Príncipe dos Circuitos

By IvyGrape

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Lisa Ferraz é brasileira e irmã de um dos melhores pilotos de Fórmula 1 atualmente, mas tudo em sua vida come... More

Boas vindas!
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33

Capítulo 5

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By IvyGrape

Algumas horas atrás.

Assim que entrei no refeitório para tomar o café da manhã, meus olhares se prenderam com a mulher que eu não deveria ter passado a noite junto - apesar das lentes escuras, sei que está me olhando - tarde demais agora. Para que ficar se martirizando?

Aconteceu, precisamos seguir em frente e ignorar a presença de uma certa brasileira.

Esse hotel é perfeito, ao saber que iriam hospedar vários pilotos de fórmula 1, de diferentes nacionalidades, e suas equipes. Avisto algumas das comidas típicas que seria encontrado em um café da manhã irlandês.

Selecionei uns tomates fritos, torradas, batatas, ovos fritos, linguiças e bacon. Meu assistente olha para mim com uma expressão de julgamento.

— O que foi? — Indago. — Seu prato não tá muito diferente do meu.

— Eu não tenho uma dieta séria e restritiva, não é mesmo Liam. — Ele fala e eu dou uma risadinha. — Tudo isso é saudade de Dublin?

— Qual é, eu não posso ser tão irlandês assim. — Olho novamente para o meu prato. Em mais lugares deve ter um desjejum parecido com o nosso.

— Você, amigo, é o estereótipo da Irlanda. Tirando esse cabelo ruivinho e mais todas as suas coisas que fazem ser você, pode ser que sobre uma descendência em algum outro lugar no mundo. — Ele dá uma olhada para meu prato. — Basicamente, só falta o feijão.

— Pois é, procurei mais não tinha, acho que a maioria come em outra refeição.

— Pode ser. — Responde Regan.

— Você também estava procurando, né sacana?

— Como um bom irlandês.

Sentamos em um lugar e percebo que acabei de ficar de frente com o meu segredo, Lisa Ferraz.

Ela come algumas frutas tropicais e está com óculos escuros no rosto, dou um sorrisinho quando me lembro do que disse assim que saí do quarto dela.

Pelo menos essas lentes me impedirão de encará-la de uma vez.

Suspiro olhando para o teto.

— Parece que alguém comemorou a vitória de ontem. — Regan, meu assistente e melhor amigo, fala.

— Como? — Com o susto derrubo meu talheres na mesa, no canto do meu olhar percebo que a cabeça de Lisa vira para a minha direção, ela abaixa levemente o olhar. Talvez olhando para meu prato e franziu o cenho.

Ela não gostou da minha escolha de café da manhã?

— Esses chupões aí no seu pescoço, tá parecendo um adolescente com esse seus olhos arregalados que foi descoberto fazendo algo errado.

Ri, disfarçando meu nervosismo.

— Se soubesse o que fizemos, com certeza não estaria tão surpreso por alguns chupões. — Quem me dera se eu lembrasse.

Regan ri também e nós perdemos nas histórias de quando éramos adolescentes e frequentamos as mesmas escolas.

Como eu, ele também é irlandês. E embora eu esteja favorecendo os estereótipos irlandeses, meu melhor amigo não é ruivo.

Ele tem os cabelos de tons escuros e olhos de cor azul glacial. Apesar das íris em um tom mais claro, Regan lembra muito o ator Tom Welling quando ainda fazia Smallville, uma série que conta a vida do super homem na adolescência.

Série ótima, assim como outras cinquenta e poucas que também tenho para indicar.

Terminamos de papear e percebo que os irmãos Ferraz abandonaram o salão a um bom tempo.

— Pronto para voltarmos para Dublin? — Indaga Regan.

— Sempre.

Saio da SUV, após muita insistência do motorista, carregando minha própria bagagem. Com o concierge do prédio não tive muita sorte.

— Boa noite, senhorita Ferraz, deixe-me ajudar com isso. — Ele aponta para as minhas malas.

— Fique tranquilo, consigo levar.

— Senhorita, eu insisto, sou contratado para isso e meu chefe está de olho. — Fala me oferecendo uma piscadinha.

Ele tem um ponto.

— Certo, muito obrigada.

Entramos no lobby e a riqueza desse lugar me atinge bem na minha cara, é impossível não pensar que cada acessório desse lugar custa mais que meu rim. E olha que provavelmente meu rim seria comprado em reais e não em libras esterlinas.

Eu ajeito a coluna automaticamente ao passar por aqui!

Todos os funcionários que estão na recepção me cumprimentam e eu aceno para eles.

Ao chegar ao elevador entro e seguro a porta para o rapaz que está levando minha bagagem.

— Ah! Não, senhorita, vou pelo elevador de serviço. — Quando provavelmente faço uma careta que irei insistir, ele mostra as malas novamente. Certo, é regra.

— Tudo bem, então, você poderia deixar no trigésimo terceiro andar? — As coberturas são duplex e a saída de emergência é no meu closet, é mais interessante do que subir alguns degraus com duas malas grandes.

— Claro!

E assim ele se vai.

Coloco minha biometria no elevador e é selecionado automaticamente o último andar.

O tempo do deslocamento é consideravelmente rápido e quando as portas se abrem dou um suspiro.

Nunca vou me acostumar a morar em um lugar desses, pelo valor do imóvel e por ser uma cobertura o tamanho é relativamente pequeno com 219 metros quadrados.

Mas o diamante desse apartamento é a sala de estar. Ela tem uma vista incrível e é possível ver a London Eye por aqui.

E como alguém como eu pode morar em um lugar como esse?

Bom, a Lanzot tem alguns apartamentos por Londres e esse é um deles. Entretanto, ele ficaria disponível para o piloto principal da equipe, ou seja, Theo.

Meu irmão sempre preferiu casas, sendo assim, fez um acordo com a empresa e pediu para que eu morasse aqui ao invés dele.

E como o apartamento estava vazio e não estava rendendo nada, eles aceitaram. Parece que eu vivo um sonho.

Ao abrir a porta, entrando em minha casa, vendo a vista exuberante.

Subo as escadas para ir em direção ao meu quarto. Ele, em si, não é tão grande, mas não eu não perderia o banheiro nem de graça.

E por banheiro eu quero dizer a incrível banheira de frente para um painel de vidro que me permite ficar pelada para o mundo sem que ninguém me veja.

A frase ficou meio estranha, mas seguimos em frente.

Vou direto para o closet e abro a saída de emergência, a chave sempre fica presa na porta, então faço bem rápido.

Pego minha malas e decido que preciso arrumar antes que eu durma. Agilizo separando o que é para lavar e o que posso guardar.

Uma hora depois, depois que tudo está no devido lugar - pausa para xingar meu irmão e dizer que consigo ser organizada - ouço a campainha soar.

Rapidamente dou uma passada no banheiro e me olho no espelho.

Minha aparência não está das melhores mas decido que está boa o suficiente.

Assim que abro a porta encontro um belo par de olhos.

— Olá, vizinha. — O belo moreno me encara.

— Olá, vizinho. — Espelho o mesmo sorriso que ele está me presenteando.

— Como a temporada de fórmula 1 acabou, presumi que você estava voltando hoje.

— Estava contando os dias, Hunter? — Falo me aproximando mais dele.

— E se eu estivesse? — Ele se inclina em minha direção.

— Estivesse, não, estava que eu sei.

— Talvez você esteja certa...

— Como sempre. — Falo e ele revira os olhos.

— Eu estava com saudade — Ele diz me dando um selinho, mas logo se afasta. — e isso é um problema.

Meu corpo fica tenso. Sei que ele não confundiria o que temos como algo mais, desde o início dessa nossa relação. Somos o que consideram amigos com benefícios.

É prático, simples e gostoso. Ele também, porque, Deus, que homem!

— Comprei uma empresa nos Estados Unidos, vou ter que me mudar para lá.

— Sério isso? — Pergunto triste. Ele se tornou um amigo muito próximo, será triste perdê-lo.

— Sim, vou me mudar a quarenta e cinco dias, mais ou menos.

— Caramba, Hunter, não sei nem o que dizer. Vou ficar muito triste com sua partida. — Falo o abraçando. — Mas comprar essa empresa foi bom para você?

— Foi sim, o ramo é muito forte lá e Nova York é essencial para mim, agora. — Ao escutar meu estômago roncar ele dá uma risada. — Venha, vamos te alimentar, aproveito e te conto tudo sobre a nova fase da empresa.

— Você é sempre tão perfeito, Hunter, mas não quero incomodar.

— Eu insisto, vamos comer, também estou morrendo de fome. — Seu sorriso arteiro me dá indícios que não é sobre a janta que ele está falando enquanto me arrasta gentilmente para o apartamento dele.

É tão sutil que nem percebo que já estamos dentro da sala de estar dele.

Pode ser bom passar essa noite com ele, meu corpo tem que aprender a ser paciente e não se entregar para ruivinhos arrogantes. Emito um som meio esquisito, está entre um suspiro e um gemido. De frustração, só para deixar claro. 

Merda, não devia estar pensando nele. Vou aproveitar a companhia de Hunter e o mês que ainda temos juntos.

É isso esse é meu plano para tirar um certo irlandês da minha cabeça.

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