o gira no ar arrancando risadas do filho antes de dar um beijo em sua bochecha.
Os olhos da princesa brilhavam ao ver o cuidado que o marido tinha com o filho e o cuidado que tinha com ela, e a rainha percebia que esse casamento havia sido uma escolha certa visto que a felicidade era estampada no rosto de sua filha.
Ainda com Gaemon no colo, Beron se aproxima de Aenna e deposita um beijo em sua testa ao passar seu braço livre pela cintura de sua esposa que também o abraça.
- Não está se esquecendo de nada, azantys? - Beron o pergunta e os olhos do garoto se arregalam ao se lembrar.
O garoto quase se joga dos braços de Beron e corre em direção a porta.
- Minha aula com o Axel! - Ele abre a porta mas para e corre em direção a Aenna e dá um último abraço nela antes de finalmente sair correndo.
- Ele ainda me deixa louca. - Louise sai correndo atrás do menino e mais uma vez, o quarto é preenchido por risadas.
- Gaemon me lembra Lucerys quando pequeno. - A rainha fala com um pesar.
E novamente, o silêncio se instala no quarto ao lembrarem da situação atual.
- Em King's Landing, Maegor, Cregan e Daemon obtiveram sucesso na primeira parte do plano. - Beron quebra o silêncio ao dizer sobre o conteúdo da carta que havia chegado através de um corvo momentos antes. - Encontraram mais um filho do usurpador... Uma filha, na verdade. A mãe da garota e todas as mulheres da casa de prazeres onde ela vive, concordaram em os ajudar a expor Aegon.
A rainha o escutava atenciosamente.
- Maegor já montou em Canibal e segue pelo mar estreito para encontrar a rota dos navios de bebidas de Braavos enquanto isso, Cregan e Daemon estão esperando pelas carroças de bebidas na estrada do rei.
- Maegor concordou por livre e espontânea vontade deixar com que Cregan e meu pai ateiem fogo no castelo sem ele? - Aenna ri desacreditada.
- Claro que não. - Beron também ri. - Ele ordenou que esperassem por ele...
- Ele não ia perder a oportunidade. - A rainha ri enquanto se senta em uma cadeira ao lado da cama do filho. - Uma vez, quando era pequeno ele tentou colocar fogo no próprio quarto porque "gostava da cor das chamas".
- Eu me lembro bem. - Aenna gargalha. - Acordei com ele me puxando da cama quando o fogo começou.
- Aenna saiu gritando pelos corredores. - Rhaenyra relembra e não consegue conter a risada e Beron se junta a elas.
Mais tarde naquele mesmo dia.
Aennastacia foi para o seu quarto pela primeira vez nesses dias e tinha acabado de sair do banho e se vestido quando deitou em sua cama.
- Você não comeu ainda. - O Stark entra em no quarto carregando outra bandeja em mãos.
- Não estou com fome. - Aenna se justifica se sentando na cama.
- Precisa cuidar de você e do bebê. - Ele se senta ao lado da esposa e enche uma colher com a sopa que ele havia trago. - Vamos, me deixe cuidar de você.
Relutante, a Targaryen abre a boca e então Beron leva a colher para a boca de Aenna antes de assoprar o líquido quente.
- Eu acho que consigo comer sozinha, sabe... - Aenna coloca um sorriso brincalhão no rosto.
- Eu sei que pode. - Ele responde ao molhar um pedaço de pão no caldo. - Mas você irá enrolar e não vai comer.
Quando a mulher ia responder, o Stark coloca o pedaço de pão em sua boca e começa a rir pelo olhar desacreditado da princesa, que também acaba rindo.
- Obrigada. - Ele não entende o porquê de sua mulher estar o agradecendo e ela percebe e leva sua mão ao rosto do mesmo e o acaricia. - Por tudo.
Algum tempo depois, Aennastacia e Beron estavam enrolados nos lençóis nos braços um do outro quando o Stark decide por fim tocar no assunto que ele havia evitado.
- Os soldados do norte chegaram em Dorne ao amanhecer. - Sua voz sai em um sussurro.
Aenna permaneceu calada por um tempo pensando em que resposta daria para o homem.
Ela não queria ter que deixar Dragonstone até seu irmão melhorar, mas sabia que não podia adiar isso por mais tempo.
Eles já haviam dado tempo demais para os verdes, e ultimamente, o tempo era essencial.
E no momento que Aemond, montado em Vaghar atacou o príncipe Lucerys, a guerra se iniciou.
- Como sabe? - Ela pergunta confusa, já que não teria como um corvo ter chegado de Dorne em tão pouco tempo.
- Eu vi. - E mais confusa do que antes, Aenna volta seu olhar para ele. - Quero dizer... Alguém que confio me contou.
Aquela história não estava se encaixando, mas sabia que ele ainda não a explicaria sobre.
- Partiremos amanhã. - Ela decreta.
No dia seguinte.
Os dornianos olharam para o céu espantados pelos sons que ouviram e pela grande sombra que caiu sobre as cidades de Dorne.
Como se para mostrar sua força e poder, Naera sai de dentro das nuvens agressivamente e veloz ela sobrevoa as casas dali.
E o seu rugido foi ouvido por quase toda Dorne.
Aennastacia Targaryen havia chegado.
•••
- VOLTAMOS A PROGRAMAÇÃO NORMAL!!! Tô de voltaaaa.
- Vamos entender o verdadeiro significado da calmaria antes da tempestade. Só vou dizer para prepararem o psicológico pro próximo cap...
- Não esqueçam de comentar e favoritar o capítulo, isso me incentiva muito a continuar! 💕
- Feliz Natal e feliz ano novo atrasado, espero que tenham se divertido