Tratado dos Párias - Supremo...

By IsabelaAllmeida

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Celina estava lutando para se encontrar. Após anos fechada em seu próprio mundo e dependente da droga que sua... More

Vamos lá.
Prólogo
Primeiros dias
Abstinência
Retorno
Consciente
Reunião- Parte 1
Reunião- Parte 2
Reunião- parte 3
Os três irmãos
Solução
Despertar de Dimitri
Retorno Conturbado
Dimitri
Jena
Floresta Obscura
Chegada
Reencontro
Tudo Estranho
Se descobrindo
Se descobrindo...
Uma visita
Um recomeço...
O sedutor
Revivendo o chamado com tinta
O choque de Dimitri
Os lobos da Terra
Saída do Vilarejo
Ritual da Lua Sangrenta
Ritual da Lua Sangrenta- Parte 2
Primeiros dias
Dimitri
Correndo com lobos
Um sonho com fim.
Encontro inesperado.
Pria, Eu e Elas
Retorno
Uma frase e...
Laço e Âncora
Dimitri
O lago
Sem acordos
Celina
Dois braços
O juramento de Dimitri
Dimitri
Um abraço
Conforto
Laican
Ritual

Confronto

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By IsabelaAllmeida

Apenas um olhar de Jena, me advertiu para ficar de fora. Eu poderia ficar muito bravo, mas estava preocupado demais para isso.

Por mais estranho que fosse, Jena não se transformou em loba mesmo com os lobos a cercando.

Estava sendo custoso para mim me manter a parte como ela tinha pedido, mas eu estava me esforçando, precisava confiar nela e em sua estratégia.

— Me liberte Gosha. Essa será a única vez que seus lobos me verão lhe oferecer algum respeito. Quero resolver isso de forma pacífica.

O imenso lobo negro a sondava com olhos brilhando de ironia. Silvei baixo, apenas para extravasar a irritação ao sentir o cheiro dele, pois me era conhecido de alguma forma, o que era estranho, também uma pista de como as coisas tinha sido feitas.

O lobo negro a rodeou por um tempo e Jena nem se mexeu. Eu sentia a tensão, e por mais que fosse minha intenção deixar as coisas com Jena, não conseguia mais controlar meu caçador, era um senso de proteção que estava além de qualquer acordo.

Sentia minhas unhas crescendo se transformando, meu caçador forçando saída, maluco para pular naqueles lobos, porque aquele gesto dele de ficar circulando sem nada fazer não era de deboche, era para assustá-la.

Jena com sua enorme experiência em combate se manteve firme enquanto que meu descontrole crescia, pai eterno, eu não tinha controle sobre o meu caçador, ou tinha?

Alguma coisa do decênio interrompido ajudaria agora?

Somente força e raiva me valeria de algo nesse momento, eu poderia ajudar, se eu buscasse essa sabedoria que com certeza eu tinha aprendido talvez eu conseguisse fazer algo além de ficar com raiva de cada passo que o maldito Gosha dava.

Respirei fundo para acalmar minha gana, para empurrar meu caçador de volta, eu tinha que confiar nela, tínhamos lutado juntos na batalha sombria e era de suma importância a confiança, mas então o lobo se transformou em um homem enorme com cabelo ruivo até o ombro e músculos que ia até no pescoço.

Em um piscar de olhos ele tinha imobilizado Jena, havia sido rápido demais para entender, mas com um olhar de superioridade ele segurava seus braços e mesmo mantendo a concentração vi que ela ficou surpresa com a própria impotência...

Os lobos ao redor uivaram em puro deleite e vê-la ali humilhada me fez enxergar tudo vermelho.

Maldição! Era isso o que o laço forjado fazia. Submissão?

— Não vou te libertar, temos um laço de sangue e sem a influência de Laican você responde a mim.

O que? Uma ova que responde. Que os antigos me ajudem, mas esse lobo não ia humilhar minha loba e sair impune.

Tão veloz quanto pude permitir ao caçador agir, desviei dos lobos e ataquei, minhas unhas expandidas ao limite buscaram o alvo obvio para uma primeira investida, eu queria arrancar seu coração com um golpe. Quebrar sua caixa toráxica e sentir cada veia arrebentando quando tirasse o coração de seu peito.

Mas não foi tão fácil quanto imaginei, Gosha era ágil e experiente, mas eu tinha a indução e não tive vergonha de usar. Mantive os lobos ao redor paralisados com indução e para Gosha reservei a maior parte de minha ordem.

Sem entender o que estava acontecendo ele ficou ali parado, de costas para mim.

Continuava em cima de Jena, mas dava trancos com o corpo tentando se libertar.

Sem me mover o fiz levantar devagar. Jena também não conseguiu se mover, mas era importante que ela ficasse ali, quietinha, no entanto depois de tudo acabado se ela viesse para cima de mim eu não ia revidar. Lidaria com sua ira depois.

Quando Gosha ficou em pé continuou rosnando, tentando a todo custo se livrar de minha ordem, mas eu estava cego de ódio.

Tanto era minha raiva que andei lentamente, me aproximei por trás e meu caçador fez questão de puxar o ar, de reconhecer cada nota do cheiro de meu inimigo.

Eu queria torturá-lo, fazer as coisas lentamente, mas tinha noção que minha indução iria enfraquecer se eu não agisse rapidamente.

Uma garra mantive no peito cabeludo dele, a outra golpeei seu pescoço com pouco mais de força do que deveria, o rasgo foi grande, mas não me importei.

Eu tinha pouco tempo, começava a sentir a fraqueza e não demoraria para esmorecer meu comando.

Precisava do sangue e poderia dar um show sem que percebessem meu ponto fraco.

— Laço de sangue hein? — Os olhos de Gosha ficaram enormes quando finalmente focaram em mim. Tive plena consciência de minha voz grave, quase bestial, do olhar de Jena para mim, do monstro que agora ela sabia habitar dentro de mim, mas nada teve importância. Gosha era meu foco.

— Se é sangue que tá poder de prender Jena, vou beber cada gota até que sua carne fique branca e seu coração fique seco.

Não era uma ameaça vã. Eu estava faminto, morrendo de medo de minha indução falhar e um dos lobos arrancar um naco das minhas costas, eu podia ser um fanfarrão que só tinha sorte por ter um dom principesco, mas eles não precisavam saber disso por isso não perdi tempo.

Cravei as presas no pescoço do maldito. Ignorei o cheiro de cachorro, suor e de medo. Sorvi com pressa, com gula.

Geralmente eu tinha extremo cuidado ao me alimentar de alguém, pois podia doer e atordoar um humano beber dele com pressa, podia até mesmo matar, mas aqui eu não me alimentava, eu bebia do inimigo.

Se tinha sangue de Jena com ele, então tudo seria meu, cada gota.

— Dimitri... — Jena sussurrou, sem nada poder fazer senão observar meu descontrole, pois ela continuava influenciada pelo meu comando.

Tinha que ser assim, era minha obrigação protegê-la, meu instinto gritava isso e mesmo que eu tentasse conter meu caçador já estava além de minhas forças, agora era ele que estava no comando.

Gosha começava a amolecer, gorgolejar palavras incongruentes, as mãos que seguravam o braço de Jena caíram e os braços penderam, moles.

Ela estava liberta dele, mas ele não estava liberto de mim, ainda não.

— Por favor. — Entendi essa parte, mas ignorei. Ele queria humilhá-la diante desses sarnentos que ele chamava de matilha, então ele merecia cada segundo de humilhação.

— Vou libertá-la.

Silvei em ameaça e continuei sorvendo, engolindo e ele gemeu. — Eu juro.

Pronto... O soltei e sinceramente dei graças, não cabia mais sangue dentro de mim, já estava sentindo ânsia.

Mais calmo, estufado como um porco e vitorioso eu me afastei alguns passos.

Continuei alerta, pois não tinha ideia de como seria feito as coisas a partir dali, mas liberei tanto Jena quanto Gosha da indução, por precaução mantive o comando nos outros.

Gosha caiu de joelhos e ficou respirando profundamente. Demorou um tempo assim e eu comecei a perder a paciência.

— Ande com isso. — Jena sibilou. Ela tentava esconder a pressa, mas eu podia sentir o cheiro dela mudando.

Minha pobre lobinha estava desesperada por liberdade.

Com mais um ofego que fez curvar o corpo enorme e agora mais lento de Gosha ele levantou com dificuldade, então endireitou o corpo da forma mais digna possível.

— Jena. Filha de Lennans, do extinto clã dos lobos das montanhas altas, eu a repudio.

Uma única garra surgiu e Jena apertou os lábios, vi seu esforço para conter o choro.

Quando ela se ajoelhou de frente para Gosha me movi somente o suficiente para ver o que eles iam fazer.

Uma comprida unha surgiu e Jena fez um corte fundo na parte interna de seu braço.

Gosha fez o mesmo então falou novamente.

— Que todo o sangue que um dia foi tirado de você para fluir por minhas veias retorne ao dono.

Jena não se deu ao trabalho de olhar em minha direção, mas só pela careta dela pude adivinhar o que ela pensava e quase estraguei tudo com uma gargalhada.

Que sangue ela ia devolver se eu bebi quase tudo?

Minha alegria murchou quando ela lançou um olhar mordaz em minha direção.

Tive a decência de baixar o olhar e focar no braço dos dois. Eu podia enfrentar vários Goshas, mas apenas uma Jena seria o suficiente para consolidar minha derrota.

Mais um corte fundo e Gosha falou com a voz um pouco mais clara.

— Que o laço forjado por reinvindicação seja cortado em comum acordo, entre nós nada mais existirá a partir de agora, seremos ímpares como deve ser.

Então eu vi ali o desenho vermelho, parecia uma marca feita a ferro, as linhas vermelhas formavam um intricado desenho de mandala, mas eu sabia que não devia ser assim, eu tinha visto como eram as mandalas entre os companheiros, e a cor era negra, e não era na parte de baixo do braço e sim no ombro.

Aquela mandala rubra foi se desintegrando, um fio vermelho como uma veia começou a descer pelo braço de Jena, logo sangue começou a vazar do corte e o mesmo acontecia no gigante braço de Gosha.

A marca não foi sumindo devagar como pensei que seria, ela foi se apagando, de cima para baixo, como um copo de vinho que fosse furado e o líquido fosse diminuindo aos poucos.

Logo, a pequena mandala estava apenas como uma lua minguante, afinando conforme o sangue descia pela veia.

Quando nada mais restou da mandala, a veia também foi sumindo até que a última gota de sangue pingou no chão.

Gosha então levantou e me olhou pela primeira vez, seus olhos arregalaram e me lembrei que meu caçador continuava dominando.

Sustentei seu olhar, não ia deixar o caçador ir, ainda estávamos cercados.

— Liberte meus lobos e iremos embora.

— Se atacar Jena...

— Atacaria se estivesse triste por cortar o laço, mas a verdade é que estou aliviado por livrar de uma demônia como ela.

Levantei uma sobrancelha morrendo de vontade de perguntar mais, só que Jena continuava ali, não parecia ofendida, na verdade sequer parecia ter ouvido qualquer coisa.

Libertei os lobos e me aproximei de Jena sem tirar os olhos de Gosha, que após um olhar desprovido de emoção para ela se transformou no lobo negro e partiu com a matilha a uma velocidade impressionante.

Mais amedrontado do que devia me aproximei da lobinha. Estava mais calmo e começava a refletir sobre a merda que tinha feito. Ela tinha pedido para eu ficar de fora, o que claro não foi o que aconteceu e eu não tinha ideia do que ela faria comigo por conta disso.

— Covarde. — Jena sussurrou e fiquei ansioso. Ela falava de mim ou de Gosha?

— Hum? — Gemi uma indagação por pura covardia de fazer a pergunta. Se fosse para mim então eu estava bem encrencado.

— Ele fugiu porque não tenho forças para desafiá-lo, fugiu antes que eu conseguisse recuperar as forças.

Sem nenhuma vergonha por não ser eu o alvo de sua raiva deixei um sorriso escapar, mas assim que entendi melhor o que ela tinha dito fiquei confuso.

— Pera. Como assim não têm forças? — Me abaixei e levantei seu rosto para poder olhar em seus olhos. Quase caí de costas. — O que aconteceu com você?

O rosto dela estava pálido, os lábios tinham perdido a cor e seus olhos estavam angustiados.

— É uma troca momentânea de força, mas ele partiu antes que as condições se reestabelecessem.

— Como assim?

— O laço. Esse corte é espiritual, por um ínfimo de tempo compartilhamos a energia antes que ela retorne a nós.

— Então ele roubou sua força?

Jena rosnou e me olhou mordaz, mas não fiquei ansioso, via um brilho diferente ali, ela estava feliz.

— Na verdade foi você que roubou, digamos que é como se fosse meu pescoço que você tivesse sugado até não restar quase nada.

Não consegui ignorar a pontada na virilha com essa comparação, nada incomum a ela, mas completamente erótico para mim.

— Porque fez aquilo? — Jena perguntou sem manifestar qualquer protesto quando a tomei no colo.

— Porque? — Ela insistiu e estalei a boca.

— Porque eu quis?

Jena riu. Percebi que tinha rido mais agora do que todos os dias que tínhamos conversado.

Ela estava contente, pelo menos era minha esperança.

— Você é um maldito intrometido, Dimitri.

Limpei a garganta me preparando para começar as diversas versões de pedido de desculpas que eu tinha juntado desde que ela e Gosha começaram a se arranhar, mas nada saiu quando Jena deitou a cabeça no meu peito.

— Obrigada.

Ela estava exausta, mas não fiquei alerta com os cheiros que vinha dela, eram saudáveis, ela só precisava dormir.

Quando seu corpo amoleceu percebi que tinha adormecido. Beijei sua testa agradecido por finalmente poder fazer isso sem receber uma patada na cara.

— Nada meu amor. Agora vamos para minha parte dessa brincadeira.

Quando acordar não terá para onde fugir. Só sairá daquela mansão como minha companheira.

— Dimitri!

A voz de Nicolae e Rael ecoaram em minha mente como um aviso, mas os bloqueei. Alienei qualquer pensamento. Sem conseguir me conter deixei um sorriso maldoso sair.

Jena precisava ser domada, não é?

Pois eu ia preparar tudo para fazer exatamente isso, só que à minha maneira.

— Corra. — Jena falou sonolenta. — Tenho pressa em experimenta-lo.

— Pelo antigos, Jena!

Não pude ser mais obediente. Deixei meu caçador sair e comecei a correr.

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Confesso que esse estou mais ansiosa para saber o que acharam, então se puderem deixar opinião para eu saber como ficou, agradeço.

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