Capítulo 8

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A porta do bar estava aberta para o livre acesso das pessoas e eu admito que fiquei triste por não ouvir o barulho que fazia quando eu entrasse.

Muitas pessoas estavam aproveitando a festa, as mesas estavam quase todas ocupadas por pessoas alegres com copos nas mãos conversando alto quase no tom da música que estava um pouco mais alta que deveria.

Sophie estava animada e alegre por estar ali e assim que entrou foi direto para o balcão atrás de umas amigas onde todas gritaram de alegria quando se viram. Noah ainda estava parado ao meu lado observando.

-Eu acho que vou pegar um refrigerante- informei e fui na direção do balcão que não estava muito cheio.

Sam não estava atrás do balcão como eu achei que estaria e eu suspirei aliviada por algum motivo. Pedi um refrigerante ao menino ruivo que estava servindo as pessoas.

-Um pra mim também- Noah disse se sentando ao meu lado.

O menino abriu um sorriso enorme ao vê-lo.

-Você veio cara!- O garoto ruivo disse para ele muito alegre. Os dois deram um aperto de mão forte e Noah complementou com dois tapinhas no ombro do garoto.

-Eu sempre volto, estou feliz em ver você também, como vão os estudos?- Perguntou realmente interessado.

-Se tudo continuar como está, final do ano eu estarei na melhor faculdade da cidade- Ele parecia orgulhoso de si mesmo, e quem não estaria?

-Muito bom, garoto! -

- Dois refrigerantes..?- O garoto olhou pra mim em seguida para ele com dúvida.

-Ela é Kate, veio comigo!- Informou.

-Ah, oi Kate, sou Samuel!- me cumprimentou tímido e estendeu a mão.

-Oi Samuel, prazer- Apertei a mão sorrindo.

-Já trago-

Foi até o freezer, nós escolhemos coca cola e trouxe duas garrafas geladas e nos desejou uma boa noite.

-Você não está curtindo muito isso aqui- Noah quebrou o silêncio. Ele afirmou, não perguntou e nem estava olhando para mim, olhava mais especificamente para a multidão.

-Nem um pouco, mas por sua culpa eu vim, fui manipulada, sabe como é- Eu não tinha motivos para ser delicada ou refinada ao falar com ele e falei de forma sarcástica de leve.

-Você tem o direito de dizer não-Finalmente me olhou mas só porque estava com razão, eu não consegui dizer não.

Eu não tinha resposta então tomei mais um gole da coca cola gelada.

-Você tem um jeito de ser meio ácido, Kate, precisa se soltar mais- Desviei meu olhar para a multidão mas senti o olhar dele em mim.

-Não preciso, eu sempre fiquei bem assim-

Um fato. Eu sou o tipo de pessoa que não tem costume de ser mais rígida porque eu nunca fui muito sociável, porém, eu sempre fiquei muito bem assim.

- Oi gente..- Uma voz feminina invadiu nossa conversa, nós dois olhamos ao mesmo tempo e nos deparamos com Sam.

Ela estava bonita como sempre mas com uma expressão preocupada.

-Noah, estou feliz que veio..- Ela olhou pra mim em seguida- e você também, Kate- voltou para ele.

-..Eu preciso muito conversar com você-

Ela estava com as duas mãos fechadas.

Foi muito constrangedor.

Nós dois sentados em bancos no balcão e ela no meio o encarando, de certa forma, mesmo que não intencional, de costas para mim, estava nervosa, no sentido de apreensiva.

Não tive como não olhar a expressão de Noah que até então vivia alegre, confiante, brincalhão e agora estava duramente sério, sem raiva, só frio e sério, tanto que dava medo.

-Não é um bom momento para conversar- Sua voz acompanhou a expressão.

Sam foi esperta e não argumentou, só pediu licença ,desculpas e saiu tão rápido quanto entrei.

Mesmo com a música tocando alta, as vozes, eu senti um silêncio.

- Vocês têm alguma coisa?- Minha curiosidade fez as palavras pularem da garganta.

Ele sorriu, admito que fiquei aliviada mas envergonhada. Não que eu quisesse de fato saber coisas sobre ele, porque não quero, não tenho interesse particular, mas presenciei e estava muito curiosa.

-Digo...coisa tipo..algum problema, porque pareceu- corrigi me odiando por gaguejar e tendo que encara-lo gargalhando da minha cara.

-Olha, não tem graça...Eu te contei um segredo, você meio que me deve isso- Virei a história.

- A gente tinha uma coisa- Afirmou.

Eu sabia! O jeito que ela olhava, como parecia nervosa e disponível. E eu captei isso em poucas vezes que os vi juntos.

Tomei mais um gole da coca que já estava quase sem gelo.

- Nascemos aqui, somos amigos desse criança. Eu tinha 19, ela 15 e começamos a namorar...- me vi obrigada a interromper.

-Olha, se não quiser, não precisa falar, eu entendi-

-Ai...- Sorriu para mim como uma forma de mostrar que estava tudo bem- ...Tivemos uma briga, não gostava muito dela no bar, queria tira-la daqui, ela não quis, fez um escândalo, e seus irmãos deduziram que fiz algo a ela e vieram tomar partido. Depois de cinco dias no hospital eu fui embora.- Terminou de falar e eu estava surpresa.

-A coisa foi séria- foi o que eu consegui dizer.

- Foi, mas já passou- Afirmou e tomou o resto da bebida de uma vez só.

Parece que para ela não tinha passado.

- Acho que agora eu mereço meu abraço- Voltou ao seu estado brincalhão e tentou me abraçar.

-Não, sai!- Não contive meu riso, nem ele.

-Olha só quem está aqui uma vez novamente-

Paramos na posição que estávamos, como estátua, ele tentando me abraçar e eu empurrando seus braços.

Encaramos um grupo de 4 rapazes que tinham a mesma expressão.

Um amigo profissional (Concluído)Where stories live. Discover now