Como fora ordenado, Daemon foi embora do reino, ou melhor dizendo, ele foi exilado novamente. Tendo permissão do rei apenas para permanecer em King's Landing por mais um mês, até que sua filha se casasse.
Ter permitido com que o irmão ficasse, foi uma espécie de vingança do mais velho. Para que o príncipe rebelde percebesse e visse que Rhaenyra não era para ele. Para que se corroesse em raiva e tristeza, assim como o Viserys estava se sentindo em relação a Daemon.
- Passe pela Guarda Real de meu pai. - A princesa disse em alto valeriano a seu tio.- Leve-me para Dragonstone e faça de mim sua esposa.
Foi isso que Daemon escutou pouco antes de se afastar de sua amada. Ele não poderia arruinar a vida dela mais do que já tinha feito, ele tinha medo disso e não se perdoaria.
O casamento acabou em tragédia. Joffrey, amante de Leanor Velaryon acabou morrendo após tentar confrontar Criston Cole alegando de que ele seria amante de Rhaenyra.
Nyra acabou ficando no meio de toda essa confusão quando a comemoração de seu casamento virou um ringue de box. Para sua sorte, Harwin Strong estava lá por ela, assim como ele sempre vai estar até o dia de sua morte.
•••
7 meses depois.
O sol já tinha se posto quando os dragões que estavam presos no fosso começaram a demonstrar inquietação. Nenhum guarda conseguia vistoriar o local sem que uma das feras tentasse fazer churrasco de homem.
Os dragões rugiam, tentavam arrebentar suas correntes que os impediam de se moverem.
Ninguém entendia o que estava acontecendo, nem mesmo Viserys que mostrava preocupação diante esse acontecimento.
- Vossa majestade. - Um guarda entra na sala do trono fazendo uma leve reverência ao rei. - Quase perdemos um homem ao enviá-lo ao fosso dos dragões. A corrente de Syrax estava quebrada a permitindo que o atacasse.
- E os outros dragões? - o rei perguntou preocupado.
- Todos inquietos e raivosos, estão chocando seus corpos contra as paredes.
Outro guarda adentrou a sala do trono as pressas.
- Majestade. Venho lhe informar que a princesa Rhaenyra entrou em trabalho de parto. - Com o problema com os dragões, Viserys ordenou que ficassem de olho em sua filha mais velha.
- Otto, resolva o problema do fosso. - O rei se levanta apressado e caminha até a saída. - Irei ver minha filha.
- Majestade... - A mão do rei tenta se opor, mas Viserys não dá ouvidos e se retira da sala.
Mesmo com a decepção, Viserys tomou conta de sua filha e a acompanhou em tudo durante sua gravidez. Ele amava sua primogênita e se sentia realizado por ela ser a primeira que lhe daria um neto, independente das circunstâncias. Aquela criança já tinha se tornado o mundo para ele.
Ele se sentia culpado por ter afastado Daemon, mas ele tentava se convencer de que aquilo tinha sido melhor.
No seu caminho ao quarto de Rhaenyra, o rei não pode deixar de pensar em sua falecida esposa Aemma, a única mulher que ele amou verdadeiramente além de sua filha. A culpa o corroia todos os dias, ele se culpava pela morte de sua mulher e filho. Talvez se ele tivesse negado o tal novo método, conhecido como cesariana, ela ainda estaria viva.
Seus passos se apressaram para chegar ao seu destino, o medo de perder sua filha num parto o pegou desprevenido.
Assim que ele chega em frente a porta, pede para que anunciem sua presença.
No mesmo instante, abrem passagem para o rei.
- Pai... - Rhaenyra estava vestida com uma longa camisola branca e seus cabelos soltos grudavam em seu rosto pelo suor.
- Minha filha... - O rei re aproxima da mesma.
- Não sei se consigo, pai. - Soltando um gemido a Targaryen se curva ao sentir uma contração.
O medo mais uma vez volta a seu corpo ao ouvir as palavras da filha, mas ele empurra aquele sentimento para o fundo de seu peito para não a preocupar.
- Quando você era criança, caiu de Syrax na primeira vez que montou em suas costas. Deu um baita surto em todos nós. - Viserys começa. - Fraturou um osso da perna.
Ele aponta para a perna direita da filha que presta atenção no que o pai diz.
- Mas você não se importou. Você só pensava em montar em seu dragão novamente. - Ele sorri ao se lembrar. - Você se lembra do que me disse?
- Lembro. - A princesa ri. - Disse que não importava o quão ruim fosse a sensação, porque o que viria depois compensaria tudo.
- Você sempre foi determinada. - O olhar que ele lança a sua filha era de total admiração. - Você consegue.
- Eu consigo. - Ela se sente mais confiante e tenta não demonstrar a dor de outra contração vindo.
Viserys se aproxima e deposita um beijo em sua testa.
Outra presença é anunciada no quarto, era Harwin. Após a princesa ter permitido sua entrada, ele entra rapidamente e ofegante como se tivesse corrido uma maratona até o quarto de sua amante.
- Eu vim o mais rápido que pude. Como você está? Estou aqui agora. - Ele fala rapidamente sem respirar.
Seus olhos então avistam o rei e sua boca cai em choque.
- Vossa graça. Mil perdões, não tinha o visto. - O Strong tenta se recompor.
O rei se afasta da filha e anda em direção a Harwin e consequentemente da porta de saída. Ele encosta a mão no ombro do moreno e o encara.
- Cuide bem da minha filha, Strong. - Ele sussurra e se retira do quarto sem esperar por uma resposta.
- Quero que veja algo. - O único moreno do quarto diz e se aproxima de sua amada para a ajudá-la a andar.
Ele a guia até a janela de seu quarto e aponta para o céu.
- O dia do nascimento de seu filho será marcado com o cometa vermelho.
Era possível ver um lindo cometa cortando o céu, sua cor era de sangue, e brilhava tanto que roubava até mesmo o brilho e charme da lua.
- É tão... Lindo! - A Targaryen fica sem palavras ao contemplar a beleza do cometa.
- Estão dizendo pelo reino que é fogo de dragão para anunciar o nascimento de um dragão. - Strong a informa ainda a servindo de suporte. - Outros dizem que é um presságio de sangue e assassinato. Prefiro acreditar na primeira teoria.
Mas algo chama a atenção da garota de cabelos brancos, um pouco mais atrás era possível ver um outro cometa. Esse estava fraco, mas ainda presente ali.
- Tem outro. - E então ela aponta em direção ao corte vermelho no céu.
- Dois dragões.
•••
Duas horas se passaram, os dragões no fosso estavam mais agitados e agressivos. Syrax foi a primeira a escapar do local que a prendia, fazendo assim mais 2 dragões a seguirem e voarem sobre a cidade.
Uma tempestade se formou em questão de minutos, raios violentos coravam o céu que estava completamente nublado, entre as nuvens era possível ver dois clarões vermelhos, os cometas brilhavam mais fortes. Pingos grossos de chuvas maltratavam os telhados das casas.
Enquanto isso na fortaleza vermelha, Rhaenyra gritava em agonia, essa criança se recusava em sair. Ela não deixou com que Harwin saísse de seu quarto, ela precisava dele, isso fez com que as duas parteiras que cuidavam de seu parto desconfiassem de algo, mas ela não ligava para nada disso naquele momento.
A princesa delirava, chamava por seu marido, o qual ninguém sabia sobre seu paradeiro; chamava por Daemon, alegava que essa criança não nasceria enquanto ele não aparecesse; e por fim, chamava por Harwin, que estava em seu lado.
Os dragões rugiam tão alto que era possível escutá-los por todo o castelo e reino. Nessa altura, syrax já rodeava a fortaleza vermelha, sons de agonia escapavam da dragão-fêmea assim como os de sua montadora.
- Preciso que seja forte, princesa. No três, empurre! - a parteira diz com um leve desespero na voz.
- Faça isso parar. - Sua voz soava fraca e sem forças.
- 1... - A parteira começa a contar.
- Harwin? - Nyra aperta a mão do homem que em todo momento estava do seu lado. "estou aqui" é o que ele responde.
- 2...
- Essa criança não vai nascer até que Daemon esteja aqui! - Ela vocifera.
-1... Empurre - A parteira choraminga.
A mesma havia realizado o parto de sua mãe, Aemma, ela não queria ter que dar a mesma notícia ao rei novamente. A notícia de que ela não havia aguentado o parto.
Rhaenyra reúne forças e tenta empurrar a criança pra fora, mas tudo parecia estar igual.
- Mais uma vez, Nyra. - Dessa vez Harwin se pronuncia.
- Não consig- Ela é interrompida por um rugido de dragão que era bem conhecido por ela. Caraxes.
- 1...2...3... - A parteira conta novamente e a pede que faça força.
Ele estava ali, Daemon veio. Caraxes rugia junto de Syrax.
E então a princesa criou forças, e com um sorriso no rosto ela fez o que a pediram. E repetiu isso por mais duas vezes, até que tudo se calou. Um silêncio se instalou em King's Landing, só era possível escutar o som da chuva que havia amenizado. E derrepente, um choro tomou conta do quarto.
- Uma menina... - O Strong que tomou a criança nos braços para levá-la a Targaryen disse com um semblante de felicidade.
No instante que Strong a pega, a recém-nascida para de chorar.
- Graças aos Deuses - As parteiras exclamam ao mesmo tempo.
Ao pegar sua filha no colo pela primeira vez, Rhaenyra sentiu seu corpo relaxar.
- Ela é tão linda... - Fala passando o dedo em seu nariz. Strong ria e comemorava aquele momento como se a criança fosse sua.
Syrax mais uma vez ruge.
- Esperem... - Rhae exclama e entrega o bebê a Harwin novamente.
Outro grito sai da boca da princesa e com isso, todos os dragões voltam ao seu estado de inquietação.
- Outro bebê! - A mais velha do cômodo diz, tornando ao seu lugar de antes para realizar o segundo parto da noite.
Já familiarizada com a dor, Rhaenyra faz tudo novamente dessa vez sem estranhar, até mesmo porque a própria dor a anestesiava.
E dessa vez, em menos de um minuto, um segundo bebê saiu da herdeira do trono. E mais uma vez, o silêncio tomou conta do lugar. Todos esperavam, mas o choro do bebê não se fez presente.
- O que está acontecendo? - Nyra pergunta desesperada. Não obteve resposta.
Strong que carregava a recém nascida, se aproximou da amada.
- Vai ficar tudo bem... Xii, não se preocupe. - Ele cola suas testas a tentando distrair.
- Por que não chorou? - Ela insiste. - Me digam!
- Princesa... - A parteira começa cabisbaixa.
- NÃO OUSE TERMINAR ESSA FRASE. - Ela quase grita. - Me dê a criança. Porfavor.
Lágrimas rolavam desenfreada por seu rosto, mas ela nem percebia já que sua preocupação era outra.
No mesmo instante, a segunda parteira se retira do quarto, provavelmente indo dar a notícia ao rei, enquanto a outra entregava o bebê natimorto a sua mãe.
Ela ninou o seu filho, sim, era um menino. Ela chorava sob seu pequeno corpo sussurrando coisas que só o pequeno poderia escutar se estivesse vivo.
- Saia. Porfavor, saia. - Ela olha em prantos na direção a mulher, e assim ela fez, deixando apenas as crianças e Harwin.
Nenhum dos dois disse sequer uma palavra. Nessa noite, até Harwin Strong chorou. Todos choraram, quando digo todos, me refiro ao rei e a Daemon que realmente estava no castelo, menos o pequeno menino de Rhaenyra. "Isso é tão injusto", ela pensava.
Outro choro foi ouvido, julgavam ser da menina, mas ao perceberem, viram que pertenciam ao segundo filho.
Daemon adentra no quarto sem pedir autorização, Rhaenyra presenciou algo que nunca imaginou que veria um dia. Daemon chorava, seus olhos vermelhos e face molhada. Seu tio tinha seus cabelos molhados assim como suas roupas que estavam parcialmente secas.
Um sorriso de alívio escapou pelos lábios deles.
No fundo, a Targaryen sabia que se ele não estivesse aqui e se ela não tivesse escutado caraxes, ela e seus filhos estariam mortos.
E no dia do cometa de sangue, Aennastacia e Maegor Targaryen vieram ao mundo, nasceram da tormenta.
•••
- Não me aguentei de animação e já lancei outro cap hoje. Minha cabeça está realmente a 1.000 por hora, uma ideia atrás da outra.
- O que vocês acham sobre o cometa? Será que realmente anunciava o nascimento de dois dragões ou apenas presságio de sangue e mais sangue?
- No próximo cap já vamos ter um salto temporal. Quem tá ansiosa pra ver o encapetado do Aemond botar o terror??
-1998 palavras.
- Não esqueçam das curtidas curtidas e comentários💕
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