No meu carro eu corro a toda velocidade.
"Ele não fez isso comigo"
E repito essa frase para eu mesma acreditar no que estou dizendo.
Sem se importar muito com os perigos de falar ao celular ao volante eu ligo de imediato para meu tio e segundo pai, quem me criou quando eu não tinha mais ninguém.
-Kate querida, quanto tempo!- ele está com a voz animada.
-Tio - dei um pigarro para desembargar minha voz ainda presa na garganta. - Será que o senhor podia me emprestar sua casa do campo por alguns dias? Eu estou precisando de férias e..- fui interrompida.
- Mas é claro! A casa é sua Kate, sabe disso! Vou deixar avisado, pode ir quando quiser- Graças a Deus!
- Obrigado tio, estou no trânsito, depois eu ligo e conversamos melhor- me expliquei.
- Tudo bem filha, estou aguardando sua ligação! Se cuide!
Fim da chamada
Quando cheguei no apartamento liguei para o chaveiro e mandei ele vir voando na promessa de pagar a mais pela rapidez do serviço e em menos de 5 minutos ele já estava na minha porta trocando a fechadura.
Serviço terminado, paguei e ele saiu contente, mas eu não estava.
Em pouco tempo minha mochila de viagem estava pronta. Eu podia ficar mais uma noite e viajar dia seguinte mas eu não queria. Queria mesmo era sair logo desse ambiente.
Liguei mais uma vez para meu tio e avisei que estava partindo, ele me desejou boa viagem e eu fui, não esquecendo checar se tudo estava no lugar e testar minha fechadura nova umas poucas 5 vezes.
Chegando ao meu destino, não era noite ainda mas logo iria anoitecer. Abri a porta principal e a luz acendeu meu assustando.
- Surpresa!- minha prima Sophie estava lá pessoalmente sorrindo pra mim.
-Sophie, o que faz aqui?- perguntei sem parecer indelicada.
- Férias! Vai ser divertido.
Ela veio me abraçar. Talvez eu não tenha tanto sossego quanto imaginei.