— Gemma pare de puxar o cabelo do seu irmão!
Minha mãe adverte.
Gemma para, mas me dá língua. Eu devolvo. E então estamos nos atracando novamente.
Meu pai lança uma carranca através do retrovisor, ele não diz nada, mas sabemos que é hora de acabar com aquilo.
Minha mãe suspira aliviada por finalmente sossegarmos.
O silêncio se estabelece por alguns minutos até que meu pai comenta:
— Anne, você viu que tiraram a placa de vende-se do jardim dos Sullivan?
Droga. Isso significa que minha melhor amiga Jane, nunca mais vai voltar.
Ela e sua família foram embora e agora estranhos vão morar de frente para minha casa.
Espero que os novos vizinhos ao menos sejam legais.
— Mamãe, já sabe quem vem morar aqui agora? — Gemma, a curiosa e intrometida questiona.
— Oh sim, eu a conheci no dia em que veio encerrar o contrato de compra da casa. Nós conversamos um pouco e Jay é uma pessoa incrível e seus filhos são tão fofos e educados.
Minha mãe sorri com a lembrança.
— Ela veio fechar o negócio? Uma mulher? Onde estava o marido dela Anne? Por favor, não me diga que ela é uma dessas desquitadas, ou pior... mãe solteira.
Meu pai declara e havia certo horror em sua voz.
— Não! Des, querido, acalme-se! Ela veio porque o marido, Mark, é militar e está em campo, acho que no Vietnã. A propósito, nos ofereci para recepcioná-los quando as mudanças chegarem daqui à três dias. Ela e as crianças vão precisar de ajuda e apoio por enquanto.
—Tudo bem, sou um bom cristão e não me importo com isso. Só espero que eles não sejam libertinos como os Horan.
Eu continuo confuso porque acho a família do Niall muito legal e não tenho certeza se libertino é uma coisa boa.
De qualquer forma, prefiro não questionar.
Papai sorri aliviado para mamãe e rumamos à missa especial de natal.