Acordo com uma mão acariciando minhas costas.
— Lisa — geme uma voz masculina.
— Acho que hoje foi o primeiro dia que você falou meu nome — Falo arfando sentindo seus dedos por todo o meu corpo. — Continue.
— Tão mandona! — Diz apertando minha bunda, seu corpo entrando e saindo freneticamente de mim. Nós nos encaramos a todo momento, talvez sabendo que isso não pode se repetir ou garantindo que isso é real.
— Ai meu Deus! — Assim que falo isso sinto um tapa sendo desferido em minha bunda.
— Não cometa mais um pecado além do que estamos fazendo aqui — Diz o ruivo, diminuindo o ritmo das investidas — Chame o meu nome.
— Quem está sendo o mandão agora...— Antes de eu continuar, ele se enterra em mim profundamente, de uma vez só. Bruto. Involuntariamente ele me arranca um gemido. — Puta merda, Liam!
O idiota ri, mesmo não sabendo português.
— Fala de novo o meu nome. — Faço uma careta. — Você sabe que posso te fazer falar, muitas vezes por sinal.
— Promessas e promessas. — Declaro e ele franze o cenho, empenhado em conseguir fazer essa façanha.
— Bom dia, Lisa — Fala uma voz masculina. — Está tudo bem, querida?
— Bom dia, está sim. — Respondo olhando para Hunter. — Achou que eu não estava bem?
Ele acena.
— Você estava suando. — Céus, certo.
— Você está pertinho de mim, estou com calor. — Abro um sorriso malicioso e ele me espelha. Ainda bem.
— Consigo acabar com ele rapidinho. — Diz selando seus lábios nos meus.
O plano de esquecer Liam ainda está de pé, só vou ter que adiar um pouquinho aparentemente.
Depois que saímos de um belo - e demorado - banho, Hunter me chama para fazermos um desjejum.
— Para você, querida. — Ele me oferece um copo com suco de alguma fruta amarela, pelo o que posso ver está cheio de pedrinhas de gelo. Do jeito que ele sabe que eu gosto.
Ao beber constato que é caju. Sorrio.
— Caju? Caramba! — Exclamo surpresa por ele ter achado essa fruta em Londres.
— Tudo do melhor para a minha brasileira preferida.
— Você costuma beber suco dessa fruta? — Pergunto curiosa.
— Uma vez, em uma das nossas conversas, você me disse que sempre quando está com calor, preferia esse suco. — Ele me explica — Sou curioso e decidi experimentar.
— E qual é o seu veredito?
— É realmente refrescante. — Hunter admite.
Reparo nele, está elegante, as tatuagens no braço direito escondidas embaixo de uma camisa social. Assim como sua calça, tudo bem alinhado. Mostrando o seu lado profissional por suas roupas. É um belo homem.
— Irá ter o desjejum comigo, querida? — Pergunta todo o galanteador.
— Hum, que horas são?
— Onze horas e quarenta.
— Merda! Estou atrasada. — Me levanto da poltrona que estava sentada desde que viemos para sala depois do banho e dou um selinho em Hunter. — Preciso ir.
— Então até mais, Cinderela. — Me deixa ir depois de aprofundar o beijo.
É claro.
Para ir para minha casa tudo o que preciso fazer é atravessar um corredor, colocar minha digital na chave de acesso e pronto.
Corri escadas acima para escolher uma roupa, rapidamente prefiro um cropped estilo corset preto, uma calça jeans cinza de cintura alta e um sobretudo do mesmo tom da calça. Passo um perfume, pego minha bolsa, a chave do carro, um óculos escuros e saio.
Verifico mais uma vez o horário.
Meio dia e cinco, caramba eu achei que eu tinha sido rápida.
Estou atrasada, mas já estou a caminho.
Imaginei, já estou aqui, pedi uma mesa para duas pessoas.
Óbvio, seríamos só nós.
Grossa!
— Grosso!
— Ah! Está começando a lembrar, né? — Diz o ruivo antes de se afastar.
Merda de flashback.
Volto a realidade e respondo a mensagem.
Só sou sincera, você me conhece.
Já estou chegando.
Depois de alguns minutos preciosos, chego ao restaurante japonês.
A maître me para na recepção.
— Bom dia, senhorita, precisa de uma mesa?
— Já tem uma pessoa me esperando, mas muito obrigada. — Ela acena e entro no salão já visualizando minha companhia que também me nota.
— Atrasada com sempre! Que surpresa.
— Não sei porque eu ainda sou sua amiga. — Resmungo e quando ela se levanta dou um abraço apertado.
— Estava morrendo de saudades dessa sua cara feia, amiga. — Fala retribuindo o abraço.
— Eu também, juro que quase coloquei sua foto como papel de parede no meu celular, — Espero para dar uma ênfase e continuo. — mas fico com medo da tela trincar.
É, nossa amizade é assim.
Nos separamos do abraço e nos sentamos.
Brielle Wilson é minha melhor amiga desde sempre, quer dizer, desde que um cara na academia que frequentamos tentou namorar nós duas, ao mesmo tempo.
E não era um relacionamento como um trisal ou algo assim, o canalha queria exclusividade, no caso só das mulheres. Tinha até dois perfis no Instagram para postar foto com suas respectivas namoradas, fotos comigo em um e com ela em outro.
Desmascaramos o cara de pau e viramos melhores amigas, fala sério, é uma ótima história para contar aos outros, não?
Marcamos um café depois da descoberta e passamos a nos encontrar fora da academia, as primeiras histórias envolviam o cara que não devemos falar o nome. Sério, o cara mandava até as mensagens iguais, puro copia e cola.
Depois disso, desenvolvemos uma amizade bem forte e não desgrudamos, na medida do possível, é claro.
Tenho que trabalhar viajando na maior parte do ano e como a renda de Bri não é fixa, às vezes, ela me contou que comprou passagens e nos acompanhará nos destinos das corridas essa temporada.
Brielle é uma youtuber famosa, ela se denomina como Booktuber.
Fala despudoradamente sobre os livros que lê e olha que são muitos.
Vão de clássicos a fanfics.
Mas o que a danadinha mais gosta são os que contém hot.
Ela aos poucos me convenceu de ler alguns e apesar da minha dificuldade de levar os livros como parte da minha bagagem, nada impediu da Bri me converter a me tornar uma leitora. Sendo assim, no meu aniversário ganhei um Kindle que me permite ler qualquer livro em qualquer lugar.
Me aventuro agora até pelos livros preferidinhos dela, os +18.
Ela pede para que eu esboce minha reação a cada indicação e eu fico até vermelha ao me lembrar da primeira vez que li algo mais picante.
Porém posso me considerar acostumada, não esboço mais nenhuma reação quando chego nessas partes.
Brielle me corrompeu, assim como deve ter feito com seus milhões de seguidores. Tem parcerias com editoras famosas e recebe centenas de recebidos, quando fui na casa dela me espantei com a enorme biblioteca que a bonita esconde lá. É linda.
E como é a minha melhor amiga sempre estou por perto para apoiar todo o sucesso dela, preciso contar para ela o que está rolando.
— Vamos lá, o que é tão urgente, mas que não podíamos falar por mensagens? — Bri pergunta.
— Então a temporada acabou e...
— Obviamente, ih — Ela contorceu a boca. — Entendi, Theo surtou. Perder para o Golden Boy afetou o nosso moreno sarcástico.
— Primeiro Byrne não é um Golden Boy e segundo eca — Forço uma expressão de nojo — Eu sei qual é seu real interesse com esses morenos sarcásticos.
— Tá, eu sei que pode ser algo meio errado na gente em querer eles, principalmente aqueles com problemas sérios e aquela coisa toda de eu posso mudar você — Ela retoma o fôlego e continua. — Fiz até um vídeo sobre isso no canal, não sei se viu, eu falei isso e tem um bônus de eles serem lindos demais e ...
— Eita, Bri, respira.
— Desculpa, desculpa, eu fico bem tagarela quando estou ansiosa e nervosa.
— Sim, eu conheço você.
— Sim, você me conhece. — Ela dá uma risadinha.
— Você acabou de chamar meu irmão de lindo?
— Bom, ele é.
— Certo. — Rolo meus olhos, eu sei que meu maninho é lindo.
— Mas então o que rolou no fim da temporada?
Ela me encara com os olhinhos brilhando e sempre que ela faz isso é impossível esconder algo dela. Quem olha para essa carinha inocente mal sabe o tipo de livro que ela lê.
E talvez eu esteja sendo hipócrita falando disso, mas não estamos falando de mim agora, né?
Com isso me lembro que preciso falar sobre mim e um piloto.
Amanhã, oficialmente vou esquecer esse cara.