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By Villowz

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π‘πŽπ‚πŠπ€ππ˜π„ | Solaris King era uma mulher bem sucedida. JuΓ­za de renome e ao mesmo tempo uma mΓ£e present... More

━━━ π‘πŽπ‚πŠπ€ππ˜π„
━━━ π„ππˆΜπ†π‘π€π…π„ (π€π“πŽ π”πŒ)
00 ━━━ PrΓ³logo
01 ━━━ Acampamento
02 ━━━ Primeiro zumbi
03 ━━━ Ataque
04 ━━━ A esperanΓ§a estΓ‘ morta hΓ‘ muito tempo (serΓ‘?)
05 ━━━ Uma chance (CDC)
06 ━━━ Tudo acabou
07 ━━━ ExplosΓ£o
08 ━━━ Perdidas
09 ━━━ Uma centelha de esperanΓ§a que se acendeu aos poucos
10 ━━━ A fazenda Greene
11 ━━━ NΓ£o era um zumbi
12 ━━━ celeiro
13 ━━━ Sophia
14 ━━━ Bomba relΓ³gio
15 ━━━ Curiosidades
16 ━━━ Grupo Quebrado
17 ━━━ Horda
18 ━━━ ReuniΓ΅es e tensΓ΅es
19 ━━━ Lar doce lar
20 ━━━ Thomas e os prisioneiros
21 ━━━ Lindo dia
22 ━━━ Maggie e Glenn
23 ━━━ Duplo Resgate
24 ━━━ Lutar pra viver
25 ━━━ Eu acho que gosto de vocΓͺ
26 ━━━ NΓ£o vamos cair sem lutar
27 ━━━ Guerra
28 ━━━ Uma paz merecida
29 ━━━ Passos de formiga
30 ━━━ 15 dias sem acidentes
31 ━━━ 30 dias sem acidente
32 ━━━ De um jeito ou de outro
33 ━━━ Γ‰ eles ou vocΓͺ
34 ━━━ Estamos bem. Vamos ficar bem.
35 ━━━ Um pouco de normalidade
36 ━━━ A queda
37 ━━━ Uma busca difΓ­cil
38 ━━━ SantuΓ‘rio para todos uma porra
39 ━━━ Filhos de aΓ§o
AGRADECIMENTOS + CURIOSIDADES

40 ━━━ Que possamos no encontrar novamente (EpΓ­logo)

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By Villowz

Três dias se passaram desde então. Três dias que se fixaram naquela casa. Três dias que eles se tornaram filhos de aço. Três dias que Solaris estava inconsciente.

E foi no quarto dia, antes do sol nascer, que os olhos de Solaris se abriram, injetados de sangue.

A primeira coisa que Solaris fez ao acordar foi procurar sua filha com os olhos e quando percebeu o quarto que estava e não o reconheceu se sentou na cama. Ela colocou a mão na cabeça sentindo uma dor pungente ali e um espasmo em sua ferida na perna por conta de seu movimento, mas fora isso se sentia estranhamente descansada.

Quanto tempo tinha se passado? Onde estava Aurora?

Aquelas perguntas a incentivaram a sair da cama. Suas botas fizeram barulho ao movimento e ela se concentrou em diminuir o barulho. Solaris pegou um abajur e tirou a cúpula tornando a haste do objeto uma arma depois disso ela se encostou na porta e a abriu devagar.

Solaris andou devagar com a mandíbula cerrada e a haste do abajur apontada para frente. Ela não encontrou nada dos quartos e no banheiro do andar de cima e logo desceu as escadas. A mulher parou no final da escada e o abajur pendeu em sua mão quando abaixou o braço. Aurora dormia no chão nas cobertas, Steve ocupou a poltrona com um lençol e Raven deitava no sofá. O som de arma em gatilho lhe tirou de seu torpor.

— Eu quase atirei em você. — Raven ralhou abaixando a arma e tomando cuidado ao se sentar para não tocar em Aurora. Solaris lhe olhou sem entender. Ela se levantou.

— O que 'tá acontecendo? Quanto tempo estou desacordada? — Solaris questionou e Raven gesticulou para ela parar de falar.

— Será que dá pra calar a boca. — Raven pediu em um sussurro crítico, ela olhou para Aurora estudando-a — Essa a minha primeira vez que acordo antes dela.

Solaris franziu o cenho e apontou com a cabeça para a cozinha. Ela andou ouvindo Raven lhe acompanhar. As duas se sentaram na mesa em silêncio.

— O que você quis dizer que essa é a primeira vez que acorda antes de Aurora? — Solaris questionou com uma ruga entre as sobrancelhas. Raven soltou um riso sem humor. A carranca da ruiva se aprofundou.

— O que eu quero dizer é que desde que você ficou inconsciente a garota não consegue dormir nem seis horas. — Raven respondeu duramente — E em três dias, ela teve dois episódios de ptsd.

Solaris ofegou.

— Faz três dias que eu estou desacordada? Minha filha, ela. — Solaris falou mais para si mesma virando seu pescoço para a entrada da cozinha que dava acesso a sala de estar onde Aurora e Steve dormiam.

— Está superando. O que aconteceu com vocês afetou muito ela. — Raven tentou acalmar a mãe — Mas ela é uma filha de aço agora, e está superando.

Solaris assentiu sem entender direito o que significa filha de aço.

— Filha de aço? — Solaris perguntou curiosa.

— Não somos quebrados facilmente. — Raven respondeu prontamente — E você está se sentindo melhor? – olhou para a perna da mulher.

— Sim. Apenas uma dor na minha perna. — Solaris olhou para sua perna estendida para fora da mesa —Eu não queria ficar desacordada.

— Mas seu corpo precisava se recuperar e já que você não fez isso conscientemente. — Raven apontou em censura — Se você tivesse feito isso teria nos poupados de muita coisa.

— Você não sabe de porra nenhuma. — Solaris mordeu de volta.

—  Eu sei. Aurora nos contou. — Raven revidou.

Solaris inclinou seu corpo sobre a mesa estreitando os olhos.

— Você não sabe de porra nenhuma. — Solaris repetiu devagar antes de se recostar na cadeira e colocar as mãos no colo — Aurora te contou o medo, desespero que eu sentia por aqueles homens mexerem nela que eu estava disposta à fazer com os dois bastardos de merda. Ela te contou que antes de matar o que estava em cima de mim, eu tive que deixá-lo me tocar e não lutar com ele. Eu os matei enquanto estava só de calcinha e blusa, pelo amor de Deus.

— Eu fiz tudo isso depois de ser atingida por uma bomba. — Solaris continuou observando Raven se encolher — E eu faria tudo de novo por ela. Minha prioridade é Aurora.

— Aurora te contou a história, mas ela não contou a história do meu ponto de vista. Ela não é mãe. E nem você é. É por isso que eu digo que você não sabe de porra nenhuma. — Solaris finalizou com uma expressão de poucos amigos.

Elas ficaram em silêncio.

— Você está com fome? — Raven perguntou olhando para os armários que eles estocavam suprimentos. Ela não sabia o que dizer diante das palavras de Solaris, então resolveu simplesmente mudar de assunto.

— Não. — Solaris suspirou relaxando os ombros.

— Mas você deve comer. Depois de três dias sem alimentos ou água é um milagre você não está de cama ainda. — Raven falou olhando para um ponto do cômodo com os olhos mais abertos.

Solaris lhe olhou de cima à abaixo e piscou devagar. Raven lhe afrontou a olhando nos olhos, mas quando mostra alguma consideração pelo seu estado, ela desviava o olhar.

— Eu vou comer, só irei no banheiro antes. — Solaris falou se levantando não dando brecha para Raven revidar.

— Há um ao lado da escada. — Raven sugeriu e Solaris acenou em agradecimento.

— Você sabe que horas são? — Solaris parou no batente da porta observando a escuridão da sala.

— Deve ser umas quatro horas da manhã. — Raven respondeu. Com isso, Solaris se afastou totalmente para ir ao banheiro.

Apesar da sugestão de Raven do banheiro no andar debaixo, ela subiu para o quarto onde estava antes de ir ao banheiro do lado. Solaris pegou qualquer roupa que encontrou nos armários, ela só queria tirar aquelas roupas o mais rápido possível, só de saber que ainda estava nas mesmas roupas que aquele nojento do Harold lhe tocou lhe deu vontade de vomitar.

Ao deixar as roupas penduradas no box, ela se apoiou na pia e deixou sua cabeça cair. Seu corpo descansou mas sua mente estava exausta. Solaris se olhou no espelho e mordeu os lábios inferiores ressecados. Sua cor tinha voltado notou rapidamente. Mas seus olhos estavam sem vida.

Solaris se lembrou rapidamente e se sentou no vaso abaixando sua calça. Apenas resquícios de sangue no absorvente. Não era de se admirar, depois de um trauma daqueles. Ela suspirou e jogou o absorvente fora se levantando após terminar de usar o vaso. A mulher se limpou também. Tirou suas botas com os calcanhares e puxou sua calça e calcinhas dos pés. Ela caminhou para o box tirando sua blusa e casaco.

A água do chuveiro era gelada, mas Solaris nem se importou, ela só queria esfregar sua pele, e foi isso que fez até sentir seu corpo arder. O curativo em sua perna ficou molhado no final e seus arranhões se abriram, ela só parou quando viu o sangue e a vermelhidão. Solaris encostou a cabeça no box de vidro e fechou os olhos.

Ela conseguiu parar suas lágrimas antes delas descerem pelo seu rosto.

No banheiro não havia nada de primeiros socorros, e ela praguejou, Solaris saiu do cômodo vestida apenas com uma flanela vermelha masculina e uma cueca box. Os primeiros socorros estavam na mesinha de cabeceira. Agora, ela tinha dois machucados para consertar. O da perna foi o primeiro. Solaris limpou a ferida como sua filha fazia todos os dias, e a enfaixou para colocar suas calças. Depois passou para seus arranhões no braço, e tirou a flanela, deixando um pequeno rastro de sangue na peça de roupa.

Solaris estava enfaixando seu braço quando a porta foi aberta abruptamente.

— Mãe, você acordou. — Aurora exclamou segurando a maçaneta na porta.

Solaris franziu o cenho ao ver as bolsas debaixo dos olhos de Aurora, e a descoloração do tapa que tinha levado do bastardo desaparecia lentamente. Ainda era cedo, muito cedo. Ela prendeu a faixa e se levantou devagar da cama colocando o braço de volta na manga da flanela.

— Eu acordei. — Solaris falou.

Aquilo foi o suficiente para Aurora se aproximar dela rapidamente e esconder seu rosto no meio de suas clavículas. Solaris se assustou com o ataque repentino, mas logo passou as mãos pelos cabelos iguais aos seus e a apertou contra seu corpo. Aurora cresceu centímetros a mais nesse tempo. Ela cheirou o cabelo de suas filhas antes de afasta-la minimamente para dá uma olhada em seu rosto.

— Você banhou? Mãe, seu.

— Você? Vejo que não está muito bem. — Solaris desenhou as olheiras da menina com os dedos. Aurora abaixou a cabeça.

— Estou superando. Aos poucos. — Aurora sinalizou.

— Me desculpe por não está presente. — Solaris pediu pressionando os lábios em linha fina — Por ter sido negligente com você.

—  Você foi negligente consigo mesmo. Você devia ter descansado. — Aurora censurou, mas soltou um suspiro — Eu peço desculpas também, não devia ter pressionado.

— Tudo bem. — Solaris guardou as mechas do cabelo da menina atrás da orelha — Você cresceu mais. —apontou em língua de sinais.

— Você acha? — Aurora sinalizou surpresa.

— Sim. — Solaris respondeu antes de puxá-la para mais um abraço no qual sua menina não recusou — Oh minha menina. Eu sinto tanto.

— Tudo bem, mãe. Eu vou ficar bem. Sou filha de aço e não vou quebrar facilmente. — Aurora tentou acalmar o coração da mãe. Ela sabia que Solaris se sentia profundamente culpada.

Mas ela estava superando isso, aos poucos. Boa parte disso foi pelas palavras de Steve. Eles também sofreram, mas como aço eles eram resistentes e não seriam quebrados facilmente. Ela adotou essa ideologia. Aurora era filha de aço. Assim como sua mãe também é. E todo o seu grupo separado por aí. Solaris precisava saber disso.

— Assim como você, mãe. — Aurora se separou da mulher — Você também é filha de aço.

Solaris sorriu pequeno e assentiu.

— Mãe. O seu ferimento. — Aurora se engasgou ao lembrar.

— Já limpei e coloquei outro curativo. Está tudo bem. — Solaris sinalizou dando batidinhas suaves na perna machucada — Agora, estou morrendo de fome.

— Pois vamos comer. Temos um estoque guardado. — Aurora pegou em sua mão e lhe guiou para fora do quarto até a cozinha.

— Aurora, tudo bem com sua audição? — Solaris perguntou em sinalização enquanto desciam as escadas. Aurora parou por um momento.

— Ás vezes é difícil ouvi-los e de vez em quando há um zumbido, ainda hoje dói. Mas eles tentam se comunicar comigo na minha língua. — Aurora colocou a mão no ouvido atingido — Steve aprende rápido só observando meus movimentos, mãe. — sua expressão estava admirada enquanto fazia os sinais.

— Vamos tentar achar aparelhos o mais rápido possível, ok. — Solaris lhe deu uma piscadela e elas voltaram a descer as escadas.

Elas desceram as escadas e Steve já estava acordado e com Raven na cozinha. Ele se mostrou surpreso ao ver Solaris em pé.

— Você está acordada mesmo. — Steve soltou surpreso. Solaris assentiu se afastando da filha para pegar comida nos armários.

— E morrendo de fome. — Solaris complementou. Ela pegou umas cincos, seis barras de cereais empilhadas.

— Cuidado, para não acabar com tudo. — Raven soltou.

Solaris se aproximou da mesa que a morena estava e soltou as barras de cereais na superfície se sentando devagar na outra extremidade. Steve e Aurora se encaram por um momento temendo o que estava por vir.

— Eu vou repor suas malditas barras. — Solaris apontou a barra com a embalagem rasgada pela metade.

— Hum. — Raven resmungou.

— Desculpa. Você tem algum problema comigo? — Solaris questionou mordendo sua barra de cereal.

Raven se aproximou da mesa e juntou as mãos sobre a superfície. Steve arregalou os olhos. Aurora lhe olhou confusa. E Solaris estreitou os olhos para a outra mulher.

— Vejamos. Você roubou nosso carro. Apontou uma arma para a cabeça de Steve. — Raven pontuou e se apressou para continuar a falar quando a ruiva fez menção de interromper — Você só voltou por causa de Aurora, mas durante toda a jornada você continuou a me apontar a arma.

— Você quer desculpas? Sinto muito, querida, mas eu não vou me desculpar por isso. — Solaris falou duramente entre suas mordidas de sua segunda barra de cereal — Você prestou atenção no mundo que vivemos? Eu não confiava em vocês. Não vou pedir desculpar por priorizar a sobrevivência de Aurora e a minha.

— Raven, depois ela nos ajudou, entregou comidas e armas. — Steve tentou ajudar.

— Por causa de Aurora. — Raven revidou sem tirar os olhos de Solaris.

— Eu lhe dei o rifle porque eu quis. — Solaris explicou friamente — E sobre voltar para buscar vocês. Foi porque eu quis. Aurora apenas me motivou.

Raven e Steve ficaram surpresos com aquela nova informação. Raven olhou para Aurora em busca de respostas.

— Mamãe só precisava de um incentivo. — Aurora falou com uma sinalização e deu um sorriso envergonhado para a dupla.

— E a arma apontada para Raven? — Steve perguntou.

— Eu e Aurora tinhamos acabado de ser surpreendidas por dois bastardos nojentos. — Solaris respondeu prontamente, estando agora em sua quarta barra de cereal — Não me culpe por ser cautelosa. — deu de ombros. Ela olhou para Raven que ficou estranhamente quieta depois de sua revelação.

— Que motivo era esse? — Raven a olhou nos olhos.

— Ainda existe pessoas boas. — Solaris respondeu se recostando na cadeira. Ela deu a última mordida na quinta barra de cereal e a última barra ela jogou para Raven que pegou.

— Você não precisa repor as barras. — Raven falou rasgando a embalagem. Steve suspirou aliviado e assentiu para Aurora. Tudo ficou resolvido agora.

—Eu faço questão. — Solaris falou sorrindo de lado.

— Mãe. Você tá certa sobre isso? Apenas um, dois dias para a senhora recuperar sua força. — Aurora falou com uma sinalização quando Solaris comentou em ir atrás do grupo no Terminus.

— Eu já descansei por três dias, me sinto bem. Recuperada. — Solaris garantiu olhando para o trio em volta da mesa na cozinha — A constar pelos dias que se passaram, temos que nos mover, nosso grupo ainda pode está preso no Terminus ou indo pra lá.

— Ou mortos. — Steve falou seriamente. Aurora olhou horrorizada com aquela perspectiva. Solaris umedeceu os lábios.

— Temos que conferir mesmo assim. — Solaris falou — Temos que saber.

— O que você irá fazer se eles estiverem mortos? —Raven perguntou fazendo alguns sinais. Ela estava praticando.

— Não diga isso. — Aurora ralhou batendo o punho na mesa que pouco fez barulho.

—  Nós continuamos sobrevivendo. — Solaris respondeu e virou o rosto para a filha — Temos que pensar em todas as possibilidades Aurora. Por isso que eu digo para irmos logo.

—  Tudo bem. — Raven falou chamando a atenção de Solaris – Vamos nos aprontar.

Em questão de minutos, o grupo organizou os suprimentos, as armas e suas roupas de inverno. Aurora ainda estava cautelosa com a saúde de sua mãe e decidiu ficar de olho nela. Ela acompanhou Steve para guardar suas coisas no porta malas do carro. Solaris e Raven pararam na frente da porta observando os meninos se organizarem.

—  Você sabe ao menos por onde começar? — Raven falou ao lado da mulher.

— Eu sei. — Solaris a olhou — Vamos voltar para onde nos conhecemos e seguimos para a esquerda. – ela respondeu e logo depois se afastou da mulher para guardar suas coisas no porta malas. Solaris guardou uma pistola em sua cintura.

— Eu dirijo. — Solaris estendeu a mão para Steve que lhe olhou cético e apertou sua mão na chave.

— Você anda igual uma tartaruga. — Solaris respondeu abrindo e fechando a mão. Raven segurou o sorriso. Era verdade, no final das contas.

— Como você saberia? Estava desmaiada. — Steve respondeu com um tom levemente ofendido.

— Eu senti, garoto. Me dê a chave que eu te mostro como se dirige. — Solaris explicou acompanhado de uma sinalização.

— Você nem sabe o caminho que eu peguei pra vim pra cá. — Steve apontou.

— Raven me ensina. — Solaris continuou. Isso perduraria por horas e Raven resolveu intervir.

— Steve, dê a chave para Solaris. Você anda igual uma tartaruga mesmo e precisamos economizar tempo e gasolina aqui. — Raven explicou colocando uma mão no ombro do menino para ele lhe olhar.
Steve suspirou dramaticamente.

— Acho que devemos procurar gasolina antes. —Steve falou passando a chave para a ruiva.

— Steve, veja pelo lado bom, posso te ensinar mais palavras em língua de sinais. — Aurora pulou entre Solaris e Steve com um sorriso fechado.

— É um bom lado. — Steve comentou. Solaris inclinou a cabeça com a troca de conversa entre os dois.

— Vamos logo. — Raven chamou sua caminhanda mais pronunciada pela dor que sentia. Ela precisava sentar e logo foi para o banco do passageiro.

— Eu vou fazer uma órtese para você, não esqueci viu. — Steve sussurou no ouvido de Raven quando se sentou no banco atrás dela. Ele tinha visto sua caminhada.

— Tudo bem? — Solaris perguntou ligando o carro.

— Sim. Podemos ir. — Raven falou. Uma mão pequena segurando dois comprimidos apareceu em seu campo de visão. Solaris olhou para o remédio e para ela.

— São os últimos Raven. — Aurora falou. Então, o trio tinha visto que ela não estava bem.

— Guarde um para mais tarde. — Solaris sugeriu.

Raven assentiu pegando os dois comprimidos, guardando um em seu bolso e o outro tomou à seco. Solaris dirigiu o carro o mais rápido que o veículo suportava, ela seguiu as orientações de Raven e parou no local que eles se conheceram depois que acharam um ponto e encheram um pouco o tanque.

Ela parou na bifurcação. Mais a frente, eles conseguiam ver os zumbis atropelados e decompostos no chão. Então, ela virou na esquerda. A viagem demorou três horas e alguns quebrados, o contorno do galpão de Terminus se tornando mais vísivel.

—  Ok. Estamos perto. Raven você ficará no carro, ok? — Solaris falou olhando para a mulher rapidamente ao seu lado.

— O que? Não. — Raven exclamou estalando o pescoço para a ruiva.

— Você está com dor. Não posso focar em procurar os outros quando estiver preocupada com você caindo. — Solaris explicou acenando devagar. Raven mais uma vez ficou estranhamente quieta — E outra o carro não pode ficar sozinho, tem nossos suprimentos aqui.

— Tudo bem. — Raven se encostou no banco novamente.

— Se você ver algo de suspeito, pegue o carro e volte para a casa. Nos encontramos lá. — Solaris continuou.

— Entendi. — Raven assentiu.

— E vocês dois, vão me seguir em todos os meus comandos, entendido? — Solaris olhou pelo espelho para os dois adolescentes que assentiram prontamente

—  Espera aí. Aquilo é. — Raven colocou uma mão na dobra do cotevelo de Solaris. Ela apertou os olhos.

— O quê? — Solaris perguntou diminuindo a velocidade para tentar ver o que Raven estava apontando — Parece fumaça. —  ela parou o carro de uma vez. Uma barulho bateu em seu banco. Ela olhou rapidamente para trás.

— Mamãe. — Aurora ralhou se ajeitando no banco e massageando sua testa. Steve mordeu as bochechas escondendo o sorriso. Tinha sido engraçado.

— Incêndio. — Solaris se virou para Raven com um braço sobre o volante e uma ruga entre as sobrancelhas.

— Se for parece que acabou há algum tempo. É fumaça branca, de cinzas. — Raven se expressou.

Solaris olhou para frente. Faltava alguns quilômetros para chegar em Terminus.

— Vamos devagar agora. — Solaris voltou a dirigir. O trio assentiu.

A fumaça branca vinha mesmo do galpão de Terminus. O coração de Solaris bateu em seus ouvidos ao pensar no pior. Ela parou o carro. O lugar que parou estava estranhamente vazio.

—  Vamos, Aurora, Steve. — Solaris chamou enquanto tirava a pistola da cintura e passava para Raven — Aqui tem mais bala. Me dê a sua.

Raven passou a sua e pegou a que Solaris tiha oferecido. O quarteto saiu do carro. Steve e Aurora caminharam até o porta malas para pegar todas as armas.

— Deixe o carro ligado. Eu não sei o que vai ter lá. — Solaris falou do outro lado do carro. Raven se aproximou para ocupar o banco do motorista — Não vamos demorar. Eu só preciso saber o que aconteceu.

—  Proteja Steve. — Raven segurou o braço da ruiva e apertou para dar ênfase em seu pedido.

— Eu vou. — Solaris garantiu assentindo para ela. Raven deixou seu aperto cair — Estão prontos?Vamos lá. — ela deu a volta para se encontrar com os adolescentes e pegou o rifle oferecido pondo a alça em seus ombros.

Eles mal entraram na floresta quando se depararam com alguns zumbis vagando e com o minímo barulho que mostraram os mortos colocaram a atenção neles. As ruivas pegaram suas armas e Steve balançou seu bastão. Um dos zumbis estava vestido de açougueiro.

Eles se aproximaram mais do Terminus, algumas cercas caídas e outras pendendo. Os vagões abertos. Os galpões destruídos. Corpos comidos e zumbis no chão. Tinha havido uma guerra ali. E essa era a parte oeste da comunidade. As outras partes do local também estariam do mesmo jeito. Solaris supôs.

— Foi o nosso grupo que fez isso. — Solaris afirmou abaixando o rifle.

— Seu pessoal fez isso? — Steve engasgou.

— Eles estão por aí. — Aurora falou aliviada.

— Eles estão por aí. Vivos. — Solaris sorriu para sua menina — Só precisamos continuar procurando.

Eles se encontrariam novamente.

Solaris só não esperava que demoraria tanto tempo.

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