Capitulo 25

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Os dois estavam se encarando de forma estranha, Fred parecia ter medo mas continuava o encarando de forma feroz e Noah que mantinha o braço em volta de minha cintura o encarava sem um pingo de raiva, só firmeza.

Eu não me iludi pensando que aqueles dois homens estavam daquele jeito por minha causa, eu estava bem ciente que a questão em jogo era bem mais profunda, talvez orgulho masculino, mas aquela cena me deixou apreensiva.

-Foi esse cara quem me ameaçou no telefone, Kate?

Fred direcionou o olhar pra mim.

- Fui eu sim. Mas pelo visto você não é surdo como eu pensei e sim muito idiota!

Os dois voltaram a se encarar com hostilidade.

Honestamente, se houvesse algum tipo de agressão física entre os dois seria uma briga injusta porque por mais que Fred fosse um homem que cuidava bem do corpo, malhava sempre, ele era metade de Noah e uns bons centímetros mais baixo. Era obvio quem iria sair na pior, mas pra minha surpresa parece que meu ex não estava se importando com isso ou pelo menos fingia muito bem.

-É melhor cada um seguir seu rumo, vamos embora!

Puxei o braço de Noah tentando leva-lo comigo e dei as costas.

-Espera, Kate, eu preciso falar com você!

Fred me gritou. Noah se soltou do meu braço. Eu não ia virar, não ia voltar e não tinha nada para falar com ele, mas sou totalmente contra brigas, então, me virei para ele novamente a tempo de interromper o percurso de Noah.

-Se vocês quiserem dar o showzinho de vocês, fiquem a vontade, mas vão fazer essa merda longe da minha casa!

Falei irritada vendo os dois quase brigando. Eles me olharam surpresos.

-Olha, eu já entendi que você está com esse cara e prefere ficar com ele. Eu não vou atrapalhar vocês, mas eu já ia te ligar essa semana. Nos ainda possuímos um vínculo trabalhista e eu preciso eu você apareça lá no Studio para assinar os papeis da sua demissão e pegue tudo o que tem direito e o que for seu que você deixou lá quando sumiu.

Olhei bem pra cara de Fred desconfiada.

-Era só isso?

Perguntei.

-Era. Se quiser pode até ir com esse daí pra ter certeza. Eu disse, não vou tentar mais nada com você, fique tranquila.

Cruzei meus braços surpresa, olhei pra um depois pra o outro.

-Eu só estou tentando resolver as coisas.

Acrescentou. Relaxei meu corpo um pouco mais despreocupada.

-Tudo bem, quando eu puder ir eu ligo avisando.

Ele sorriu levemente.

-Eu fico na espera.

Fomos embora sem uma despedida formal, sequer um tchau ou até logo. Não temos nenhum tipo de amizade e muito menos queria vê-lo logo mesmo sendo algo inevitável.
O curto caminho até minha casa foi feito em silêncio, eu marchei na frente e fui seguida por Noah que não disse uma palavra e eu agradeci mentalmente por isso.

Assim que cheguei em casa fui direto para o meu quarto. Deitei na cama abraçada a tartaruguinha de pelúcia e comecei a pensar no que estava acontecendo. Eu estava fugindo de um ex namorado traidor e me meti numa confusão maior ainda. Eu realmente sou uma pessoa perseguida pelo azar.

Forcei minha mente a entender tudo, algumas palavras e trechos de conversa surgiram na minha mente como pedaços de quebra cabeça. Lembrei dos meus tios conversando sobre a suspeita de que o bloqueio da estrada não parecia o acidente, a tentativa de sequestro no dia do nosso jantar e até a batida no nosso carro. Tudo acontecendo em sequência e de forma estranha.

Um amigo profissional (Concluído)Where stories live. Discover now