No dia em que você nasceu
Os anjos se reuniram e decidiram realizar um sonho
Então eles espalharam poeira lunar
em seu cabelo e luz das estrelas em seus olhos azuis...
The Cranberries
Analú Collins
O amor é uma palavra tão linda e ao mesmo tempo dolorosa. Mas hoje sim, eu descobri o verdadeiro significado do amor.
Thaliny nasceu saudável com quatro quilos e noventa. Minha pequena branquinha de olhos azuis. Ah! isso ela teve que puxar para o pai. O rosto até então se parece mais com ele do que comigo, mas, dizem que o gênio sempre vem igual o da mãe.
Estamos perplexos de apaixonados. Meus pais vieram e já conheceram a pequena Thay, trouxeram vários presentes, incluindo um urso de pelúcia enorme.
Como se ela já fosse brincar com isso...
Depois de uma hora se despediram e foram embora.
Minutos depois.....
- Você foi excelente Ana Luíza. - A médica fala me examinando novamente. - Sua pressão está normal, e até então você foi muito forte, apesar de todas complicações que teve na gestação!
- Não foi fácil, mas obrigada! - Digo.- Gostaria de saber quando vou ter alta?
- A manhã de manhã. Mas hoje, a senhora dorme aqui no hospital.
- Tudo bem!
- Mais tarde, vou mandar um interno vim olhar você novamente.
- Estarei aqui.
Ela sai me deixando sozinha com Izack e Thaliny. Neste exato momento estou amamentando. E sinceramente, os seios ficam muito sensíveis. Mas ela dorme igual uma anjinha mandada do céu.
- Ela é tão linda! - Izack diz.
- Nós fizemos. - Começo a rir do que acabo de falar.
- Inclusive saudade. - Ele pisca e da uma gargalhada.
- Shiisss! Vai acordar ela!
- Perdão!
- Mas, você já sabe né?
- Acho que já se passou tempo de mais e já deu para você perceber que sou mais inocente do que culpado.
Fico sem palavras. Na verdade, sei que quando fala é a mais pura verdade. Seus olhos brilham e da para perceber que está sofrendo. Mas eu também sofri. Por isso optei em esperar.
- Aos poucos, por favor...
- Tudo bem. - Ele apenas abaixa a cabeça.
- Acho que....
- Que.....
- Que podemos voltar a dormir juntos.
Ele me olha sem acreditar no que acabará de ouvir.
- O seu lado da cama já estava sentido falta. - Ele sorrir.
- Mas, não vá se acostumando mal. Ainda estou te analisando.
- Pode analisar o quanto você quiser. Sou seu, inteiramente seu, somente seu!
- Acho bom! - Puxo sua camisa e taco um beijo surpresa nele.
O beijo era preciso, era saudade e era necessário. Havia amor no meio. Em pouco tempo me acariciou com tanta ternura, que nós não sentíamos vontade de largar nossas bocas.
- Eu te amo! - Izack diz.
- Eu também te amo, muito!
Ficamos o restante do tempo encostados um no outro alí no quarto conversando e admirando nossa pequena. Anoitece e ele vai para casa descansar, mas manda Flora no lugar dele aqui no hospital.
Ela olha a bebê enquanto tomo um banho e me arrumo melhor para dormir.
- Com licença!
Olho para porta e levo um susto.
- O que você quer aqui?
- Calma eu sou o interno daqui essa noite.
- Não quero você, quero outro interno!
- Ana Luíza, calma! Não vou fazer mal para você! - Ele fecha a porta.
- Olha, eu vou gritar e chamar os seguranças!
- Não precisa! Quero me desculpar com você!
Paro por um momento e escuto o que ele tem a dizer.
- Você não é a mesma pessoa que conheci anos atrás, Jonata!
- Eu sei. Mas você também não, e veja só! Já é até mãe!
- É, nisso você tem razão, mas mesmo assim não me arrependo do que me tornei. Hoje sou mais forte!
- Então. Vamos fazer as pazes! Vamos ser amigos?
Penso por um momento e digo:
- Ok, mas é só meu amigo. Não se esqueça que eu tenho uma família agora!
- Tudo bem! - Ele sorrir e vem me dá um abraço.
Flora fica olhando isso, e faz uma cara nada boa.
- Queria dizer que tudo que fiz de ruim, deixo no passado. Acho que estava perdendo a noção das coisas.
- Realmente estava. Parecia que estava ficando louco.
- Era estresse, misturado com saudade de ter sua companhia de volta.
- Jonata, você já deveria saber, que depois de anos, não daria mais certo para gente. - Digo.
- Mas... Eu pelo menos nunca perdi a esperança.
Fico o analisando, observando tudo que ele fala. Parece que realmente está diferente do que estava antes. Um pouco mudado eu diria.
- Você me magoou muito naquela época. Era uma cicatriz incurável, que até hoje dói só de mencionar.
- Me desculpe! - Ele diz com os olhos marejados.
- Tudo bem, já passou! - Falo por fim.
Jonata ficou uns minutos no quarto me medicando e conversando comigo. Meu coração realmente doeu e, não consegui dizer não. Optei pelo perdão, quem sabe ele se tornou uma pessoa melhor.
Logo após ele saiu e se despediu. Mas, não posso contar para Izack que resolvi perdoa-lô, ainda mais agora que as coisas estão se resolvendo entre nós. Prefiro deixar isso em silêncio. Na hora certa ele saberá.
Na hora certa!
{...}
O que será que vem aí em?
Até mais queridos leitores!
Xoxo! 💋