Capítulo 4

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Fechei os olhos pensando que aquilo só podia ser um pesadelo, sei lá, meu cérebro me trolando porque eu não acreditava que era verdade, mas quando abri estava tudo igual, aquele braço grande, pesado e peludo estava encima de mim. O dono do braço não parecia estar acordado ou consciente, dependendo de seu estado físico, mas a pergunta era:

Porque esse braço está encima de mim?

Tremi ao tentar imaginar o motivo daquele braço estar ali, porque tinha outro ser vivo na minha cama e melhor -ou pior- quem é essa pessoa!?!

Tentei sentar mas ele me apertou mais ainda, estávamos cobertos por um edredom branco ,muito macio e eu rezava para estar vestida e ele também. Devagar puxei a parte onde hipoteticamente cobria o rosto da pessoa, fechei os olhos tentando mentalizar um alguém menos perigoso possível enquanto puxava o edredom quase em câmera lenta.

-Você?- Gritei de susto ao ver Noah deitado, dormindo com a cara mais deslavada.

Meu segundo grito fez ele acordar mas não se assustou, pelo contrário, esfregou os olhos com as costas da mão e ainda de olhos fechados se espreguiçou como se fosse uma princesa acordando num reino encantado ao som de pássaros.

- Bom dia!- Ele disse quando finalmente abriu os olhos e sorriu para mim.

Não respondi, na verdade não consegui totalmente indignada com ele e sua cara de pau.

- Você vai ficar com essa cara de assustada o dia inteiro?

Ele estava rindo, rindo de mim. Uma raiva enorme subiu dos pés até minha cabeça.

- Eu vou matar você!- O empurrei com minha maior força para fora da minha cama.

Eu sabia que não era forte o suficiente principalmente contra um homem que era mais que o dobro de mim mas talvez de surpresa tivesse algum efeito, o que não foi totalmente errado mas como a vida, circunstância e meu próprio corpo agiam contra mim, ele foi, mas fui junto.

Quando nós dois percebemos nossa queda iminente em fração de segundo minha reação foi gritar e a dele gargalhar como se estivesse ouvindo uma piada muito engraçada.

Eu poderia agradecer por ele ter amortecido minha queda mas como minha intenção era matar, eu não faria isso.

-Olha só, se eu fosse você eu iria me cobrir agora!-

Meu coração parou por um segundo em pensar que eu estaria não vestida já que eu não tive tempo de olhar. Me cobri imediatamente com o edredom que caiu enrolado na gente e tomei coragem para olhar mas eu estava de regata como na noite anterior.

Ele me enganou, me distraiu para se levantar e se afastar. Levantei raivosa.

-Eu vou matar você, mas antes, você vai me explicar direitinho o que diabos você está fazendo aqui!- Falei quase gritando.

Ele não respondeu, ficou parado olhando para minhas penas e eu me perguntei o porque já que eu estava de calça moletom.

Ele riu de novo.Eu iria me lembrar de quebrar seus dentes primeiro.

Uma brisa esfriou minhas pernas e eu entendi..olhei para baixo devagar e eu me vi apenas de calcinha, ou melhor, de cueca.

Voei para cama e me enfiei debaixo do cobertor da cabeça aos pés. Era um bom momento para eu sei lá, morrer ou para um raio cair na cabeça dele.

Depois de uns segundos a gargalhada dele sessou e ficou silêncio no quarto. Senti um peso na cama perto das minhas pernas e me escolhi. Ele era de fato homem corajoso por não ter fugido ainda.

-Pretende ficar aí escondida até que horas?- Quebrou o silêncio.

-Me dá minha calça para eu poder te matar!- Mandei, ele deu uma leve gargalhada.

Um amigo profissional (Concluído)Where stories live. Discover now