I Livro Mafiosa (Sem Revisão)

By QueridaCliche

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Ainda criança, Victória vivia nas ruas de Nova York ate chamar a atenção de um dos maiores mafiosos do país... More

2. Sushi
3. Superficial
4. "Querida" Família
5. O Velho Enzo
6. Motivos
7. Visitante Inesperado
8. "Discreto"
9. Complicacões
10. Chilique
11. Na ofensiva
12. O plano (Parte 1)
13. O plano (Parte 2)
14. Reflexão e Meditação
15. Novo inimigo
16. Ex
17. Um cafajeste consciente?
18. Em Apuros
19. Dez passos a frente
20. Chuva De Dinheiro
21. De novo não...
22. O Traidor
23. Confronto
24. A regra é não subestimar
25. Assumindo o controle
26. Benditos Saltos
27. A cobra e seu veneno.
28. Devaneios De Um Homem Morto
29. Nas mãos de um bastardo.
30. Temores
31. Novas Opções
32. Mudança de Planos
33. Demônios
Bônus Gonçalo Santori
34. Uma Oportunidade
35. A Perda
36. Culpa
37. Chamas de uma Opera
38. O Adeus
Considerações Finais
Prólogo
AVISO (II Livro)

1. Negócios

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By QueridaCliche

Acordei com o toque do despertador, na verdade eu não usaria a palavra acordar e sim a palavra susto. Que merda, aquilo não era um despertador, era um terremoto em forma de eletrônico.

Sentei-me na cama tentando abrir os olhos, me estiquei para pegar uma liga sem sair da cama, amarrei o cabelo e me espreguicei.
Escutei baterem na porta do quarto, presumi que fosse a empregada.

— Entre! — Eu estava com os olhos fechados espreguiçando-me ainda, achei esquisito ela não falar nada. Escutei uma risadinha familiar. Meu Deus, abri os olhos e me cobri com o lençol rapidamente, eu estava só de lingerie.

— Que porra é essa? — Perguntei, Dominic deu aquela risadinha sexy enquanto eu estava toda "empacotada" No meu lençol.
— Pensei que estivesse vestida! — Presumiu rindo de canto — Quer dizer que deixa a empregada entrar enquanto está só de calcinha e sutiã?
— É uma senhora de 60 anos, não vejo nada demais nisso, ela só entra, pega as roupas (que aliás estavam espalhadas pelo chão) e sai voltando depois para arrumar o resto.

Ele me olhou com malícia — Por que que eu estou me justificando? — Questionei.
— Quando na verdade eu deveria estar pedindo uma explicação plausível pra você entrar assim no meu quarto.

Ele olhou para um lado e para o outro tentando lembrar-se o motivo de penetrar o meu quarto — Anda logo Nick!
— Eu acabei esquecendo! — Ele riu e continuou a me olhar, droga.

Levantei-me da cama enrolada no lençol.
— Lingerie? — Perguntou sútil  — Pensei que dormisse de sei lá, babydoll! — Completou.
Caminhei até o banheiro e Dominic continuou lá, eu estava esperando que ele se tocasse e saísse do quarto.

— Não quando tenho companhia. — Falei irônica — Bem? — Perguntei mirando o olhar na porta. Ele me fitou fazendo uma expressão confusa.
— Está bem... já vou sair. — Disse sorrindo e prolongando um pouco sua estadia. Lancei um olhar claramente furioso e ele entendeu o recado.
— Já estou saindo — Disse frustado abrindo a porta e saindo do quarto.

Dominic era meu melhor amigo e braço direito, tínhamos morado nas ruas juntos e eu o considerava um irmão. Andrea também o tinha adotado, era um homem extremamente sexy e atraente.
Seus 1.92, as feições do rosto e corpo musculoso chamavam a atenção de qualquer uma, seu cabelo vinha até a nuca e seus olhos claros eram penetrantes. A barba rala só lhe dava um ar de mais masculinidade e todo esse lance de "testosterona".

Eu não pretendia demorar muito no banho então achei melhor tomar uma ducha, a banheira ficava pra mais tarde junto com o vinho. Sai do banheiro só de roupão e fui até o closet. Tirei uma calça de coro preta, uma blusa tomara que caia branca e uma jaqueta com alguns spikes, jeans escuro.

Meu celular tocou, fui correndo atender. Era Nádia, minha prima adotiva e também minha melhor amiga.

— Fala Vadia, o que manda?  — Atendi "simpática" como sempre, fiquei parada em frente à sapateira decidindo qual salto eu usaria no meio de tantos.
— Oi cadela, tudo bom? — Me perguntou.
— Estou bem, ainda está em Chicago? — Perguntei pegando meu scarpin azul e apoiando-me na parede para colocá-lo.

— Não mais, estou quase chegando em Nova York, rola uma noitada hoje? — Questionou-me.
— Claro, porquê não?!
— Ainda bem, achei que a mafiosa andava ocupada demais pra se divertir com a melhor amiga. — Ela disse ironizando.

Nádia era um ano mais nova, eu tinha vinte e três e ela vinte e dois. Seu pai cuidava dos negócios da família na Italia e como Nádia era a garota problema, ele tinha lhe enviado-a para Nova York afim de que ela desfrutasse dos "laços familiares" dos Santori e assim aprendesse a se manter na linha.
O que em pratica não funcionava já que nem eu conseguia me manter na linha.

— O.k! — Desliguei o celular.

Fui até a penteadeira e peguei o perfume, apliquei nos meus pulsos e pescoço, fiz uma maquiagem leve. Coloquei o anel com o brasão da família e soltei os cabelos.

Peguei meu revólver calibre 38 e enfiei na cloothing junto com a minha faca. Eu não era muito fã de um 38 mas em fim... coloquei o revólver taurus 85 TI/MULTIALLOY dentro da calça, na parte de trás. Nunca se sabe o que pode acontecer e um revólver de pequeno porte viria a calhar.

Peguei meu óculos esporte e sai do quarto, desci as escadas da mansão e fui até a sala de estar. Lá estava o velho, Gonçalo estava sentado na ponta da mesa como sempre tomando seu café da manhã. Caminhei até ele, sorri e me aproximei. Deu-me um beijo na testa como cumprimento.
Peguei uma maçã que estava junto com as frutas e vi claramente o seu olhar de desdém sobre minha atitude.

— Desculpe, tenho negócios pra resolver.

Comecei a andar em direção a saída da sala mas parei quando ele pigarreou — Os negócios podem esperar, tome um café da manhã descente ao meu lado por gentileza — O velho falou, voltei e me sentei na mesa sem questiona-lo. Ele não pedia, ordenava.
— À propósito, bom dia! — Desejou irônico, eu sorri.
— Dia esplêndido. — Respondi.

As vezes eu sentia que ele tinha mais afeto comigo do que com os outros filhos e tal atitude poderia ser encarada pelos outros como favorecimento.

— Eu tenho notícias.
— Que notícias? — Questionei estimulando meu pai a continuar.
— Enzo chegará hoje... — Meu coração disparou, eu colocava suco no copo e acabei derrubando na mesa, levantei-me num impulso. Constance e Silas que encontravam-se na sala vieram.
— Droga! — Reclamei.
— Tudo bem... — Ele disse percebendo a minha reação.
— Não, estou feliz por Enzo. Desculpe pelo palavrão, ando muito distraída. — Menti.
O velho me conhecia e sabia muito bem que aquela reação era por Enzo.
— Desculpe-me. — Pedi novamente.
— Já falei que está tudo bem. —Disse entreolhando-me.
— Constance limpará a mesa e voltaremos a tomar café. — Ele disse pegando a xícara.
— Desculpe, acabei perdendo a fome. — Menti descaradamente.

Sai deixando-o enquanto me chamava, Dominic me acompanhou sem que eu nem percebesse, estava tão perdida em meus devaneios. Enzo era um filha da mãe, desgraçado e idiota. Eu manteria distância dele, provavelmente iria ficar na casa junto conosco.

— Qual o motivo de tanto nervosismo? — Dominic perguntou-me.
— Nenhum. — Menti e continuei caminhando até o lado de fora da mansão, ele se pôs na minha frente e abriu a porta da limusine, entrei e depois ele me acompanhou.
Assim que estávamos quase no portão lembrei-me que tinha esquecido minha bolsa.

— Droga! — Resmunguei.
— O que foi?
— Esqueci minha bolsa.
— Quer que eu vá buscar?— Perguntou atencioso.
— Não precisa. — Cruzei os braços.
— Tudo bem. — Dominic falou calmo.

— Basta citar um nome para estragar seu dia? — Ele perguntou.
— Claro que não! — Respondi, ele me olhou e abriu um sorriso.
— Por que a cara fechada então? — Perguntou, porra, era tão óbvio assim que ele ainda mexia comigo. Eu tinha que me manter normal.

"Se não querem que machuquem seu coração finja não ter um".

Essa era a frase que eu usava nos últimos anos enquanto tentava me convencer de que Enzo havia sido uma paixonite boba e passageira de adolescente. Eu precisava superar aquilo mas pelo visto eu ainda não tinha superado.

— Esqueci o celular também, ótimo! — Falei irônica, Dominic olhava-me, estava quase caindo na gargalhada, pude notar. Mas ele sabia que se fizesse isso eu lhe daria um soco então ele se segurou.

— Encontraram o cara? — Perguntei tentando mudar de assunto, ele me olhou concentrando-se.
— Sim, está no galpão só esperando por você.

Sorri sádica, ótimo... aquela era exatamente a distração que eu estava precisando.

— Acho que ele escolheu um mal dia para ser pego.— Dominic comentou irônico

— Você nem faz ideia! — Falei sorrindo.

...

Já era de tarde, eu estava ficando cheia daquele interrogatório/tortura. Estava na cara que aquela japonês tinha mais medo da Yakuza do que de mim.
Era um homem de meia idade, japonês. Trabalhava para o Akira, outro desses playbozinhos que se achava a Yakuza. Ele roubou algumas de nossas cargas só por diversão.
Minha fama me precedia e eu ia fazer jus a ela.
Dei outro soco na cara do homem fazendo seu nariz sangrar, ele estava exausto, suas mãos e pernas estavam amarrados na cadeira que estava sentado.

Ele ria e resmungava algumas palavras em japonês.

— Dominic eu estou ficando cansada e entediada. — Falei, ele se manteve de pé perto da parede apenas observando.

Aproximei-me do japonês e lhe puxei pelos cabelos.
— Então, Tatsuo é a porra da Yakuza, o sobrinho dele apenas brinca de ser ele. Caso não saiba eles têm um trato conosco, acho melhor falar onde está a porra da minha carga ou eu vou ter que dar uma de Yakuza — Sussurei em seu ouvido, o homem só cuspiu sangue e voltou a sorrir.

— Eu não tenho medo de você. Isso não é nada comparado ao que Akira fará caso eu o traia. — Pela primeira vez em horas ele falou alguma coisa que eu entendia. Virei-me para Dominic e sorri, acenei com a cabeça.

— Pode Trazer! — Dominic falou, um dos meus homens entrou carregando uma katana em seus braços, o homem arregalou os olhos.
Peguei a espada e tirei a bainha, ele olhou a espada com medo. Sorri.
— O que disse sobre não ter medo de mim? — Perguntei irônica, o homem começou a resmungar coisas desesperado, ele não tinha o dedo mindinho em uma das mãos e provavelmente iria perder outro dedo.

...

Já era de noite, eu estava na limusine indo pra casa junto com Dominic. Precisava tomar banho e tirar o sangue que acabou espirrando em minha roupa a cada soco que eu dava no japonês. Que não morreu, caso vocês estejam se perguntando isso. Mas provavelmente irá morrer quando Akira descobrir o que aconteceu nessa noite.
Chegamos em casa, eu estava subindo as escadas rapidamente para ir pro quarto quando fui obrigada a parar.

— Vic!! — Chamaram por mim, virei-me e vi Enzo lá embaixo com as malas, ele estava mais bonito ainda. Cinco anos sem nos vermos era muito tempo. Ele tinha mudado pouco, seu corpo estava mais definido, sua voz era mais sexy. Embora os olhos continuassem com o mesmo tom de azul e hipnotizantes como sempre foram.
Desci as escadas para abraçá-lo, embora eu o odiasse. Tinha que manter a aparência, não queria dar-lhe motivo para achar que ainda mexia comigo.

— Oi — Sorri, ele abriu os braços e eu o aceitei de bom grado, seu perfume me embriagou, Deus... aquele homem era um pecado ambulante. Controlei-me e o soltei.
— Tudo bom? — Perguntou com um sorriso sexy, seu hálito era maravilhoso.

Droga, droga, droga... pensei que essa merda passaria, que eu não sentiria mais nada por ele. Na verdade, diante de tanta beleza, aquilo só havia aumentado.

— Sim e você? — Perguntei, ele me olhou detalhadamente, Enzo tinha vinte e cinco anos e exalava sensualidade. — Como foi na Itália? — Questionei querendo quebrar aquela troca de olhares que me deixava vulnerável.

— Estou bem, melhor impossível. A Itália foi uma experiência revigorante — Notei certo ironismo em sua voz, controlei-me e mantive o sorriso falso.
Ele olhou minha blusa e viu as manchas de sangue.
— Isso? — Eu ri — Negócios, sabe como é! — Falei.
— Vejo que os comentários eram verdadeiros. — Ele disse me analisando.
— Que comentários? — Perguntei curiosa.
— Que você tinha se tornado uma mulher linda e extremamente sexy... — Ele disse, as maçãs de meu rosto ficaram vermelhas e eu me senti envergonhada, fitei o chão sorrindo — Porém, cruel. — Completou.

— Você nem faz ideia.

Silas apareceu e pegou algumas malas junto com outro capanga.

— Bem, odeio ser indelicada mas preciso or — Falei — Necessito de um banho, fique a vontade. — Completei.

Subi as escadas depois de Silas e o outro segurança do qual eu não lembrava o nome, fui pro quarto e tirei aquela roupa suja, caminhei até o banheiro, retirei as peças íntimas.
Liguei a água da banheira e fui até a pia, retirei meus brincos e me olhei no espelho. Suspirei fundo e mantive a calma.
Enzo parecia ter amadurecido mas no fundo de seus olhos eu pude enxergar o mesmo conquistador e cafajeste barato, eu não ia me render aos meus desejos embora aquele homem realmente me causasse um grande impacto.
Amarrei as madeixas e fui para a banheira, peguei a taça e coloquei o vinho que estava do lado da banheira dentro de um balde de inox com gelo.

Tentei relaxar, eu precisava superar aquele homem. Eu e Nádia iríamos mais tarde para uma das baladas de Akira. Eu realmente estava determinada a provoca-lo.

— Preciso esquecê-lo — Resmunguei para mim mesma quanto a Enzo.

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