Capítulo 5

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Capítulo 5

Sophie ficou vermelha de vergonha com o olhar dos meus tios para ela.

-Sophie , o que foi isso?- Sua mãe perguntou decepcionada.

-Mamãe, só chamei uns amigos e..- foi interrompida.

-A gente já sabe o que aconteceu aqui, ou você acha que algo acontece em nossa casa e não saberíamos?- Agora foi o pai dela quem falou.

- Papai..- ela pensou em dizer alguma coisa mas desistiu.

- Vamos ter essa conversa mais tarde, agora, ajude a Judith a arrumar isso tudo que nossos convidados estão chegando- Dessa vez foi tia Sarah (mãe de Sophie) falando.

- Convidados?- Perguntamos juntas.

-Sim, faremos um churrasco e temos meia hora para arrumar tudo.

-Como chegaram aqui?- Sophie perguntou curiosa.

-Pegamos um helicóptero- Tio Carlos respondeu.

Meus tios me abraçaram e disseram que estavam com saudades de mim.Me fizeram prometer que os visitaria mais vezes e ficaram muito felizes quando eu disse que tinha decidido voltar com Sophie para casa deles.

Sophie arrumou a sala com a moça que contrataram para ajudar e eles começaram a preparar a comida e carne que trouxeram para esperar os convidados.

Me perguntei até que ponto Noah tinha contado aos meus tios o que aconteceu noite passada mas eu não iria perguntar.

-Querida, pode fazer um favor para nós?- Tio Carlos perguntou e eu afirmei imediatamente.

- Obrigado querida, quero que vá a venda do senhor Lourenço buscar umas bebidas que encomendamos, Noah vai te acompanhar, por favor- Aceitei em afirmativo apesar de me perguntar qual seria minha utilidade já que era só chegar lá e buscar e ele podia fazer tudo sozinho.

Sai da sala e o avistei em frente a caminhonete. Me aproximei devagar, aproveitando o sol, ou por não querer chegar logo mesmo.

- Entra aí, vamos lá- Ele falou assim que me aproximei o suficiente. Entrei, ele foi para o volante.

A viagem estava silenciosa e chacoalhando, tirando o fato de que me senti numa batedeira com a barriga roncando de fome e a cabeça latejando de ressaca, estava tudo bem.

-Não contei nada sobre nossa noite- Ele falou como se tivesse lido meu pensamento.

-Ok, o acordo era esse- falei emburrada porém aliviada.

Continuamos em silêncio chacoalhando dentro do carro e eu observei a paisagem que eu costumava ver quando eu era criança.

Costumávamos vir para essa casa todos os verões e eu sempre amei o campo. Em dias como esse, ensolarado , tio Carlos costumava ir para o centro e fazer algumas compras. Ele chamava nós duas, suas filhas mas só eu ia, sempre ansiosa para procurar algum gibi.

O caminho era familiar mas as coisas estavam diferentes, reformadas.

Quando chegamos em frente a venda de seu Lourenço eu senti uma nostalgia boa, voltei a infância e quis entrar logo para ver se ainda vendia revistinha de quadrinhos.

Entramos calados mas como era de costume, lá havia bastante barulho de pessoas conversando.

-Onde está seu Lourenço ?- Noah perguntou ao rapaz do caixa que apontou para o fundo da loja.

Com minha atenção voltada a bancada de jornais que ficava na porta da loja eu fui dar uma olhada. Não sei ao certo quanto tempo passei ali mas voltei a realidade quando Noah apareceu junto com seu Lourenço conversando.

Um amigo profissional (Concluído)Kde žijí příběhy. Začni objevovat