HQiller ☂ [Muke Clemmings]

De marieclaire17

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Michael é um viciado em quadrinhos que tem algumas teorias a respeito do serial killer à solta em Sydney. A c... Mais

Chapter One
Chapter Two
Chapter Three
Chapter Four
Chapter Five
Chapter Six
Chapter Eight
Chapter Nine
Chapter Ten
Chapter Eleven
Chapter Twelve
Chapter Thirteen
Chapter Fourteen - 1/2
Chapter Fourteen - 2/2
Chapter Fifteen
Chapter Sixteen
Chapter Seventeen
Chapter Eighteen
Chapter Nineteen
Chapter Twenty
Chapter Twenty One
Chapter Twenty Two
Last Chapter - Part 1
Last Chapter - Part 2
Season 2 - Coming Soon
Entrevista
Oi, de novo

Chapter Seven

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De marieclaire17

Primeiro, obrigada pelos comentários, de verdade. Fico rindo demais com a maioria KKKKK' E bem-vindos, novos leitores. Só pra avisar, a partir daqui os capítulos vão explorar mais a evolução Muke da coisa. Então, se preparem :P


Luke POV



O desespero é uma sensação engraçada. Como quando se vê um bicho estranho no próprio braço, e você instintivamente age com rapidez para tirá-lo de lá. É como uma sequência. Há o problema, a ansiedade, e a perda da razão.

O desespero é como um botão "Off" da razão. Só há ações, e a maioria delas instintivas. E ainda há quem diga que os humanos perderam os instintos graças à vida em sociedade. Particularmente, eu discordo. Acho que eles estão ali, apenas esperando sua chance de foder com todo o planejado.

A escolha das vítimas é uma parte interessante dos assassinatos em série. As vítimas sempre têm que ter coisas em comum umas com as outras. Alguns assassinos matam apenas mulheres, ou apenas crianças, ou apenas prostitutas. Pode ser algo mais emocional, em vez de físico. Matar apenas pessoas infelizes, ou até pessoas pervertidas. O importante é seguir um padrão.

Minha primeira vítima me incomodou muito, visualmente falando. Era um universitário daquele tipo que está sempre acompanhado, fazendo todos rirem e suspirarem por ele. Adaptado à sociedade desde o primeiro choro. E eu detestava esse tipo de pessoa com tendências à popularidade. Tudo para eles vinha fácil, e não se incomodavam nem um pouco em estar na presença de outras pessoas. Esse, em especial, era cobiçado por muitas mulheres, e até homens. Ele nem se dava ao trabalho de notá-los. Porque, no fundo, esse tipo de pessoa era farinha do mesmo saco.

Eu sabia disso porque na escola eu agia exatamente como ele. Arrancava sorrisos dos outros, e era invejado pela maioria. Mas tudo isso fazia parte da arte de fingir. E essa arte tinha de ser apreciada com moderação, e utilizada apenas pelos mais habilidosos. Como eu.

Como Michael.

Trinquei os dentes, porque aquela era a vigésima vez que o nome dele aparecia em minha mente desde o momento em que acordei. Como um verme que se instala michaelmichaelmichael, e tudo parece lembrar aquele maldito virgem de cabelo colorido.

No andar debaixo, escutei o som de panelas batendo, e soube que minha mãe estava preparando o jantar. Se eu desse sorte, e ela estivesse de bom humor depois da visita de hoje, teríamos bastante fritura. E eu quase podia imaginar a mesa cheia de tigelas e porções enormes de comida, como se Ben e Jack fossem voltar a qualquer momento com suas mulheres, e meu pai fosse entrar pela porta da frente, cansado do trabalho.

Sobraria arroz, batatas, e até copos limpos. Porque a mesa agora era para duas pessoas, mas ela nunca se acostumaria com isso. Porque o cérebro de uma mulher depressiva é como uma massa cinzenta. Há uma neblina que a impede de enxergar o presente e o futuro. Como se estivesse presa no passado por toda a eternidade.

Uma vez, pensei em acabar com o sofrimento dela. Seria rápido, ela mal teria tempo de sentir. Acho até que me agradeceria futuramente, se é que existia um futuro do outro lado. Mas não parecia o melhor a fazer. Ela ainda tinha utilidade aqui, ainda que jogando quilos de comida fora, e lavando as blusas que seu filho caçula havia usado para tirar a vida do filho dos outros naquele mesmo dia.

Essa noite, ela teria de lavar mais uma dessas. Liz nunca notou nenhuma mancha de sangue, mas, se o fez, foi gentil o bastante para não comentar. Acho que desde o princípio ela sempre soube o que eu era, ou o que me tornaria.

O fato era que esperar por Calum não estava ajudando em nada na minha situação. Eu precisava de tempo para torná-lo mais uma das minhas vítimas, e Michael não ajudava nem um pouco flertando comigo na maior parte do tempo. Então, cheguei ao ponto de me desesperar. Não haviam mais reportagens dos meus antigos casos, e eu não suportava isso. O esquecimento sempre me foi assustador.

Portanto, desta noite não podia passar.

Pegando um dos guarda-chuvas no cesto de palha do banheiro, desci as escadas após vestir um blazer negro, por cima da blusa branca social. Também havia uma gravata borboleta preta, que ajeitei em frente ao espelho redondo ao pé da escada.

Encarei meu reflexo, e ele me encarou de volta, como se estivesse me desafiando.

Será que você perdeu o jeito?

Está com medo?

Abri a boca para respondê-lo, quando Liz apareceu após atravessar a porta da sala. Nós nos olhamos por apenas meio segundo até ela desviar, passando por mim como se eu nem estivesse ali. O que, aliás, acontecia com frequência.

"Volto antes do jantar" Eu disse, baixinho, mas ela não respondeu.


[...]



O vento estava frio, e a noite silenciosa. Havia poucas pessoas nas ruas, e quanto mais nos afastávamos, mais raro era ver alguém caminhando pela calçada. Mesmo os carros eram poucos, e seus faróis iluminavam a avenida vez ou outra, incomodando minha vista.

A vítima era, mais uma vez, uma mulher. Essa usava o cabelo preso num rabo de cavalo alto, e um batom vermelho forte e chamativo. As roupas eram curtas e apertadas, como se quisesse atrair cada homem na rua num raio de cinquenta metros. E realmente devia fazer isso.

Seu excesso de autoestima era irritante.

A música em seus fones de ouvido era alta o bastante para que ela não escutasse meus passos atrás dela. E em momento algum ela se deu ao trabalho de olhar para trás. Distraída demais, essa seria fácil.

Viramos no outro quarteirão, e alguns postes na rua não estavam funcionando. A iluminação precária indicava que havia chegado a hora, e minhas mãos coçaram pela ansiedade de agirem. Girei o cabo do guarda-chuva em minha mão direita, e ajeitei a gravata.

Só tive de acelerar um pouco o passo para alcançá-la, tocando seu ombro pálido de leve. Suas mãos foram aos fones, para retirá-los, e o rosto anguloso se virou em minha direção de forma abrupta. Podia ver o medo em seus olhos sendo substituído por alívio. Ela não esperava alguém tão jovem, é claro. E logo o alívio foi substituído pelo interesse.

Dos fones de ouvido ecoava uma música da Ariana Grande, o que não me surpreendeu.

"Olá?" Ela estava mais nervosa com a conversa do que com a situação. Sorri enviesado.

"Qual música?" Eu perguntei, fazendo rodeio. A mulher estreitou os olhos, mas respondeu mesmo assim. Notei um tom de rosa surgindo em suas bochechas.

"Break Free. Gosta da Ariana?"

Continuei sorrindo, distraindo-a com pequenos flertes corporais, como inclinar o corpo na direção dela. "Na verdade, nem um pouco. Já foi a algum show dela?"

Ela suspirou de forma frustrada. "Acredite ou não, mês que vem será o primeiro que terei a chance de assistir. De camarote, aliás. Mal vejo a hora!"

"É uma pena..." Comentei distante, logo em seguida arregaçando as mangas do blazer.


[...]



Nunca tive problemas com pesadelos. Mas, as vezes, no meio da noite, eu simplesmente me pegava encarando o teto após acordar sem motivo algum em especial. Romancistas diriam que era A Culpa me acordando durante as madrugadas, apenas porque era dever dela assombrar o sono dos pecadores.

Eram duas da manhã, e o rosto da maldita mulher estava em minha mente. Seu grito, suas lágrimas, e suas últimas palavras. Por favor, não. Nada original, mas tinha lá seu charme, como todo bom clichê.

Eu mentiria se dissesse que me arrependia de tê-la matado. Mas dormir bem na noite de um assassinato era demais para qualquer psicopata. Mesmo o Coringa devia ter seus períodos de insônia, após um de seus crimes geniais.

Mas, naquela noite em especial, eu estava sentindo algo além de incômodo. Era como um buraco no peito, implorando para ser preenchido. Como estar com fome de sentimentos. As vezes eu me sentia assim. Como se necessitasse de algo para tapar o buraco. Alguém para falar, além da minha mãe que apenas vagava pelos corredores feito um fantasma, sem nunca me dirigir a palavra.

Eu sentia falta de sentir falta, se é que fazia sentido. E, sem pensar muito, me vi pressionando o contato de Michael na agenda do celular, vendo seu nome acender na tela.

A ligação chamou três vezes até ele atender com um rouco "Alô?"

"Michael?" Perguntei, apenas para ter certeza. Quase podia vê-lo arregalando os olhos do outro lado da linha. Eu mesmo estava surpreso por estar fazendo isso.

"Luke" Ele reconheceu, ficando em silêncio por um tempo que pareceu suspeito. "Desculpa, eu não esperava que você fosse ligar hoje."

"Ou qualquer outro dia" Comentei sarcástico, fazendo-o rir. "É, nem eu."

"Aconteceu alguma coisa?"

Sim. Não. Diga a ele. Não diga.

"Queria ouvir a sua voz" Me arrependi de ter dito isso assim que as palavras deixaram minha boca. Michael prendeu o ar do outro lado.

"Ah" Foi só o que ele disse. De repente, me senti um completo idiota.

"O que foi?"

"Não sei se você está sendo sincero ou não." Ele admitiu. Senti meu coração falhar uma batida. Deus, ele conseguia ser tão diferente dos outros. Ninguém nunca desconfiava de nada que viesse de mim. Até agora.

Eu rolei os olhos. "Dificilmente você saberia diferenciar se eu estivesse"

Michael riu. "Saberia, sim. Você faz uma expressão forçada quando mente. Como se quisesse impressionar."

Ficamos em silêncio, mas não de maneira desconfortável. Durou apenas alguns minutos, mas Michael não se aguentou. Era da sua natureza manter a conversa rolando, o que normalmente me irritaria, mas não no caso dele.

Porque nada naquele filho de uma puta me irritava o suficiente.

"De zero a dez, qual a chance de fazermos sexo pelo telefone?"

Eu ri, porque só podia ser uma piada.

E, olhando para as horas no relógio em cima do criado-mudo, me preparei para fazer um convite quando Michael se adiantou. "Quer vir pra cá? Ashton e Calum estão aqui. Pedimos pizza numa pizzaria 24 horas."

De repente recebi um estalo. Chega de fingir que você pode gostar dele, Luke.

Essa era a oportunidade de me reaproximar de Calum. Apenas o suficiente para me livrar dele em seguida, sem que parecesse suspeito.

"Pode me buscar?" Perguntei, sem soar muito entusiasmado.

"Na porta em vinte minutos."



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